quinta-feira, 28 de março de 2024

Covid-19 diminui expectativa de vida, afirma estudo publicado na The Lancet

A expectativa de vida ao nascer diminuiu 1,6 ano no mundo no período entre 2019 e 2021, quebrando uma tendência histórica de aumento contínuo. O dado ratifica o impacto da pandemia da Covid-19 sobre a saúde humana ao redor do globo. No Brasil, a queda foi ainda maior, de 2,8 anos. A análise faz parte de artigo publicado na revista britânica The Lancet e foi obtida a partir de trabalho realizado por um grupo de estudo internacional chamado Global Burden of Diseases (Carga Global das Doenças), que conta com pesquisador da Fiocruz Pernambuco.  

Os pesquisadores se debruçaram sobre dados de 204 países, além de 811 regiões, Estados e cidades. Globalmente, a expectativa de vida estava em 73,3 anos no ano de 2019. Em 2021, diminuiu para 71,7. No Brasil, a esperança de vida ao nascer era de 76,5 anos em 2019, ficando em 73,7 anos em 2021. A redução nacional foi 75% maior quando se compara com o número mundial.  

Entre os 204 países pesquisados, apenas 32 (15,7%) tiveram um aumento na esperança de vida. "É importante entender as características das regiões que, mesmo com a Covid-19, mantiveram a tendência de aumento na expectativa de vida. Entre as que apresentaram redução, é preciso compreender o que motivou a queda ser menor ou maior. É entendendo esses perfis e captando as distinções que poderemos pensar em ações de enfrentamento para futuras pandemias”, afirma o pesquisador do departamento de Saúde Coletiva, da Fiocruz Pernambuco, Rafael Moreira, que integra a equipe de cientistas responsável pelo estudo. Ele ainda reitera que a pesquisa é “uma evidência científica de que a Covid-19 foi um evento grave de saúde pública”. 

O estudo também esmiuçou os números de cada Estado brasileiro. Em Pernambuco, por exemplo, a expectativa de vida em 2019 era de 75,7 anos e caiu para 74 anos em 2021, uma diferença negativa de 1,7 ano. Isso significa um índice percentual apenas 6% maior do que o global.  

“A partir desse artigo publicado na The Lancet, ficou claro que eventos mundiais em saúde pública afetam a esperança de vida de uma população e, dependendo do nível socioeconômico e do modelo de enfrentamento de cada região, a problemática pode ser ainda maior para salvar vidas. Vários fatores estão envolvidos nessas distinções, mas a pandemia e o manejo dela foram os fatores que mudaram o curso do progresso do aumento da esperança de vida ao nascer”, pontua Rafael Moreira. 

Mortalidade geral – Estima-se que 131 milhões de pessoas morreram em todo o mundo entre os anos de 2020 e 2021. Desse total, 15,9 milhões de mortes (12%) foram provocadas diretamente por causa da infecção pelo SARS-CoV-2 e indiretamente devido a outras mudanças sociais, econômicas ou comportamentais associadas à pandemia. 

Mortalidade infantil – Apesar da diminuição global na expectativa de vida, os pesquisadores atestaram que a mortalidade infantil continuou em queda mesmo no período pandêmico. Em 2019, foram registradas 5,21 milhões de mortes entre meninos e meninas menores de 5 anos. Em 2021, foram 4,66 milhões de mortes. Ou seja, foram cerca de 550 mil óbitos a menos.

O artigo completo pode ser lido no link a seguir: https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(24)00476-8/fulltext


Autor: Fiocruz 

Fonte: Fiocruz 

Sítio Online da Publicação: Fiocruz 

Data: 26/03/2024

Fiocruz e Servier assinam acordo para pesquisas com plantas naturais em oncologia

A Fiocruz, por meio do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) e do Instituto René Rachou (IRR/Fiocruz Minas), assina acordo de parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) com a farmacêutica francesa Servier. O objetivo é viabilizar pesquisas, a partir de amostras naturais, para tratamentos oncológicos. O evento contou com a presença dos presidentes da França, Emmanuel Macron, e da Fiocruz, Mario Moreira.



O objetivo do acordo é viabilizar pesquisas a partir de amostras naturais para tratamentos oncológicos (foto: Divulgação)


"Esse acordo representa um marco significativo na busca por soluções avançadas para o combate ao câncer, uma das maiores causas de mortes no mundo, grande preocupação em escala global e no Brasil. A colaboração entre Fiocruz e Servier, nossa parceira em outros projetos, abre caminho para mais pesquisas e inovações em tratamentos oncológicos a partir de plantas medicinais. O intercâmbio científico e tecnológico nessa área irá garantir, em breve, a introdução de novos medicamentos no Sistema Único de Saúde”, afirmou Mario Moreira.   


O acordo, assinado nesta quarta-feira (27/3), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), contempla o estudo de amostras de produtos naturais, como plantas, extratos, frações e compostos isolados visando identificar novos alvos terapêuticos oncológicos. Além disso, o cronograma envolve o intercâmbio de conhecimentos científicos, técnicas e metodologias entre a Fiocruz e a Servier.  


O projeto possui relevância para o tratamento de câncer, que, segundo estimativas do Global Cancer Observatory (Globocan), nos últimos cinco anos teve a prevalência de 53,5 milhões de casos no mundo, sendo 19,9 milhões de novos casos em 2022.   


Diretor Geral da Servier do Brasil, Mathieu Fitoussi destacou a relevância do Brasil nas pesquisas desenvolvidas a partir de produtos naturais. "O Brasil tem um grande potencial na pesquisa de produtos naturais, e junto à Fiocruz somamos esforços para estabelecer uma cooperação científica para identificar potenciais candidatos a medicamentos inovadores para tratamento do câncer. A parceria voltada para o desenvolvimento conjunto, envolve o intercâmbio de experiências entre as equipes da Fiocruz e Servier".



Autor: Fiocruz 

Fonte: Fiocruz 

Sítio Online da Publicação: Fiocruz 

Data: 27/03/2024

Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/2024/03/fiocruz-e-servier-assinam-acordo-para-pesquisas-com-plantas-em-tratamentos