sexta-feira, 29 de junho de 2018

Novo Atlas Mundial da Desertificação mostra pressão sem precedentes sobre os recursos naturais do planeta

Comissão Europeia

O Atlas fornece a primeira avaliação abrangente e baseada em evidências sobre a degradação da terra em nível global e destaca a urgência de adotar medidas corretivas.

O Atlas fornece exemplos de como a atividade humana leva as espécies à extinção, ameaça a segurança alimentar, intensifica as mudanças climáticas e leva as pessoas a serem deslocadas de suas casas.

As principais conclusões mostram que o crescimento populacional e as mudanças nos nossos padrões de consumo exercem uma pressão sem precedentes sobre os recursos naturais do planeta:

* Mais de 75% da área terrestre do planeta já está degradada e mais de 90% pode ser degradada até 2050.

* Globalmente, uma área total de metade do tamanho da União Europeia (4,18 milhões de km²) é degradada anualmente, sendo a África e a Ásia as mais afetadas.

* Estima-se que o custo econômico da degradação do solo na UE seja da ordem de dezenas de bilhões de euros por ano.

* Estima-se que a degradação da terra e a mudança climática levarão a uma redução do rendimento global das culturas em cerca de 10% até 2050. A maior parte disso ocorrerá na Índia, na China e na África subsaariana, onde a degradação da terra poderia reduzir pela metade a produção agrícola.

* Como conseqüência do desmatamento acelerado, será mais difícil mitigar os efeitos da mudança climática

* Até 2050, calcula-se que até 700 milhões de pessoas tenham sido deslocadas devido a questões ligadas a recursos terrestres escassos. O número pode chegar a 10 bilhões até o final deste século.

Embora a degradação da terra seja um problema global, ela ocorre localmente e requer soluções locais. Maior compromisso e cooperação mais efetiva em nível local são necessários para deter a degradação da terra e a perda de biodiversidade.

Outras expansões agrícolas, uma das principais causas da degradação da terra, poderiam ser limitadas pelo aumento da produtividade nas terras agrícolas existentes, passando-se para dietas baseadas em vegetais, consumindo proteínas animais de fontes sustentáveis e reduzindo a perda e o desperdício de alimentos.

O Atlas oferece uma visão clara das causas subjacentes da degradação em todo o mundo. Ele também contém um grande número de fatos, previsões e conjuntos de dados globais que podem ser usados para identificar processos biofísicos e socioeconômicos importantes que, sozinhos ou combinados, podem levar a um uso insustentável da terra e à degradação da terra.

Na UE, a desertificação afecta 8% do território, particularmente na Europa do Sul, Oriental e Central. Essas regiões – representando cerca de 14 milhões de hectares – mostram alta sensibilidade à desertificação. Treze Estados-Membros declararam-se afectados pela desertificação no âmbito da CNUCD: Bulgária, Croácia, Chipre, Grécia, Hungria, Itália, Letónia, Malta, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia e Espanha. A UE está totalmente empenhada em proteger o solo e promover o uso sustentável do solo e tem em conta estes compromissos ao elaborar propostas sobre energia, agricultura, silvicultura, alterações climáticas, investigação e outras áreas.

Para maiores informações:


World Atlas of Desertification

Novo Atlas Mundial da Desertificação
https://wad.jrc.ec.europa.eu/

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/06/2018



Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 29/06/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/06/29/novo-atlas-mundial-da-desertificacao-mostra-pressao-sem-precedentes-sobre-os-recursos-naturais-do-planeta/

Estudo disponibiliza boas práticas de manejo em aquaponia

Por Cristina Tordin (MTB 28499)
Embrapa Meio Ambiente


Aquaponia – Foto: Julio Queiroz

A aquaponia – integração da aquicultura com a hidroponia – se consolida como uma importante atividade para o agronegócio. Como o sistema tem por base a reciclagem da água, ele minimiza a geração de efluentes ricos em nutrientes e evita, assim, a eutrofização dos corpos d’água.

Embora apresente várias vantagens com relação aos métodos tradicionais, ainda é preciso superar vários gargalos tecnológicos relacionados à sua implantação e funcionamento. Também é necessário aprimorar o entendimento dos processos físicos, químicos e microbiológicos para tratamento, manutenção e monitoramento da qualidade da água, da sanidade dos peixes e das plantas.

Nesse sentido, pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e da Symbiotec Ltda., indicam um conjunto de Boas Práticas de Manejo (BPM), que podem ser aplicadas à produção em múltiplas escalas, assim como em regiões com restrições de água, áreas rurais e periurbanas (Série Documentos, completa em https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1092012/boas-praticas-de-manejo-para-sistemas-de-aquaponia).

O objetivo é promover o aprimoramento do manejo e dos índices de produtividade e sustentabilidade de forma contínua, com base em indicadores de desempenho zootécnico, fitotécnico e econômico.

Entre esses índices, estão a necessidade de manutenção – fator determinante para o sucesso da produção – além da suplementação nutricional para os vegetais cultivados, composição da ração, temperatura e demais parâmetros de qualidade da água.

Conforme o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Julio Queiroz, o indicador econômico é muito importante. “Deve-se observar os valores de mercado praticados, assim como o valor agregado pelo sistema aquapônico. Isso é valido para cada produto de origem animal e vegetal nas suas diferentes fases, como a venda de alevinos ou juvenis de peixes, e, sobretudo de produtos vegetais diferenciados como o baby leaf – hortaliças como alface, agrião e rúcula, entre outras espécies, com folhas ainda não expandidas completamente e colhidas precocemente e microgreens – micro vegetais comestíveis – hortaliças, ervas aromáticas e legumes, que são surpreendentes em termos de sabor e fazem bem à saúde, já que os pequenos vegetais apresentam de quatro a 40 vezes mais nutrientes do que na sua fase final.

Julio explica que uma das primeiras providências é avaliar a eficiência dos filtros, com um teste rápido para determinar a concentração de amônia, nitrito e nitrato na água. A amônia é o principal resíduo do metabolismo dos peixes e da degradação das rações. O seu acúmulo resulta na redução da produção, no aumento do estresse dos peixes e, consequentemente, no aumento da ocorrência de doenças.

Também é necessário analisar a cada quinze dias os compostos nitrogenados – amônia, nitrito e nitrato, e instalar, na medida do possível, sensores de temperatura, pH e oxigênio dissolvido para monitoramento de forma contínua. Se a concentração de nitrato estiver elevada por semanas consecutivas, uma parte da água deverá ser substituída por água limpa.

O conhecimento do potencial do efluente gerado pelos peixes, em relação à concentração de nutrientes exigidos pelas hortaliças, é essencial. A determinação ou o conhecimento da digestibilidade da ração pode facilitar a estimativa da densidade de peixes mais adequada, o que também permite determinar o valor nutricional de dietas, ingredientes dietéticos e quantificar o volume de fezes.

Outros pontos importantes são a estimativa da biomassa inicial de peixes em função da quantidade máxima de plantas que poderá ser cultivada, e a realização de biometria a cada 30 dias com cerca de 5% dos peixes.

Os critérios adotados atualmente, pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) definem que o animal precisa estar: sadio, seguro, saudável, confortável, livre para expressar comportamentos naturais e sem sentimentos negativos. É necessário estar atento às questões éticas dos consumidores, demonstrando a importância da inclusão do bem-estar dos animais.

Um dos aspectos primordiais para nortear o desenvolvimento das BPM deve assegurar um número satisfatório de plantas com padrão mínimo de tamanho, peso e coloração exigido pelo mercado, ou seja, a quantidade de plantas produzidas não deve ser o fator determinante para definir a eficiência de um determinado sistema de hidroponia, mas sim a quantidade de plantas com valor de mercado. Além disso, deve-se observar o tempo gasto para as plantas alcançarem o tamanho comercial e, ainda, a ausência de ocorrência de doenças.

Considerando que nos sistemas de aquaponia a utilização de solução nutritiva é limitada a suplementações pontuais, a adição de pesticidas ou fungicidas químicos não poderá ser feita, de modo que os métodos alternativos devem ser utilizados para controle de doenças.

“É preciso transferir esses conhecimentos por meio da metodologia “fazendo e acompanhando a evolução do sistema”, continua o pesquisador, dessa forma os produtores estarão aptos a construir e reproduzi-los. Isso pode ser feito por meio de cursos, dias-de-campo e workshops, abordando os aspectos teóricos e práticos sobre montagem, instalação, manejo e manutenção, procedimentos para otimizar os índices de produtividade e rentabilidade; aspectos conceituais sobre manejo produtivo e manutenção da qualidade da água, e BPM sobre prevenção de doenças de peixes e das plantas, requisitos mínimos para escolha do local, definição de escala de produção, conceitos fundamentais sobre os sistemas de recirculação, construção e uso dos filtros de decantação e biológicos, controle e manejo alimentar, além de criar oportunidades para trocas de experiências com aqueles que já atuam nesse segmento”.

Boas práticas de manejo para sistemas de aquaponia, de Julio Queiroz, Thiago Freato, da Symbiotec Ltda., Alfredo Luiz, Márcia Ishikawa e Rosa Frighetto.
http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/178041/1/2018DC01.pdf

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/06/2018



Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 29/06/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/06/29/estudo-disponibiliza-boas-praticas-de-manejo-em-aquaponia/

Aplicativo mostra a situação do abastecimento de água e do esgotamento sanitário em todos os municípios do Brasil

Agência Nacional de Águas (ANA)

Disponível para os sistemas Android e IOS, o aplicativo Atlas Água e Esgotos oferece informações sobre coleta e tratamento de esgotos, lançamento da carga orgânica em corpos d’água e sistemas produtores de água para abastecimento em todos os municípios do País




Já é de conhecimento público que o Brasil precisa melhorar os índices de saneamento. Em se tratando de esgotos, por exemplo, apenas 39% da carga orgânica produzida é removida das mais de nove mil toneladas de esgotos gerados pela população urbana diariamente no País. A novidade, porém, é que a partir de agora um novo aplicativo desenvolvido pela Agência Nacional de Águas (ANA) vai permitir que qualquer pessoa com um dispositivo móvel, smartphone ou tablet conectado à internet, conheça em detalhes a situação da coleta e do tratamento dos esgotos, do sistema produtor de água e do manancial que abastece sua cidade. Tudo isso com apenas dois cliques em seu celular.

O aplicativo Atlas Água e Esgoto é compatível com os sistemas Android e IOS e está disponível para download gratuito na Play Store e na App Store. A pesquisa pode ser iniciada pelas informações sobre esgoto ou sobre água. Para facilitar a navegação, quando o GPS do aparelho estiver ativado o app disponibiliza, a partir de um clique na guia “Visão Nacional”, a opção de acesso direto aos dados da cidade onde o usuário se encontra. Outra funcionalidade permite o compartilhamento das informações por meio de mídias sociais, como Facebook, Instagram e WhatsApp.

Sobre a situação dos esgotos, o aplicativo apresenta dados municipais das populações atendidas com coleta e tratamento de esgotos, somente com coleta, sem nenhum dos dois serviços e por fossas sépticas, além da carga de esgotos gerada e a remanescente após o tratamento. Além disso, a ferramenta mostra qual é a capacidade de diluição do principal corpo d’água receptor de esgotos daquele município e o desenho do sistema atual de coleta e tratamento de esgotos da localidade, além das alternativas técnicas e investimentos necessários para assegurar a adequada coleta e tratamento de esgotos em cada município até 2035. Ao selecionar o município é possível ainda acessar o croqui (desenho esquemático) da situação existente e melhorias propostas para sistema de esgotamento sanitário, incluindo o caminho percorrido pelos esgotos, tratados ou não, até os corpos receptores.

Com relação ao abastecimento urbano de água, o aplicativo informa a avaliação da oferta e da demanda de água potável e a necessidade de investimentos para que cada município possa oferecer água suficiente para seus habitantes até 2025. O usuário também encontra imagens que ilustram os sistemas de abastecimento existentes e melhorias propostas pela ANA. Para o Nordeste, também está disponível o nível atual dos cerca de 500 reservatórios que a Agência Nacional de Águas monitora.

“Colocar as informações na palma da mão das pessoas empodera a sociedade que pode reivindicar e mudar essa realidade. Além disso, o aplicativo tem um caráter educativo ao indicar os sistemas produtores e mananciais de abastecimento em cada município, já que provavelmente a maioria dos brasileiros não sabe de onde vem a água que consomem nas cidades”, avalia o diretor de Planejamento de Recursos Hídricos da ANA, Marcelo Cruz.

O aplicativo também dá acesso a um Fale Conosco para que os usuários possam relatar os problemas de sua cidade à Agência Nacional de Águas. “Ao fornecer acesso rápido e consolidado às informações, facilitamos a interlocução da sociedade com os tomadores de decisão, principalmente com os municípios, que possuem a titularidade dos serviços de saneamento na maior parte do Brasil, e com os governos estaduais, titulares dos serviços em várias capitais brasileiras”, reforça Cruz.

O usuário também poderá obter informações com recorte estadual e nacional. Sobre abastecimento urbano de água, o aplicativo oferece a avaliação da oferta de água por região e os dados sobre os tipos de sistemas de abastecimento de água (isolado ou integrado) e sobre os tipos de mananciais usados para captação de água (subterrâneos, superficiais ou mistos).

O aplicativo consolida informações do Brasil inteiro produzidas nos estudos Atlas Esgoto e Atlas Abastecimento Urbano de Águas da ANA e suas informações serão atualizadas ao passo que novos estudos sejam lançados. As informações dos reservatórios são geradas em tempo real por meio do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR) da ANA.

Informações disponíveis:

Esgotos:

– Carga gerada, coletada e tratada;

– Principal corpo d’água que recebe o remanescente da carga orgânica e sua capacidade de diluição;

– População atendida pelos serviços;

– Quanto o município tem que investir para universalizar o tratamento, com diagrama das melhorias necessárias.

– Croqui (desenho esquemático) da situação existente e melhorias propostas para o sistema de esgotamento sanitário de cada sede urbana municipal, incluindo o caminho percorrido pelos esgotos, tratados ou não, até os corpos receptores.

Abastecimento:

– Prestador do Serviço, manancial de abastecimento do município, e sistema produtor de água;

– Se o manancial é suficiente ou o município precisa de uma alternativa;

– Se o sistema produtor de água é satisfatório ou precisa ser ampliado;

– Qual a população projetada para 2025 a ser atendida.

– Croqui (desenho esquemático) do sistema produtor de água de cada sede urbana municipal.

Reservatórios:

Volume de cerca dos 530 reservatórios que a ANA monitora no Nordeste


Onde baixar:

Play Store – para dispositivos Android
https://play.google.com/store/apps/details?id=br.gov.ana.aguaesgotos

App Store – para dispositivos IOS
https://itunes.apple.com/br/app/%C3%A1gua-e-esgotos/id1357265183?mt=8

Outros aplicativos disponíveis gratuitamente são o Hidro NE, com informações sobre o nível dos cerca de 500 reservatórios que a Agência monitora no Nordeste, e o App Monitor de Água, que acompanha a intensidade da seca em todo o Nordeste. Com uma escala indicada por diferentes cores, este app desenvolvido com várias instituições da região mostra no mapa do Nordeste as áreas que passam por seca e sua evolução é classificadas como fraca, moderada, grave, extrema ou excepcional. Ambos também estão disponíveis para sistemas Android e IOS.

Da ANA, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/06/2018



Autor: ANA
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 29/06/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/06/29/aplicativo-mostra-a-situacao-do-abastecimento-de-agua-e-do-esgotamento-sanitario-em-todos-os-municipios-do-brasil/

Alta Fecundidade e Armadilha da Pobreza no Níger, artigo de José Eustáquio Diniz Alves

O Níger é o país que tem a maior taxa de fecundidade total (TFT) e é um dos poucos países que não deu início à transição de um alto número para um baixo número médio de filhos por mulher. A TFT se mantém acima de 7 filhos por mulher entre 1950 e 2015. Uma TFT tão alta gera uma estrutura etária muito rejuvenescida e uma elevada razão de dependência (poucas pessoas, proporcionalmente, em idade produtiva), o que dificulta o aumento da taxa de investimento para a geração de empregos e de riqueza.

O gráfico acima mostra que a renda per capita (em dólares constantes, segundo a “Penn World Table”) do Níger estava em US$ 1.373 em 1960, subiu para o pico de US$ 1.630 em 1965 e caiu continuamente nas décadas seguintes até US$ 890 em 2015. Sem dúvida é impressionante que a renda per capita tenha caído ao longo de 55 anos. O Níger que é muito pobre, está mais pobre do que foi em 1960. Para efeito de comparação, a Tailândia tinha uma renda per capita menor do que a do Níger em 1960, no valor de US$ 1.159. Mas ao longo, dos 55 anos, a renda per capita da Tailândia passou para US$ 14.708 em 2015, dezessete vezes superior à renda do Níger.

Ou seja, o Níger está totalmente preso na “Armadilha da Pobreza”. Isto significa que a população cresce à taxa próxima de 4% ao ano, mas as pessoas não têm acesso à educação, à saúde e ao pleno emprego e trabalho decente. O desperdício do potencial produtivo impede o crescimento econômico e, desta forma, o país fica acorrentado ao ciclo intergeracional da pobreza. Sem crescimento da renda e do bem-estar a TFT não cai e o alto crescimento demográfico passa a demandar recursos que poderiam ir para o aumento do investimento e o “take off” do desenvolvimento.

A Conferência de Bucareste, em 1974, lançou a palavra de ordem: “O desenvolvimento é o melhor contraceptivo”. Mas no caso do Níger, não há desenvolvimento, portanto, não há queda da fecundidade e sem a redução da alta proporção de crianças e jovens não há bônus demográfico e nem a superação da pobreza extrema.

A população do Níger era de 2,5 milhões de habitantes em 1950, passou para 11,4 milhões no ano 2000 e chegou a 21,5 milhões em 2017. Pelas projeções da Divisão de População da ONU, na hipótese média, indicam uma população de 68,5 milhões em 2050 e de 192 milhões em 2100. Mas pela projeção alta, a população do Níger pode chegar a 300 milhões de habitantes, como mostra o gráfico abaixo.





A densidade demográfica era de 2 hab/km2 em 1950, passou para 9 hab/km2 em 2000, para 17 hab/km2 em 2017 e pode chegar a 52,4 hab/km2 em 2050 e a 151,7 hab/km2 em 2100 (para efeito de comparação a densidade demográfica do Brasil era de 25 hab/km2 em 2017 e pode cair para 23 hab/km2 em 2100). O Níger possui uma área de 1.270.000 km², mas cerca de 75% de sua área é composta pelo Deserto do Saara.

Evidentemente, a falta de terras agricultáveis é grave para um país que precisa alimentar sua população, com cerca de 80% vivendo em área rural. O Níger é um dos países mais pobres do mundo e possuía um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de somente 0,353, o penúltimo do ranking de 188 países, só perdendo para República Centro-Africana.

Segundo as projeções da ONU a pirâmide etária (como mostrado nos gráficos abaixo) vai engrossar durante o século XXI, mas mantendo uma estrutura etária jovem, mesmo na hipótese de que a TFT comece a cair no atual quinquênio.





O otimismo da ONU pode não se realizar, pois o Níger é um país sem litoral, situado na região do Sahel, que já enfrenta um grande déficit alimentar e o avanço do deserto. Mais de 1,5 milhão de pessoas no Níger foram afetadas pela fome em 2017. Estima-se que outros 1,5 milhão estejam com insegurança alimentar crônica e outros milhões sofrem de escassez transitória durante a época de escassez. Quase 20% da população não consegue satisfazer suas necessidades alimentares devido a fatores como produção agrícola inadequada e má distribuição.

Em um contexto de desigualdade de gênero generalizada e arraigada, a insegurança alimentar afeta as mulheres de maneira desproporcional, especialmente nas áreas rurais. As disparidades de gênero persistentes continuam a desafiar o desenvolvimento e têm impacto na segurança nutricional. Em torno de 42% das crianças menores de 5 anos sofrem de desnutrição crônica e 10,3% sofrem de desnutrição aguda. As dietas não possuem as vitaminas e minerais necessários. Como resultado, mais de 73% das crianças com menos de 5 anos e quase 46% das mulheres em idade reprodutiva são anêmicas. A situação é desesperadora. Só com ajuda internacional o Níger poderá superar a Armadilha da Pobreza e a queda da TFT é um passo essencial.


José Eustáquio Diniz Alves, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE; Apresenta seus pontos de vista em caráter pessoal. E-mail: jed_alves@yahoo.com.br

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 29/06/2018



Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 29/06/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/06/29/alta-fecundidade-e-armadilha-da-pobreza-no-niger-artigo-de-jose-eustaquio-diniz-alves/

Cidade do Rio de Janeiro tem déficit de habitação social, diz pesquisa*



Embora os aluguéis nem sempre sejam baratos, a maior parte dos cortiços tem condições precárias (Fotos: Divulgação)

A recente revitalização da Zona Portuária do Rio de Janeiro despertou o interesse de pesquisadores sobre os impactos que isso teria sobre a região, uma área com forte densidade de habitações populares. Embora uma das justificativas do projeto fosse a melhora de moradia para a população urbana, chamava atenção o fato de não se mencionar aquelas de interesse social, ou seja, para famílias cuja renda ainda as deixava de fora das políticas de habitação. “Em 2015, quando foi elaborado, pela Prefeitura do Rio de Janeiro, um plano de habitação social com previsão de 10 mil unidades habitacionais, vimos que esse diagnóstico não incorporava os moradores dos cortiços”, diz Orlando Alves dos Santos Júnior, professor do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ippur/UFRJ).

A invisibilidade das habitações de interesse social nos planos governamentais, no entanto, chamou a atenção do sociólogo, doutor em Planejamento Urbano e pesquisador do Observatório das Metrópoles – uma das redes nacionais de pesquisa contemplada no programa Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), parceria do governo federal com agências estaduais de fomento à Ciência e Tecnologia. “Implementado pela Operação Urbana Consorciada Porto Maravilha e gerido pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (CDURP), desde 2009, o projeto de renovação da área portuária em curso vem envolvendo obras e serviços nos 5 milhões de metros quadrados do que é chamado de área de especial interesse urbanístico daquela região, a um custo de R$ 8 bilhões”, explica Santos Junior. Ele ressalta que, ao se analisar as intervenções previstas, constatou-se a ausência de investimentos em habitação, que possibilitem a permanência dos atuais moradores no local, ou a ampliação de moradias voltadas para as classes populares. “Em outras palavras, apesar do aumento populacional e do adensamento demográfico previstos para a região – os bairros de Santo Cristo, Gamboa, Saúde e partes do Centro da cidade –, que, segundo os cálculos da prefeitura, passaria dos atuais 32 mil para 100 mil habitantes até 2020, não há recursos públicos sendo investidos em habitação”, critica o pesquisador.

A ausência de políticas e de investimentos em habitação de interesse social fez com que diversas organizações populares pressionassem a Prefeitura Municipal e a CDURP. “Incorporando a reivindicação dos movimentos populares, o Ministério das Cidades emitiu, em dezembro de 2014, uma instrução normativa sobre operações urbanas que fazem uso de recursos do FGTS [Fundo de Garantia por Tempo de Serviço], nas quais se exige como contrapartida a elaboração de planos de habitação de interesse social no âmbito dos projetos de intervenção urbana”, explica Santos Junior. Em decorrência dessa instrução normativa, a Prefeitura do Rio constituiu, por decreto, um grupo de trabalho institucional com a tarefa de coordenar a elaboração de um plano para a área portuária. Isso acabou resultando, durante 2015, em audiências públicas e em uma conferência municipal voltada para a discussão e aprovação do plano de habitação de interesse social para aquela área.

“Entretanto, apesar de ser de conhecimento geral a existência de cortiços naquela área, o diagnóstico realizado para subsidiar a elaboração do plano não menciona nada sobre essa forma de moradia. Apesar de todos os indícios de essa ser uma expressiva e disseminada forma de moradia naquela região, surpreende igualmente não existirem nos órgãos públicos quaisquer informações oficiais sobre os cortiços”, argumenta o pesquisador. Para Santos Junior, já que sua existência não é reconhecida nos diagnósticos oficiais, também não são discutidas propostas de políticas públicas voltadas para o assunto.

Essa constatação levou os pesquisadores a traçar uma estratégia: mapear essa população que parecia invisível às iniciativas governamentais. Dimensionar o número dessas famílias seria, para eles, uma maneira de tornar concreto o problema e pressionar as autoridades para solucioná-lo. Surgiu assim o projeto Prata Preta, unindo pesquisadores da universidade e organizações do movimento social. “Precisamos pensar políticas públicas que invistam em moradias dignas para essa parcela da população”, ressalta Santos Junior.

A equipe foi a campo, disposta a colocar a questão em números. O mapeamento seria feito em três etapas: a região do Porto Maravilha; em seguida a área que vai do Saara, centro de comércio popular da cidade, até a Lapa; e, por último, a região que se estende até a Cidade Nova. “Palmilhamos, rua por rua, toda a área portuária e chegamos a um número bastante exato. Apesar de os cortiços procurarem manter a invisibilidade, por trás das fachadas de pensões, hotéis modestos e casarões antigos, em geral sem qualquer pista de que se trata de habitações coletivas e permanentes, fizemos um levantamento cuidadoso e vimos que, na região portuária, onde vivem 30 mil pessoas, existem 54 cortiços, abrigando 1.100 moradores”, afirma o pesquisador.

O levantamento revelou que, desse total, uma parte significativa, ou seja, 20%, são constituídos por famílias com crianças. “O que pode ser um problema, especialmente se constatarmos que dos 54 cortiços, apenas 10%, o que equivale dizer cinco deles, mantêm boas condições de habitação. Outros 24 têm condições regulares e, nos restantes 19, a situação é inadequada”, diz Santos Junior.

Como a equipe observou, essa população também vive em condições extremamente vulneráveis de permanência, já que não há contratos de locação e um número significativo dessas moradias é controlado por traficantes de drogas ou por milicianos. “Esse interesse do crime organizado é facilmente explicável. Afinal, trata-se de um ótimo negócio, bastante lucrativo. Como acontece na grande maioria, não há necessidade de investimentos – ou de investimentos mínimos de manutenção –, apenas o controle para receber no final de cada mês”, diz o professor do Ippur/UFRJ.

E, ao contrário do que se possa pensar, morar em cortiço não é exatamente barato, mas algo pelo qual se paga de R$ 150 a R$ 800 mensais. Para o proprietário, bastam apenas dez quartos para que no fim do mês se conte com uma renda entre R$ 1.500 a R$ 8 mil. “Obviamente, o preço varia muito de acordo com as condições encontradas. Vimos lugares extremamente insalubres, em que os quartos não têm janelas e mais de vinte pessoas dividem apenas um banheiro precário. Mas também há lugares com quartos arejados, alguns até com banheiro individual, mas cujo preço pode chegar aos R$ 800.”


Para Orlando Alves dos Santos Junior, falta uma política habitacional que inclua moradias de interesse social


Por outro lado, de acordo com o mapeamento, o perfil do morador do cortiço é também bastante heterogêneo. Há desde famílias com filhos, imigrantes sem documentação legal, em geral latinos e africanos, para quem os cortiços garantem uma conveniente invisibilidade, e muitos vendedores ambulantes, para quem é fundamental manter-se nas proximidades do Centro, onde trabalham. “Por tudo isso, não é uma população fácil de se contatar. Mas pretendemos discutir com eles as demandas que gostariam de ver incorporadas ao projeto de moradia popular da Secretaria Municipal de Habitação e cobrar do poder público sua retomada, já que atualmente ele se encontra parado. E, além disso, acompanhar todo o processo”, garante Santos Junior.

Dessas discussões, há problemas a serem levantados, na busca de soluções. Como é grande o número de camelôs entre eles, por exemplo, a questão de lugares adequados para guardar a mercadoria é fundamental. Da mesma maneira, para as mulheres que precisam trabalhar, creches onde deixar os filhos é o primeiro ponto a ser discutido. Por isso mesmo, a pesquisa vai incorporar um recorte por gênero, assim como por atividade. “O importante é discutir tudo isso com os principais atores envolvidos, e monitorar de perto todo o processo”, diz o pesquisador. E complementa: “Afinal, é preciso pensar em moradia digna para todas as camadas da população.”

Poucas moradias e população
em franco crescimento

Já no início do século XIX, mais precisamente a partir de 1808, a vinda da família real portuguesa para o Rio de Janeiro acrescentou cerca de 15 mil novos moradores ao espaço urbano já habitado por perto de 50 mil pessoas. Por outro lado, a abertura dos portos foi mais um fator que contribuiu para intensificar as ondas migratórias e trazer novos habitantes à corte do império brasileiro. Como resultado, apenas duas décadas mais tarde, em 1822, a população havia dobrado para cerca de 100 mil habitantes, chegando a 135 mil em 1840.

A abolição da escravatura foi outro fator a contribuir para o crescimento da população urbana, com a chegada, a partir de 1888, de levas de escravos alforriados do interior do estado, particularmente da zona cafeeira, em busca de oportunidades de trabalho. Somem-se a eles os milhares de imigrantes europeus, cuja vinda para o País foi incentivada pelo império, como forma de substituir a mão de obra escrava e, principalmente, para “branquear” a população.

O fato é que de 266 mil, em 1872, o número de habitantes passou a 522 mil, em 1890. Adensamento populacional que se acentuou durante a última década do século, quando a chegada de mais 200 mil estrangeiros trouxe novo acréscimo à população. Como a construção de moradias, sobretudo as populares, não acompanhava esse rápido crescimento, inflava-se o número de habitantes dos cortiços, onde, à época, viviam cerca de 100 mil pessoas.

Na contramão de todo esse movimento, o discurso higienista então em voga condenava essas habitações, vistas como foco de marginalidade e, o que era pior, das epidemias que volta e meia assolavam a capital do império. Do mesmo modo, a reforma urbana procurava restringir a área central da cidade às atividades de comércio e serviços, removendo dali as moradias populares. Nesse sentido, a erradicação dos cortiços era um dos pontos centrais desse discurso.

O mais emblemático deles, chamado de “Cabeça de Porco”, cidadela que, nas imediações da região da Central do Brasil, abrigava, segundo se dizia, perto de quatro mil pessoas, foi demolido em apenas um dia. Para tanto, a municipalidade montou uma verdadeira estrutura de guerra, contando com a ajuda da cavalaria, policiais, funcionários da Higiene Pública e da prefeitura. O pretexto para sua demolição seria a construção de um túnel, perfurando o morro do Livramento, que teria lugar naquele espaço. Os moradores, prometia-se, seriam transferidos para vilas operárias que, como contrapartida, seriam erguidas nos subúrbios. As obras do túnel, no entanto, só foram finalizadas trinta anos mais tarde. E, apesar das promessas, o número de vilas populares efetivamente construídas foi irrisório para dar conta da população removida.

No meio de toda essa história, quem foi Prata Preta? Como informa Santos Junior, esse foi o apelido de Horácio José da Silva, estivador e capoeirista famoso que, durante a Revolta da Vacina, liderou mais de 2 mil revoltosos na região da Saúde e da Gamboa. Preso após a derrota da revolta, Prata Preta foi deportado para o Acre e dele não se teve mais notícias. Mas foi o nome desse personagem pouco conhecido, e um tanto à margem da história oficial, que os pesquisadores escolheram para batizar o projeto.

* Reportagem originalmente publicada na revista Rio Pesquisa Nº 38 (março de 2017)



Autor: Vilma Homero
Fonte: Faperj
Sítio Online da Publicação: Faperj
Data de Publicação: 28/06/2018
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=3587.2.0

FAPERJ lança a quarta edição do Programa Startup Rio

A FAPERJ divulgou nesta quinta-feira, 28 de junho, o lançamento da quarta edição do programa Startup Rio, criado pela Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social (Sectids) e desenvolvido em parceria com a FAPERJ. Por meio do edital Startup Rio 2019: Apoio à Difusão de Ambiente de Inovação em Tecnologia Digital no Estado do Rio de Janeiro, o estado selecionará até 130 propostas de start-ups fluminenses, sediadas no Estado do Rio de Janeiro, que contemplem os segmentos de Games e Serviços de Internet, Aplicativos para Internet, Tecnologias Sustentáveis e Mídias Digitais, com foco na convergência digital, uso da Internet das Coisas e de aplicações para cidades inteligentes. Os interessados podem fazer suas inscrições até o dia 27 de agosto de 2018. Os recursos alocados para financiamento do edital serão, ao todo, da ordem de até R$ 6.720.000,00.

O Programa tem como objetivo fomentar o desenvolvimento com qualidade do ecossistema de empreendedorismo digital no Estado do Rio de Janeiro, criando uma massa de protótipos e empreendedores que possam ser validados e apropriados pelo mercado, com fundamento no incentivo a ideias que podem vir a se tornar empresas nascentes de base tecnológica, visando transformar o Estado do Rio de Janeiro num ambiente propício e atrativo para o desenvolvimento de todo o ecossistema relacionado ao empreendedorismo digital.

Serão selecionadas pelo edital até 100 propostas para participação do Programa na cidade do Rio de Janeiro; até 15 propostas de proponentes residentes na Região Serrana para participação do Programa na cidade de Petrópolis; e até 15 propostas de proponentes residentes na Região Sul Fluminense para participação do Programa na própria região, dos quais, após oito semanas de participação no projeto, serão selecionados 50 dos participantes do Rio de Janeiro, 10 da Região Serrana e 10 da Região Sul Fluminense, para receberem, cada um, recursos financeiros de até R$ 96.000,00.

O principal diferencial do Startup Rio, em relação a editais lançados por outras instituições e voltados à promoção das startups – as jovens empresas nascentes de base tecnológica –, é priorizar pessoas físicas com boas ideias. “O principal diferencial do Programa é o fato de o proponente ser a pessoa física, de posse de uma criação, ou seja, alguém avaliado como sendo capaz de vir a criar uma startup e que, para tanto, receberá capacitação adequada e recursos financeiros, diferente de diversos outros programas, que recebem empresas, com CNPJ, já existentes há algum tempo e, preferencialmente, já tendo recebido algum investimento. Ou seja, o Programa Startup Rio acelera o início da criação e validação das startups pelo seu mercado. Damos oportunidades a pessoas físicas que tenham boas ideias, e suporte para que elas transformem essas ideias em pessoas jurídicas”, disse o assessor da Diretoria de Tecnologia da FAPERJ e coordenador do projeto Startup Rio, Marcos Neme. No Rio, o programa possui espaços de coworking em sua sede situada na Rua do Catete 243, na Zona Sul da cidade.

O proponente elegível para participação no programa é a pessoa natural, não ocupante de cargo efetivo, cargo militar ou emprego público, que seja inventor, obtentor ou autor de criação que, com o apoio de sua equipe (com até duas pessoas, além do proponente), poderá se constituir como startup nos segmentos de Games e Serviços de Internet, Aplicativos para Internet, Tecnologias Sustentáveis e Mídias Digitais, com foco na convergência digital, uso da Internet das Coisas e de aplicações para cidades inteligentes, sediadas no Estado do Rio de Janeiro.

A seleção dos projetos, que deverão ser cadastrados no SisFAPERJ, se dará por um Comitê de Seleção, designado pela diretoria da FAPERJ em conjunto com a Sectids, que analisará os seguintes aspectos dos projetos, conforme definido no edital: adesão aos termos do edital; relevância da proposta para a Difusão do Ambiente de Inovação em Tecnologia Digital no Estado do Rio de Janeiro; o mérito do projeto e a relevância das ações propostas em relação à diferenciação, originalidade, fatores de inovação do produto/serviço e potencialidades do mercado, escalabilidade e aplicabilidade; o detalhamento do negócio, incluindo planejamento e orçamento; a clareza na definição das metas a serem atingidas; e o currículo do proponente e de cada um dos demais membros da equipe.

Será considerada a relevância da proposta para a Difusão do Ambiente de Inovação em Tecnologia Digital no Estado do Rio de Janeiro, nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, Energia, Saúde, Educação, Transporte, Segurança e Economia Criativa (turismo, esporte, cultura, lazer, design, arquitetura, games, artes, moda, música, literatura), principalmente no desenvolvimento de soluções utilizando a Internet das Coisas para a promoção de cidades inteligentes tais como: vendas e reposição proativa e melhoria de serviços; melhoria do conhecimento de clientes; gerenciamento do consumo de energia; serviços de transporte (parquímetros e pontos de ônibus inteligentes); fomento da utilização de dados públicos em benefício da sociedade; e desenvolvimento de aplicações da tecnologia da informação à área médica; coletando e organizando dados de dispositivos conectados e de tecnologia vestível (wearable technology).

O Startup Rio 2018 terá duas fases. Na primeira, as propostas selecionadas participam do Programa Avançado de Formação Empreendedora (Pafe). Neste período, com duração de oito semanas, os empreendedores têm acesso a treinamentos, consultorias e atividades afins de nivelamento, técnicas de gestão, validação da ideia e construção de plano de negócios. Depois de avaliados, até 70 projetos selecionados seguem para a fase 2, quando recebem os recursos financeiros no valor de até R$ 96 mil, além de supervisão dos projetos pela equipe do Startup Rio, serviços de mentoria e treinamento em desenvolvimento de produto, técnicas de vendas, construção de protótipo e gestão de empresas. Esta segunda fase dura 13 meses e tem carga horária obrigatória mínima de 20 horas semanais, a ser cumprida por pelo menos um membro de cada equipe.

Cada projeto deverá apresentar uma equipe responsável, constituída por até três pessoas, incluindo o coordenador do grupo, que será o proponente. O Startup Rio conta com diversos apoiadores, entre eles o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Sociedade Núcleo de Apoio à Produção e Exportação de software do Rio de Janeiro (Riosoft), a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-RJ), Microsoft, Google, Amazon Web Services (AWS), Oi, Oracle e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). As três edições do programa receberam 127 projetos em sua primeira fase, das quais foram selecionadas 90 para receber os recursos financeiros e participarem das fases seguintes.

Confira a íntegra do edital StartUp Rio 2019: Apoio à Difusão de Ambiente de Inovação em Tecnologia Digital no Estado do Rio de Janeiro




Autor: Faperj
Fonte: Faperj
Sítio Online da Publicação: Faperj
Data de Publicação: 28/06/2018
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=3588.2.5

5 dicas para se preparar para entrevistas de emprego em inglês


Supervisora de três unidades da Wizard separa dicas para mandar bem no próximo teste

No momento da entrevista de emprego em inglês, o nervosismo pode prejudicar o desempenho do candidato no teste e criar um certo bloqueio. Para evitar esse problema para quem busca uma colocação no mercado de trabalho, a supervisora geral das unidades Vila Carrão, Shopping Aricanduva e Vila Matilde da Wizard, Giovana Morais, separou dicas para candidatos se saírem melhor na próxima entrevista de emprego em inglês.

Além das dicas listadas abaixo, Giovana alerta que para “não dar branco”, é necessário estudar em casa e se preparar para os diálogos com o recrutador. É recomendado, ainda, ler a versão em inglês do site da empresa e se familiarizar com as expressões utilizadas na página. “Hoje, uma entrevista de emprego em inglês é algo bem amplo, já que as empresas querem testar o candidato de forma natural, com situações do cotidiano e não mais com frases prontas”, ressalta.
1. Estudar

Essa etapa é fundamental, segundo a especialista. ​”Em todas as nossas aulas​, proporcionamos aos alunos um aprendizado de forma que eles aprimorem as suas habilidades para uma excelente conversação e​, na medida ​em que as aulas vão evoluindo, seu domínio do idioma fica cada vez melhor”, afirmou.
2. Filmes e séries

​A​ssista a filmes e séries em inglês sem legenda. Segundo ela, não se deve colocar legenda em português se o candidato deseja aprimorar o inglês, pois essa prática apenas vai retardar o aprendizado e minar a atenção para a língua falada.

“Quando assistimos filmes em inglês ou em qualquer outro idioma que não seja o nosso​,​ com a legenda em português, havendo raríssimas exceções, a tendência é olharmos o tempo todo para a legenda, esquecendo-se completamente de voltar nossa atenção para o áudio do filme. É muito importante, para quem deseja adquirir fluência no inglês, ter conhecimento da língua falada.”
3. Músicas

C​om as músicas, já é um processo diferente em relação aos filmes e séries, pois, para melhor aprender com as canções, o melhor mesmo é ouvi-las seguindo suas respectivas letras. Por que isso é importante? Porque ajuda a adquirir maior vocabulário e, ao mesmo tempo, proporciona familiaridade com as palavras conhecidas.

Ouvir músicas em inglês com a letra permite melhorar pronúncia e perceber melhor as palavras, conhecendo sua escrita e pronúncia ao mesmo tempo. Muitas vezes, uma pessoa canta sem a letra e nem percebe o que está sendo dito, apenas se deixa levar pela melodia e, quando percebe, passou o dia todo ouvindo música, mas não se lembra da letra.
4. Rádio

O​uvir as rádios das cidades de países que falam a língua inglesa pode ser uma enorme ajuda para quem está aprendendo inglês. Com o rádio, tudo flui de maneira real e espontânea. Assim, na rádio, encontramos o idioma livre de qualquer edição, aquele inglês vivido pelas pessoas que o usam naturalmente todos os dias.
5. A palavra de ordem é

​D​isposição. Não permita que a preguiça de aprender um novo idioma bata na porta; e se ela bater, não abra. O que todo estudante deve ter em mente é que ele é o maior responsável pelo seu sucesso. Logo, não dá para ficar parado, alerta ela. Interaja sempre com pessoas que possuem o mesmo interesse pela língua, pois isso o ajudará a não perder a vontade de concluir os planos no aprendizado. Busque, estude, concentre-se e permita que todo seu potencial seja liberado para o aprendizado e fluência na língua.




Autor: It Forum365
Fonte: It Forum365
Sítio Online da Publicação: It Forum365
Data de Publicação: 26/06/2018
Publicação Original: https://www.itforum365.com.br/carreira/5-dicas-para-se-preparar-para-entrevistas-de-emprego-em-ingles/

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Dados do Inpe revelam que queimadas em áreas florestais e de lavoura aumentam 52% este ano

Desde o início do ano, foram registrados cerca de 216 mil focos de incêndios em áreas florestais e de lavoura em todo o país, de acordo com informação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Com isso, o número de focos de incêndio entre janeiro e junho deste ano já é 52% maior do que o registrado no mesmo período de 2017.

Os três estados com o maior número de queimadas são Roraima, Mato Grosso e Tocantins. Juntos, eles somam cerca de 55% dos focos de incêndio registrados em todo o Brasil neste período.


Os incêndios em áreas florestais e de lavoura já são 216 mil em todo o país (Jose Cruz/Agência Brasil)

Uma das causas do aumento no número de queimadas em áreas florestais e de lavoura pode ser o maior tempo de estiagem em 2018. Mas bombeiros e especialistas também chamam a atenção para o desmatamento e para a degradação ambiental como fatores responsáveis pela ampliação dos focos de incêndio.

Rodrigo Maciel, coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil de Roraima, líder em número de incêndios florestais este ano, afirma que o estado agora passa por um período de chuvas, mas as consequências das queimadas ainda podem ser percebidas, especialmente nas áreas florestais.

“A vegetação florestal depois que você perde ela pela ação do fogo, demora alguns anos para se recuperar. A gente vê isso em algumas serras aqui próximo, que tem a vegetação de floresta densa e, por conta do fogo, parte dela que foi queimada destoa visualmente da parte que está conservada”, afirmou.

Para tirar Roraima do topo de lista dos focos de incêndio, o Corpo de Bombeiros faz agora uma campanha permanente de combate às queimadas. Já o Inpe investiga práticas que influenciam desmatamento na Amazônia. A Floresta Amazônica concentra mais da metade da biodiversidade da Terra, além de um terço das florestas tropicais do planeta.

Por Juliana Cézar Nunes, da Rádio Nacional, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/06/2018




Autor: Juliana Cézar Nunes
Fonte: Rádio Nacional
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 28/06/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/06/28/dados-do-inpe-revelam-que-queimadas-em-areas-florestais-e-de-lavoura-aumentam-52-este-ano/

INPE divulga dados sobre o desmatamento do bioma Cerrado

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apresenta resultados do PRODES Cerrado, que mapeia o desmatamento em toda a extensão deste bioma. Este projeto construiu uma séria histórica bienal para o período de período 2000 a 2012 e anual para os anos de 2013 a 2017.

O PRODES Cerrado recebeu investimentos do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), Ministério do Meio Ambiente (MMA) e Programa de Investimento Florestal (FIP), administrado pelo Banco Mundial, além das agências alemãs Kreditanstalt für Wiederaufbau (KfW), Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) administrado pela Caixa Econômica Federal. Além destas instituições, o projeto também se beneficiou de recursos do governo britânico através de sua agência Department of Environment, Food and Rural Affairs (DEFRA).

Em particular, os dados produzidos do PRODES Cerrado nos anos de 2016 e 2017 são resultados do projeto “Desenvolvimento de Sistemas de Prevenção de Incêndios Florestais e Monitoramento da Cobertura Vegetal do Cerrado Brasileiro”, financiado pelo Programa de Investimento Florestal (FIP), administrado pelo Banco Mundial. O projeto é coordenado pelo MCTIC e o INPE é responsável pelas atividades de monitoramento da cobertura vegetal do Cerrado. Estão previstos também no projeto os mapeamentos anuais para os anos de 2018 e 2019.

O bioma Cerrado, definido pelo Mapa dos Biomas Brasileiros do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2004, possui 2.036.448 km2 de extensão. Esse bioma corresponde a 24% do território brasileiro e abrange os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia Paraná e São Paulo. Somados aos dados já produzidos pelo INPE para a Amazônia, este novo monitoramento da cobertura do Cerrado, usando imagens de satélites de observação da Terra, garantirá uma base de informações sobre o desmatamento em áreas de vegetação natural de 73% do território brasileiro.

O PRODES Cerrado considera como desmatamento a remoção completa da cobertura vegetal natural do bioma, independentemente da utilização subsequente destas áreas. São cartografadas e quantificadas as áreas desmatadas maiores que um hectare, usando 118 imagens satélites da classe Landsat (resolução espacial de 30 metros) a cada ano do período analisado.

A tabela abaixo mostra a extensão da área desmatada no Bioma Cerrado, por ano, desde 2001 a 2017, ou seja, inclui toda a série histórica desse dado gerado pelo INPE. Os resultados do biênio 2016-2017 mostram uma redução de 38% na extensão da área desmatada em relação ao desmatamento medido no biênio 2014-2015. Na coluna “Polígonos > 6,25 ha” é mostrada a extensão da área desmatada por ano, considerando somente os polígonos de áreas maiores que 6,25 hectares, para manter uma consistência com a série histórica produzida pelo PRODES Amazônia que considera essa área mínima de mapeamento. Para os biênios 2001-2002, 2003-2004, 2005-2006, 2007-2008, 2009-2010 e 2011-2012, foi feito um mapeamento, e atribuiu-se a cada um dos anos a metade do incremento do respectivo biênio. Para o período compreendido entre 2013 e 2017 o mapeamento foi anual. A extensão do desmatamento para o ano de 2013 inclui resíduos de anos anteriores que somam 1928 km2 (menos de 1%). Posteriormente esses polígonos residuais serão reanalisados e atribuídos ao ano em que foram desmatados. A Tabela 2 mostra a extensão de área desmatada por ano e por estado.

Extensão da área desmatada no Bioma Cerrado de 2001 a 2017

Ano
Área (km2)
Todos polígonosPolígonos 6,25 ha
2001
2949527663
2002
2949527663
2003
2899226489
2004
2899226489
2005
1764415837
2006
1764415837
2007
1488513272
2008
1488513272
2009
100558765
2010
100558765
2011
94918710
2012
94918710
2013
1425011778
2014
107619003
2015
1188110064
2016
67775960
2017
74086397



A figura abaixo mostra uma comparação gráfica entre a extensão da área desmatada ao longo desse período, considerando a área calculada a partir de todos polígonos e a calculada considerando apenas os polígonos de área maior que 6,25 hectares.

Comparativo gráfico do desmatamento no Bioma Cerrado por ano

Incremento anual da área desmatada por estados (em km2)

BA
DF
GO
MA
MG
MS
ANO1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha
200122882155121066126176230220286466603328272719
200222882155121066126176230220286466603328272719
200327132541827462175482240620714777425723672193
200427132541827462175482240620714777425723672193
200518061654272124652140231520572807243715931373
200618061654272124652140231520572807243715931373
200720191822108149812403813346721591837790679
200820191822108149812403813346721591837790679
2009121110881211145112111756146413581153517456
2010121110881211145112111756146413581153517456
201115191460649578361427123414651304392354
201215191460649578361427123414651304392354
2013164913732417192314491648136222321640610447
20141071962201311859141840140419661504281227
201513431206531240935175014271240895632526
2016781714326475471209961329260337284
20177767226483869714541116513378286254
MT
PI
PR
RO
SP
TO
ANO1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha1ha6,25ha
2001534651914834212924383818413829092729
2002534651914834212924383818413829092729
200359755756112310531612434321316130592845
200459755756112310531612434321316130592845
20052769262197791928160021913826382460
20062769262197791928160021913826382460
2007213519846405833200564017621609
2008213519846405833200564017621609
20091002916832784211800793818171626
20101002916832784211800793818171626
201110289639389062111241517341633
201210289639389062111241517341633
201318911694120211206311864229782631
20141007938108710018700522622432008
2015174515548057427500281130862760
20161176110270466132103215841424
20171252118559154322004116861496

Além das tabelas que consolidam os valores de área desmatada, o INPE também disponibiliza os dados espacializados na página www.dpi.inpe.br/fipcerrado. Esse portal também apresenta um ambiente de consultas prontas sobre esses dados para internet. O portal permite ainda a descarga dos mapas e dos dados tabulares.

Em paralelo, o INPE trabalha no desenvolvimento e operacionalização de um sistema de produção de alertas diários de alteração na vegetação natural chamado de DETER Cerrado. Os alertas devem orientar a fiscalização e o controle do desmatamento nesse bioma. O DETER Cerrado usará imagens do sensor WFI a bordo do satélite sino-brasileiro CBERS-4 e fornecerá alertas de desmatamentos maiores que três hectares. Este sistema entrará em operação no início do segundo semestre de 2018.

Mais informações: www.dpi.inpe.br/fipcerrado

Do INPE, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/06/2018




Autor: INPE
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 28/06/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/06/28/inpe-divulga-dados-sobre-o-desmatamento-do-bioma-cerrado/