quinta-feira, 30 de maio de 2024

Aplicativo desenvolvido na Uerj aproxima produtores e consumidores de água de reúso no Rio de Janeiro



As empresas que utilizam água de reúso em seus processos e atividades poderão contar, em breve, com uma ferramenta que visa aproximar produtores e consumidores desse tipo de produto. Pesquisadores do Departamento de Engenharia Sanitária e Meio Ambiente (Desma), da Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), desenvolveram um aplicativo para gestão e comercialização de água regenerada. A equipe, que contou com apoio da FAPERJ, acabou de concluir um protótipo do app, batizado de Reusa, que será testado por uma concessionária de saneamento que atua no Rio de Janeiro. 

A água de reúso é resultado de processos de tratamento realizados pelas Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e pode ser utilizada para combate a incêndios, geração de energia, irrigação, limpeza de logradouros públicos, atividades industriais ou outras finalidades menos nobres, que não necessitem de água potável. Além de ter um custo menor do que a água convencional, ela é uma alternativa para conservação dos recursos hídricos e uma opção para períodos de escassez.  

A ideia do aplicativo surgiu durante as atividades realizadas no Laboratório de Engenharia Sanitária (LES) da Uerj e de dissertações e TCCs que tinham como tema o reaproveitamento de efluentes para várias finalidades. “A proposta era estimular o reúso e um dos obstáculos para que isso aconteça é a falta de conexão entre vendedores e compradores”, explica Marcelo Obraczka, professor do Desma e um dos criadores do app. Também participaram da equipe, os professores Ian Andrade e Alfredo Akira Ohnuma Jr, e o engenheiro André Alcantara de Faria, que na época fazia mestrado e era orientando de Obraczka.

“O Reusa vai funcionar como uma espécie de marketplace. Ele é dotado de um sistema de georreferenciamento, por meio do qual as empresas interessadas poderão saber, em tempo real, o tipo de água de reúso disponível, o volume em estoque, o preço cobrado pela concessionária e a localização das ETEs onde a água de reúso estará disponível”, explica Obraczka, doutor em Planejamento Energético e Ambiental pela Coppe/UFRJ.


Autor: Faperj 
Fonte: Faperj 
Sítio Online da Publicação: Faperj 
Data: 29/05/2024
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=557.7.0 

terça-feira, 28 de maio de 2024

Terapia à base de luz reduz resistência de bactéria a antibióticos




 – Como tem sido cada vez mais difícil desenvolver antibióticos capazes de debelar bactérias resistentes, especialmente as que atingem o aparelho respiratório, o caminho trilhado por um grupo de cientistas foi o de tentar enfraquecê-las para que as substâncias disponíveis para o tratamento tenham mais eficácia. E ele se mostrou promissor.

Pesquisa publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) aponta que a inativação fotodinâmica (PDI, na sigla em inglês para photodynamic inactivation) apresentou característica inovadora ao modificar o grau de sensibilidade bacteriana aos antibióticos de acordo com as dosagens, reduzindo a resistência e a persistência dos microrganismos.

O grupo, liderado pelo físico e engenheiro de materiais Vanderlei Salvador Bagnato, trabalhou com Staphylococcus aureus – bactérias que podem causar desde infecções cutâneas até pneumonia – encontradas em material coletado de pacientes. Ficou demonstrado que o efeito da ação fotodinâmica “quebrou” a resistência dessas bactérias após a aplicação de cinco ciclos de PDI.

A fotodinâmica utiliza luz e um fotossensibilizador que, em contato com a luminosidade, ganha energia e inicia uma série de reações com o oxigênio no local, causando oxidação e destruindo o microrganismo ou diminuindo sua resistência aos antibióticos.

Os pesquisadores usaram a curcumina (com dosagem de 10 microgramas/ml) como fotossensibilizador e trabalharam com os antibióticos amoxicilina, eritromicina e gentamicina. Depois das cinco aplicações da inativação fotodinâmica, detectaram que a Staphylococcus aureus ficou mais suscetível aos efeitos da gentamicina, apesar de outros dois antibióticos também terem se mostrado eficazes no “ataque” ao microrganismo após as sessões.


Autor: FAPESP 
Fonte: FAPESP 
Sítio Online da Publicação: FAPESP 
Data: 28/05/2024