Canabidiol inspira novas moléculas para combater a Covid-19


Graziella dos Reis Rosa Franco, elegeu o canabidiol como foco de estudo em 2017. Naquela época o canabidiol era utilizado principalmente para distúrbios de ansiedade, depressão e epilepsia. Mas não apenas o uso era restrito como as pesquisas eram proibidas. “Para fugir da proibição, passamos a planejar e desenvolver moléculas com similaridade estrutural ao canabidiol”, esclarece o professor que, posteriormente, orientando a aluna já no doutorado, confirmou as propriedades anti-inflamatórias destes novos análogos sintéticos do canabidiol.

 

“Nosso protótipo de candidato a fármaco foi protegido por patente para que a descoberta não seja apropriada por outros países”, afirma Viegas Jr. que, como toda a equipe envolvida no projeto, que foi prorrogado pela FAPERJ até julho, espera que o resultado atraia o interesse da indústria farmacêutica para estabelecer parceria e dar continuidade aos ensaios pré-clínicos. “Até mesmo porque o mais difícil já foi feito, agora resta o mais dispendioso, e que a Universidade não tem vocação e recursos para conduzir”, alega.



Autor: FAPERJ 

Fonte: FAPERJ 

Sítio Online da Publicação: FAPERJ 

Data: 27/06/2024

Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=577.7.5

Tecnologia nacional cria teste rápido para detectar água contaminada


Fibra óptica do sensor utilizado para detectar contaminação por coliformes fecais na água funciona de forma semelhante àquelas usadas nas telecomunicações. Usando nanopartículas de ouro, anticorpos específicos são fixados na superfície da fibra, que capturam as bactérias de Escherichia coli que possam estar presentes na água (Foto: Divulgação)

Pesquisadores brasileiros desenvolveram sensor de fibra óptica nano-bio-tecnológico inovador, capaz de detectar contaminação por coliformes fecais na água em apenas 20 minutos. Os atuais processos envolvem várias etapas laboratoriais que podem levar até dois dias para fornecer resultados. A nova tecnologia se destaca pela rapidez e sensibilidade dos resultados, baixo custo, capacidade de miniaturização e facilidade de fabricação. O estudo, coordenado pelo professor Marcelo Werneck, do Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), foi publicado recentemente na revista Polymers.

Iniciativas como essa são cada vez mais importantes em um mundo onde as fontes de água limpa estão se tornando escassas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 27% da população mundial não tinham acesso a serviços de água potável segura em 2022. No Brasil, cerca de 34 milhões de pessoas (16% da população) não têm acesso à água tratada em casa, segundo o Instituto Trata Brasil. Além disso, a presença de água tratada não garante sua qualidade, pois ainda podem ocorrer problemas de contaminação nos sistemas de abastecimento.

Como funciona

Werneck explica que a fibra óptica do sensor funciona de forma semelhante às usadas nas telecomunicações. “Porém, em vez de feixes de sílica, nós usamos fibras ópticas plásticas POF (da sigla em inglês, plastic optical fiber), que são mais baratas e mais fáceis de manipular”. Elas transmitem feixes de luz de uma extremidade à outra dentro do dispositivo e, qualquer alteração na superfície da fibra afeta a intensidade de luz recebida na outra extremidade do sensor, permitindo a detecção de alterações microscópicas, como a causada por bactérias.

A professora Regina Célia Allil, também da Coppe/UFRJ, faz parte do projeto e explica que, para a detecção de microrganismos, anticorpos específicos são fixados na superfície da fibra, usando nanopartículas de ouro. "Esses anticorpos capturam as bactérias de Escherichia coli que possam estar presentes na água. A nanotecnologia permite melhorar, consideravelmente, a aderência da armadilha de anticorpos, aumentando a sensibilidade do resultado", ressalta. O dispositivo opera ainda com dois sensores de fibra óptica em paralelo: um contendo os anticorpos e outro sem. A comparação dos resultados entre eles permite identificar a presença de bactérias Escherichia coli com elevada seletividade, eliminando a interferência de outros detritos que possam estar na água. 


Autor: FAPERJ 

Fonte: FAPERJ 

Sítio Online da Publicação: FAPERJ 

Data: 27/06/2024

Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=576.7.9



quarta-feira, 26 de junho de 2024

Evento reúne pesquisadores e estudantes de periferias para debater relação entre saúde e negacionismos



Acontece neste sábado (29) o segundo Encontro Preparatório da III Jornada Científica Favelades Universitáries, realizado pelo projeto “Tecendo Diálogos” — coordenado pela — Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, pelo Fórum Favela Universidade, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). Das 9h às 13h, pesquisadores e estudantes periféricos se reunirão na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) para refletir sobre o impacto causado pelas múltiplas faces do negacionismo na sociedade, bem como as estratégias possíveis de enfrentamento ao fenômeno e às suas consequências na saúde das populações.  

Com o tema “Negacionismo Mata! Pela Vida, Ciência e Direitos!”, o encontro faz parte de uma agenda de encontros de aquecimento e articulação para a Jornada que está prevista para setembro. “Enquanto importantes instituições científicas e organizações da sociedade civil alertam sobre os riscos decorrentes das mudanças climáticas, ideólogos e influenciadores negacionistas relativizam a grave situação global”, contextualiza André Lima, coordenador da Área de Desenvolvimento de Territórios Saudáveis e Sustentáveis da Cooperação Social e ponto focal do GT Jornada Científica Favelades Universitáries. “O negacionismo, além de operar contra a ciência, também incide negativamente na construção do Estado de bem-estar social, dividindo a sociedade com ataques direcionados a parcelas da população que reivindicam justiça, igualdade e reparação histórica”, completa. 

Participarão do debate a escritora, pesquisadora e professora titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Tatiana Roque; a travesti ativista e Secretária na Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas da Fiocruz (CEDIPA/PR), Bárbara Aires; e o advogado criminalista e eleitoralista, Diretor de Litigância Estratégica do Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), Djefferson Amadeus. 

O encontro, que disponibilizará certificado de participação, também vai promover atividades culturais em sua programação. Para participar, é preciso se inscrever. 

Primeiro encontro reuniu 100 pessoas para refletir sobre o direito de sonhar 

Estudantes universitários moradores de favelas, professores e estudantes do Movimento Popular + Nós, de Realengo e do Pré-vestibular Popular Construção, apoiado pela Fiocruz, estiveram na Nave do Conhecimento do Engenhão no dia 18 de maio para o Primeiro Encontro Preparatório da 3ª Jornada Científica Favelades Universitáries. No evento, aconteceu a exibição de filme, debate e exposição sobre as barreiras materiais e simbólicas atravessadas pelos jovens de periferias para a liberdade de sonhar. Saiba mais e assista ao debate na matéria de cobertura do evento. 

Autor: Fiocruz 
Fonte: Fiocruz 
Sítio Online da Publicação: Fiocruz 
Data: 26/06/2024