segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Escolas Interdisciplinares FAPESP 2025 já estão com inscrições abertas


A FAPESP promoverá nos meses de novembro e dezembro, na cidade de São Paulo, mais uma edição das Escolas Interdisciplinares, que reunirão ao longo de cinco dias bolsistas de pós-doutorado de todo o país e pesquisadores renomados, do Brasil e do exterior, de várias áreas do conhecimento. As inscrições já estão abertas e vão até 30 de setembro.

Entre 10 e 14 de novembro ocorrerá a Escola Interdisciplinar FAPESP 2025: Ciências Exatas e Naturais, Engenharia e Medicina. E de 1 a 5 de dezembro será realizada a Escola Interdisciplinar FAPESP 2025: Humanidades, Ciências Sociais e Artes. Ambas serão sediadas no Instituto Principia, próximo à avenida Paulista. São oferecidas 120 vagas no total, 60 para cada evento.

Inspirada na iniciativa Lindau Nobel Laureate Meetings, a série de encontros busca oferecer a jovens cientistas a oportunidade de conhecer a pesquisa científica de vanguarda desenvolvida no Brasil e no exterior, além de interagir com pesquisadores considerados referências em suas áreas de atuação e com outros pós-doutorandos, de modo a estabelecer laços profissionais duradouros. Os participantes também poderão expor seus trabalhos em apresentações orais e na forma de pôsteres.

“Os palestrantes convidados são grandes lideranças em suas áreas e vão abordar temas atuais com os quais estão trabalhando. Também falarão sobre o desenvolvimento de suas carreiras, mostrando aos jovens cientistas – que em breve estarão buscando se inserir no mercado de trabalho – como chegaram ao ponto que estão hoje”, conta à Agência FAPESP Oswaldo Baffa Filho, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) e coordenador da comissão organizadora dos eventos.

Baffa também explica que, diferentemente das Escolas São Paulo de Ciência Avançada (ESPCAs), que são focadas em um único tema, tratado em profundidade, as Escolas Interdisciplinares buscam conectar diferentes áreas do conhecimento, mostrar suas características e seus métodos peculiares de investigação.

Processo seletivo

Podem concorrer a uma das 120 vagas pesquisadores em nível de pós-doutorado financiados por agências de fomento nacionais. Os inscritos que atenderem aos critérios de elegibilidade descritos nos editais serão selecionados por sorteio.

Metade das vagas é reservada a bolsistas que atuam no Estado de São Paulo e metade aos demais Estados da federação. Como destaca Baffa, a diversidade étnica e de gênero também será levada em conta no processo seletivo. “Queremos ver refletida entre os participantes a diversidade da população brasileira”, afirma.

Os participantes terão as despesas com deslocamento, acomodação e alimentação totalmente custeadas pela FAPESP. “Os pós-doutorandos que recebem bolsa da FAPESP não precisarão usar recursos da Reserva Técnica. Será oferecido um valor extra para o evento”, diz Baffa.

Temas em destaque

Parte da programação será comum às duas Escolas Interdisciplinares de 2025. A abertura dos eventos contará com a presença do presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, que falará sobre o papel da Fundação no apoio à futura geração de cientistas. Em uma das tardes haverá uma visita guiada ao Museu Paulista da USP, popularmente conhecido como Museu do Ipiranga. Na ocasião, os participantes poderão conhecer em detalhes como a ciência contribuiu para o processo de restauração do edifício e das peças do acervo. E o professor da USP Emmanuel Burdmann, membro do comitê organizador dos eventos, ministrará um workshop sobre como elaborar um projeto de pesquisa com chances de ser aprovado por uma agência de fomento.

A Escola de Ciências Exatas e Naturais, Engenharia e Medicina terá como palestrantes Felicia Keesing, ecologista e professora do Bard College (Estados Unidos); Marcelo Viana, diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa); Anthony Watts, professor de bioquímica na Universidade de Oxford (Reino Unido) e presidente da Sociedade Europeia de Biofísica; Alysson R. Muotri, professor da Universidade da Califórnia em San Diego (Estados Unidos), onde dirige o Programa de Células-Tronco; Margareth Dalcolmo, médica e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); Andrew Smyth, engenheiro e professor da Universidade Columbia (Estados Unidos); Anderson Rocha, professor do Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e Esper Cavalheiro, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Entre os temas previstos estão prevenção de zoonoses, questões éticas relacionadas ao uso de inteligência artificial, envelhecimento e longevidade e cidades inteligentes. Haverá ainda um workshop sobre como combater a desinformação e o negacionismo científico, que será ministrado pela professora da Unifesp Soraya Smaili, também membro da comissão organizadora.

Os palestrantes da Escola Interdisciplinar FAPESP 2025: Humanidades, Ciências Sociais e Artes serão Eduardo Góes Neves, diretor do Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE) da USP; Dorothy M. Fragaszy, primatologista e professora da Universidade da Georgia (Estados Unidos); Carolyn Parkinson, neurocientista e professora da Universidade da Califórnia em Los Angeles (Estados Unidos); Robert Frank, economista e professor da Universidade Paris 1 Panthéon-Sorbonne; Márcia Thereza Couto, cientista social e professora da Faculdade de Medicina da USP; Gil Jardim, maestro honorário da Orquestra de Câmara (Ocam) da Escola de Comunicação da USP; Esper Cavalheiro (Unifesp), Emília Pietrafesa de Godoi, antropóloga e professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); e João Ricardo Sato, neurocientista e professor da Universidade Federal do ABC (UFABC).

“Teremos a apresentação de trabalhos de diferentes áreas – como arqueologia e antropologia, história, psicologia, neurociências, música e ética –, tratando de temas que incluem o uso de ferramentas por primatas, herança cultural, o papel de redes sociais nas conexões interpessoais, relações internacionais, desafios da saúde pública contemporânea, a música de Villa-Lobos, relações entre arte, ciência e educação”, conta a professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) Deisy das Graças de Souza, membro da comissão organizadora, que também conta com a participação de Gabriela Pellegrino Soares (USP), João Sette Whitaker Ferreira (USP) e Nancy Lopes Garcia (Unicamp).

Avaliação dos participantes

A FAPESP solicitou aos jovens cientistas que participaram das Escolas Interdisciplinares de 2024 que preenchessem de forma anônima uma avaliação dos eventos, que foram realizados em Itatiba, no interior paulista, entre 8 e 12 de dezembro. Confira abaixo trechos de alguns depoimentos.

“Gostei muito da proposta imersiva de reunir pesquisadores em um local e passar alguns dias entre atividades e trocas de experiências e conhecimentos. Acredito que esse formato é muito mais interessante do que um congresso, colóquio, seminário etc., pois nos estimula a conhecer melhor outras pesquisas que são distantes do nosso campo e que igualmente podem despertar novas ideias, novas metodologias ou também estabelecer outros laços – importantes também em um tipo de trabalho que muitas vezes se faz solitariamente.”

“As palestras das professoras Laura de Mello e Souza e Cristina Rocha trouxeram muitos bons conselhos aos jovens pesquisadores. Foi uma troca entre gerações de acadêmicos em Humanidades, foi muito bom.”

“Antes de participar da Escola eu encarava esse evento como uma despedida de minha carreira científica, pois ser cientista no Brasil é muito desanimador, faltam bolsas, faltam concursos. Eu estava pronto para mudar para a área operacional e abandonar a ciência... e esse evento me mostrou que todos estamos na mesma situação, que é difícil para todos e que precisamos seguir em frente e continuar. Esse evento me ensinou a não desistir por mais difícil que seja e, o que antes era uma despedida, se tornou um renascimento da minha vontade de trabalhar com ciência.”

“Adorei ouvir em detalhes as experiências de pesquisadoras como a Laura de Mello e Souza e Cristiana Bastos. Elas ajudam a enriquecer nosso imaginário sobre dificuldades humanas e metodológicas da pesquisa e meios de lidar com elas.”

“Gostei muito da palestra do Patrick Heller. Sua perspectiva comparada me ajudou a pensar em novas possibilidades analíticas e interpretativas.”

“Foi uma ótima oportunidade de poder apresentar minha pesquisa em outra língua [um bom treino!], como também aproveitar a oportunidade para comentar a pesquisa de colegas, bem como ouvir comentários sobre a minha pesquisa.”

“Eu tentei compreender as pesquisas que não eram relacionadas à minha área, fazer networking, associar áreas diferentes que podem ser de alguma maneira relacionadas à minha.”

“Todos os temas abordados contribuíram significativamente para meu desenvolvimento profissional e acadêmico. A primeira palestra, ministrada por Leandro M. Colli, despertou em mim a ideia de aplicar a análise de probabilidade de risco apresentada em novos contextos, como na avaliação da probabilidade de adoção de tecnologias digitais por pequenos e médios agricultores. Já a segunda palestra, conduzida por Philip Fearnside, destacou, com base em dados e na aplicação rigorosa da metodologia científica, a vulnerabilidade do bioma Amazônia diante das mudanças climáticas. Ele também evidenciou como obras de infraestrutura, como a rodovia BR-319, favorecem o avanço do desmatamento, resultando na perda de estoques de carbono e agravando os efeitos das mudanças climáticas. Por fim, a sensibilidade artística do cineasta Takumã Kuikuro trouxe uma reflexão profunda ao compartilhar suas criações, inspirando-nos a repensar nossas ações em defesa da Amazônia, bem como da rica cultura e dos saberes das comunidades indígenas.”

“A palestra da dra. Sylvie Brouder, por ser mais alinhada à minha área de pesquisa, foi de grande importância para meu desenvolvimento. Porém, a palestra da dra. Annalisa Buffa também mostrou como a interdisciplinaridade é indispensável para nosso desenvolvimento acadêmico, científico e inovativo.”

Mais informações em: fapesp.br/escolasfapesp2025.


Autor: fapesp
Fonte: fapesp
Sítio Online da Publicação: fapesp
Data: 16/09/2025
Publicação Original: https://agencia.fapesp.br/escolas-interdisciplinares-fapesp-2025-ja-estao-com-inscricoes-abertas/55879

Para jovens cientistas, abordagem integrada é essencial para mitigar efeitos das mudanças climáticas


Jovens cientistas dedicados ao estudo das mudanças climáticas têm a consciência de que seu trabalho deve ser feito em rede, integrando diferentes conhecimentos e setores da sociedade, longe de ficar restrito aos muros das instituições de pesquisa. Isso é verdade pelo menos para os participantes do encontro “Vozes do Futuro: Perspectivas de Jovens Cientistas FAPESP para a COP30”.

Realizado na quarta-feira passada (10/09) na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o evento foi promovido no âmbito do Programa FAPESP de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG). As palestras e debates foram transmitidos on-line, com sessões na parte da manhã e da tarde.

“O evento foi totalmente sugerido e planejado pelos jovens cientistas, pelo fato de a FAPESP ter o Programa Jovem Pesquisador, mas vai além deles. Tem estudantes de mestrado e doutorado que participaram ativamente da organização”, disse na abertura Luiz Aragão, membro da coordenação do PFPMCG.

“As mudanças climáticas têm sido debatidas pelas pessoas que causaram e não viverão essas mudanças. E as soluções estão ancoradas nas pessoas que virão a tomar decisões no futuro. Tendo a COP30 na nossa porta, aproveitamos a oportunidade para trazer esse conhecimento fomentado pela FAPESP para que fosse debatido de forma a gerar informações que pudessem ser utilizadas futuramente”, afirmou Aragão, que é pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Somos de uma geração que não entendia que tinha de cuidar do planeta. Ver essa mudança de comportamento nos jovens de hoje nos deixa muito felizes”, disse Ana Maria Frattini Fileti, pró-reitora de pesquisa da Unicamp.

O caráter multidisciplinar das apresentações deu a tônica da abordagem com que a crise climática deve ser enfrentada, uma vez que os diferentes problemas gerados pelo aumento global das temperaturas exigem soluções complexas, segundo os palestrantes. Mais do que pesquisas, será necessária uma interlocução com diferentes setores da sociedade, terceiro setor, setor empresarial e governos.

“A janela pré-COP é importante para escolher temas críticos e comunicá-los antes do debate dentro da conferência. O objetivo aqui é dar voz a todos os jovens pesquisadores, principalmente nos tópicos de aquecimento global acima de 1,5 °C, redução das emissões de carbono, soluções baseadas na natureza, transição energética, cidades resilientes, biodiversidade, justiça climática e implementação da ciência”, afirmou Jeniffer Natalia Teles, uma das organizadoras do evento, que realiza pós-doutorado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) com bolsa da FAPESP.

Raquel Tupinambá, liderança indígena e doutoranda em antropologia na Universidade de Brasília (UnB), fez um histórico do processo de ocupação da Amazônia, desde os povos originários até o modelo de desenvolvimento baseado na derrubada da floresta e consequente emissão de gases do efeito estufa. A liderança lembrou a necessidade de justiça climática.

“Grupos que menos emitem gases de efeito estufa são os mais afetados pelas emissões. É uma questão ética e política a reparação de desigualdades históricas e é preciso responsabilizar os maiores emissores, ao mesmo tempo garantindo direitos e reparação para os maiores afetados”, disse.

Multidisciplinar

Os jovens pesquisadores apoiados pela FAPESP que se apresentaram no evento estudam temas tão diversos quanto a previsibilidade das mudanças climáticas e as perspectivas para a biodiversidade e os ecossistemas frente às mudanças globais; desigualdades no acesso aos benefícios da natureza urbana; e recifes de coral num oceano em mudança.

Por sua vez, Monique Ribeiro Polera Sampaio realiza doutorado no Inpe com bolsa da FAPESP sobre a comunicação de riscos de desastres ambientais. Como parte de seu estudo, submeteu um questionário no final de 2024, respondido por 5.344 pessoas em todo o Brasil. Divulgado em fevereiro de 2025 pela Agência FAPESP, teria tido um aumento considerável no número de respondentes, segundo a doutoranda (leia mais em: agencia.fapesp.br/53843).

“Para entender as estratégias da comunicação de risco que de fato estão funcionando, as lacunas que se observam na percepção da população brasileira, é preciso compreender como a população está avaliando as estratégias vigentes de comunicação de riscos”, contou.

A frequência com que as pessoas já passaram por desastres ambientais surpreendeu os pesquisadores, com 67,3% afirmando já ter vivido ao menos um dos desastres listados, como inundação, deslizamento de terra, onda de calor, seca e incêndio. Só entre 2023 e 2024, mais de 50% dos respondentes havia vivido um desastre. Enquanto a inundação era o evento mais recorrente ao longo da vida, as ondas de calor foram mais vividas no último ano.

Por mais de uma vez no evento se ressaltou a necessidade de aplicar as pesquisas em políticas públicas. “Está na hora de o pesquisador sair um pouco do seu laboratório e estar presente como parte ativa do mundo real. É um gasto de tempo e de energia lidar com ONGs, poder público, é uma burocracia adicional. Mas é algo que vale a pena, com seus resultados de pesquisa sendo usados para conservar espécies e áreas que parecem singulares, por exemplo”, disse Thais Guedes, professora do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (IB-Unesp), em Rio Claro, e pesquisadora do Centro de Pesquisa em Biodiversidade e Mudanças do Clima (CBioClima), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiado pela FAPESP.

Algumas propostas voltadas para políticas públicas incluem incentivos financeiros para serviços ecossistêmicos, apresentados por Patricia Guidão Cruz Ruggiero, e propostas de exploração bioeconômica de produtos da restauração florestal, apresentadas por Pedro Krainovic (leia mais em: agencia.fapesp.br/55860). Ambos são pesquisadores do BIOTA Síntese, um Centro de Ciência para o Desenvolvimento (CCD) apoiado pela FAPESP.

Para assistir ao evento na íntegra, acesse: youtube.com/watch?v=g5QmQuVAddY (manhã) youtube.com/watch?v=h44F3xzggdw&t=3s (tarde).





Autor: fapesp
Fonte: fapesp
Sítio Online da Publicação: fapesp
Data: 17/09/2025
Publicação Original: https://agencia.fapesp.br/para-jovens-cientistas-abordagem-integrada-e-essencial-para-mitigar-efeitos-das-mudancas-climaticas/55873

Projetos bilaterais entre SP e RJ em tecnologias quânticas serão apoiados


Chamada visa fomentar colaborações que favoreçam avanços disruptivos na área e a nucleação de grupos de pesquisa com atuação internacional

A FAPESP anuncia o lançamento de uma chamada em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) que visa apoiar projetos cooperativos entre os estados para pesquisa científica e tecnológica na área de tecnologias quânticas.

As propostas deverão ser elaboradas conjuntamente por um pesquisador responsável (PR) vinculado a uma instituição de ensino superior e pesquisa de São Paulo, de um lado, e por um PR do estado do Rio de Janeiro, do outro.

FAPESP e FAPERJ disponibilizarão, cada uma, R$ 15 milhões para apoio aos projetos selecionados. Os projetos poderão ter duração máxima de 36 meses (renováveis por mais 12) e um teto orçamentário de R$ 3 milhões, excluindo-se valores de Reserva Técnica.

A participação da FAPESP na chamada ocorre por meio do Programa QuTIa (Quantum Technologies InitiAtive) em Tecnologias Quânticas, que visa promover o desenvolvimento de um ecossistema nacional em tecnologias quânticas e impulsionar a liderança científica e tecnológica de São Paulo e do Brasil em múltiplas áreas do conhecimento.

Serão priorizadas propostas ligadas aos três grandes ramos das tecnologias quânticas – sensoriamento, comunicação e computação – sendo que trabalhos competitivos sobre tecnologias Quantum 1.0 a 2.0 também são elegíveis. Propostas teóricas e experimentais serão aceitas, com preferência para experimentos integrados a pesquisas teóricas.

É desejável que os temas de pesquisa complementem de forma disruptiva as iniciativas já existentes nos respectivos estados, promovendo avanços ousados e inovadores em relação ao que já foi desenvolvido isoladamente pelos grupos proponentes.

Espera-se que os projetos submetidos sejam liderados por pesquisadores que demonstrem excelência científica, com histórico comprovado de realizações relevantes na área de tecnologias quânticas ou em tecnologias habilitadoras com aplicação clara e impacto nesse campo. Os proponentes devem apresentar capacidade de liderança e potencial para nucleação ou consolidação de grupos de pesquisa com atuação inovadora e inserção internacional.

Os proponentes do lado paulista também devem atender aos critérios de elegibilidade do instrumento de fomento que será empregado pela FAPESP para esta Chamada – a modalidade Auxílio à Pesquisa – Temático.

Propostas devem ser redigidas em inglês e submetidas até 13 de outubro, simultaneamente, pelo PR paulista por meio do SAGe (fapesp.br/sage) e pelo PR fluminense junto à FAPERJ. A avaliação das propostas ficará a cargo de um painel de especialistas indicado conjuntamente pelas agências de fomento.

A chamada está disponível em fapesp.br/17730.




Autor: fapesp
Fonte: fapesp
Sítio Online da Publicação: fapesp
Data: 11/09/2025

quarta-feira, 17 de setembro de 2025

Lutando desde o primeiro minuto

Desde o momento em que os ovos eclodem, estes animais têm de lutar pela sobrevivência: o seu objectivo é deixar a praia o mais rápido possível, pois as aves e outros predadores aguardam este momento para se banquetear. De cada cem crias, apenas algumas dezenas conseguem chegar à água, mas isso também não é a salvação definitiva.

Um pormenor crucial é que a sua carapaça ainda não está totalmente endurecida: ao nascer, ela é macia e flexível, o que facilita a eclosão, mas também as torna um alvo fácil. Precisam de pelo menos um ano de crescimento para que comece a endurecer o suficiente para oferecer protecção real. Por isso, durante os primeiros meses de vida, as crias escondem-se em florestas de algas e recifes, alimentando-se de algas, pequenos invertebrados e plâncton, e tentando passar despercebidas até poderem sair para o mar aberto.


Autor: nationalgeographic
Fonte: nationalgeographic
Sítio Online da Publicação: nationalgeographic
Data: 17/09/2025

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Longevidade e Saúde é o tema do 63º Congresso Científico do Hupe/Uerj


Mesa de abertura do 63° Congresso Científico do Hupe: a partir da esq., Rui de Teófilo, Caroline Alves, Cláudia Mello, Gulnar Azevedo, Eliete Bouskela, Ronaldo Damião e José Augusto Messias (Foto: Flávia Machado)

O Brasil deve ter, daqui a 45 anos, cerca de 40% da sua população na faixa etária acima de 60 anos, segundo projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para discutir os impactos dessa transição demográfica na área de Saúde, decorrentes do aumento da expectativa de vida e da queda nas taxas de natalidade, o 63º Congresso Científico do Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Hupe/Uerj), apresenta esta semana, até o dia 29 de agosto, uma série de atividades. Com o tema Longevidade e Saúde, o evento reúne mais de três mil participantes no campus do Hupe, em Vila Isabel, com 78 mesas-redondas, 15 conferências, 23 cursos pré-congresso, sete rodas de conversa, 551 apresentações de trabalhos, duas jornadas e a estimativa de mais de 1.700 visitantes nas seis plenárias e no espaço cultural.

O público lotou o Auditório Ney Palmeiro na tarde desta terça-feira, 26 de agosto, para a cerimônia de abertura, que reuniu diversas autoridades, acadêmicos e gestores em Saúde, e assistiu, em seguida, a aula magna do médico geriatra Alexandre Kalache, uma das maiores referências internacionais no assunto. Na mesa de abertura, a presidente da FAPERJ, Caroline Alves, reconheceu a relevância das políticas de fomento direcionadas às necessidades dos hospitais universitários e destacou o papel do Hupe no estado, para a assistência e a pesquisa em Saúde, incluindo a população em idade mais avançada. “Sabemos da importância dos hospitais universitários e do Hupe, aqui na Uerj, para o desenvolvimento da pesquisa, da ciência e da inovação no nosso estado. Estamos trabalhando para fortalecer políticas públicas que gerem impactos na qualidade de vida da população, que está envelhecendo”, disse.

Diretora Científica da Fundação e presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM), a médica Eliete Bouskela recordou sua trajetória como professora titular da Uerj. “Por 40 anos fui professora dessa casa e agora estou aposentada. Mas como envelhecer com qualidade de vida passa pelo contato social, continuo orientando e convivendo com os alunos aqui na Uerj. Tenho muito orgulho do Hupe e da Uerj. No Brasil, diferente do Velho Mundo, somos um país jovem e as nossas instituições têm pouca tradição. O que move nossas instituições são as pessoas que estão à frente delas. E no Hupe, temos a sorte de ter pessoas que fazem com que as coisas funcionem, como o pró-reitor Ronaldo Damião e o diretor Rui de Teófilo”, citou.


O público lotou o Auditório Ney Palmeiro, no Hupe, para a cerimônia de abertura do evento que movimenta mais de 1700 visitantes essa semana no campus Vila Isabel (Foto: Flávia Machado)

A reitora da Uerj, Gulnar Azevedo, recordou o pioneirismo da universidade na assistência e na pesquisa para a longevidade. “Na década de 1970, o professor Piquet Carneiro, um grande médico humanista, começou a defender que o Brasil precisava se preocupar com as pessoas idosas. Na continuidade desse trabalho, em 1993, o professor e sanitarista Hesio Cordeiro criou a então Universidade da Terceira Idade, a Unati, que hoje se chama Núcleo do Envelhecimento Humano (Nuceh). Dirigido pelo professor Renato Veras, o Nuceh tem o objetivo de oferecer atenção integral à saúde da pessoa idosa, numa ação multiprofissional e interdisciplinar”, contou. “Agradecemos ao apoio da Secretaria de Estado de Saúde e à FAPERJ com editais de fomento para as nossas atividades. Precisamos de políticas públicas voltadas aos idosos”, completou.

O diretor-geral do Hupe, Rui de Teófilo, destacou que todos almejam a longevidade, porém a grande questão não deveria ser viver mais, e sim viver mais e melhor. “Esse congresso tem um tema muito relevante. O aumento da expectativa de vida da população é ótimo, e a Medicina certamente tem muito a contribuir para a melhoria da qualidade de vida na terceira idade, mas a longevidade traz desafios para a Saúde e para diversas outras áreas. Precisamos estruturar as cidades para acolher as necessidades da população em idade mais avançada e estruturar a Previdência, por exemplo. Precisamos pensar em soluções conjuntas”, pontuou. Participaram ainda da mesa de abertura a secretária estadual de Saúde, Cláudia Mello; o pró-reitor de Saúde da Uerj, Ronaldo Damião; e o presidente do 63º Congresso Científico do Hupe, José Augusto Messias.

Na aula magna “A Revolução da Longevidade: Estamos preparados?”, Alexandre Kalache compartilhou sua vasta experiência na área de envelhecimento com a plateia, formada também por acadêmicos de Medicina. Médico carioca formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e radicado em Londres, ele é gerontólogo com Doutorado em Epidemiologia pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Dirigiu por muitos anos o Programa Global de Envelhecimento e Saúde da Organização Mundial da Saúde (OMS) e atualmente é presidente do International Longevity Centre-Brasil.


Kalache compartilhou sua experiência profissional à frente da OMS com a plateia e destacou a importância da formação médica em Gerontologia para atender ao crescente envelhecimento populacional (Foto: Débora Motta)

Kalache ressaltou que o Brasil é um dos países que mais vão envelhecer nas próximas décadas. Segundo ele, em 2050 o País terá uma população de aproximadamente 68 milhões de sexagenários. “De 2011 até 2030, vamos dobrar o número de idosos. Mas temos relativamente poucos geriatras. Deveríamos ter 30 mil médicos geriatras para atender toda a população, segundo a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, mas só temos 2.200. Por isso, faço um apelo aos médicos mais jovens, a Geriatria é a profissão do futuro”, disse aos estudantes de Medicina presentes na plateia.

Ele explicou que, para envelhecer bem, os fatores relacionados aos bons hábitos para a saúde, como a prática diária de exercícios físicos e a alimentação, são mais determinantes do que a genética. “Por que alguns envelhecem bem e outros não? A genética é responsável por 65% do que seremos, mas o resto vem dos bons hábitos cultivados no dia a dia. O grande desafio, especialmente no caso de um país como o Brasil, é a imensa desigualdade social, que não dá a todos a mesma oportunidade de ter uma infraestrutura básica, de moradia, higiene, alimentação, renda, de educação continuada, para manter esses bons hábitos e chegar à longevidade. O envelhecimento é principalmente uma questão social, e somos uma sociedade ainda preconceituosa em relação a esse tema, que precisa se reestruturar nesse sentido civilizatório”, refletiu.




Autor: Débora Motta
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 28/08/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=850.7.0

FAPERJ financia e participa da inauguração de Parque Tecnológico Agropecuário Johanna Dobereiner na Uenf




A partir da esq., o secretário de Ciência e Tecnologia, Anderson Moraes; o diretor de Inovação da Uenf, Gonçalo Apolinário; a reitora da Uenf, Rosana Rodrigues; a presidente da FAPERJ, Caroline Alves; e o vice-reitor da Uenf, Fábio Lopes Olivares (Foto: Patrick Viegas)




























A ciência e a inovação ganharam mais um espaço de fortalecimento no interior do estado. Foi inaugurado, na tarde de 28 de agosto, o primeiro Parque Tecnológico Agropecuário, Johanna Dobereiner (ParTec/Uenf), em Campos dos Goytacazes. O espaço funcionará no prédio do antigo projeto de biofábrica, localizado no Colégio Agrícola Antônio Sarlo, hoje pertencente à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), e totalmente reformado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

O investimento da FAPERJ permitiu que o prédio fosse modernizado e adequado para receber, já nesta primeira fase, 25 startups formadas por egressos da Uenf, que transformaram suas pesquisas acadêmicas em soluções inovadoras e negócios de alto impacto. As empresas terão acesso à estrutura de apoio, assessoria técnica e redes de pesquisa e financiamento.

A inauguração reuniu autoridades, representantes do setor produtivo, da comunidade científica, do poder público e da sociedade civil. Estiveram presentes a presidente da FAPERJ, Caroline Alves da Costa; o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes; a reitora da Uenf, Rosana Rodrigues; o vice-reitor, Fábio Lopes Olivares; e o diretor de Inovação da Uenf, Gonçalo Apolinário.

A presidente da FAPERJ ressaltou que o Parque reforça a missão da instituição de investir em ciência e inovação como motores do desenvolvimento econômico e social do estado. "Fico muito feliz com mais este passo. Desde que assumi a Presidência da FAPERJ, buscamos ampliar os investimentos não apenas na ciência acadêmica, mas também em inovação e tecnologia. Hoje, já apoiamos cerca de 250 startups incubadas e aportamos R$ 12 milhões em investimentos. O Partec é mais uma conquista nessa trajetória de fortalecimento da pesquisa aplicada e do empreendedorismo científico", afirmou Caroline Alves.

O secretário Anderson Moraes destacou a importância estratégica do novo espaço e o papel da FAPERJ. "A Fundação é o braço que executa a política de ciência e inovação do estado. Não adianta termos orçamento se não tivermos pesquisadores e instituições de excelência como a Uenf para transformar isso em desenvolvimento. O ParTec será um marco não só para o Rio de Janeiro, mas para o País", disse.


O primeiro Parque Tecnológico Agropecuário, em Campos: espaço irá funcionar no prédio do antigo projeto de biofábrica, localizado no Colégio Agrícola Antônio Sarlo, hoje pertencente à Uenf, e totalmente reformado com recursos da FAPERJ (Foto: Divulgação/Uenf)

A reitora da Uenf, Rosana Rodrigues, salientou a importância histórica do momento e agradeceu o apoio decisivo da Fundação. "A FAPERJ financiou 100% da obra de reforma do prédio, permitindo que a Universidade pudesse dar este passo fundamental. Esse Parque é fruto de um esforço coletivo, mas não teríamos chegado até aqui sem o apoio firme da Fundação e da Secretaria de Ciência e Tecnologia", disse.

A solenidade também prestou homenagem à cientista Johanna Dobereiner, referência internacional na fixação biológica de nitrogênio e pioneira na pesquisa em agricultura sustentável, cujo nome batiza o Parque.

O pesquisador da Embrapa, José Ivo Baldani, que trabalhou ao lado de Johanna por 25 anos, ressaltou a relevância da homenagem. "Ela sempre colocou a ciência a serviço da agricultura sustentável e levou o nome do Brasil para o mundo. Ver um espaço de inovação com o nome dela é mais do que justo", afirmou.

O ParTec/Uenf nasce, portanto, como um ambiente de convergência entre ciência, inovação e desenvolvimento econômico, resultado de uma parceria sólida entre universidade, governo estadual e FAPERJ, que segue investindo para transformar o conhecimento científico em benefícios diretos para a sociedade fluminense.

* Com informações da Assessoria de Comunicação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf)



Autor: Ascom Faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 04/09/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=854.7.6

Canetinhas para emagrecimento podem auxiliar no tratamento do Alzheimer


A partir da esq., a nutricionista e doutoranda Julie Bittencourt, a professora Márcia Águila, coordenadora do projeto, e a bióloga Thatiany Marinho (Foto: Lécio A. Ramos/FAPERJ)

Elas ficaram conhecidas como “canetinhas do emagrecimento”, mas podem representar algo muito maior: uma possível arma contra doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Pesquisadores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) estão conduzindo um estudo inédito sobre os efeitos da tirzepatida (Mounjaro). Criados para o tratamento do diabetes tipo 2, esses medicamentos se destacam não apenas pela eficácia contra a obesidade, mas também pelo impacto sobre o metabolismo cerebral.

De onde surgiu a ideia

A professora Márcia Águila, coordenadora do projeto, conta que a pesquisa começou a partir de resultados obtidos com outros análogos do GLP-1, hormônios que regulam glicemia e apetite.

“O primeiro que estudamos foi a liraglutida, usada contra o diabetes do tipo 2. Depois veio a semaglutida, mais conhecida como Ozempic, que já mostrou benefícios não só na glicemia, mas também no controle do peso, na ilhota pancreática e célula beta (que produz insulina) e até da esteatose hepática. A tirzepatida, o Mounjaro, representa a evolução dessa classe, por atuar em dois alvos ao mesmo tempo. Foi aí que pensamos: se funciona em obesidade, diabetes e fígado, por que não investigar também seus efeitos sobre doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer?”, explica.

O modelo em animais

Para avaliar os efeitos do medicamento, a equipe desenvolveu um modelo experimental em camundongos fêmeas obesos, diabéticos e menopausados condições comuns em pacientes humanos. Duas publicações relevantes foram feitas em 2025 na prestigiosa revista Diabetes, Obesity and Metabolism (ou simplesmente DOM) e também na revista Life Sciences.

“Esse modelo é pouco utilizado, mas muito relevante. Ele nos permite avaliar de forma mais realista os efeitos do medicamento em situações que reproduzem a clínica dos pacientes. E os resultados já mostraram benefícios importantes: redução da glicemia, da esteatose hepática e perda de peso”, relata a nutricionista e doutoranda Julie Bittencourt, que conduz parte do experimento.

Na próxima etapa, os pesquisadores vão investigar a relação entre obesidade, diabetes e alterações cognitivas. Para isso, uma substância será aplicada em animais de laboratório para induzir neuroinflamação, e então será testado o impacto da tirzepatida.

“Queremos verificar se, além dos efeitos metabólicos, a tirzepatida pode ter ação anti-inflamatória no sistema nervoso central. Em modelos de obesidade e diabetes, já observamos alterações cognitivas semelhantes às vistas no Alzheimer. Nossa proposta é analisar se há melhora nesses parâmetros após o tratamento”, detalha Julie.

Para além do peso

A bióloga Thatiany Marinho, que recebe uma bolsa de Pós-doutorado Nota 10 da FAPERJ para a realização de suas pesquisas, também integrante da pesquisa, lembra que a obesidade é um fator de risco que abre caminho para várias doenças crônicas.

“Quando falamos de obesidade, não estamos tratando apenas de estética ou peso corporal. Ela está ligada ao diabetes, às doenças hepáticas e cardiovasculares e, cada vez mais, ao risco de doenças neurodegenerativas. O que buscamos é entender se esses medicamentos podem atuar como prevenção e/ou tratamento, diminuindo a progressão desses quadros”, afirma.

Alzheimer como 'diabetes tipo 3'

A relação entre diabetes tipo 2 e Alzheimer é sugerida há algum tempo. Alguns cientistas, inclusive, já chamam a doença neurodegenerativa de “diabetes tipo 3”, pela semelhança dos mecanismos ligados à resistência à insulina no cérebro.

“Sabemos que há uma ligação importante entre metabolismo e saúde cerebral. Se conseguimos controlar processos como inflamação e resistência à insulina, podemos abrir caminho para novas estratégias de tratamento do Alzheimer”, reforça Márcia Águila.

Ciência feita no Rio

O estudo é liderado pelo professor Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda, um dos cientistas mais produtivos da Uerj, com mais de 380 artigos publicados e reconhecimento internacional. Ao lado de Márcia Águila e de outras jovens pesquisadoras, como Vanessa de Souza Mello e Thereza Lonzetti Bargut (da UFF Nova Friburgo), o grupo se destaca pela abordagem multidisciplinar, unindo morfologia, metabolismo, nutrição e farmacologia. O grupo inclui também a participação de Luiz Eduardo Cardoso, Sandra Barbosa da Silva, Alinne Penna de Carvalho, Pedro Henrique Reis Barbosa e Flavia Veiga da Silva.

Para a presidente da FAPERJ, Caroline Alves, o projeto tem impacto direto na saúde pública. “É uma pesquisa de enorme relevância social e científica. Estamos falando de doenças que impactam milhões de brasileiros e sobre as quais ainda temos poucas alternativas terapêuticas. Ver que uma linha de investigação da Uerj pode abrir caminhos tanto para a prevenção quanto para o tratamento de condições como Alzheimer, diabetes e obesidade é motivo de orgulho para todos nós. A ciência fluminense mostra, mais uma vez, sua capacidade de inovar e propor soluções para os grandes desafios da saúde pública”, afirma.



Autor: Cristina Cruz
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 11/09/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=858.7.1

Proteína da placenta ajuda brasileiros a recuperar movimentos após lesão medular

Um dos beneficiados com os testes com a proteína polilaminina é Bruno Drummond de Freitas, vítima de um grave acidente de carro que causou lesão cervical completa e deixou-o sem movimentos (Foto: Divulgação)

Uma pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promete transformar a vida de pessoas com lesões na medula espinhal. O estudo utiliza a proteína polilaminina, criada em laboratório, que já apresentou resultados inéditos em humanos e está em fase de testes clínicos, após experimentos anteriores de sucesso, com fomento da FAPERJ.

A droga experimental, produzida por uma farmacêutica brasileira , é aplicada diretamente na medula espinhal durante procedimento cirúrgico. Ela forma uma espécie de malha que orienta os neurônios a se reconectarem, restabelecendo a comunicação entre as células nervosas e permitindo a recuperação de movimentos.

'Disseram que eu ficaria em cadeira de rodas'

Entre os beneficiados está Bruno Drummond de Freitas, bancário de 30 anos. Ele sofreu um grave acidente de carro que causou lesão cervical completa e deixou-o sem movimentos. “Acordei pós-cirurgia sem conseguir mexer braços, pernas, quadril ou abdômen. Nada respondia”, relata.

“No início, os médicos disseram que eu ficaria em cadeira de rodas para o resto da vida. Depois, falaram que talvez conseguisse andar com muletas. Mas eu nunca perdi a esperança. Um dia, ainda no hospital, mexi o dedão do pé e aquilo foi um choque para todo mundo. A cada semana eu evoluía mais”, relembra Bruno.

Com autorização da família, ele passou a integrar o estudo acadêmico da UFRJ. Duas semanas após a aplicação da polilaminina, conseguiu mover o dedão do pé, sinalizando o início da recuperação motora. Meses depois, Bruno já conseguia andar e hoje, leva uma vida ativa, trabalhando, praticando esportes e fazendo trilhas com amigos. “Eu fui a segunda pessoa a receber essa medicação. Conheci todo o laboratório da UFRJ e digo com certeza: foi graças a essa pesquisa apoiada pela FAPERJ que eu voltei a andar. Se não fosse isso, eu estaria em uma cadeira de rodas, sem perspectiva de futuro”, afirma emocionado.

Como a polilaminina funciona

A polilaminina é baseada na laminina, uma proteína natural que forma uma grande malha durante a fase embrionária e auxilia na comunicação entre neurônios. Com o tempo, essa proteína se torna rara no organismo adulto. A pesquisadora Tatiana Sampaio, da UFRJ, descobriu que era possível recriar em laboratório essa malha, extraindo a proteína de placentas, e aplicá-la diretamente na região lesionada da medula.

“Quando conseguimos reproduzir a polilaminina em laboratório, percebemos que ela poderia orientar os neurônios a se reconectarem e restabelecer a comunicação entre células nervosas, permitindo que os movimentos fossem recuperados”, explica Tatiana.

Quando reintroduzida no corpo, a polilaminina ajuda os neurônios a formar novos caminhos para os impulsos elétricos que permitem movimentos. O tratamento consiste em uma aplicação cirúrgica única no ponto da lesão, geralmente dentro de até 72 horas após o acidente, aumentando as chances de recuperação.

A equipe da UFRJ, composta por pesquisadores, médicos, fisioterapeutas e alunos, acompanha cada paciente de perto, garantindo que a aplicação da proteína seja segura e eficaz. O estudo é financiado pela FAPERJ, reforçando o impacto do investimento público em ciência no estado do Rio de Janeiro.

Resultados promissores

O estudo já registrou ganhos expressivos de movimento em todos os pacientes que receberam a polilaminina. Bruno é o caso mais emblemático, mas outros participantes também recuperaram mobilidade parcial ou completa em braços, pernas e abdômen, retomando atividades diárias e autonomia. A pesquisa abre caminho para que pessoas com lesões antigas, que antes não tinham perspectiva de recuperação, possam voltar a se movimentar.

Com a autorização definitiva da Anvisa, a expectativa é que o medicamento esteja disponível em hospitais brasileiros e se torne parte dos protocolos médicos de atendimento a vítimas de trauma. A aplicação direta na medula durante cirurgia exige rigor técnico, mas os avanços indicam que, no futuro, pacientes que ficaram paralisados por anos possam recuperar a mobilidade.

Ciência que transforma vidas

Para a presidente da FAPERJ, Caroline Alves, os avanços demonstram o impacto direto do investimento público em ciência. “O que começou em laboratório e agora se confirma em humanos mostra que a pesquisa pode transformar vidas. É emocionante pensar que pessoas que perderam os movimentos poderão voltar a andar graças a um estudo feito no Rio de Janeiro, com apoio da FAPERJ. Esse é um avanço científico e social que nos enche de orgulho”, afirma.

O que já se observa nos primeiros pacientes abre uma perspectiva inédita: a possibilidade real de que, no futuro, pessoas com lesões de longa data também possam retomar a mobilidade e reconstruir a rotina perdida.


Autor: Cristina Cruz
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 11/09/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=858.7.1

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

USP lança plataforma para gestão ambiental com foco em produtos químicos


Foto: Freepik

Entrou em operação, em agosto, o Sistema de Gestão Ambiental Institucional e Acadêmica (Gaia), que reúne informações sobre atividades ambientais na USP. Nesta primeira etapa, o recurso conta com um módulo voltado ao controle de substâncias utilizadas em laboratórios e será administrado pela Superintendência de Gestão Ambiental (SGA).


Patricia Iglecias – Foto: Marcos Santos/USP IMagens

“A plataforma permitirá a gestão ambiental do ponto de vista do gerenciamento dos produtos químicos controlados dentro da USP, por meio da consolidação do registro das atividades relacionadas à aquisição, uso e descarte desses elementos de forma unificada. Esse processo garante mais transparência, precisão dos dados, rastreabilidade e sustentabilidade. Com isso, a Superintendência de Gestão Ambiental passa a ter ciência dessas atividades e a política de sustentabilidade da Universidade se fortalece, com ampliação de sua compliance, o que aumenta as chances de alcançar o primeiro lugar no ranking internacional de universidades sustentáveis, lista em que já estamos muito bem posicionados, em 5º lugar mundial entre centenas de instituições”, relata a superintendente de Gestão Ambiental, Patricia Iglecias.

A ferramenta foi desenvolvida inicialmente pela Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), onde já era usada internamente para controle laboratorial.

O coordenador do projeto de implantação, José Carlos Mierzwa, explica que o Gaia se incorpora ao conjunto de soluções digitais da Universidade. “Gaia, além de ser o nome de uma deusa grega primordial que representa o planeta Terra, é também o acrônimo para Gestão Ambiental Institucional e Acadêmica. Sua principal inovação é centralizar dados sobre o uso de substâncias controladas. Em caráter inicial, foi disponibilizado o módulo de reagentes químicos para atender às exigências legais relacionadas ao inventário controlado pela Polícia Federal, Exército e Polícia Civil. Para o futuro, estão previstos componentes adicionais sobre resíduos perigosos, consumo de água e energia, emissões atmosféricas e resíduos sólidos. Também está sendo planejado um módulo para a troca de materiais entre Unidades da USP, o que reduzirá gastos com a aquisição de novos itens e evitará a geração de resíduos decorrentes da perda de validade”, afirma Mierzwa, que é docente do Departamento de Engenharia Ambiental da Escola Politécnica (Poli).


José Carlos Mierzwa – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Segundo ele, a expectativa é otimizar os recursos da Universidade: “Nossa meta é que a automação e a união de informações contribuam para melhorar as condições ambientais em toda a USP. Isso inclui a possibilidade de estruturar programas de gestão que promovam menor uso de recursos naturais e uma redução significativa na geração de resíduos, efluentes e emissões atmosféricas”.

A implementação do Gaia foi realizada de forma integrada às soluções digitais já existentes na USP, em trabalho conduzido pela Superintendência de Tecnologia da Informação (STI). O superintendente, João Eduardo Ferreira, explica que, a partir da versão original desenvolvida na EESC, houve um redesenho para adoção dos padrões da Universidade, incluindo infraestrutura computacional, sistemas de acesso, segurança e bancos de dados. Ele ressalta a preocupação com a interoperabilidade: “Os usuários podem exportar arquivos de dados e relatórios em formatos definidos por órgãos externos”.


João Eduardo Ferreira – Foto Cecília Bastos/USP Imagem

Ferreira acrescenta que o projeto responde a uma demanda crescente de controle de dados relacionados à sustentabilidade: “O novo sistema representa uma entrega essencial para estimular outros mecanismos de inovação ligados ao tema. Reforça ainda o avanço do Programa USP 100% Inteligentemente Digital, que preconiza não apenas a digitalização de processos, mas principalmente a adoção de uma gestão acadêmica e administrativa racional. Nas próximas fases, continuaremos em parceria com a EESC e especialistas da USP nas áreas de resíduos, água, energia e emissões para definir regras, controles e estratégias de análise dos dados coletados”.

O acesso ao Gaia pode ser feito em: https://uspdigital.usp.br/gaia.



Autor: Michel Sitnik
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data: 27/08/2025
Publicação Original: https://jornal.usp.br/institucional/usp-lanca-plataforma-para-gestao-ambiental-com-foco-em-produtos-quimicos/

Camomila, pata-de-vaca e açafrão: e-books gratuitos abordam o cultivo de plantas medicinais


Camomila, pata-de-vaca e açafrão são plantas medicinais tema de publicações da série Produtor Rural – Foto: Divulgação/Produtor Rural -Esalq
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Considerando não apenas o valor terapêutico das plantas medicinais, mas também sua potencialidade como fonte de recursos econômicos, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, lançou mais três livros da série Produtor Rural: Plantas Medicinais. Os volumes tratam da camomila, pata-de-vaca e açafrão e estão on-line gratuitamente neste link e no Portal de Livros Abertos da USP. A publicação é dirigida a pequenos produtores rurais e divulga conteúdos com linguagem simples e acessível. O projeto completou 28 anos publicando livros que agregam conhecimento.

Os três volumes abordam aspectos botânicos, cultivo e extrativismo de cada planta medicinal. São amplamente ilustrados, trazendo exemplos fotográficos dos diferentes tipos de plantas, dos quais nem temos ideia de que aquela flor possa ser ou não camomila, pata-de-vaca ou açafrão. Também trata da distribuição geográfica e aspectos agronômicos importantes para o cultivo e plantio.

Segundo Bárbara Bueno Barbosa e Lindolpho Capellari Júnior, autores de Plantas Medicinais: Camomila, o Brasil possui grande diversidade de clima e solo que são favoráveis ao cultivo de espécies bem aceitas pelo mercado, sem contar com o grande potencial de produção de espécies medicinais nativas. “Assim, a produção sistemática de plantas medicinais pode reduzir e/ou eliminar os riscos de agressão ao meio ambiente, contribuindo com a saúde e a economia do país e constituir uma alternativa rentável àqueles produtores que optam por esta atividade”, concluem.
Plantas medicinais: camomilas


As camomilas, segundo os autores de Plantas Medicinais: Camomila, são versáteis e possuem muitas qualidades; além de serem utilizadas em chás para a saúde, também podem ser empregadas no paisagismo, na formação de maciços e bordaduras, em grupos e conjuntos com outras plantas, bem como em vasinhos e jardineiras. Elas adicionam um ar alegre e campestre aos canteiros, quebrando a austeridade com seu aspecto singelo e seu perfume delicado e doce. Os autores também oferecem informações botânicas acerca dessas espécies conhecidas no Brasil como camomila e os possíveis equívocos de identificação, visando seus usos corretos. Além disso, dado o potencial medicinal e ornamental, foram abordados aspectos agronômicos, uma vez que estes promovem estudos das estratégias de propagação e cultivo.

Autores: Bárbara Bueno Barbosa, graduanda em Engenharia Agronômica – Esalq (barbara.bueno.barbosa@usp.br) e Lindolpho Capellari Júnior, professor do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq (lcapella@usp.br).

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Plantas medicinais: patas-de-vaca


Os autores de Plantas medicinais: patas-de-vaca contam que, devido à grande diversidade vegetal do território brasileiro, muitas são as espécies medicinais encontradas, como as plantas do gênero Bauhinia, pertencentes à família Fabaceae, onde estão agrupadas as diferentes espécies popularmente conhecidas como pata-de-vaca ou, em algumas regiões, unha-de-vaca, unha-de-boi ou bauínia. Farmacologicamente, as patas-de-vaca são vastamente empregadas como diuréticas, hipoglicemiantes, tônicas, adstringentes, cicatrizantes, anti-inflamatórias, antialérgicas e expectorantes, tendo as flores ação laxativa suave.

Autores: Alisson Henrique Domingos, graduando em Engenharia Agronômica – Esalq (alisson.domingos@usp.br) e Lindolpho Capellari Júnior, professor do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq (lcapella@usp.br).

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Plantas medicinais: açafrões


Os autores de Plantas medicinais: açafrões relatam que o açafrão é uma planta de origem grega que fornece uma especiaria, composta de estiletes e estigmas florais. De cultivo bastante custoso e delicado, não é produzido no Brasil, e também devido a isso, seu preço aqui torna quase impraticável o seu consumo. Por outro lado, o açafrão-da-índia (também conhecido como açafrão-da-terra, açafroa e cúrcuma), de origem indiana, é bastante produzido e consumido no Brasil, tanto na área farmacológica como na culinária. Há ainda o açafrão-bastardo (ou açafrão-flor) cujas flores são tintoriais e a planta é oleífera, mas pouco encontrada no País. Desta forma vemos, muitas vezes, o nome açafrão sendo empregado para a espécie indiana e muitos trabalhos e pesquisas podem tomar direções erradas se esse nome for consultado nas mídias sem os devidos cuidados.

Autores: Lindolpho Capellari Júnior, professor do Departamento de Ciências Biológicas – Esalq, (lcapella@usp.br) e Maria Angélica de Oliveira Raffaelli, graduanda em Gestão Ambiental – Esalq (oraffaelli.arquitetura@gmail.com).

Faça o download gratuito neste link.
Linguagem simples e acessível

Destinadas especialmente ao pequeno produtor rural, e editadas pela Divisão de Biblioteca da Esalq, as produções da série Produtor Rural têm buscado há 28 anos atender às demandas por conteúdos na área agrícola com linguagem simples e acessível. Também têm seguido um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU: Fome Zero e Agricultura Sustentável, que tem como meta erradicar a fome e a inanição, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável.

Todas as edições da série Produtor Rural podem ser adquiridas ou baixadas gratuitamente em formato pdf neste link. Também é possível comprar a publicação impressa pelo valor de R$ 20,00, considerando R$ 10,00 de frete.

Mais informações pelo e-mail publicacao.esalq@usp.br ou pelo telefone (19) 3429-4371, ramal 210.

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Clique nos links e confira outros e-books já lançados sobre plantas medicinais:



Autor: Izabel Leão
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data: 28/08/2025
Publicação Original: https://jornal.usp.br/universidade/camomila-pata-de-vaca-e-acafrao-e-books-gratuitos-abordam-o-cultivo-de-plantas-medicinais/

Serviço Geológico do Brasil lança nova plataforma para acesso a dados Geoquímicos



O Serviço Geológico do Brasil (SGB) lançou recentemente uma plataforma digital inovadora que promete revolucionar o acesso a dados geoquímicos no país.

Gratuita e de fácil navegação, a ferramenta integra informações analíticas de 138 projetos realizados por pesquisadores do SGB, todos georreferenciados, reunindo dados de amostras de sedimentos de corrente, solos, rochas e concentrados de bateia.

Além disso, a plataforma permite pesquisas por diferentes métodos analíticos, como ICP-OES, ICP-MS e Espectrometria de Fluorescência de Raios X, oferecendo um amplo leque de filtros e recursos para análises mais precisas e direcionadas.

A plataforma está totalmente integrada ao portal RIGeo, já conhecido por concentrar dados geocientíficos de diversas naturezas, e traz como destaque o pioneiro estudo sobre o potencial mineral do lítio no Brasil, tema estratégico para o setor energético e para a indústria de alta tecnologia.

A iniciativa reforça o compromisso do SGB com a ciência aberta, democratizando o acesso à informação e apoiando pesquisas acadêmicas, planejamento governamental, atividades de mineração e gestão ambiental.



Autor: mundogeo
Fonte: mundogeo
Sítio Online da Publicação: mundogeo
Data: 29/08/2025
Publicação Original: https://mundogeo.com/2025/08/29/servico-geologico-do-brasil-lanca-nova-plataforma-para-acesso-a-dados-geoquimicos/

Aprenda a cultivar plantas medicinais com novos e-books gratuitos da USP

A Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP em Piracicaba, acaba de lançar novos ebooks gratuitos que ajudam a entender um pouco mais sobre o cultivo de plantas com potencial medicinal.

Com linguagem acessível, as novas obras abordam questões botânicas e a forma de plantar e cultivar espécies conhecidas genericamente como camomila, pata-de-vaca e açafrão.

Os volumes também são ricamente ilustrados, ajudando a identificar e diferenciar plantas com características semelhantes que, por vezes, podem ser confundidas com aquelas que o leitor realmente deseja ter em casa.


Os potenciais medicinais das novas plantas da coleção

Os novos livros, intitulados Plantas medicinais: camomilas (de Bárbara Bueno Barbosa e Lindolpho Capellari Júnior), Plantas medicinais: patas-de-vaca (de Alisson Henrique Domingos e Lindolpho Capellari Júnior) e Plantas medicinais: açafrões (de Lindolpho Capellari Júnior e Maria Angélica de Oliveira Raffaelli) fazem parte da coleção Produtor Rural, que existe desde os anos 1990 e foca na divulgação científica para o público não-acadêmico.

A camomila é uma planta conhecida por seus efeitos calmantes, e é muito apreciada em infusões. A planta tem diversos potenciais terapêuticos pesquisados pela ciência, que incluem uma melhora no sono, o manejo de episódios pontuais de ansiedade e amenizar sintomas associados à tensão pré-menstrual (TPM).



Autor: saude.abril
Fonte: saude.abril
Sítio Online da Publicação: saude.abril
Data: 05/09/2025
Publicação Original: https://saude.abril.com.br/ecossistema/ebooks-gratuitos-cultivo-plantas-medicinais/#google_vignette

sábado, 6 de setembro de 2025

Estudo avalia como complicações por arboviroses estão associadas à desigualdade

Um novo estudo da Fiocruz, publicado na revista The Lancet Regional Health Americas, investiga a dengue e a chikungunya e como elas afetam diferentes populações em contextos vulneráveis no Brasil. O resultado mostra que negros e indígenas têm maior número de anos de vida perdidos nas duas doenças, quando comparados com pessoas brancas. Enquanto negros são os que mais perdem anos de vida pela chikungunya, os indígenas são os que mais perdem anos de vida pela dengue. Em ambos os casos, os dois grupos morrem em média 22 anos antes do esperado. Se comparado a pessoas brancas, esse número não passa de 13 anos.

Ao prestar atenção em quem são os mais afetados neste ciclo persistente de desigualdades, as comunidades que convivem com barreiras de gênero, raça e classe sofrem maior impacto negativo. “A motivação do estudo nasce à medida em que enxergamos que há desigualdades no Brasil e, a partir desta constatação, medimos o quanto isso reflete na vida das pessoas que adoeceram por dengue ou chikungunya”, explica Thiago Cerqueira-Silva, pesquisador associado ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia e líder do estudo.


O artigo utiliza dados de casos notificados das duas doenças no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), totalizando mais de 13 milhões de casos de dengue e outros 1 milhão de chikungunya. A análise foi feita levando em conta a hospitalização e a mortalidade, tendo em vista os fatores de risco como idade, sexo e comorbidades. O artigo também mediu os anos de vida perdidos de pessoas com essas doenças, revelando um impacto desigual da dengue e chikungunya por região geográfica e raça.

Para Cerqueira-Silva os resultados demonstram que há um problema estrutural em relação a esses grupos que os torna mais vulneráveis a complicações causadas por estas doenças. “Esta escolha de quantificar os anos de vida perdidos em grupos distintos é um diferencial da abordagem do nosso estudo no que diz respeito à investigação das duas doenças, essa é a estratégia que utilizamos para descrever o impacto da desigualdade no Brasil”, comenta o líder do estudo inédito. Os anos de vida perdidos podem ser interpretados como quantos anos as pessoas poderiam ter vivido em média caso não tivessem morrido de forma precoce por estas doenças.

Risco aumentado por regiões

Ao olhar para diferentes regiões, foi possível perceber que os jovens do Norte e do Nordeste concentraram mais anos de vida perdidos tanto por dengue quanto por chikungunya, se comparados aos do Sul e Sudeste. Informação que é necessária ao expor os grupos que mais sofrem as consequências destas doenças.

Considerando outras características das populações, a idade é o fator de pré-disposição para as duas doenças, com as crianças menores de 1 ano e os idosos apresentando maiores riscos de adoecimento. Pessoas com histórico de doenças, a exemplo da diabetes ou hipertensão, também estão sob maior risco de perda de tempo de vida.

As recomendações do estudo incentivam políticas públicas de saúde que combatam desigualdades estruturais presentes no Brasil. Mais do que isso, os pesquisadores ressaltam que é importante o monitoramento das ações de saúde pública pelo governo de forma estratificada por região, etnias e raças, pois “é necessário ir além de médias nacionais ao avaliar o resultado de políticas públicas. Uma política pode parecer um sucesso na média nacional, mas pode estar falhando em cuidar de grupos específicos”, conclui Cerqueira-Silva. O Plano de Ação para Redução da Dengue e outras Arboviroses é um esforço levado em consideração no combate às doenças transmitidas por mosquitos.

As limitações do estudo vão de encontro com a impossibilidade de investigar os agentes determinantes da desigualdade, seja por piores condições de vida, seja por menor acesso a bens e serviços de saúde, dentre outras questões que mobilizam maior atenção em torno do tema. Participaram do estudo as instituições parceiras London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).




Autor: Victória Alvineiro
Fonte: Cidacs
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 05/09/2025

FAPERJ financia e participa da inauguração de Parque Tecnológico Agropecuário Johanna Dobereiner na Uenf

Por Ascom Faperj*


A partir da esq., o secretário de Ciência e Tecnologia, Anderson Moraes; o diretor de Inovação da Uenf, Gonçalo Apolinário; a reitora da Uenf, Rosana Rodrigues; a presidente da FAPERJ, Caroline Alves; e o vice-reitor da Uenf, Fábio Lopes Olivares (Foto: Patrick Viegas)

A ciência e a inovação ganharam mais um espaço de fortalecimento no interior do estado. Foi inaugurado, na tarde de 28 de agosto, o primeiro Parque Tecnológico Agropecuário, Johanna Dobereiner (ParTec/Uenf), em Campos dos Goytacazes. O espaço funcionará no prédio do antigo projeto de biofábrica, localizado no Colégio Agrícola Antônio Sarlo, hoje pertencente à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Uenf), e totalmente reformado com recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ).

O investimento da FAPERJ permitiu que o prédio fosse modernizado e adequado para receber, já nesta primeira fase, 25 startups formadas por egressos da Uenf, que transformaram suas pesquisas acadêmicas em soluções inovadoras e negócios de alto impacto. As empresas terão acesso à estrutura de apoio, assessoria técnica e redes de pesquisa e financiamento.

A inauguração reuniu autoridades, representantes do setor produtivo, da comunidade científica, do poder público e da sociedade civil. Estiveram presentes a presidente da FAPERJ, Caroline Alves da Costa; o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes; a reitora da Uenf, Rosana Rodrigues; o vice-reitor, Fábio Lopes Olivares; e o diretor de Inovação da Uenf, Gonçalo Apolinário.

A presidente da FAPERJ ressaltou que o Parque reforça a missão da instituição de investir em ciência e inovação como motores do desenvolvimento econômico e social do estado. "Fico muito feliz com mais este passo. Desde que assumi a Presidência da FAPERJ, buscamos ampliar os investimentos não apenas na ciência acadêmica, mas também em inovação e tecnologia. Hoje, já apoiamos cerca de 250 startups incubadas e aportamos R$ 12 milhões em investimentos. O Partec é mais uma conquista nessa trajetória de fortalecimento da pesquisa aplicada e do empreendedorismo científico", afirmou Caroline Alves.

O secretário Anderson Moraes destacou a importância estratégica do novo espaço e o papel da FAPERJ. "A Fundação é o braço que executa a política de ciência e inovação do estado. Não adianta termos orçamento se não tivermos pesquisadores e instituições de excelência como a Uenf para transformar isso em desenvolvimento. O ParTec será um marco não só para o Rio de Janeiro, mas para o País", disse.

O primeiro Parque Tecnológico Agropecuário, em Campos: espaço irá funcionar no prédio do antigo projeto de biofábrica, localizado no Colégio Agrícola Antônio Sarlo, hoje pertencente à Uenf, e totalmente reformado com recursos da FAPERJ (Foto: Divulgação/Uenf)

A reitora da Uenf, Rosana Rodrigues, salientou a importância histórica do momento e agradeceu o apoio decisivo da Fundação. "A FAPERJ financiou 100% da obra de reforma do prédio, permitindo que a Universidade pudesse dar este passo fundamental. Esse Parque é fruto de um esforço coletivo, mas não teríamos chegado até aqui sem o apoio firme da Fundação e da Secretaria de Ciência e Tecnologia", disse.

A solenidade também prestou homenagem à cientista Johanna Dobereiner, referência internacional na fixação biológica de nitrogênio e pioneira na pesquisa em agricultura sustentável, cujo nome batiza o Parque.

O pesquisador da Embrapa, José Ivo Baldani, que trabalhou ao lado de Johanna por 25 anos, ressaltou a relevância da homenagem. "Ela sempre colocou a ciência a serviço da agricultura sustentável e levou o nome do Brasil para o mundo. Ver um espaço de inovação com o nome dela é mais do que justo", afirmou.

O ParTec/Uenf nasce, portanto, como um ambiente de convergência entre ciência, inovação e desenvolvimento econômico, resultado de uma parceria sólida entre universidade, governo estadual e FAPERJ, que segue investindo para transformar o conhecimento científico em benefícios diretos para a sociedade fluminense.

* Com informações da Assessoria de Comunicação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf)



Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 04/09/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=854.7.6

UFF inaugura núcleo de inovação em Petrópolis para impulsionar empreendedorismo e transformação social

Cristina Cruz


O reitor da UFF, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega (de gravata), ao lado do prefeito de Petrópolis, Hingo Hammes (à esq.), discursa durante a inauguração Núcleo de Inovação em Tecnologia e Negócios da Escola de Engenharia de Petrópolis – NITNEP (Fotos: Divulgação/UFF)

Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ) e apoiado pela Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidade Federal Fluminense (Proppi/UFF), por meio de sua Agência de Inovação (Agir-UFF), foi inaugurado na quarta-feira, dia 27 de agosto, o Núcleo de Inovação em Tecnologia e Negócios da Escola de Engenharia de Petrópolis (NITNEP). A iniciativa conta ainda com a parceria da Prefeitura de Petrópolis, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), do Parque Tecnológico da Região Serrana (Serratec) e de instituições de ensino como o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet Petrópolis), a Faculdade de Educação Tecnológica do Estado do Rio de Janeiro (Faeterj) e a Faculdade de Medicina de Petrópolis (Unifase/FMP).

"A missão da FAPERJ é justamente fomentar iniciativas que aproximem o conhecimento científico das necessidades reais da sociedade. O NITNEP é um exemplo concreto de como a universidade, em parceria com o poder público e o setor produtivo, pode impulsionar o desenvolvimento regional com inovação, inclusão e impacto social," afirma a presidente da FAPERJ, Caroline Alves.

Voltado ao fortalecimento do ecossistema de inovação e empreendedorismo na Região Serrana, o espaço foi projetado para oferecer suporte a startups, negócios emergentes e iniciativas de impacto social. Com infraestrutura moderna, programas de mentoria especializada, capacitações e acesso a uma ampla rede de contatos estratégicos, o NITNEP se consolida como um ecossistema de oportunidades voltado à transformação de ideias em soluções sustentáveis de alto impacto econômico e social.

Na ocasião, compuseram a mesa de honra o reitor da UFF, professor Antonio Claudio Lucas da Nóbrega; o vice-reitor, professor Fabio Barboza Passos; a pró-reitora Mônica Savedra, representando a Presidência da FAPERJ; o diretor da Escola de Engenharia da UFF Petrópolis, professor Aníbal Ignácio; o coordenador da Incubadora NITNEP, professor Flávio D’Angelo; o prefeito de Petrópolis, Hingo Hammes; e a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação de Niterói, Juliana Benício.

“O NITNEP simboliza o compromisso da UFF em transformar conhecimento em impacto real para a sociedade. A iniciativa aproxima a universidade dos desafios concretos da região e estamos certos de que esse espaço vai potencializar talentos, fortalecer empreendedores e gerar soluções que contribuam para o desenvolvimento econômico e social de Petrópolis”, destaca a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Inovação, Mônica Savedra.


Placa comemorativa: voltado ao fortalecimento do ecossistema de inovação e empreendedorismo na Região Serrana, o NITNEP foi projetado para oferecer suporte a startups, negócios emergentes e iniciativas de impacto social

Para o reitor da UFF, o espaço simboliza a consolidação da visão da universidade de aliar conhecimento acadêmico à transformação social e econômica. “Mais do que uma estrutura física, este núcleo representa um ambiente de colaboração, onde diferentes atores dialogam para transformar ideias em negócios reais, oferecendo suporte para o desenvolvimento de soluções criativas e sustentáveis. Além de impulsionar startups e fortalecer o ecossistema empreendedor, o NITNEP se orienta para a construção de projetos conectados aos desafios contemporâneos da sociedade, com impacto real e direto na vida da população da Região Serrana e do estado do Rio”, disse Nóbrega.

O NITNEP atua em duas vertentes principais: a primeira voltada ao nicho empresarial, dedicada à incubação e pré-incubação de empresas. O objetivo é apoiar pequenos empreendedores na estruturação de seus negócios, oferecendo acompanhamento especializado e suporte acadêmico. Nessa etapa, professores e estudantes colaboram com pesquisas e atividades práticas que fortalecem os empreendimentos em desenvolvimento e, ao mesmo tempo, enriquecem a formação acadêmica.

Outro viés relevante é a Incubadora Social, voltada a empreendimentos de cunho comunitário. A proposta é apoiar iniciativas que promovam inclusão, capacitação de pessoas em situação de vulnerabilidade e melhorias no ambiente social de Petrópolis. Trata-se de um espaço destinado a fomentar negócios inovadores que, além do retorno econômico, gerem impacto humano e social.

“O NITNEP chega para ser um aliado estratégico do desenvolvimento econômico e social de Petrópolis. Mais do que formar profissionais altamente qualificados, já reconhecidos pelo mercado, a UFF consolida sua presença na cidade como uma instituição que participa ativamente da vida da comunidade, oferecendo soluções, promovendo inclusão e impulsionando oportunidades”, conclui o coordenador do Núcleo, professor Flávio D’Angelo Pereira da Silva.

Também se destaca a integração ao projeto pedagógico do curso de Engenharia de Produção da UFF Petrópolis. Por meio de metodologias ativas de ensino, como o Project-Based Learning (PBL), e da articulação com laboratórios de pesquisa, o NITNEP reforça a conexão entre teoria e prática, aproximando ainda mais a universidade do mercado e da comunidade local.



Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 04/09/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=853.7.0

Estudo aponta potencial analgésico do CBG, canabinoide ainda pouco conhecido

Marina Verjovsky


Guilherme Carneiro Montes (à esq.), coordenador do projeto, e o doutorando Bismarck Rezende, primeiro autor do artigo publicado revista Scientia Pharmaceutica (Fotos: Divulgação)

Uma pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) identificou efeitos analgésicos promissores em uma substância ainda pouco conhecida da planta Cannabis sativa, o canabigerol (CBG). Os testes em roedores mostraram alívio de diferentes tipos de dor – incluindo as neuropáticas, de difícil tratamento. O estudo, que teve apoio da FAPERJ, foi publicado na revista Scientia Pharmaceutica.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, dores persistentes afetam cerca de 30% da população mundial. Ainda é crucial a busca por novos medicamentos eficazes, mas sem os riscos de dependência e efeitos colaterais dos opioides tradicionais.

“A Cannabis sativa contém centenas de compostos. Os mais conhecidos são o tetrahidrocanabinol (THC), responsável pelos efeitos psicoativos, e o canabidiol (CBD), com amplo potencial terapêutico. Menos conhecido, o CBG não tem efeito psicoativo e é precursor químico dos outros canabinoides”, explica o coordenador do projeto, professor Guilherme Carneiro Montes, do Instituto de Biologia da Uerj (Ibrag/Uerj).

O estudo usou roedores com maior sensibilidade à dor devido à hipóxia-isquemia pré-natal, uma condição que simula complicações gestacionais. Foram administradas doses orais de CBG (50 mg/kg), e testados três modelos de dor: térmica, inflamatória e neuropática.

Ao serem colocados sobre uma placa aquecida a 52 °C, os animais tratados demoraram mais tempo para reagir e pular da placa, sugerindo um efeito analgésico central. Já no teste que simula uma picada de formiga, o CBG teve efeito analgésico tanto na fase inicial, aguda, quanto na posterior, inflamatória.

O composto também foi promissor contra a dor neuropática, que pode surgir após lesões em nervos ou na medula espinhal e muitas vezes refratária a tratamentos. Após dez dias com CBG, os animais tiveram redução significativa na sensibilidade dolorosa, sem efeitos colaterais como sedação ou prejuízos motores, comuns em analgésicos potentes.

“Nossas análises moleculares mostraram que, além de aliviar a dor, o CBG parece interferir em mecanismos que contribuem para a sua persistência crônica”, afirma Bismarck Rezende, doutorando em Fisiopatologia Clínica e Experimental na Uerj e primeiro autor do estudo. “Além disso, vimos que o composto atua por vias diferentes em machos e fêmeas, o que é importante ser considerado em futuras pesquisas e tratamentos", completa.

Mesmo com os resultados animadores, ainda são necessários ensaios clínicos com seres humanos para comprovar eficácia, segurança e formas ideais de administração. No entanto, essas descobertas oferecem perspectivas de futuras terapias mais seguras e eficazes contra a dor, especialmente para pacientes que não encontram alívio nos analgésicos convencionais.




Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 04/09/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=823.7.8