terça-feira, 26 de dezembro de 2017
Uma única sessão de exercício pode proteger o coração por até 5 dias, aponta estudo
Benefícios imediatos do exercício durariam por até cinco dias, afirmam pesquisadores (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
Quanto tempo de exercício é preciso fazer para começar a colher os benefícios para a saúde? Alguns dias? Semanas? Meses?
Um novo estudo publicado no periódico da Associação Médica Americana aponta que uma única sessão de atividade física gera efeitos imediatos, protegendo o coração.
A equipe liderada por Dick Thijssen, professor de Fisiologia Cardiovascular e Exercícios da Universidade Liverpool John Moores, no Reino Unido, analisou uma série de pesquisas com roedores.
Ataques cardíacos foram induzidos nos animais, bloqueando uma artéria do coração. Depois, analisou-se a gravidade do infarto, ou seja, quanto tecido do órgão foi afetado.
Foram comparadas cobaias que haviam acabado de se exercitar com outras que nunca praticavam atividade física.
"Todos os estudos apontaram que uma única sessão de exercício levou a um ataque cardíaco menos grave, e esse efeito perdura por dias", escreveu Thijssen em um artigo para o site The Conversation.
A explicação dos cientistas é que fazer atividade física libera uma substância que reduz a gravidade do infarto.
O especialista explica que, "por razões óbvias", esses experimentos não podem ser realizados em humanos. Logo, estudos para confirmar esse benefício em pessoas exigiriam outros métodos.
Exercício x descanso
Em um dos estudos, amostras de sangue foram coletadas em humanos após um período de descanso e depois de fazer exercício.
As amostras foram introduzidas na corrente sanguínea de coelhos vivos. Depois, uma artéria no coração dos animais foi bloqueada, imitando um ataque cardíaco.
O grupo de coelhos que recebeu o sangue humano coletado após o exercício teve infartos menos graves do que aqueles que receberam a amostra obtida após o período de descanso.
Assim como no teste com os roedores, isso indicaria que uma sessão de atividade física reduziria a gravidade do infarto.
"Esses benefícios ocorrem mesmo na ausência de mudanças em outros fatores de risco cardiovascular, como a pressão sanguínea, colesterol e o peso", disse Thijssen. "Os efeitos duram por quatro a cinco dias."
A maioria dos estudos submeteu suas cobaias a sessões de exercício de intensidade moderada a alta por cerca de uma hora.
Os pesquisadores dizem não saber se outros tipos de atividade física, com duração diversa, trariam diferentes graus de benefícios, algo que Thijssen recomenda que seja analisado em novos estudos.
Autor: G1 Globo
Fonte: BBC
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 26/12/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/uma-unica-sessao-de-exercicio-pode-proteger-o-coracao-por-ate-5-dias-aponta-estudo.ghtml
Seminário discute impacto da violência armada nas escolas
Por: Luiza Gomes (Cooperação Social da Fiocruz)
Entre 88 moradores e moradoras do Jacarezinho, Manguinhos e Maré entrevistados para uma pesquisa da Cooperação Social da Fiocruz 91% afirmaram que a violência armada afeta sua educação escolar. No percurso formativo letivo de 12 anos, um aluno da Maré tem um ano a menos de aula em razão dos fechamentos das escolas em dias de conflitos, segundo a ONG Redes da Maré. Esses foram alguns dos efeitos nocivos do contexto de violência em favelas tematizados no seminário “Violência armada e Saúde em escolas localizadas em periferias urbanas” que reuniu professores, alunos, profissionais de saúde e sociedade civil organizada no dia 13 deste mês, no campus Manguinhos.
Desde junho de 2017, a Cooperação Social promove debates intersetoriais sobre violência armada e seus impactos na saúde e na educação como parte do seu Programa de Promoção de Territórios Urbanos Saudáveis (PTUS). Questões como a promoção da saúde em favelas, reflexos da atual política de segurança pública para esses territórios, e a descontinuidade das políticas públicas são alguns dos assuntos tratados. Uma pesquisa sobre a percepção social dos processos de saúde-doença em Manguinhos, Jacarezinho e Maré vem sendo realizada pelos pesquisadores do órgão e a publicação final é prevista para março de 2018.
“A política de segurança pública está atravessando outros direitos”, diz ativista
Leonardo Bueno, pesquisador da Cooperação Social e um dos responsáveis pelo estudo, destacou que 80% responderam nas entrevistas que a violência com uso de armas de fogo afeta sua saúde, de sua família ou pessoas próximas. A estatística se confirma na fala de Lidiane Malanquini, coordenadora do Eixo de Segurança Pública da ONG Redes da Maré, e uma das participantes da primeira mesa do seminário: Violência armada, sofrimento psíquico e adoecimento em escolas das periferias urbanas. A ONG desenvolve projetos de monitoramento dos confrontos armados no Complexo da Maré e também de atendimento direto às vitimas das violências.
“O setor saúde e educação acabam que são os mais presentes nesses territórios, mas muitas vezes não são contabilizados dados importantes que ajudam a ilustrar o impacto desse tipo de violência”. Ela conta que a área conhecida como “Divisa” na Maré se situa entre dois territórios dominados por diferentes grupos civis armados que periodicamente entram em confronto. “Os postos de saúde dessa região são os que mais consomem Rivotril de todo o complexo. As pessoas estão se dopando para enfrentar essa realidade”, alardeou a ativista.
Para ela, a pergunta que mobiliza a ela e outros coletivos seria: “Como a segurança pública nas favelas pode ajudar a garantir outros direitos?”. Lidiane também compartilhou a experiência da ONG junto à Defensoria Pública e ao Ministério Público em uma Ação Civil Pública que reivindica, junto ao Tribunal de Justiça, a consolidação de um protocolo para Operações Policiais realizadas na Maré que obedeçam a critérios como: não serem realizadas nem no turno da noite, nem aos finais de semana; disporem ao menos de uma ambulância nessas ocasiões; equipar viaturas com câmera e GPS; e certificar policiais em cursos sobre a inviolabilidade das casas dos moradores.
Fábio Pessanha era o outro componente da mesa. Integrante do projeto Rede Adolescentes Promotores da Saúde (RAP), da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, contou sua experiência como ex-aluno do Colégio Compositor Luiz Carlos da Vila, localizado em Manguinhos. Segundo ele, a escola foi construída com todos os equipamentos de ponta, mas começou a se deteriorar pela falta de investimento após o período eleitoral.
“Todo ano faltava matéria e professor. Eu mesmo estudei três anos no colégio sem ter um livro escolar”. O depoimento do jovem denuncia condições gerais dificultadoras do processo de ensino-aprendizagem. “Tiroteios frequentes na frente do colégio, um cubículo de sala de aula, 40 pessoas, sem ar condicionado, amigos seus sendo baleados, até perdendo a vida nesses confrontos... Como ir em frente?”, indagou.
Durante o debate, a enfermeira Luiza Maria da Silva, de Duque de Caxias, trouxe a experiência do Programa Saúde nas Escolas (PSE), que propõe a integração do campo da saúde e educação nas escolas. “Uma das prioridades do Programa é propor atividades que promovam a cultura de paz e a prevenção das violências. É um espaço muito rico e pouco explorado”, opinou.
Promoção da Saúde em territórios de favelas
Lourenço Cezar da Silva, do Centro de Estudos e Ações solidárias da Maré, convidado para segunda mesa, sugeriu que experiências do Programa pudessem ser debatidos em futuros seminários promovidos pela Cooperação Social da Fiocruz. Formado em geografia, e militante na Maré, o professor destaca a forma com que a vida dos moradores é tratada nesses territórios.
“O corpo na favela sempre ocupa o lugar do castigo, mais do que o da saúde. É o corpo ‘que aguenta’, que resiste a várias adversidades. E essa é discussão pouco trabalhada na escola e na saúde também”, argumentou. A evasão escolar, em especial dos alunos negros e mais pobres no decorrer das séries, também foi mérito de suas ponderações.
Apesar dos protocolos existentes para diminuir a exposição dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) – elo fundamental da Estratégia de Saúde da Família – os profissionais continuam vulneráveis à violência dos locais onde vivem e trabalham. “A Clínica da Família Victor Valla é alvejada por tiros em praticamente todo tiroteiro que acontece no Jacarezinho. E quando os profissionais de lá pleitearam a construção de um muro para proteger os trabalhadores e a população a Prefeitura diz que o muro mudaria o layout da Unidade”, criticou um trabalhador da saúde presente no debate.
Segundo informações da ONG Redes da Maré, em 2017, os postos de saúde locais fecharam as portas por 19 dias em razão de episódios de violência armada. Um total de 480 atendimentos que deixam de ser feitos por conta de operações policiais e seus desdobramentos, diz Lidiane. “Como fazer promoção da saúde no território nessa situação?”.
Ao final do debate, foram distribuídos exemplares do livro “Saúde e Segurança Pública: Desafios em territórios marcados pela violência”, organizados por trabalhadores da Cooperação Social da Fiocruz e do Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/Ensp). Uma apresentação teatral sobre como a violência interfere nas atividades mais básicas e na saúde do morador de periferia também compôs a programação do seminário. A esquete é autoria do coletivo artístico Manguinhos em Cena.
Autor: Luiza Gomes
Fonte: Cooperação Social da Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data de Publicação: 21/12/2017
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/seminario-discute-impacto-da-violencia-armada-nas-escolas
HIV/Aids: Efavirenz pediátrico está sendo desenvolvido
Crianças que vivem com o vírus HIV da Aids, no Brasil, serão beneficiadas com a chegada de um medicamento fabricado com tecnologia inovadora. O remédio, conhecido como Efavirenz, já produzido na forma de comprimidos, indicados no coquetel de tratamento da Aids em adultos, foi incrementado a partir do uso da nanotecnologia ou pequenas partículas. O resultado é uma versão diferenciada menor, para melhorar a aceitação pelas crianças.
A tecnologia permite melhor aproveitamento do princípio ativo da substância pelo organismo, uma vez que as formulações líquidas existentes, além de não serem recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), têm sabor desagradável, curto prazo de validade e elevado custo para transporte. O produto está sendo desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), principal instituição pública produtora de antirretrovirais no país para o Ministério da Saúde (MS).
O pesquisador Helvécio Rocha, coordenador do Laboratório de Sistemas Farmacêuticos Avançados, disse que a expectativa é de que o novo comprimido, que se dissolve na boca e na água, facilite a aceitação pelos pequenos pacientes. “A ideia do nosso produto é gerar para esses pacientes pediátricos uma formulação mais adequada à idade deles. A gente precisa dar uma apresentação boa porque é um tratamento de longo prazo. Aí, se o sabor for ruim, as crianças começam a rejeitar a medicação. Tem essa tentativa de melhorar o sabor e, ao mesmo tempo, adequar o produto nacional a recomendações do MS e da OMS”, enfatizou.
Segundo Rocha, o desafio maior foi colocar o princípio ativo em porções pequenas, para que o remédio chegasse à corrente sanguínea sem perder o efeito desejado. Ele disse ainda que esse tipo de medicamento pediátrico para tratamento da aids, com a tecnologia das nanopartículas, é inédito no mundo. A previsão é de que o produto passe por testes clínicos até o final do próximo ano e fique disponível no mercado em 2020. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 21 mil crianças no Brasil são soropositivas, isto é, portadoras do vírus HIV.
Autor: Márcia Wonghon
Fonte: EBC
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data de Publicação: 22/12/2017
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/seminario-discute-impacto-da-violencia-armada-nas-escolas
7 acontecimentos e descobertas que fizeram de 2017 um ano incrível para a ciência
Pesquisadores da Nasa já imaginam a paisagem que podem ter os novos planetas descobertos em zonas habitáveis de uma estrela | (Foto: NASA/JPL-Caltech)
Foi um ano de términos, como o da missão de 13 anos da sonda Cassini, mas também de novas descobertas, como a histórica detecção das ondas gravitacionais que Einstein previu há 100 anos.
Além disso, cientistas desenvolveram uma técnica revolucionária de edição genética para evitar doenças hereditárias fatais.
E, no momento em que os Estados Unidos anunciavam sua saída do acordo climático de Paris - o maior esforço coordenado contra o aquecimento global em andamento -, um pedaço de uma plataforma de gelo na Antártida se desprendeu formando um iceberg gigantesco, de uma área um pouco maior que o Distrito Federal.
Relembre os principais destaques da ciência em 2017, alguns dos quais prometem muitas novidades em 2018.
1. Colisão de estrelas confirma previsão de Einstein
A colisão aconteceu há 130 milhões de anos, mas só agora pode demonstrar a teoria formulada por Einstein há mais de um século (Foto: PA.)
Para a comunidade científica, 2017 entrará para a história como o ano das ondas gravitacionais.
Em agosto, astrônomos dos observatórios Ligo, nos Estados Unidos, e Virgo, na Itália, conseguiram observar pela primeira vez a colisão entre duas estrelas mortas, ou estrelas de nêutrons, graças à detecção de ondas gravitacionais - flutuações no espaço-tempo previstas por Einstein há mais de um século.
A primeira detecção das ondas gravitacionais fora anunciada em 2016, quando o observatório Ligo descreveu o fenômeno após analisar a fusão de dois buracos negros distantes. Na época, o evento foi considerado o início de um novo ramo da astronomia, que usa as ondas gravitacionais para coletar dados sobre fenômenos que ocorrem a grandes distâncias.
A de agosto de 2017 foi a quarta vez na história em que eram detectadas ondas gravitacionais, e a primeira observação, por observatórios do mundo todo, de uma colisão de estrelas de nêutrons, o que levou a revista Sience a escolher o evento como a descoberta do ano.
"A explosão confirmou vários modelos-chave da astrofísica, revelou como surgiram vários elementos pesados e testou a Teoria da Relatividade (de Einstein) como nunca antes", justifica a Science.
A colisão ocorreu em uma galáxia na constelação de Hidra.
Alguns dos fatos ligados ao evento são impressionantes. Por exemplo, as estrelas de nêutron são tão densas que uma colher de chá de uma delas pesaria um bilhão de toneladas.
Os pesquisadores também confirmaram que este tipo de colisão estelar é a origem do ouro e da platina no universo. "Essas estrelas são um laboratório de física extrema: é um material exótico, rico em nêutrons; e, quando são desmembradas, gera-se radiação exótica (...) que produz elementos como o ouro. É algo muito empolgante", explicou o astrônomo inglês Martin Rees na ocasião da descoberta.
2. O mergulho final da Cassini
Durante seu último mergulho em Saturno, a Cassini ainda conseguiu enviar imagens para a Terra (Foto: NASA/JPL-CALTECH)
A sonda Cassini chegou às proximidades de Saturno em 2004. Nos 13 anos em que esteve ativa, os dados coletados por ela transformaram nossa compreensão do planeta e de suas luas.
O veículo descobriu gêiseres espirrando água de um oceano subterrâneo no satélite gelado Encélado, observou de perto os mares e lagos de metano na maior lua de Saturno, Titã, e testemunhou uma tempestade gigantesca que circundou o planeta dos anéis.
Mas a Cassini começou a ficar sem combustível, e a Nasa decidiu que era melhor destruir o satélite na atmosfera de Saturno, para que ele não colidisse com uma das luas, por exemplo, e a contaminasse com micróbios terrestres.
No dia 15 de setembro, a Cassini mergulhou nas nuvens do planeta e se rompeu por completo - e ainda conseguiu mandar dados durante seus últimos momentos.
Enquanto isso, cientistas da Nasa acompanhavam, emocionados, o fim da missão de mais de uma década.
3. EUA deixam acordo de Paris
Trump em comício em Pasacolo, na Flórida (Foto: AP Photo/Susan Walsh)
Enquanto ainda estava na campanha para presidente dos Estados Unidos, Donald Trump chegou a dizer que "cancelaria" o acordo de Paris. A assinatura do acordo, em 2015, foi histórica por unir, pela primeira vez, quase todos os países do mundo em um pacto para conter as mudanças climáticas.
Mas depois de ganhar a eleição, em novembro de 2016, ele falou pouco sobre o tema. A imprensa americana chegou a divulgar relatos de que os assessores do presidente estavam divididos em relação ao acordo.
No entanto, no dia 1º de junho, em uma coletiva na Casa Branca, Trump anunciou a saída dos Estados Unidos do acordo.
"Para cumprir meu juramento solene de proteger a América e seus cidadãos, os Estados Unidos vão se retirar do acordo climático de Paris... e dar início a negociações para entrar novamente nele ou em uma transação completamente nova em termos que sejam justos com o país", disse.
Como esperado, ele recebeu duras críticas de democratas e de líderes mundiais. O ex-presidente Barack Obama acusou o governo Trump de "rejeitar o futuro", enquanto que o ex-secretário de Estado John Kerry chamou a decisão de "abdicação terrível de liderança".
4. Um iceberg gigante se forma
Rachadura em plataforma de gelo foi detectada há anos, mas começou a se aprofundar em 2014 (Foto: Copernicus Sentinel 1 Data/Bas)
Em meados de julho, pouco depois do anúncio de Trump, um dos maiores icebergs já registrado pela ciência se desprendeu da plataforma de gelo Larsen C, na Antártida.
Os cientistas já vinham acompanhando o aumento de uma imensa rachadura na superfície do gelo há uma década.
O bloco imenso de gelo cobria uma área de cerca de 6 mil km² - e representava cerca de 12% da plataforma Larsen C.
A formação de icebergs das bordas de plataformas de gelo é comum. No entanto, os pesquisadores dizem que a Larsen C está, agora, em seu menor tamanho desde o fim da última Era do Gelo, há cerca de 11.700 anos.
Ainda será preciso estudá-la mais para entender como a plataforma está respondendo ao aquecimento global.
O futuro da plataforma também é incerto, mas, se ela entrar em colapso, poderia liberar geleiras com água suficiente para aumentar os níveis globais dos oceanos em um centímetro.
5. Edição genética contra doenças
Embriões humanos foram modificados pela primeira vez com uma nova técnica de edição genética, diferente da já conhecida CRISPR (usada nos da imagem acima) (Foto: OHSU)
Pela primeira vez na história, uma equipe de cientistas dos Estados Unidos e da Coreia do Sul conseguiu corrigir, em embriões humanos, um gene defeituoso responsável por uma doença cardíaca mortal hereditária que afeta uma a cada 500 pessoas. Eles usaram a técnica da edição genética.
A doença, chamada de miocardiopatia hipertrófica - pode fazer com que o coração pare de bater, provocando uma morte súbita.
Ela é causa por um erro em um só gene (uma instrução no DNA) e qualquer pessoa que o tenha tem 50% de chances de transmiti-lo a seus filhos.
A nova técnica de edição do gene, realizada durante a concepção do embrião na fertilização in vitro, foi desenvolvida no ano passado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e é descrita como uma "cirurgia química" de precisão.
O procedimento abre a porta para a prevenção de cerca de 10 mil distúrbios que são transmitidos de geração a geração, segundo os pesquisadores.
Em setembro, outra equipe - desta vez da China - disse ter conseguido corrigir embriões humanos que continham o gene recessivo de uma doença hereditária do sangue conhecida como talassemia. Neste caso, as duas cópias do gene (a que vem do pai e a que vem da mãe) contêm a mutação.
6. Sete planetas como o nosso
Planetas orbitam estrela fria e de pouca massa na constelação de Aquário (Foto: NASA/JPL-Caltech)
Em fevereiro, cientistas relataram a descoberta de um sistema planetário com sete planetas de tamanho similar ao da Terra. Todos orbitavam uma estrela chamada de TRAPPIST-1, que fica a 41 anos-luz do Sol.
A estrela - fria e com pouca massa - fica na constelação de Aquário. É a primeira vez que são descobertas estrelas de tamanho tão semelhante ao nosso orbitando a mesma estrela.
Isso poderia indicar que a Via Láctea está, na realidade, repleta de corpos celestes que se parecem, em tamanho e relevo, ao nosso mundo rochoso.
Três dos planetas da TRAPPIST-1 estão na chamada zona habitável, órbitas relativamente temperadas onde a água pode permanecer líquida na superfície.
Estes são alguns dos planetas mais interessantes para serem explorados nos próximos anos. Se pode haver água, pode haver alguma chance de vida.
7. Um novo membro da família
Homo Sapiens teria surgido cerca de 100 mil anos antes do que se pensava, segundo nova descoberta (Foto: Philipp Gunz/MPI EVA Leipzig)
Em julho, pesquisadores revelaram os fósseis de cinco humanos pré-históricos encontrados no norte da África que mostravam que a nossa espécie, o Homo sapiens, teria surgido ao menos 100 mil anos antes do que se acreditava.
A descoberta indica que nossa espécie não teria se desenvolvido em um único "berço" no leste da África. Na verdade, os humanos modernos poderiam estar evoluindo na mesma direção em todo o continente.
O ano de 2017 também teve outras grandes notícias no campo da evolução humana. Pesquisadores chamaram a atenção de todo o mundo quando, em 2015, mostraram os restos de 15 esqueletos parciais pertencentes a uma nova espécie de humano, o Homo naledi.
Na época, no entanto, eles não conseguiam determinar com certeza a idade dos ossos - alguns traços sugeriam que eles pudessem ter até 3 milhões de anos de idade.
Este ano, o líder da equipe, Lee Berger, anunciou que os fósseis tinham entre 200 mil e 300 mil anos. Longe de ser um ancestral do Homo sapiens, o Homo naledi pode, na verdade, ter convivido com membros da nossa espécie.
8. O visitante interestelar
O asteroide Oumuamua é um dos objetos mais longos que já foram observados pelos cientistas (Foto: ESO/M. Kornmesser)
Mesmo prevendo há anos que seríamos visitados em algum momento por um asteroide interestelar, 2017 foi a primeira vez em que vimos um.
Descoberto por uma equipe de cientistas usando o telescópio havaiano Pan-Starrs em outubro, o objeto foi batizado de "Oumuamua", que significa "mensageiro de longe que chega primeiro" na língua local.
Sua velocidade e trajetória foram os primeiros indicativos de que ele vinha de fora do nosso Sistema Solar.
Mas o Oumuamua não é só o primeiro visitante de fora, mas também um dos corpos celestes mais longos que já se viu. Seu formato, semelhante a um charuto, chamou a atenção dos pesquisadores.
Uma campanha de observação do objeto usando os telescópios mais potentes do mundo mostrou que ele não levava algum tipo de tecnologia inteligente, mas que poderia conter água em seu interior.
Ao medir a maneira como o Oumuamua reflete a luz do sol, os pesquisadores concluíram que ele é semelhante a objetos gelados do nosso próprio sistema solar, que estão cobertos por uma camada seca.
Autor: G1 Globo
Fonte: G1 Globo
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 26/12/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/7-acontecimentos-e-descobertas-que-fizeram-de-2017-um-ano-incrivel-para-a-ciencia.ghtml
sexta-feira, 22 de dezembro de 2017
Iêmen tem 1 milhão de pessoas com suspeita de cólera, diz Cruz Vermelha
Criança recebe tratamento em hospital do Iêmen (Foto: Abdo Hyder/AFP)
Os casos de suspeita de cólera, país em guerra há mais de dois anos, chegaram a um milhão, de acordo com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Mais de 80% dos habitantes enfrentam escassez de alimentos, de água limpa e de acesso a serviços básicos de saúde.
"Isso amplifica o sofrimento de uma nação imersa em uma guerra brutal", postou o perfil da instituição no Twitter.
Fome e doenças tomam a população do Iêmen (Foto: Abdo Hyder/AFP)
Transmitida por uma bactéria, a infecção é altamente contagiosa e pode matar em menos de 24 horas, segundo a BBC. A doença causa diarreia, vômitos, dores abdominais e perda de grande quantidade de líquido. Apesar disso, o tratamento é simples: baseia-se, na maioria dos casos, em terapia de reidratação oral.
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou que o Iêmen sofre a pior crise humanitária do mundo. Desde março de 2015, a guerra no país já deixou mais de 8.750 mortos e 50.600 feridos, em sua maioria civis.
Conflito no Iêmen
No Iêmen, forças pró-governo lideradas pelo presidente Abd Rabbuh al-Hadi disputam o poder com os insurgentes houthis, aliados de Ali Abdullah Saleh - que presidiu o país por 33 anos até ser pressionado a renunciar durante a onda de protestos da Primavera Árabe, entre 2011 e 2012. Al-Hadi era vice de Saleh.
No início de novembro, a situação no Iêmen sofreu mais complicações. A coalizão liderada pela Arábia Saudita, apoiadora do governo, vem impedindo o acesso de organizações humanitárias no país, dificultand a entrada de mantimentos que ajudariam a população. O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, afirmou ser a "maior crise de fome que o mundo já viu em décadas".
Conflito no Iêmen se agravou com o bloqueio à ajuda humanitária de outros países (Foto: Stringer/AFP)
Autor: G1 Globo
Fonte: G1 Globo
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 21/12/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/mundo/noticia/iemen-tem-1-milhao-de-pessoas-com-suspeita-de-colera-diz-cruz-vermelha.ghtml
Falta compreensão dos riscos em tratamentos para a saúde
Consentimento informado é um conceito amplo de humanização na área da saúde, que vai muito além dos documentos assinados por pacientes e familiares antes de procedimentos médicos
A prática do consentimento informado ainda é pouco difundida no Brasil, sendo, portanto, incompreendida por parte dos profissionais da saúde e seus usuários. Por meio da coleta de dados em dois hospitais do Estado de São Paulo, a advogada Márcia Araújo Sabino de Freitas concluiu, em sua tese de doutorado, que pessoas em tratamento contra o câncer não conhecem todos os riscos dos procedimentos a que são submetidas.
O conceito estudado por Márcia se relaciona com a humanização do atendimento à saúde, no qual os profissionais compartilham informações, valores e sentimentos com os usuários. “Consentimento informado vem tentar colocar os sujeitos em um patamar de igualdade. Não, claro, de conhecimento técnico, mas em termos de uma relação entre seres humanos”, afirma.
O consentimento informado é muito confundido com os termos aplicados por hospitais antes da realização de algum procedimento, como a tomografia e quimioterapia. Porém, na legislação não há qualquer obrigatoriedade quanto à assinatura desses termos. Os hospitais fazem uso desse recurso para evitar possíveis processos judiciais.
“O papel pode ser assinado e não ter havido consentimento real. Por outro lado, pode haver um consentimento informal, uma relação baseada no diálogo, e não existir um papel.”
Por ser um tema novo, não existiam dados que pudessem fornecer informações sobre como ocorre essa prática na assistência à saúde no País. Assim, a doutora em Saúde Pública pela USP analisou a área de oncologia do Hospital do Câncer de Barretos e do Hospital Israelita Albert Einstein. Optou por hospitais referências em tratamento contra o câncer, que prezam pela humanização na saúde, sendo o primeiro da rede pública, enquanto o segundo, particular.
A pesquisadora entrevistou 105 pessoas para saber a compreensão sobre os riscos dos procedimentos a que seriam submetidas. Os riscos foram reportados através dos termos, que haviam sido assinados antes do início do tratamento. Caso o paciente relatasse apenas um efeito colateral – utilizado por Márcia como sinônimo de risco –, já seria classificado como tendo compreendido. A média entre os dois hospitais demonstrou que apenas 58% dos entrevistados souberam elencar um risco. “A compreensão das informações é muito importante para o consentimento informado. Só pode decidir quem consegue entender”, diz.
Entre as variáveis utilizadas pela pesquisadora, a renda foi a que mais influiu no entendimento dos usuários, seguida do nível educacional. Em contrapartida, não houve diferença estatisticamente relevante na compreensão entre o hospital público e o privado. Quanto aos termos, Márcia concluiu que estão cada vez mais voltados para o âmbito jurídico, com uma legibilidade inadequada para a maioria das pessoas. Exige-se um grau elevado de escolaridade para que sejam lidos com clareza.
Por outro lado, os usuários das unidades de saúde souberam relatar o histórico da doença, isto é, como ela foi descoberta e todos os procedimentos feitos desde então. Para Márcia, o problema está no fato de não conseguirem responder o contexto e os objetivos de tais procedimentos. “As pessoas falaram que ficam felizes quando estão bem informadas. Às vezes, isso é mais importante do que ter um equipamento de última geração”. O consentimento informado é fundamental para que se estabeleça uma relação de confiança entre os envolvidos. “Eu gostei que antes de fazer a cirurgia eles me entrevistaram para saber quem eu era. Só tenho a agradecer”, relatou uma das entrevistadas para a advogada.
A tese da pesquisadora contribui para que os hospitais repensem a efetividade dos termos de consentimento e, assim, façam pequenas mudanças na forma de conduzir a questão. É necessário evitar a associação dos termos com os documentos relativos a pagamentos – no caso do hospital particular – e, de preferência, devem ser entregues por médicos que possam esclarecer as dúvidas dos pacientes.
“Defendo a união das humanidades e das ciências. Acho que para uma compreensão mais universal do ser humano e das relações humanas, elas teriam que voltar a se unir”, conclui Márcia.
A tese Bioética e direito no sistema de saúde brasileiro: a prática do consentimento informado nos cenários da oncologia de um hospital do SUS e um particular foi defendida em 2017, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e teve orientação da professora Sueli Gandolfi Dallari.
Autor: Larissa Fernandes - Editorias: Ciências da Saúde
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 20/12/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/falta-compreensao-dos-riscos-em-tratamentos-para-a-saude/
A prática do consentimento informado ainda é pouco difundida no Brasil, sendo, portanto, incompreendida por parte dos profissionais da saúde e seus usuários. Por meio da coleta de dados em dois hospitais do Estado de São Paulo, a advogada Márcia Araújo Sabino de Freitas concluiu, em sua tese de doutorado, que pessoas em tratamento contra o câncer não conhecem todos os riscos dos procedimentos a que são submetidas.
O conceito estudado por Márcia se relaciona com a humanização do atendimento à saúde, no qual os profissionais compartilham informações, valores e sentimentos com os usuários. “Consentimento informado vem tentar colocar os sujeitos em um patamar de igualdade. Não, claro, de conhecimento técnico, mas em termos de uma relação entre seres humanos”, afirma.
O consentimento informado é muito confundido com os termos aplicados por hospitais antes da realização de algum procedimento, como a tomografia e quimioterapia. Porém, na legislação não há qualquer obrigatoriedade quanto à assinatura desses termos. Os hospitais fazem uso desse recurso para evitar possíveis processos judiciais.
“O papel pode ser assinado e não ter havido consentimento real. Por outro lado, pode haver um consentimento informal, uma relação baseada no diálogo, e não existir um papel.”
Por ser um tema novo, não existiam dados que pudessem fornecer informações sobre como ocorre essa prática na assistência à saúde no País. Assim, a doutora em Saúde Pública pela USP analisou a área de oncologia do Hospital do Câncer de Barretos e do Hospital Israelita Albert Einstein. Optou por hospitais referências em tratamento contra o câncer, que prezam pela humanização na saúde, sendo o primeiro da rede pública, enquanto o segundo, particular.
A pesquisadora entrevistou 105 pessoas para saber a compreensão sobre os riscos dos procedimentos a que seriam submetidas. Os riscos foram reportados através dos termos, que haviam sido assinados antes do início do tratamento. Caso o paciente relatasse apenas um efeito colateral – utilizado por Márcia como sinônimo de risco –, já seria classificado como tendo compreendido. A média entre os dois hospitais demonstrou que apenas 58% dos entrevistados souberam elencar um risco. “A compreensão das informações é muito importante para o consentimento informado. Só pode decidir quem consegue entender”, diz.
Entre as variáveis utilizadas pela pesquisadora, a renda foi a que mais influiu no entendimento dos usuários, seguida do nível educacional. Em contrapartida, não houve diferença estatisticamente relevante na compreensão entre o hospital público e o privado. Quanto aos termos, Márcia concluiu que estão cada vez mais voltados para o âmbito jurídico, com uma legibilidade inadequada para a maioria das pessoas. Exige-se um grau elevado de escolaridade para que sejam lidos com clareza.
Por outro lado, os usuários das unidades de saúde souberam relatar o histórico da doença, isto é, como ela foi descoberta e todos os procedimentos feitos desde então. Para Márcia, o problema está no fato de não conseguirem responder o contexto e os objetivos de tais procedimentos. “As pessoas falaram que ficam felizes quando estão bem informadas. Às vezes, isso é mais importante do que ter um equipamento de última geração”. O consentimento informado é fundamental para que se estabeleça uma relação de confiança entre os envolvidos. “Eu gostei que antes de fazer a cirurgia eles me entrevistaram para saber quem eu era. Só tenho a agradecer”, relatou uma das entrevistadas para a advogada.
A tese da pesquisadora contribui para que os hospitais repensem a efetividade dos termos de consentimento e, assim, façam pequenas mudanças na forma de conduzir a questão. É necessário evitar a associação dos termos com os documentos relativos a pagamentos – no caso do hospital particular – e, de preferência, devem ser entregues por médicos que possam esclarecer as dúvidas dos pacientes.
“Defendo a união das humanidades e das ciências. Acho que para uma compreensão mais universal do ser humano e das relações humanas, elas teriam que voltar a se unir”, conclui Márcia.
A tese Bioética e direito no sistema de saúde brasileiro: a prática do consentimento informado nos cenários da oncologia de um hospital do SUS e um particular foi defendida em 2017, na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP e teve orientação da professora Sueli Gandolfi Dallari.
Autor: Larissa Fernandes - Editorias: Ciências da Saúde
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 20/12/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/falta-compreensao-dos-riscos-em-tratamentos-para-a-saude/
Identificados genes para barrar a progressão do câncer de tireoide
Os cientistas descobriram que a região do genoma do microRNAs é conhecida como braço longo do cromossomo 14 – Foto: Wikimedia Commons
O câncer de tireoide é uma doença com bons índices de cura na maioria dos casos. Em 5% dos pacientes, porém, o tumor torna-se refratário aos tratamentos disponíveis e capaz de se disseminar pelo corpo e causar a morte.
Em um estudo conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, pesquisadores descobriram que, à medida que o tumor se torna mais agressivo, ocorre queda na expressão de 52 microRNAs – pequenas moléculas de RNA que não codificam proteínas, mas desempenham função regulatória em diversos processos celulares.
A investigação foi realizada durante o pós-doutorado de Murilo Vieira Geraldo, com apoio da FAPESP e supervisão da professora do ICB Edna Teruko Kimura. Os resultados foram divulgados em artigopublicado na revista Oncotarget.
“Os dados obtidos até agora sugerem que esses microRNAs podem ser explorados como supressores tumorais. A ideia seria restaurar o nível dessas moléculas no tumor e verificar se, desse modo, conseguimos impedir a progressão da doença”, disse Geraldo, que atualmente é professor do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Como contou o pesquisador, a maior parte dos experimentos de seu pós-doutorado foi feita em um modelo de camundongo geneticamente modificado. Nesse animal, o gene BRAF encontra-se mutado somente na tireoide. A alteração é similar à encontrada frequentemente em pacientes com tumores na tireoide ou com melanoma.
O câncer de tireoide é uma doença com bons índices de cura na maioria dos casos. Em 5% dos pacientes, porém, o tumor torna-se refratário aos tratamentos disponíveis e capaz de se disseminar pelo corpo e causar a morte.
Em um estudo conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, pesquisadores descobriram que, à medida que o tumor se torna mais agressivo, ocorre queda na expressão de 52 microRNAs – pequenas moléculas de RNA que não codificam proteínas, mas desempenham função regulatória em diversos processos celulares.
A investigação foi realizada durante o pós-doutorado de Murilo Vieira Geraldo, com apoio da FAPESP e supervisão da professora do ICB Edna Teruko Kimura. Os resultados foram divulgados em artigopublicado na revista Oncotarget.
“Os dados obtidos até agora sugerem que esses microRNAs podem ser explorados como supressores tumorais. A ideia seria restaurar o nível dessas moléculas no tumor e verificar se, desse modo, conseguimos impedir a progressão da doença”, disse Geraldo, que atualmente é professor do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Como contou o pesquisador, a maior parte dos experimentos de seu pós-doutorado foi feita em um modelo de camundongo geneticamente modificado. Nesse animal, o gene BRAF encontra-se mutado somente na tireoide. A alteração é similar à encontrada frequentemente em pacientes com tumores na tireoide ou com melanoma.
Pesquisa mostrou que a expressão de um conjunto de 52 microRNAs diminui à medida que a doença se torna mais agressiva; restaurar os níveis dessas moléculas no tumor pode ser nova estratégia terapêutica – Imagem: Wikimedia Commons via Agência Fapesp
“Quando essa mutação está presente, o câncer costuma ser mais agressivo. No caso dos camundongos, com apenas cinco semanas de vida eles já apresentam um tumor grande, com arquitetura tecidual característica de um carcinoma papilífero de tireoide. Esse modelo mimetiza o que acontece com esses 5% dos pacientes que morrem em decorrência da progressão da doença”, contou Geraldo.
O primeiro passo foi avaliar, à medida que a doença progredia nos camundongos, como se modificava a expressão dos microRNAs de uma maneira geral. Os cientistas então identificaram um grupo de moléculas com comportamento muito similar: altamente expressas nos animais mais jovens, com tumores menos agressivos, e reduzidas nos casos mais avançados.
Os cientistas então investigaram em qual região do genoma esses microRNAs eram codificados e descobriram que se trata de um local conhecido como braço longo do cromossomo 14 (banda cromossômica 14q32).
“Coincidentemente, em 2015, foi publicado um artigo revelando a existência de uma condição rara conhecida como Temple syndrome, caracterizada justamente pela perda parcial ou total dessa região do genoma. O estudo mostrava que os portadores dessa síndrome tinham risco aumentado de câncer da tireoide. Isso reforçou nossa suspeita de que há nessa região do genoma algo importante para o funcionamento da tireoide”, explicou o pesquisador.
O passo seguinte foi avaliar como estava a expressão desses microRNAs em pacientes com tumores tireoidianos. Foram analisados, por meio de ferramentas de bioinformática, bancos públicos que armazenam dados genômicos de portadores da doença, como o The Cancer Genome Atlas (TCGA). Essa parte do projeto contou com a colaboração do professor Helder Nakaya, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
Dados de 500 pacientes coletados na internet confirmaram que a expressão desses microRNAs está reduzida também em tumores humanos.
“Quando olhamos para os alvos desses microRNAs, as moléculas de RNA com as quais eles interagem, percebemos que muitos deles regulam processos importantes para a progressão do câncer e a disseminação metastática, como migração e adesão celular”, comentou Geraldo.
Validação
De modo quase aleatório, o grupo do ICB selecionou um dos 52 microRNAs identificados no modelo animal – o miR-654 – para validar sua função em testes in vitro, feitos com linhagens de células tumorais tireoidianas humanas.
Os testes in vitro confirmaram que, quando a expressão do miR-654 – que estava baixa na linhagem tumoral – é restaurada a níveis equivalentes aos de uma condição sadia, as células passam a se proliferar menos, tornam-se menos capazes de migrar e morrem mais.
Em um novo projeto, que ainda está começando na Unicamp, Geraldo pretende identificar quais dos 52 microRNAs são mais interessantes para serem estudados mais detalhadamente e testados como alvos para terapia.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de tireoide é o mais comum na região da cabeça e pescoço, sendo três vezes mais frequente no sexo feminino. Dados do banco público Surveillance, Epidemiology and End Results (SEER), do National Cancer Institute (Estados Unidos), revelam que a incidência da doença triplicou nos últimos 35 anos. O carcinoma papilífero é o subtipo de tumor tireoidiano mais comum, representando entre 75% e 80% dos casos.
O artigo Down-regulation of 14q32-encoded miRNAs and tumor suppressor role for miR-654-3p in papillary thyroid cancer pode ser lido em: http://www.oncotarget.com/index.php?journal=oncotarget&page=article&op=view&path[]=14162&pubmed-linkout=1.
Karina Toledo / Agência Fapesp, com edição do Jornal da USP (Leia a matéria original na íntegra)
Autor: Redação - Editorias: Ciências da Saúde
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 21/12/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/identificados-genes-para-barrar-a-progressao-do-cancer-de-tireoide/
“Quando essa mutação está presente, o câncer costuma ser mais agressivo. No caso dos camundongos, com apenas cinco semanas de vida eles já apresentam um tumor grande, com arquitetura tecidual característica de um carcinoma papilífero de tireoide. Esse modelo mimetiza o que acontece com esses 5% dos pacientes que morrem em decorrência da progressão da doença”, contou Geraldo.
O primeiro passo foi avaliar, à medida que a doença progredia nos camundongos, como se modificava a expressão dos microRNAs de uma maneira geral. Os cientistas então identificaram um grupo de moléculas com comportamento muito similar: altamente expressas nos animais mais jovens, com tumores menos agressivos, e reduzidas nos casos mais avançados.
Os cientistas então investigaram em qual região do genoma esses microRNAs eram codificados e descobriram que se trata de um local conhecido como braço longo do cromossomo 14 (banda cromossômica 14q32).
“Coincidentemente, em 2015, foi publicado um artigo revelando a existência de uma condição rara conhecida como Temple syndrome, caracterizada justamente pela perda parcial ou total dessa região do genoma. O estudo mostrava que os portadores dessa síndrome tinham risco aumentado de câncer da tireoide. Isso reforçou nossa suspeita de que há nessa região do genoma algo importante para o funcionamento da tireoide”, explicou o pesquisador.
O passo seguinte foi avaliar como estava a expressão desses microRNAs em pacientes com tumores tireoidianos. Foram analisados, por meio de ferramentas de bioinformática, bancos públicos que armazenam dados genômicos de portadores da doença, como o The Cancer Genome Atlas (TCGA). Essa parte do projeto contou com a colaboração do professor Helder Nakaya, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
Dados de 500 pacientes coletados na internet confirmaram que a expressão desses microRNAs está reduzida também em tumores humanos.
“Quando olhamos para os alvos desses microRNAs, as moléculas de RNA com as quais eles interagem, percebemos que muitos deles regulam processos importantes para a progressão do câncer e a disseminação metastática, como migração e adesão celular”, comentou Geraldo.
Validação
De modo quase aleatório, o grupo do ICB selecionou um dos 52 microRNAs identificados no modelo animal – o miR-654 – para validar sua função em testes in vitro, feitos com linhagens de células tumorais tireoidianas humanas.
Os testes in vitro confirmaram que, quando a expressão do miR-654 – que estava baixa na linhagem tumoral – é restaurada a níveis equivalentes aos de uma condição sadia, as células passam a se proliferar menos, tornam-se menos capazes de migrar e morrem mais.
Em um novo projeto, que ainda está começando na Unicamp, Geraldo pretende identificar quais dos 52 microRNAs são mais interessantes para serem estudados mais detalhadamente e testados como alvos para terapia.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de tireoide é o mais comum na região da cabeça e pescoço, sendo três vezes mais frequente no sexo feminino. Dados do banco público Surveillance, Epidemiology and End Results (SEER), do National Cancer Institute (Estados Unidos), revelam que a incidência da doença triplicou nos últimos 35 anos. O carcinoma papilífero é o subtipo de tumor tireoidiano mais comum, representando entre 75% e 80% dos casos.
O artigo Down-regulation of 14q32-encoded miRNAs and tumor suppressor role for miR-654-3p in papillary thyroid cancer pode ser lido em: http://www.oncotarget.com/index.php?journal=oncotarget&page=article&op=view&path[]=14162&pubmed-linkout=1.
Karina Toledo / Agência Fapesp, com edição do Jornal da USP (Leia a matéria original na íntegra)
Autor: Redação - Editorias: Ciências da Saúde
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 21/12/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/identificados-genes-para-barrar-a-progressao-do-cancer-de-tireoide/
Natal aumenta risco de intoxicação de cães por chocolate, alertam cientistas
Cachorros não podem comer substância presente no chocolate (Foto: skeeze/Pixabay)
Os pesquisadores da Universidade de Liverpool, na Inglaterra, alertam para um maior risco de intoxicação de cachorros por chocolate durante o Natal, de acordo com estudo publicado nesta quarta-feira (20) na revista científica "BMJ" .
Eles dizem que há um "pico significativo" durante esta época do ano, já que as famílias costumam comer mais chocolate. O alimento contém teobromina, estimulante semelhante à cafeína, que pode causar vômitos, aumento da frequência cardíaca, agitação e até convulsão nos cães.
A equipe de estudiosos chegou a analisar os registros em clínicas veterinárias no Reino Unido para ver em qual data havia maior risco. Eles concluíram que a probabilidade de exposição dos cães ao chocolate é quatro vezes maior no Natal e duas vezes maior na Páscoa. Dia dos Namorados e Dia das Bruxas não apresentaram números anormais de entrada para atendimento médico.
"Descrevemos picos significativos de intoxicação por chocolate de forma mais notável no Natal e, em menor frequência, na Páscoa", escreveram os autores do estudo.
Eles chegaram à conclusão de que um em cada quatro casos de intoxicação apresentou os sintomas dentro de uma hora após a ingestão. Mais da metade dentro de seis horas.
O vômito foi o sintoma mais observado, em 17% dos casos, e o aumento da frequência cardíca ocorreu em 7,5% das intoxicações. Nenhuma raça em particular foi associada a um risco aumentado ao ingerir o chocolate.
Autor: G1 Globo
Fonte: G1 Globo
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 20/12/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/natureza/noticia/natal-aumenta-risco-de-intoxicacao-de-caes-por-chocolate-alertam-cientistas.ghtml
Por que o governo dos EUA decidiu liberar experimentos com vírus mortais
Turistas chineses usam máscaras para se proteger do vírus da Mers na Coreia do Sul; pesquisadores poderão pesquisar como o vírus provoca síndrome respiratória (Foto: Reuters/Kim Hong-Ji)
O governo dos EUA decidiu suspender uma regra em vigor havia três anos que proibia experimentos em laboratório com vírus mortais.
O argumento é que os benefícios potenciais superam os riscos. Pesquisadores poderão, assim, manipular vírus como influenza, Sars (causador da síndrome respiratória aguda grave, que atingiu a Ásia) e Mers (síndrome respiratória do Oriente Médio).
A proibição a esse tipo de experimento havia sido imposta após violações de segurança em instituições federais americanas em testes envolvendo o antraz (doença causada por uma bactéria) e a gripe aviária.
Agora, um comitê científico terá que revisar e dar o sinal verde para cada projeto de pesquisa.
Só será permitido iniciar os experimentos se o comitê determinar que não há outra forma mais segura de conduzir a pesquisa e que os potenciais benefícios justificam o correr o perigo.
Prós e contras
Os mais críticos dizem que a decisão não elimina os riscos de uma pandemia acidental. Do outro lado, os que apoiam a medida argumentam que muitos Estados dos EUA não estão preparados para um surto de um vírus mortal, e que as pesquisas podem ajudar na prevenção.
"Acredito que a natureza é bioterrorista, e nós precisamos fazer de tudo para estar um passo adiante", afirma Samuel Stanley, presidente do Conselho Nacional de Ciência para Biossegurança, que estabeleceu diretrizes para as novas regras.
"Pesquisas básicas com esses agentes feita por laboratórios já mostraram que é possível fazer isso com segurança."
O veto havia sido imposto em 2014, depois de lapsos de segurança terem sido identificados.
Em junho daquele ano, por exemplo, 75 funcionários dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) receberam tratamentos por causa da suspeita de terem sido expostos a bactérias de antraz.
No mês seguinte, frascos do vírus da varíola foram encontrados em uma caixa de papelão em um centro de pesquisa em Washington.
Há ainda a preocupação de que a pesquisa com patógenos transmissíveis, como vírus, fungos e protozoários, possa ser usada para a criação de vírus mutantes.
O Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos EUA diz que, com a introdução de novas diretrizes, chegou o momento de suspender a proibição do financiamento dessas pesquisas.
O que dizem as regras
Para conduzir pesquisas com vírus mortais, é preciso demonstrar que o estudo é "eticamente justificável".
Laboratórios e instituições interessadas devem também demonstrar capacidade e compromisso de conduzir os experimentos com segurança e de responder de forma rápida a qualquer acidente, de forma a mitigar potenciais riscos.
Segundo Francis Collins, diretor do NIH (sigla em inglês do Instituto Nacional de Saúde), o objetivo é implementar "um rigoroso processo, para termos a segurança de que estamos fazendo (as pesquisas) da forma correta".
A decisão de acabar com o veto agradou vários cientistas. Para eles, as iniciativas federais e estaduais para reagir a uma possível pandemia tinham piorado - entre as principais razões, dizem, estariam os cortes no financiamento.
No entanto, há quem discorde.
Marc Lipsitch, epidemiologista da Universidade Harvard, disse à publicação científica Nature que esse tipo de experimento "não fez quase nada no sentido de melhorar a nossa preparação para pandemias, mas cria o risco de uma pandemia acidental".
Ele saudou, porém, o nível extra de controle agora necessário para os casos a serem autorizados.
Autor: BBC
Fonte: G1 Globo
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 21/12/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/por-que-o-governo-dos-eua-decidiu-liberar-experimentos-com-virus-mortais.ghtml
IFAT2018 Feira Internacional para Gestão da Água, Esgoto, Lixo e Resíduos
14 a 18 de maio de 2018 Munique, Alemanha
IFAT 2018-Feira Internacional para Gestão da Água, Esgoto, Lixo e Resíduos
A feira apresenta novas soluções e estratégias na utilização de recursos em ciclos
inteligentes na gestão de água, esgoto, resíduos e matérias-primas para assegu-
rar que sejam preservadas a longo prazo. Com números impressionantes, 96%
dos expositores classificam como excelente a qualidade e a diversidade
internacional dos visitantes e 97% dos visitantes
- Ponto de encontro para todas as empresas do setor de tecnologia ambiental.
- Plataforma de inovação mundial do setor.
- Presença das empresas principais com as propostas inovadoras que apre-
sentam soluções pioneiras e dinâmicas para o mercado.
- Temas abordados como: “Reciclagem de carros” (armazenamento, drenagem,
extração de poluentes e fracionamento de veículos em fim de vida para
recuperação de recursos) e materiais de construção ( máquinas, escavadeiras,
acessórios para asfalto, concreto e aço).
- Programação de várias atrações, palestras e demonstrações ao vivo de alto
padrão.
- 3097 expositores vindos de de 59 países
- 136.885 visitantes vindos de 168 países
- mais de 230.000m² de área de exposição
Maria Valle
Maria.valle@mmi-brasil.com
Tel. 11 3205-5025
Autor: Ambiental Mercantil
Fonte: Ambiental Mercantil
Sítio Online da Publicação: Ambiental Mercantil
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: http://muek.trk.elasticemail.com/view?msgid=xyBoElOeu40axYTi-RiCdQ2
quinta-feira, 21 de dezembro de 2017
Laboratório Multiusuário de Nanofabricaçao e Caracterizaçao de Nanomateriais, NANOFAB
Laboratório Multiusuário de Nanofabricaçao e Caracterizaçao de Nanomateriais, NANOFAB, foi criado no Departamento de Engenharia Mecânica da UERJ e está vinculado ao Programa de Pós-graduaçao em Engenharia Mecânica (PPG-EM/UERJ) através da proposta aprovada para a aquisiçao de um microscópio eletrônico de alta resoluçao do tipo MEV-FEG no Edital Pró-Equipamentos CAPES 2013. Este projeto partiu de uma demanda científica e tecnológica na área de microscopia eletrônica e em nanotecnologia, a partir da existencia de grupos de pesquisa em nanomateriais e nanodispositivos, organizados em redes de cooperaçao. Neste contexto, o NANOFAB estuda materiais cujas dimensőes estăo abaixo da faixa micrométrica. Além disso, o NANOFAB atenderá demandas na área de nanofabricaçao com a aquisiçao de um microscópio FIB (Focused Ion Beam), a partir de recursos aprovados no Edital FAPERJ 2015, Grandes Equipamentos.
O NANOFAB pode caracterizar materiais nanoestruturados na forma de pós, filmes finos e agregados depositados sobre substratos e usa um sistema capaz de análises em materiais năo condutores. O sistema permite análise simultânea de topografia e composiçăo química do material. O microscópio FIB também permitirá a preparaçao de amostras para microscopia eletrônica de transmissao
O NANOFAB dá suporte a projetos estratégicos em diversas áreas de atuação do Estado e do País, tais como materiais para indústrias no setores de óleo e gás, metal-mecânicas, nas indústrias de fármacos e saúde, na geração de hidrogênio, revestimentos de aços e compósitos.
Coordenaçao e Comite Gestor
O NANOFAB é coordenado pelo prof. Norberto Mangiavacchi (UERJ) e tem como vice-coordenador o prof. Eduardo de Albuquerque Brocchi (PUC-Rio). O Comitę Gestor do NANOFAB, é composto por tres membros eleitos a cada dois anos. Para o Bienio 2016-2018, o Comite Gestor do NANOFAB é formado pelos prof. José Brant de Campos (UERJ), Hector Reynaldo Meneses da Costa (CEFET) e Rogério Navarro Correia de Siqueira (PUC-Rio).
Unidades e Programas Envolvidos / Projetos de Pesquisa
Algumas unidades estăo diretamente ligadas ao NANOFAB: A Faculdade de Engenharia da UERJ (cursos de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica), o Instituto de Química da UERJ (Química da UERJ) e Instituto de Física da UERJ.
Parceiros do NANOFAB:
Autor: Laboratório Multiusuário de Nanofabricaçao e Caracterizaçao de Nanomateriais
Fonte: Laboratório
Sítio Online da Publicação: Laboratório
Data de Publicação: 19/12/2017
O NANOFAB pode caracterizar materiais nanoestruturados na forma de pós, filmes finos e agregados depositados sobre substratos e usa um sistema capaz de análises em materiais năo condutores. O sistema permite análise simultânea de topografia e composiçăo química do material. O microscópio FIB também permitirá a preparaçao de amostras para microscopia eletrônica de transmissao
O NANOFAB dá suporte a projetos estratégicos em diversas áreas de atuação do Estado e do País, tais como materiais para indústrias no setores de óleo e gás, metal-mecânicas, nas indústrias de fármacos e saúde, na geração de hidrogênio, revestimentos de aços e compósitos.
Coordenaçao e Comite Gestor
O NANOFAB é coordenado pelo prof. Norberto Mangiavacchi (UERJ) e tem como vice-coordenador o prof. Eduardo de Albuquerque Brocchi (PUC-Rio). O Comitę Gestor do NANOFAB, é composto por tres membros eleitos a cada dois anos. Para o Bienio 2016-2018, o Comite Gestor do NANOFAB é formado pelos prof. José Brant de Campos (UERJ), Hector Reynaldo Meneses da Costa (CEFET) e Rogério Navarro Correia de Siqueira (PUC-Rio).
Unidades e Programas Envolvidos / Projetos de Pesquisa
Algumas unidades estăo diretamente ligadas ao NANOFAB: A Faculdade de Engenharia da UERJ (cursos de Engenharia Civil, Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica), o Instituto de Química da UERJ (Química da UERJ) e Instituto de Física da UERJ.
Parceiros do NANOFAB:
Autor: Laboratório Multiusuário de Nanofabricaçao e Caracterizaçao de Nanomateriais
Fonte: Laboratório
Sítio Online da Publicação: Laboratório
Data de Publicação: 19/12/2017
Estudo comprova viabilidade econômica de reflorestamento com espécies nativas
O Brasil se comprometeu a restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares até 2030 como parte de sua meta climática no Acordo de Paris. Isso significa que é preciso dar escala a projetos de reflorestamento de espécies nativas e de sistemas agroflorestais, que precisam ser rentáveis para atrair investimentos.
“Poucos países têm a vocação florestal do Brasil e é possível olhar para este tema na lógica das oportunidades de negócio”, afirma Miguel Calmon, diretor de Florestas do WRI Brasil. O Projeto VERENA (Valorização Econômica do Reflorestamento com Espécies Nativas) mostra que o reflorestamento com espécies nativas é economicamente competitivo. Uma ferramenta gratuita foi desenvolvida para calcular se um projeto de reflorestamento ou sistema agroflorestal (SAF) é viável, ou seja, se equilibra capital financeiro e natural e oferece oportunidades de negócio e emprego no meio rural. A iniciativa analisou nos dois últimos anos a viabilidade técnica e econômica do reflorestamento com espécies nativas, e também os benefícios sociais e ambientais, de 12 estudos de caso em propriedades na Amazônia e Mata Atlântica.
“Para tomar uma decisão, os investidores precisam ter mais informação sobre risco e retorno. As espécies arbóreas nativas brasileiras existem há milhares de anos e já protagonizam experiências comerciais bem-sucedidas, mas não no mercado de capitais. Estudos de caso são importantes para a criação de um histórico de práticas e para diminuir a percepção de risco”, destaca Alan Batista, Analista de Investimentos do WRI Brasil.
Em sua maioria, os casos estudados pelo VERENA necessitam de maior investimento por hectare e tempo para recuperar o retorno do investimento, se comparados ao setor agropecuário e florestas plantadas. No caso do payback, o tempo maior se deve ao maior ciclo de colheita das espécies arbóreas nativas. Se diversificado, é possível mitigar riscos ambientais (estiagens, secas, etc) e de variação de preços.
A análise conjunta dos 12 estudos de caso mostra que, em média, o retorno dos ativos é maior (16%) para o reflorestamento com espécies nativas e SAFs do que a média da agricultura e silvicultura com pinus e eucalipto (13%). A análise conjunta também indica que o retorno médio do investimento nos 12 estudos casos do VERENA leva 16 anos frente a 12 anos nos casos estudados da agricultura e silvicultura com espécies exóticas. “Estatisticamente, o retorno médio dos ativos e do investimento são equivalentes nos casos comparados à agricultura e silvicultura. Isso significa que apostar no reflorestamento com nativas e SAFs é um bom negócio”, salienta Alan.
Além da contribuição para o alcance da meta climática, o investimento em restauração e reflorestamento com espécies nativas e sistemas agroflorestais contribui para o cumprimento do Código Florestal Brasileiro (CFB). É o caso do uso econômico da Reserva Legal (RL). Grande parte dos ativos estudados pelo VERENA são compatíveis com o manejo sustentável em RL. As análises do projeto indicam outras oportunidades de negócio com sistemas produtivos integrados. É exemplo a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), que possibilita o plantio de culturas anuais paralelamente ao plantio de espécies nativas.
O Projeto VERENA é liderado pelo WRI Brasil em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e tem o apoio da Children’s Investment Fund Foundation (CIFF). Mais de 50 parceiros participaram dos primeiros dois anos de trabalho.
Colaboração de Luiz Soares, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/12/2017
Autor: Luiz Soares
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2017/12/19/estudo-comprova-viabilidade-economica-de-reflorestamento-com-especies-nativas/
Nova ferramenta digital do IBGE traz dados sobre uso da terra em cada quilômetro quadrado do país
ABr
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou ontem (18) uma plataforma digital com informações cartográficas sobre cada um dos 8,5 milhões de quilômetros quadrados (km²) do território brasileiro.
Alimentada com dados do Monitoramento de Cobertura e Uso da Terra, a nova ferramenta permite o acompanhamento das mudanças na cobertura vegetal, na ocupação do território e nas atividades agropecuárias em todo o país entre os anos 2000 e 2014.
Dados do novo portal são do Monitoramento de Cobertura e Uso da Terra. Foto: Elza Fiúza/Arquivo/Agência Brasil
De acordo com o IBGE, esse monitoramento, feito a cada dois anos, cruza dados obtidos por satélites com levantamentos de campo, entre outras fontes, para cartografar as mudanças ocorridas na cobertura vegetal do país, analisando quais atividades agropecuárias estão relacionadas a essas mudanças.
Para o gerente responsável pelo portal, Maurício Zacharias Moreira, a vantagem da ferramenta é ser interativa e de fácil uso. Sua utilização não requer conhecimento de softwares especializados, o que a torna acessível tanto ao público técnico quanto à sociedade em geral.
“A proposta foi pegar todos os dados que já tínhamos de levantamento dos anos 2000, 2010, 2012 e 2014 e transformá-los numa plataforma amigável. A grande novidade é que os dados passam a conversar entre si e com dados de outros órgãos”, disse.
Segundo o IBGE, as informações da Cobertura e Uso da Terra estão disponíveis para os anos 2000, 2010, 2012 e 2014 e são atualizadas a cada dois anos, com base em 14 tipos de classificação, de acordo com os elementos encontrados na terra, como áreas de pastagens, vegetação florestal, silvicultura, corpos d’água e áreas agrícolas.
As informações levantadas vão mapear a utilização dos recursos naturais, além de ajudar no planejamento territorial, na recuperação de áreas degradadas, entre outros objetivos.
Análises
Entre 2000 e 2014, cerca de 13% do território nacional sofreu algum tipo de mudança na cobertura e uso da terra, o que representa mais de 1,1 milhão de km², segundo o IBGE.
As áreas agrícolas apresentaram uma expansão de 37% entre os anos 2000 e 2014. Em um período de apenas dois anos (2010-2012), houve uma expansão de 8,5%. Nos primeiros dez anos do levantamento (2000-2010), a expansão da área agrícola havia sido de 21%.
As pastagens com manejo também apresentaram significativos índices de expansão, superiores a 53% entre os anos de 2000 e 2014, sendo que a maior parte deste avanço ocorreu no período 2000-2012. As áreas dedicadas à silvicultura (florestas plantadas) cresceram quase 55% nos 14 anos de levantamento.
Por Ana Cristina Campos, da Agência Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/12/2017
Autor: Ana Cristina Campos
Fonte: Agência Brasil
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2017/12/19/nova-ferramenta-digital-do-ibge-traz-dados-sobre-uso-da-terra-em-cada-quilometro-quadrado-do-pais/
De acordo com o IBGE, esse monitoramento, feito a cada dois anos, cruza dados obtidos por satélites com levantamentos de campo, entre outras fontes, para cartografar as mudanças ocorridas na cobertura vegetal do país, analisando quais atividades agropecuárias estão relacionadas a essas mudanças.
Para o gerente responsável pelo portal, Maurício Zacharias Moreira, a vantagem da ferramenta é ser interativa e de fácil uso. Sua utilização não requer conhecimento de softwares especializados, o que a torna acessível tanto ao público técnico quanto à sociedade em geral.
“A proposta foi pegar todos os dados que já tínhamos de levantamento dos anos 2000, 2010, 2012 e 2014 e transformá-los numa plataforma amigável. A grande novidade é que os dados passam a conversar entre si e com dados de outros órgãos”, disse.
Segundo o IBGE, as informações da Cobertura e Uso da Terra estão disponíveis para os anos 2000, 2010, 2012 e 2014 e são atualizadas a cada dois anos, com base em 14 tipos de classificação, de acordo com os elementos encontrados na terra, como áreas de pastagens, vegetação florestal, silvicultura, corpos d’água e áreas agrícolas.
As informações levantadas vão mapear a utilização dos recursos naturais, além de ajudar no planejamento territorial, na recuperação de áreas degradadas, entre outros objetivos.
Análises
Entre 2000 e 2014, cerca de 13% do território nacional sofreu algum tipo de mudança na cobertura e uso da terra, o que representa mais de 1,1 milhão de km², segundo o IBGE.
As áreas agrícolas apresentaram uma expansão de 37% entre os anos 2000 e 2014. Em um período de apenas dois anos (2010-2012), houve uma expansão de 8,5%. Nos primeiros dez anos do levantamento (2000-2010), a expansão da área agrícola havia sido de 21%.
As pastagens com manejo também apresentaram significativos índices de expansão, superiores a 53% entre os anos de 2000 e 2014, sendo que a maior parte deste avanço ocorreu no período 2000-2012. As áreas dedicadas à silvicultura (florestas plantadas) cresceram quase 55% nos 14 anos de levantamento.
Por Ana Cristina Campos, da Agência Brasil, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 19/12/2017
Autor: Ana Cristina Campos
Fonte: Agência Brasil
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2017/12/19/nova-ferramenta-digital-do-ibge-traz-dados-sobre-uso-da-terra-em-cada-quilometro-quadrado-do-pais/
Benefícios da robótica social é tema do “USP Analisa”
download do áudio
A interação com robôs já é uma realidade em alguns momentos do cotidiano. Embora esse contato possa trazer estranheza e até preconceito para algumas pessoas, ele é bastante benéfico. É o que garante a docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, Roseli Romero. Ela é a entrevistada desta semana no USP Analisa, que vai falar sobre robótica social.
Segundo Roseli, a robótica social pode ser aplicada em diversos campos, desde a educação infantil até cuidados com a terceira idade, passando, inclusive, por áreas que trabalham com recepção de pessoas, como hotéis. “Os robôs sociais podem integrar reconhecimento de voz, face, objetos, entre outros. Ele pode analisar o comportamento do ser humano durante um período em um ambiente e propor alguma coisa. Por exemplo, se você está assistindo TV por horas, o robô pode pressupor que você queira tomar um café ou um copo de água e propor isso a você”, diz ela.
No grupo em que ela atua, em São Carlos, há uma série de pesquisas desenvolvidas na área de educação com o NAO, um robô humanoide. “A ideia é desenvolver um sistema em que os alunos possam não só complementar os conhecimentos de sala de aula, mas também para que o professor possa inserir seu próprio conteúdo, para que esses exercícios sejam realizados de forma mais voltada para o que ele está ensinando”, explica Roseli.
De acordo com ela, o robô estimula o aprendizado principalmente entre as crianças. “Muitos alunos têm aversão por fazer exercícios de matemática e por trabalhar próximo ao professor, ficam muito inibidos. Com o robô, pelo experimento que temos feito, a gente vê que eles se sentem mais à vontade. Trabalhamos com turmas em treinamentos com uma certa sequência e observamos que os alunos queriam estudar mais para ganhar do robô nas respostas. Eles se sentem desafiados, querem melhorar cada vez mais. Com isso eles vão aprendendo, que é o objetivo maior.”
Por: Thais Cardoso, Assessoria de Imprensa do IEA-RP
Autor: Rose Talamone - Editorias: Radioagência USP, Rádio USP, USP Analisa
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 14/12/2017
Publicação Original: https://jornal.usp.br/radio-usp/radioagencia-usp/beneficios-da-robotica-social-e-tema-do-usp-analisa/
A interação com robôs já é uma realidade em alguns momentos do cotidiano. Embora esse contato possa trazer estranheza e até preconceito para algumas pessoas, ele é bastante benéfico. É o que garante a docente do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, Roseli Romero. Ela é a entrevistada desta semana no USP Analisa, que vai falar sobre robótica social.
Segundo Roseli, a robótica social pode ser aplicada em diversos campos, desde a educação infantil até cuidados com a terceira idade, passando, inclusive, por áreas que trabalham com recepção de pessoas, como hotéis. “Os robôs sociais podem integrar reconhecimento de voz, face, objetos, entre outros. Ele pode analisar o comportamento do ser humano durante um período em um ambiente e propor alguma coisa. Por exemplo, se você está assistindo TV por horas, o robô pode pressupor que você queira tomar um café ou um copo de água e propor isso a você”, diz ela.
No grupo em que ela atua, em São Carlos, há uma série de pesquisas desenvolvidas na área de educação com o NAO, um robô humanoide. “A ideia é desenvolver um sistema em que os alunos possam não só complementar os conhecimentos de sala de aula, mas também para que o professor possa inserir seu próprio conteúdo, para que esses exercícios sejam realizados de forma mais voltada para o que ele está ensinando”, explica Roseli.
De acordo com ela, o robô estimula o aprendizado principalmente entre as crianças. “Muitos alunos têm aversão por fazer exercícios de matemática e por trabalhar próximo ao professor, ficam muito inibidos. Com o robô, pelo experimento que temos feito, a gente vê que eles se sentem mais à vontade. Trabalhamos com turmas em treinamentos com uma certa sequência e observamos que os alunos queriam estudar mais para ganhar do robô nas respostas. Eles se sentem desafiados, querem melhorar cada vez mais. Com isso eles vão aprendendo, que é o objetivo maior.”
Por: Thais Cardoso, Assessoria de Imprensa do IEA-RP
Autor: Rose Talamone - Editorias: Radioagência USP, Rádio USP, USP Analisa
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 14/12/2017
Publicação Original: https://jornal.usp.br/radio-usp/radioagencia-usp/beneficios-da-robotica-social-e-tema-do-usp-analisa/
Escolas conhecem mais resoluções locais do que leis da Constituição
download do áudio
A maneira pela qual os documentos oficiais influenciam no ensino público será tema do seminário organizado pelo Grupo de Estudos Educação Básica Pública Brasileira: Dificuldades Aparentes,Desafios Reais, do Instituto de Estudos Avançados (IEA). O evento é gratuito, aberto ao público e vai acontecer nesta quarta-feira (20), a partir das 9h. Os palestrantes vão abordar diversas resoluções dos órgãos competentes em nível federal, estadual e municipal.
O professor de Sociologia da Educação da Faculdade de Educação (FE) da USP, Elie Ghanem, vai participar do debate e afirma que o Brasil tem a tradição de definir políticas educacionais com baixa participação de especialistas. Ele explica que a Base Nacional Comum Curricular foi montada a partir de 12 milhões de contribuições individuais e de instituições, no entanto, não conseguiu produzir consensos nítidos, já que a população dispõe de poucas informações sobre o assunto.
Ghanem aponta, também, que os documentos oficiais podem ajudar a atrapalhar o desenvolvimento do sistema de ensino. O especialista destaca que o País conta com dez artigos sobre o tema na Constituição, mas as Secretarias de Educação municipais e estaduais produzem resoluções e portarias que não focam a importância das leis maiores. Assim, as escolas reconhecem mais essas regras do que as presentes na Carta de 1988. Segundo ele, isso é um equívoco na medida em que as determinações desses órgãos são atos administrativos, e não leis.
O evento vai acontecer na Antiga Sala do Conselho Universitário, Rua da Praça do Relógio, 109, térreo, Butantã, São Paulo. É necessário fazer inscrições via formulário. Haverá transmissão ao vivo pela internet.
Para mais informações, basta clicar aqui
O Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93.7, em Ribeirão Preto FM 107.9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular.
Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.
Autor: Redação - Editorias: Atualidades, Rádio USP, Jornal da USP no Ar
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: https://jornal.usp.br/atualidades/escolas-conhecem-mais-resolucoes-locais-do-que-leis-da-constituicao/
Para colunista, falta compromisso ético na Base Nacional Curricular
download do áudio
Em sua última coluna do ano de 2017, o professor Renato Janine Ribeiro analisa a aprovação da Base Nacional Comum Curricular, no último dia 15 de dezembro, pelo Conselho Nacional de Educação.
O professor se vale da experiência que teve como ministro da Educação para comentar a medida. Segundo Janine, a base é muito importante, pois é a definição do tipo de educação que um país quer. “A base deve definir qual o espaço de educação, em que ano os alunos vão aprender e quais os conteúdos. E ela é uma base, alguns chamam de currículo mínimo, quer dizer, ela não esgota o que vai ser ensinado nem os métodos pedagógicos utilizados.”
Entre os pontos positivos, Janine cita o destaque às diferenças regionais no ensino de quatro áreas: História, Geografia, Biologia e Língua Portuguesa. Como pontos negativos, ele conta que, para aprová-la, o governo retirou todas as questões que envolviam valores éticos importantes, como o respeito à diversidade e às orientações sexuais diferentes da heterossexualidade, por pressão de segmentos conservadores. “Faltou na base um compromisso ético, que precisaria ser restabelecido”, lamenta o professor.
A coluna retornará na primeira semana de fevereiro de 2018.
Ouça acima o áudio na íntegra.
Autor: Valéria Dias - Editorias: Atualidades, Rádio USP, Colunistas, Renato Janine Ribeiro
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data de Publicação: 20/12/2017
Publicação Original: https://jornal.usp.br/atualidades/para-colunista-falta-compromisso-etico-na-base-nacional-curricular/
quarta-feira, 20 de dezembro de 2017
Anvisa registra novos autotestes para HIV com uso da saliva
'HIV Detect Oral' é um dos novos produtos disponíveis (Foto: Eco Diagnóstica/Divulgação)
AAgência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou dois novos autotestes para detectar o vírus HIV. Eles poderão ser vendidos em farmácias para realização em casa e usam amostras de saliva.
O "HIV Detect Oral" e o "Saliteste" são produtos de empresas brasileiras, de Minas Gerais e São Paulo. A agência afirma que é necessário seguir exatamente as instruções da bula para a coleta do fluido oral, como a quantidade necessária de passadas no "swab" (tipo de cotonete) sobre a gengiva. O teste só funciona se a amostra retirada da boca for suficiente para não gerar um falso negativo.
Após a coleta da saliva, o resultado pode ser em lido em 20 minutos. Esses autotestes só conseguem detectar o HIV após três meses de exposição, devido à janela imunológica.
Saliteste também usa amostra de saliva (Foto: Ebram Produtos Laboratoriais/Divulgação)
A Anvisa já havia aprovado um outro autoteste para detectar o vírus em maio deste ano, mas ele utiliza uma gota de sangue. Todos os produtos funcionam para os dois subtipos do HIV e, em caso de resultado positivo, recomenda-se uma confirmação por exame laboratorial.
Autor: G1 Globo
Fonte: G1 Globo
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/bemestar/noticia/anvisa-registra-novos-autotestes-para-hiv.ghtml
Misterioso objeto interestelar pode ter água embaixo de sua crosta, dizem cientistas
Oumuamua é originado em outro sistema solar (Foto: ESO/M. Kornmesser)
Oumuamua, o primeiro objeto interestelar encontrado durante visita a nosso Sistema Solar, tem formato alongado, 180 metros de comprimento, e uma crosta seca que pode ter evitado que a água contida em seu interior evaporasse em sua passagem perto do Sol, de acordo com estudo publicado nesta segunda-feira (18) na revista "Nature Astronomy".
O misterioso objeto foi avistado em outubro e suas caraterísticas fizeram com que surgissem hipóteses de que ele poderia ser um vestígio de uma civilização alienígena, mas, como reitera o estudo da Universidade Queen de Belfast, no Reino Unido, está confirmado apenas que se trata de um "objeto natural" procedente de outro sistema.
Para a astrofísica Michelle Banister é "fascinante" que o primeiro objeto interestelar descoberto se pareça tanto com um planeta pequeno do nosso próprio sistema. Isso sugere que a maneira na qual nossos planetas e os asteroides se formaram tem muito em comum com os sistemas que orbitam outras estrelas.
Trata-se de um planetesimal – um objeto sólido que pode acabar se transformando em planeta – com uma crosta bem solidificada e muito parecido com os astros menores que ficam nos limites do Sistema Solar.
Animação mostra caminho do asteroide 'Oumuamua' (Foto: NASA / JPL-Caltech )
Crosta e água
O grupo internacional de especialistas, liderado pelo professor Alan Fitzsimmons, mediu a forma como Oumuamua reflete a luz solar e descobriu que é similar à de objetos gelados cobertos com uma crosta seca.
Isso se deve ao fato de este objeto interestelar estar milhões, ou até bilhões de anos, exposto aos raios cósmicos, o que criou uma camada isolante organicamente rica de meio metro de espessura em sua crosta.
A pesquisa sugere que tal crosta seca poderia ter protegido a água em seu interior gelado da evaporação, apesar de o objeto ter passado a apenas 37 milhões de quilômetros do Sol e alcançado temperaturas superiores a 300ºC.
"Descobrimos que a superfície de Oumuamua é parecida com a de outros pequenos corpos do Sistema Solar que estão cobertos de gelo rico em carbono, cuja estrutura se vê modificada pela exposição aos raios cósmicos", explicou Fitzsimmons na nota.
O objeto interestelar tem a mesma cor que alguns planetas menores gelados na periferia de nosso Sistema Solar.
Os especialistas seguem observando Oumuamua e esperam fazer novas descobertas num futuro próximo, acrescentou Banister.
Autor: G1 Globo
Fonte: Agencia EFE
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/misterioso-objeto-interestelar-pode-ter-agua-abaixo-de-sua-crosta-dizem-cientistas.ghtml
Agenda Cultural Mandela Vive debate literatura produzida em periferias
Por: Luiza Gomes (Cooperação Social da Fiocruz)
“O espírito de Mandela vive em nós”, afirmou Elizabeth Campos, coordenadora do Espaço Casa Viva – empreendimento social da RedeCCAP, há 30 anos atuante em Manguinhos. As palavras da liderança, nos momentos iniciais da Agenda Cultural Mandela Vive, na última segunda-feira (11/12), aludem ao momento de resistência ao desmonte de políticas sociais no país e na cidade do Rio de Janeiro. O evento ocorreu na Biblioteca Parque de Manguinhos, que está há 12 meses ameaçada de encerrar suas atividades. A agenda conta com apoio da Cooperação Social da Fiocruz (através do programa de Promoção de Territórios Urbanos Saudáveis), da Sociedade de Promoção da Casa de Oswaldo Cruz (SPCOC), com o patrocínio da Fiotec e da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro.
Iniciativa da RedeCCAP com curadoria do Ecomuseu de Manguinhos, a Agenda Cultural Mandela Vive acontece desde 2015 no território de Manguinhos, e vem elegendo o Parque Cívico (ou Praça do DSUP) como um dos espaços cativos para realização de suas atividades. Este ano, o grupo Música na Calçada apresentou seu repertório dentro da sala de cinema Eduardo Coutinho – primeiro cinema de Manguinhos, com capacidade para 202 pessoas. Em seguida, o 3º Seminário Literatura no Dente apresentou o debate sobre o humor na literatura negra e periférica. A programação também contou com uma apresentação do coletivo Hip Hop Saúde, roda de rima freestyle, e da banda Tritura.
Foto: Tiago Antunes (Flamingo Filmes)
3º Seminário Literatura no Dente
“Podemos falar das nossas histórias, das opressões vividas nas periferias, sem a marca da tragédia? É possível que, com as ferramentas do humor, essas narrativas que vêm de lugares de periferias circulem de outra forma?”, inquiriu Felipe Eugênio, coordenador do Ecomuseu de Manguinhos, na abertura do seminário. Na última segunda-feira, a Agenda Cultural Mandela Vive inaugurou seu calendário 2017-2018. A mesa de debate Fale ao motorista apenas o indescritível - As estratégias do humor na combativa literatura negra convidou as escritoras Janaína Abílio e Sirléa Aleixo - autoras participantes da primeira residência literária da Agenda, em 2015; Juliana Correia, arte-educadora no projeto Baobazinho, que ensina literatura africana e afro-brasileira para crianças; e Álvaro Marins, professor de literatura especialista em Machado de Assis e Lima Barreto.
Sirléa Aleixo, atriz e integrante do coletivo artístico Manguinhos em Cena, apresentou duas experiências cênicas relacionadas ao tema da mesa: com o texto Mariana Criola, de autoria do diretor Ricardo Vassíllievitch, que narra a insurreição da escrava que formou um Quilombo em Vassouras, interior do Rio de Janeiro, ao lado de Manoel Congo; e com a comédia melodramática Sintonia suburbana, de autoria coletiva e assinado pela dramaturga Renata Mizrahi.
Nessa última, remoções de moradores de favelas, imobilidade urbana, tiroteios, racismo e outras violações são tratadas de forma crítica e cômica. “No humor você leva a informação, mas não tanto a dor. A pessoa ri, entendendo a questão, mas não fica se sentindo mal”, explicou.
O percurso do humor na história da literatura mundial e brasileira foi o tema da fala de Álvaro Marins, professor e autor do livro Machado de Assis e Lima Barreto: da ironia à sátira. Ele apresentou a ironia, sátira e as caricaturas como ferramentas cômicas da linguagem, e estas, como meios úteis à crítica social no universo literário.
Foto: Tiago Antunes (Flamingo Filmes)
“Que tal colocarmos o foco da literatura naquilo que oprime, colocando em cena os mecanismos de nossa sociedade, para desnudá-los?”, questionou. “Colocar não só a perspectiva de quem é oprimido, mas mostrar como essa sociedade funciona... Do contrário, corremos o risco de ficarmos só na lamentação e sem as possibilidades de entendimento e transformação”, disse.
A inquietação sobre os vazios de representação dos negros e negras na literatura infantil tida “clássica” foi o ponto de partida do projeto Baobazinho, que leva histórias africanas e afro-brasileiras para escolas e creches da rede pública de ensino. Juliana Correia, jornalista, arte-educadora e coordenadora do projeto, que compôs a mesa, é negra e mãe do Francisco, hoje com nove anos.
Com base na Lei 10.639/2013, que tornou obrigatória a inclusão de História e Cultura Africana e Afro-brasileira no currículo de toda a rede de ensino no Brasil, Juliana contou que buscou junto à direção da escola de Francisco um espaço para compartilhar narrativas cujas protagonistas fossem africanas ou negras. O projeto se estrutura na transmissão oral dessas histórias em escolas, creches, favelas e outros territórios da cidade, e vem produzindo modificações na forma das crianças se identificarem e reconhecerem em relação a sua cor e etnia, segundo seu relato.
Dani Ribeiro, uma das participantes do debate pela plateia, trouxe uma experiência semelhante. Como professora de artes de escolas da rede pública, ela propôs aos alunos e alunas de quatro e cinco anos, um trabalho de autorretrato. “Levei um espelho, eles ficaram se olhando e pedi que eles se desenhassem. Cerca de 80% das crianças se desenharam brancas, do cabelo claro, azul, olho azul, verde”, narrou. “Eu ia perguntar, mostrava o espelho e ouvia: “Tia, não posso, não dá pra me desenhar do jeito que eu sou, não me vejo assim”.
A baixa representatividade do negro na literatura, programas televisivos, cinema e outros produtos culturais foi o que mobilizou a fala de Janaína Abílio. “Demorei muito a me reconhecer como escritora. Todas as narrativas que consumimos, quando não nos vemos nelas, em lugar nenhum, é como se aquilo que a gente vive não fosse uma história, fosse alguma outra coisa”.
Literatura e políticas públicas
Segundo Felipe Eugênio, a Agenda Cultural Mandela Vive desenvolve, por meio do Bando Editorial Favelofágico (o braço editorial do Ecomuseu de Manguinhos), um debate sobre a promoção da literatura como direito humano. “É uma discussão sobre literatura e política, ao pensarmos como as classes populares podem também produzir literatura e não só ler. E ainda, de como a literatura que se produz nas periferias, com autores-trabalhadores, pode se sofisticar e entrar no circuito sem perder a criticidade”.
Em 2018, a residência literária terá uma metodologia híbrida: durante 10 meses, no último sábado do mês, pelas manhãs, os editores do Bando Editorial Favelofágico realizarão oficinas abertas ao público sobre as ferramentas do humor na literatura, em Manguinhos, e, à tarde, as oficinas serão direcionadas para a produção escrita de três autores. Dessa vez, os participantes da residência que escreverão romances. Como resultado, o grupo prepara o lançamento de três romances, editados pela editora sem fins lucrativos.
“Em 2017, participamos de atividades em encontros e seminários discutindo e conhecendo experiência semelhantes a nossa em diferentes estados brasileiros. São grupos que, em outras capitais brasileiras, realizam resistência territorial através da literatura”, explica Flora Tarumim, editora do Bando. “Nosso futuro como grupo articulado em torno da arte e da cultura com proposta de contribuir para transformação social é formar redes com esses coletivos para facilitar a circulação dessas narrativas que são mantidas encapsuladas nas periferias”, complementa.
Promover ações culturais que sejam estruturantes para um quadro de governança democrática é uma das metas do Programa de Promoção de Territórios Urbanos Saudáveis da Cooperação Social da Fiocruz. A partir da produção de diagnósticos socioterritoriais, o projeto assessora organizações sociais consolidadas no território de Manguinhos e apoia as redes de cultura locais. A Agenda Cultural Mandela Vive é uma das atividades realizadas com a finalidade de mobilizar, produzir reflexão coletiva e estimular a produção de conteúdo crítico no campo da literatura.
Autor: Luiza Gomes
Fonte: Cooperação Social da Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data de Publicação: 19/12/2017
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/agenda-cultural-mandela-vive-debate-literatura-produzida-em-periferias