terça-feira, 30 de janeiro de 2018
Consultoria estima que Brasil perdeu R$ 2,3 bilhões em um ano com doenças do Aedes
Mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, morto sobre o dedo de uma mulher. doença, vetor, inseto, transmissores, contágio, mosquitos. -HN- (Foto: Betina Carcuchinski/PMPA)
Um levantamento divulgado nesta terça-feira (30) estimou o prejuízo na economia brasileira devido à transmissão de zika, dengue e chikungunya em 2016. De acordo com a empresa de consultoria e pesquisa Sense Company, o impacto direto e indireto chegou a R$ 2,3 bilhões. Naquele ano, o Brasil teve quase 2 milhões de casos de doenças relacionadas ao Aedes aegypti.
Estimativa do impacto devido a dengue, zika e chikungunya por região
Região Combate ao vetor Custos médicos diretos Custos indiretos
Sudeste R$ 487 milhões R$ 110 milhões R$ 180 milhões
Nordeste R$ 477 milhões R$ 104,9 milhões R$ 178 milhões
Norte R$ 178,5 milhões R$ 8,2 milhões R$ 13,2 milhões
Centro-Oeste R$ 120,7 milhões R$ 26,7 milhões R$ 43,1 milhões
Sul R$ 128,2 milhões R$ 9,1 milhões R$ 15,1 milhões
Fonte: Sense Company
Os dados foram pedidos à consultoria pela empresa Oxitec, que trabalha com estratégias de controle a insetos transmissores de doenças. Os resultados mostram que o dinheiro investido no combate ao vetor – repasses federais e compra de pesticidas – representou 64,6% do valor total. Os custos médicos diretos, que estão relacionados ao tratamento das doenças nas fases agudas, são 16,4% dos gastos. Já os custos indiretos, que impactam devido às faltas dos trabalhadores e à perda da produtividade, significam 18,9% do prejuízo do país.
O Nordeste, apesar de concentrar mais casos de zika e chikungunya, perdeu menos dinheiro que o Sudeste, onde houve uma maior concentração de dengue. Os pesquisadores responsáveis dizem que o número total de R$ 761 milhões em perdas no Nordeste é "uma cifra conservadora", já que não leva em conta os custos dos tratamentos da síndrome congênita do vírus da zika, em que uma das consequências é a microcefalia.
"A gente incluiu os custos de tratamento agudo dos episódios de zika, mas a gente não incluiu os custos das complicações de longo prazo", disse a pesquisadora Vanessa Teich, autora do estudo.
Metodologia
A consultoria demorou cerca de cinco meses para conseguir as informações. Para levantar os repasses para o combate ao vetor, Vanessa disse que os valores foram retirados de fontes oficiais, de portarias do Ministério da Saúde que definem verbas para os estados e municípios.
"Existem alguns repasses, entre eles o Piso Fixo de Vigilância em Saúde. Essa é uma verba que é usada no combate para todas as doenças. Nós conseguimos algumas estimativas de que 60% a 70% desse dinheiro é usado no combate ao Aedes", explicou.
Estados com mais gastos referentes às doenças do Aedes
Valores em milhões de reais são apenas do ano de 2016
Estado323,9323,9255,4255,4192,4192,4157,3157,3128,2128,2Minas GeraisSão PauloBahiaRio de JaneiroPernambuco050100150200250300350
São Paulo
R$ 255,4
Fonte: Sense Company
Com base nessas estimativas de 60% a 70%, retiradas de reportagens, Vanessa e os pesquisadores somaram o total usado pelos órgãos públicos no combate aos vetores. O gasto com inseticidas e larvicidas, informado pelo governo federal, também está incluído neste número.
Já os custos médicos foram contabilizados de acordo com os números do Sistema Único de Saúde (SUS) disponíveis.
"Estamos considerando em nosso estudo todos os casos de arboviroses tratados pelo SUS, com os dados hospitalares disponíveis", informou Vanessa.
Já os custos indiretos, que representam o prejuízo devido às faltas dos pacientes infectados ao trabalho e a queda na produtividade, foram calculados de acordo com uma metologia usada em um estudo internacional.
"Inicialmente, fizemos uma estimativa de anos de vida perdidos. Mas isso traz muita incerteza. Então, fomos mais conservadores e consideramos o custo indireto apenas com relação aos dias que o indivíduo falta ao trabalho", completou.
Autor: Carolina Dantas, G1
Fonte: G1
Sítio Online da Publicação: G1
Data de Publicação: 26/01/2018
Publicação Original: https://g1.globo.com/bemestar/aedes-aegypti/noticia/consultoria-estima-que-brasil-perdeu-r-23-bilhoes-em-um-ano-com-doencas-do-aedes.ghtml
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