Um estudo pioneiro sobre as causas da puberdade precoce familiar descobriu um novo fator inibidor ligado ao desenvolvimento sexual prematuro. A responsável pela descoberta, professora Ana Claudia Latronico, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e chefe do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do Instituto Central do Hospital das Clínicas, foi uma das vencedoras do Prêmio Laureate da Sociedade de Endocrinologia Americana. A especialista conversou com o Jornal da USP no Ar sobre essa condição.
A puberdade precoce, segundo Ana Claudia, acomete 20 vezes mais as meninas. A diferença dos números pode ser explicada pela maior notabilidade do fenômeno no sexo feminino, pois com ele acontece a primeira menstruação e o desenvolvimento das mamas antes da idade adequada. Já nos meninos, os sintomas são menos evidentes, como: o aumento de pelos faciais e mudança de tons de voz. A puberdade precoce começa a se manifestar antes dos oito anos no sexo feminino e antes dos nove no masculino. O estudo realizado pela médica permitiu que se encontrasse uma causa genética para a condição, que consiste no defeito em um gene do cromossomo cinco do DNA, transmitido apenas pelo pai.
Imagem: cindylen – Flickr CC
Como consequência, as crianças sofrem com a perda de estatura de até 20 centímetros, pois o crescimento é acelerado pela puberdade precoce, o que gera uma maturação e fechamento ósseo prematuro, explica Ana Claudia. Porém, o tratamento é efetivo e seguro, feito a partir de um hormônio que bloqueia o processo puberal. A especialista comenta que as crianças que são submetidas ao tratamento têm sua estrutura preservada e não sofrem complicações. Por isso, ele deve ser iniciado o mais rápido possível, já que puberdade precoce não tratada pode provocar complicações futuras, como a obesidade, diabete e tumores, principalmente o câncer de mama.
Outra possibilidade que causa a puberdade precoce está ligada à exposição de hormônios responsáveis pelo desenvolvimento puberal. A médica esclarece que, quando os pais ou parentes próximos tomam esses hormônios, como a testosterona, para ganhar musculatura, pode acontecer a contaminação das crianças pelo contato.
A professora explica que a Faculdade de Medicina, especificamente a partir do Laboratório de Hormônios e Genética Molecular do Hospital das Clínicas, investiga métodos capazes de identificar as causas ligadas ao comportamento genético que podem desencadear doenças endócrinas. Ainda conta que são mais de 25 anos de estudos na área e ressalta a importância da pesquisa. O laboratório também trabalha em outras investigações, como outro estudo mencionado por Ana Claudia, que analisa os fatores epigenéticos, pois acredita-se que mais de um gene esteja relacionado com o crescimento puberal.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
Você pode sintonizar a Rádio USP em São Paulo FM 93,7, em Ribeirão Preto FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular. Você pode ouvir a entrevista completa no player acima.
Autor: Jornal da USP
Fonte: Jornal da USP
Sítio Online da Publicação: Jornal da USP
Data: 11/09/2018
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/estudo-descobre-defeito-genetico-que-provoca-puberdade-precoce/
Como consequência, as crianças sofrem com a perda de estatura de até 20 centímetros, pois o crescimento é acelerado pela puberdade precoce, o que gera uma maturação e fechamento ósseo prematuro, explica Ana Claudia. Porém, o tratamento é efetivo e seguro, feito a partir de um hormônio que bloqueia o processo puberal. A especialista comenta que as crianças que são submetidas ao tratamento têm sua estrutura preservada e não sofrem complicações. Por isso, ele deve ser iniciado o mais rápido possível, já que puberdade precoce não tratada pode provocar complicações futuras, como a obesidade, diabete e tumores, principalmente o câncer de mama.
Outra possibilidade que causa a puberdade precoce está ligada à exposição de hormônios responsáveis pelo desenvolvimento puberal. A médica esclarece que, quando os pais ou parentes próximos tomam esses hormônios, como a testosterona, para ganhar musculatura, pode acontecer a contaminação das crianças pelo contato.
A professora explica que a Faculdade de Medicina, especificamente a partir do Laboratório de Hormônios e Genética Molecular do Hospital das Clínicas, investiga métodos capazes de identificar as causas ligadas ao comportamento genético que podem desencadear doenças endócrinas. Ainda conta que são mais de 25 anos de estudos na área e ressalta a importância da pesquisa. O laboratório também trabalha em outras investigações, como outro estudo mencionado por Ana Claudia, que analisa os fatores epigenéticos, pois acredita-se que mais de um gene esteja relacionado com o crescimento puberal.
Jornal da USP no Ar, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.
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Autor: Jornal da USP
Fonte: Jornal da USP
Sítio Online da Publicação: Jornal da USP
Data: 11/09/2018
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/estudo-descobre-defeito-genetico-que-provoca-puberdade-precoce/
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