terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Sinergia ambiental, artigo de Roberto Naime

Sinergia ou sinergismo provém do grego “syn” que é “união” ou “junção” e “ergía” que é “unidade de trabalho”. É definido como o efeito ativo e retroativo do trabalho ou esforço coordenado de vários subsistemas na realização de uma tarefa complexa ou função, onde ambos sofrem ampliação de sua funcionalidade pela ação conjunta.

Quando se tem a associação concomitante de vários dispositivos executores de determinadas funções que contribuem para uma ação coordenada. Quando o somatório de esforços para o mesmo fim, potencializa os resultados dos procedimentos isolados.

Vender vasos numa floricultura aumenta a venda de vasos e de flores isoladamente, pois pode alguém querer comprar flores para colocar num vaso.

O efeito resultante da ação de vários agentes que atuam de forma coordenada para um objetivo comum pode ter um valor superior ao valor do conjunto desses agentes, se atuassem individualmente. É o mesmo que dizer que “o todo supera a soma das partes”.

Exemplo é a soma das ações combinadas de dois ou mais medicamentos que produzem um efeito biológico, cujo resultado pode ser a soma dos efeitos de cada composto ou um efeito total superior a isto.

Sinergia, de forma geral, pode ser definida como uma combinação de dois elementos de forma que o resultado dessa combinação seja maior do que a soma dos resultados que esses elementos teriam separadamente.

Sendo assim sinergia não passa de um somatório de ações voltadas para a mesma funcionalidade, que mostra um efeito amplificado das funcionalidades mobilizadas separadamente.

A sinergia deriva de uma expressão mais empresarial, mas é muito empregada em sociedades humanas e em ecologia, onde há uma gama de definições visando qualificar a ação coletiva, a cooperação, o capital social e até mesmo o mutualismo.

Em fisiologia define-se como o ato simultâneo de diversos órgãos ou músculos para o mesmo fim como sendo sinergia.

Em teoria de sistemas pode se definir sinergia como a convergência das partes de um todo que concorrem para um mesmo resultado e amplificam os resultados obtidos individualmente.

Não é invulgar que o efeito de duas substâncias químicas atuem em conjunto num organismo, e sejam superiores ao efeito de cada uma destas substâncias separadamente, com as soma dos seus efeitos individuais.

A presença de um segundo produto químico potencializa e amplia o efeito do primeiro. Este fenômeno é denominado de efeito sinergístico ou sinergia.

No meio natural, as toxinas raramente estão presentes isoladas e podem interagir com outras substâncias. O fenômeno oposto ao efeito sinergístico é denominado efeito antagonístico ou antagonismo. O efeito combinado de várias substâncias pode ter diversos resultados.

Podem não interagir entre si e os seus efeitos atuarem separadamente. Ou então as substâncias aumentarem ou potencializarem e gerarem sinergismo, ou haver uma atenuação, redução ou mesmo neutralização do efeito, gerando antagonismo.

O efeito sinergístico ocorre quando drogas interagem de forma a aumentar ou magnificar um ou mais dos seus efeitos, ou mesmo os seus efeitos secundários:

É usual adicionar codeína um opiáceo, a alguns analgésicos, como o ibuprofeno, uma vez que melhora a ação do analgésico em aliviar a dor.

No uso concomitante do “cannabis” com LSD, os químicos ativos da “cannabis” aumentam a experiência alucinatória do LSD.

Em ecossistemas a funcionalidade exercida pelos diferentes indivíduos que integram o arranjo, podem se completar, produzir um efeito sinérgico ou até mesmo antagônico, se por exemplo, transgenes causarem efeitos inesperados em suas inter-relações espontâneas.



Dr. Roberto Naime, Colunista do Portal EcoDebate, é Doutor em Geologia Ambiental. Integrante do corpo Docente do Mestrado e Doutorado em Qualidade Ambiental da Universidade Feevale.




Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 11/12/2018
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2018/12/11/sinergia-ambiental-artigo-de-roberto-naime/

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