Empossado no início de janeiro na presidência da Fundação, ele listou as principais metas para os próximos quatro anos de sua gestão, reafirmando seu compromisso de defender que a legislação estadual que prevê o repasse de 2% da receita líquida do Estado para pesquisa seja cumprida, além do aumento de parcerias com outras instituições de fomento, inclusive empresas privadas.
Em sua apresentação, o titular da FAPERJ disse que, de acordo com o percentual previsto na legislação, a FAPERJ deverá receber cerca de R$ 500 milhões do erário estadual em 2019. Ele se mostrou otimista ao dizer que a medida abre caminho para a recuperação da capacidade de fomento da Fundação. “É um orçamento que, uma vez realizado, pode devolver à FAPERJ sua capacidade de investimento e de impulsionar novamente pesquisas importantes que vinham sendo realizadas em nosso estado”, disse. Ele adiantou que os responsáveis pela área de Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) no ainda recém-empossado governo do estado receberam bem a ideia de discutir a possibilidade de efetivar os repasses à Fundação de forma mensal, a exemplo do que já ocorre há alguns anos com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Durante a visita ao Cremerj, Lima Silva elencou os principais desafios para a expansão da pesquisa no País. Citou, primeiramente, o baixo número de cientistas atuando em território nacional, 700 para cada milhão de habitantes, e citou, a título de comparação, a Coréia do Sul, referência em alto investimento em pesquisa com grandes resultados e que possui uma média sete vezes maior. Em seguida, destacou as dificuldades com o montante de recursos destinados ao investimento da C,T&I no País, cerca de 1% do produto interno bruto nacional, que também precisa ser incrementado, ainda que o atual desafio esteja mesmo, segundo ele, em reduzir os cortes ocorridos por conta da crise. Por último, o presidente destacou o baixo índice de intensidade tecnológica da indústria brasileira.
Plateia reuniu pesquisadores de renome e gestores com experiência na área pública (Foto: Paulo Silva/Cremerj)
De acordo com o presidente da FAPERJ, a atração de investimentos privados é uma das saídas para o crescimento do orçamento em pesquisa. “Precisamos ter mais ações, como a do Instituto Serrapilheira, que funcionam como doações e até investimentos de empresários que acreditam que seu negócio será revolucionário”, comentou. Nesse contexto, uma das metas colocadas por Lima Silva é a expansão das parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Industrial (Embrapii). Atualmente, existem quatro parcerias com a Embrapii no estado e a ideia é dobrar esse número. No modelo, cada uma das partes – empresa, instituição de pesquisa e a Embrapii – é responsável por um terço dos investimentos.
No encerramento de sua palestra, ele lembrou a célebre frase da pesquisadora da área de câncer Mary Woodard Lasker: “Se você acha que a pesquisa é cara, experimente a doença”. No começo da década de 1970, Lasker promoveu uma grande campanha contra a previsão de cortes de 30% nos recursos nos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos pelo governo Richard Nixon. E ao final, o Congresso deu razão a ela.
O evento contou com a presença da diretora Científica da FAPERJ, Eliete Bouskela; do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão; do presidente do CRM, Sylvio Provenzano, do ex-reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Salles; dos conselheiros do Cremerj, Antônio Joaquim Werneck de Castro e Antônio Abílio de Santa Rosa; do presidente da SOBRAHSP, Bernardo Soares; do pesquisador da Fiocruz e um dos coordenadores do evento, Cláudio Tadeu Daniel-Ribeiro; e o diretor do escritório do Centro Nacional da Pesquisa Científica (CNRS), da França, no Rio, Olivier Fudym; entre outros pesquisadores de renome na área da saúde.
Autor: Ascom FAPERJ
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 21/02/2019
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=3711.2.7
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