Os novos cascudinhos chamaram atenção não apenas pela aparência e estrutura corporal, mas também por um aspecto preocupante: eles possuem uma toxina extremamente potente. De acordo com relatos dos "piabeiros" — coletores ribeirinhos de peixes ornamentais —, o contato com os espinhos desses peixes pode causar dor intensa, inchaço e vermelhidão em humanos. Além disso, sua toxina é capaz de matar outros peixes quando compartilhando o mesmo recipiente, turvando a água e formando uma espuma característica.
“Essas informações vindas do conhecimento tradicional foram essenciais para compreendermos as peculiaridades dessas novas espécies”, afirma Luiz Fernando Caserta Tencatt, um dos autores do estudo e pesquisador da UFMT.
Novas reflexões anatômicas e evolutivas
O estudo também trouxe novas reflexões sobre a anatomia da subfamília Corydoradinae, à qual pertencem os novos cascudinhos. Os cientistas analisaram a estrutura do mesetimoide, um osso localizado na cabeça, e sua relação com o formato do focinho.
A pesquisa demonstrou que, ao contrário do que se imaginava, o formato do focinho por si só não é um indicador confiável de relações evolutivas dentro do grupo.
Segundo os pesquisadores, diferentes formas de focinho evoluíram independentemente em gêneros distintos da subfamília, o que caracteriza um processo conhecido como convergência adaptativa.
Esse fenômeno ocorre quando espécies não aparentadas desenvolvem características semelhantes como resposta a ambientes e pressões ecológicas parecidas.
Pesquisa foi realizada por meio de financiamento coletivo
A expedição que resultou na descoberta foi financiada de forma inusitada: por meio de um crowdfunding promovido por aquaristas de várias partes do mundo. A popularidade dos cascudinhos entre entusiastas da aquariofilia contribuiu diretamente para viabilizar a pesquisa.
Autor: tempo
Fonte: tempo
Sítio Online da Publicação: tempo
Data: 22/04/2025
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