Terra.
A Dra. DeBenedictis defende que “estudar a terraformação é, na verdade, estudar como tornar o nosso próprio planeta mais sustentável”.
De “podemos?” para “devemos?”
A transformação de Marte não vai acontecer em breve — nem deve. Mas a discussão já não é apenas teórica. Os investigadores pedem experiências laboratoriais e missões de teste, para avaliar técnicas de aquecimento localizado e biologia sintética controlada.
Pela primeira vez, a conversa passou de “podemos fazer isto?” para “devemos fazê-lo — e se sim, como?”.
E esta mudança, por si só, representa um enorme salto no modo como a humanidade olha para o seu futuro entre as estrelas.
Um planeta frio, seco e com potencial escondido
Marte é um mundo árido, com temperaturas médias em torno dos –63 °C, e uma atmosfera extremamente fina, composta em 95% por dióxido de carbono, sem oxigénio suficiente para sustentar a vida humana. Ainda assim, há razões para o otimismo: estima-se que entre 1,6 e 2,3 milhões de quilómetros cúbicos de gelo de água estejam presos sob a superfície marciana, quantidade suficiente para cobrir todo o planeta com um oceano de 30 metros de profundidade.
Além disso, o solo marciano contém percloratos e minerais oxidantes que poderiam ser transformados, através de processos químicos ou biológicos, em nutrientes úteis. O planeta também recebe luz solar suficiente para suportar fotossíntese, ainda que apenas 44% da intensidade da que chega à Terra.
Da ficção científica à investigação real
A ideia de transformar Marte deixou de ser apenas uma fantasia de filmes como Total Recall ou The Martian. Em 2025, o Green Mars Workshop, organizado pela empresa Pioneer Labs, apresentou um relatório liderado pela Dra. Erika DeBenedictis, que defende uma abordagem científica e faseada à terraformação.
Há trinta anos, terraformar Marte era impossível. Hoje, é apenas extremamente difícil. O motivo? Avanços em áreas-chave como a biologia sintética, a engenharia aeroespacial e a modelação climática mudaram o panorama. Com foguetes como o Starship da SpaceX, o custo de transporte de materiais para Marte pode ser reduzido mil vezes, tornando possíveis experiências em larga escala.
Explicou DeBenedictis.
Fonte: sapo
Sítio Online da Publicação: sapo
Data: 13/10/2025
Publicação Original: https://pplware.sapo.pt/ciencia/poderiamos-mesmo-tornar-marte-verde/
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