sexta-feira, 20 de setembro de 2019
Incidência de cardiopatias em mulheres supera a de tumores ginecológicos
As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Entre as mulheres, as cardiopatias representam 30% dos óbitos, superando os números de cânceres ginecológicos, como os de mama e ovário. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), essas enfermidades matam anualmente 8,5 milhões de mulheres em todo o mundo.
“As complicações do infarto agudo do miocárdio nas mulheres podem ser ainda maiores do que nos homens pela maior fragilidade das estruturas no sexo feminino. Quanto maior a extensão do infarto, mais frequentes e graves serão as complicações. Na mulher há ainda a queda na produção do estrogênio, que ocorre na menopausa, o que também facilita alterações na pressão arterial e no colesterol, fatores que levam ao infarto e agravam as complicações”, explica o cardiologista Valdir Lauro Schwerz, mestre em Cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Fatores de risco, como tabagismo, sedentarismo, uso de pílulas anticoncepcionais, má alimentação, obesidade e até dupla jornada de trabalho, levam ao aumento no número de óbito entre as mulheres. Principalmente entre as acima de 40 anos, pois as mulheres que sofrem um ataque cardíaco acumulam mais fatores de risco como o diabetes, hipertensão e altas taxas de colesterol.
Cansaço extremo, dor na parte superior do abdômen, costas e pescoço, acompanhados de náusea, tontura, sudorese excessiva são alguns alertas do organismo que os médicos devem ficar atentos no momento do atendimento a pacientes do sexo feminino. “Muitas vezes, dor na mandíbula, nos punhos e tosse seca são sinais que passam despercebidos”, ressalta o cardiologista.
Tudo deve ser analisado, uma vez que com um simples eletrocardiograma e uma dosagem de sangue é possível fazer o diagnóstico de infarto, segundo palavras do especialista.
A importância da conscientização da prevenção
A mudança de alguns hábitos é capaz de evitar oito em cada dez casos de doenças cardiovasculares. O primeiro passo é orientar as pacientes a realizarem exames preventivos anualmente, como eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico e exames laboratoriais. Os resultados desses exames permitirão analisar e tratar de alguma patologia antes das possíveis complicações. Não deve ser deixado de lado a realização de uma ampla avaliação, de acordo com sexo, idade, hábitos de vida e histórico familiar.
Dicas para passar aos pacientes
Alimentação: Deve-se dar preferência aos alimentos ricos em fibras e com baixo teor de gordura, como grelhados e assados, que auxiliam na redução do LDL. “A substituição de doces e guloseimas por frutas é uma excelente escolha. Soja, feijão, grão de bico, tomate, peixes, azeite, alho, banana e castanhas são ótimas opções. E água, beber muita água pode fazer a diferença”, indica o cardiologista.
Exercícios físicos: Uma atividade física de intensidade moderada faz um muito bem ao coração. Trinta minutos diários já são capazes de reduzir pela metade o risco de óbito. “A dica aqui é trocar o elevador e o carro por escadas e caminhadas”, afirma Valdir Lauro Schwerz.
Xô estresse: Guardar sentimentos como raiva, remorso ou culpa pode aumentar o risco de doenças cardiovasculares. O ideal é se afastar de situações estressantes ou até mesmo praticar atividades mais relaxantes, como o yoga, que pode ajudar a reduzir os níveis de adrenalina no organismo.
Autor: Úrsula Neves
Fonte: PebMed
Sítio Online da Publicação: PebMed
Data: 19/09/2019
Publicação Original: https://pebmed.com.br/incidencia-de-cardiopatias-em-mulheres-supera-a-de-tumores-ginecologicos/
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