quarta-feira, 9 de abril de 2025

Plataforma criada no Huap-UFF usa bioengenharia para personalizar tratamentos oncológicos


O aluno de Iniciação Científica Jhonny Bonforte participa do estudo realizado no Hospital Universitário Antônio Pedro, Huap/UFF (Foto: Jéssica Dornelas)
Desenvolvida no Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (Huap/UFF), uma plataforma biotecnológica vinculada à Rede Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) pode apontar um novo rumo no tratamento de pacientes com câncer. A tecnologia, criada com apoio do Programa Doutor Empreendedor, da FAPERJ, visa tornar mais precisa a indicação dos quimioterápicos, aproximando-se da lógica de inovação científica retratada em séries, nas quais decisões clínicas se beneficiam de tecnologia de ponta aliada à análise individual de cada caso. Destaque nessa frente de atuação, a NanoOnco3D, fundada em 2021, vem realizando pesquisa em nanotecnologia aplicada à oncologia.

De acordo com a CEO da empresa, Jéssica Dornelas, a NanoOnco3D desenvolve soluções para facilitar a seleção dos medicamentos quimioterápicos, tornando o tratamento dos pacientes oncológicos mais personalizado e assertivo. "Desenvolvemos uma plataforma que permite fazer combinações de medicamentos de forma dinâmica e automatizada, avaliando a resposta de células tumorais de cada paciente para identificar os quimioterápicos ideais", diz a biotecnóloga.

O objetivo central da pesquisa é contribuir para uma oncologia mais individualizada. “Entendemos que cada paciente é único, assim como o câncer que o acomete. Dessa forma, escolher o medicamento mais eficiente e assertivo, pensando individualmente no paciente, pode garantir benefícios extraordinários no tratamento e qualidade de vida da população”, explica Jéssica.

Os modelos tridimensionais utilizados, como os esferoides celulares e os dispositivos microfluídicos, fazem parte do esforço para automatizar os processos de seleção de quimioterápicos. O trabalho é desenvolvido em colaboração com pesquisadores e redes de desenvolvimento tecnológico, como a NanoSaúde. Segundo Jéssica, essas parcerias são estratégicas para o avanço e a validação dos dispositivos desenvolvidos. Entre os parceiros estão Gutemberg Gomes Alves, Alexandre Malta Rossi, da Rede NanoSaúde, e Tatiana Guimarães, coordenadora da Unidade de Pesquisa Clínica do Huap/UFF.

A presença em um hospital universitário é considerada, por ela, um diferencial essencial para a evolução do projeto. “É na Unidade de Pesquisa Clínica que temos a oportunidade de validar, juntamente com os médicos, as necessidades de desenvolvimento, mapear as dores encontradas nos setores para que assim nossas pesquisas científicas sejam direcionadas no desenvolvimento de soluções que impactem positivamente a saúde dos nossos pacientes e o SUS”, afirma.

O setor é coordenado por uma pesquisadora vinculada ao hospital e será o ambiente onde a equipe iniciará a validação da solução com culturas tridimensionais das células tumorais dos pacientes, com o objetivo de auxiliar na escolha dos quimioterápicos de eleição.

Jéssica lembra que os processos regulatórios envolvidos no desenvolvimento de soluções biotecnológicas são longos, exigem tempo e demandam recursos significativos. Nesse cenário, os programas de fomento têm papel decisivo para viabilizar o avanço das pesquisas. A iniciativa da NanoOnco3D foi contemplada não só pelo programa Doutor Empreendedor, mas também no edital intitulado Pesquisador na Empresa, também da FAPERJ. “Sem esse apoio não seria viável o desenvolvimento da nossa tecnologia”, diz Jéssica.

O Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap-UFF) faz parte da Rede Ebserh desde o início de 2016. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.

* Com informações da Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh

Autor: faperj 
Fonte: faperj 
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 03/04/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=746.7.3

Uma nova criatura desconhecida da ciência foi encontrada numa gruta em La Palma


Uma equipa internacional de investigadores resume, num estudo recém-publicado na revista Subterranean Biology, a descoberta de uma nova espécie animal que vive no interior de um tubo vulcânico em La Palma. A espécie foi cientificamente designada por Cixius palmirandus e é uma nova espécie de cigarrinha subterrânea endémica das ilhas Canárias.

ANIMAIS EXTREMOS
Estes animais são extremófilos, ou seja, capazes de sobreviver nas condições mais inóspitas do nosso planeta (ou mesmo fora dele). Exemplos disso são os tardígrados – conhecidos como ursos de água – que conseguem sobreviver a altas pressões, radiações ou temperaturas, ou o peixe-gelo da Antárctida, que em condições de congelamento encontra um habitat perfeito para a vida. Neste caso, a espécie foi localizada na Cueva Honda de Miranda, no município de Breña Alta, no interior de uma cavidade vulcânica que não tinha sido previamente estudada.

COMO É ESTA ESPÉCIE?
Cixius palmirandus é o nome do recém-descoberto insecto do grupo das cigarrinhas subterrâneas que apresenta características semelhantes às dos restantes seres adaptados à escuridão perpétua: asas não funcionais, olhos reduzidos e perda de pigmentação.

Estes pequenos insectos, pertencentes ao grupo Homoptera, adaptaram-se a condições extremas, tornando-se verdadeiros extremófilos. Vivem em redes e fendas subterrâneas, em grutas vulcânicas e em zonas de isolamento quase total, razão pela qual evoluíram para sobreviver com muito pouca luz, daí o seu aspecto quase fantasmagórico. Têm também uma alimentação especializada: ingerem a seiva das plantas, arbustos e árvores, utilizando um pequeno estilete, e os que vivem mais profundamente no subsolo extraem a seiva das raízes, demonstrando uma capacidade notável de explorar recursos limitados.

Infelizmente, estes insectos são espécies muito raras, com poucos exemplares nos seus locais de origem, pelo que são extremamente vulneráveis à poluição e a alterações no seu delicado habitat, razão pela qual os cientistas alertam para o perigo da intervenção humana nestes ecossistemas, que pode levar à sua extinção. Perante este elevado risco, os autores propuseram classificar o estado de conservação destas pequenas cigarras como vulnerável, seguindo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN).


Autor: nationalgeographic 
Fonte: nationalgeographic 
Sítio Online da Publicação: nationalgeographic
Data: 08/04/2025