Artrite reumatoide
Tratamento da AR: houve publicação de um grande número de trabalhos demonstrando a eficácia e segurança do filgotinibe, um inibidor da JAK ainda não disponível no Brasil. Além disso, foram apresentados dados de estudos de extensão com o baricitinibe e upadacitinibe, que não demonstraram novas preocupações em relação ao seu perfil de segurança. Um estudo brasileiro realizou uma revisão sistemática com metanálise em rede comparando o risco de eventos cardiovasculares maiores e morte por todas as causas em pacientes em uso de iJAK ou tocilizumabe vs. anti-TNF; os autores concluíram que existe uma probabilidade significativa de que os iJAK aumentam o risco de eventos cardiovasculares e morte por todas as causas comparados com o placebo, e que o tocilizumabe parece se associar com um maior risco de morte quando comparado com o anti-TNF.
Espondiloartrites
Tratamento das espondiloartrites axiais: foram apresentados estudos demonstrando a eficácia do tofacitinibe, ixequizumabe e bimequizumabe no tratamento das espondiloartrites axiais.
Tratamento da artrite psoriásica: foram apresentados mais dados demonstrando a eficácia do guselcumabe e tofacitinibe no tratamento da artrite psoriásica.
Lúpus eritematoso sistêmico
Adesão à hidroxicloroquina: é bastante conhecido que a hidroxicloroquina é um medicamento obrigatório no tratamento dos pacientes com LES sem contraindicação. Nguyen et al. conduziram um estudo interessante que avaliou a má adesão a essa medicação na coorte do SLICC, uma das mais importantes do mundo. Eles encontraram que a má adesão se associou com um risco aumentado de flare (RR 3,32, IC 95% 1,78-6,28), maior acúmulo de dano (RR 1,92 em 3 anos, IC 95% 1,05-3,50) e aumento de mortalidade (RR 5,41, IC 95% 1,43-20,39).
Voclosporina: foram apresentados diversos trabalhos relativos à eficácia da voclosporina, um inibidor da calcineurina ainda não disponível no Brasil. Os estudos vêm demonstrando sua eficácia em pacientes com nefrite lúpica e proteinúria nefrótica.
Síndrome antifosfolípide
Neste congresso, apresentamos dois trabalhos conduzidos em nossa população brasileira. No primeiro, demonstramos o potencial impacto negativo da presença de apneia do sono em pacientes com SAF.
No segundo, avaliamos prospectivamente 135 pacientes com SAF primária, com seguimento de 5,5 anos, e identificamos que a presença de diabetes mellitus no baseline aumentou o risco de recorrência trombótica em 3 vezes. Além disso, 60% das tromboses ocorreram com INR no alvo programado.
Esclerose sistêmica
Progressão de doença intersticial pulmonar: um estudo que avaliou a doença intersticial em pacientes com esclerose sistêmica identificou que sexo masculino, níveis de KL-6 elevados no baseline e gravidade da doença do refluxo se associaram com piora da pneumopatia intersticial. Eu trouxe esse estudo justamente para relembrar que a DRGE, extremamente frequente nesses pacientes, pode agravar o quadro pulmonar e deve ser lembrada sempre que o paciente apresentar uma piora dos sintomas respiratórios.
Miopatias inflamatórias sistêmicas
Guidelines para o rastreamento neoplásico nas miopatias inflamatórias idiopáticas (Oldroyd, et al.):
Nesse trabalho, foi seguida a metodologia de Delphi para definição de estratégias de rastreamento neoplásico nos pacientes com miopatias inflamatórias. O resultado final foi:
Fatores de risco
Alto risco: idade > 40 anos, dermatomiosite, positividade para anti-TIF1-gama e para anti-NXP2, atividade de doença persistente apesar do tratamento, disfagia moderada a grave e necrose cutânea;
Risco moderado: sexo masculino, polimiosite, miopatia clinicamente amiopática, polimiosite, miopatia necrosante imunomediada, positividade para anti-SAE-1, anti-HMGCR, anti-Mi, anti-MDA5;
Baixo risco: síndrome antissintetase, síndromes de overlap, anti-SRP, anti-Jo1, anticorpos miosite-associados (PM-Scl, Ku, RNP, Ro, La), fenômeno de Raynaud, artropatias inflamatórias, doença intersticial pulmonar.
Modalidades de rastreamento, conforme sexo e idade:
Básico: hemograma, VHS, PCR, hepatograma, eletroforese de proteínas, EAS, radiografia de tórax
Estendido: TC de tórax, abdome e pelve, mamografia, Papanicolau, PSA, colonoscopia (autores recomendaram sangue oculto, mas a colonoscopia tem melhor rendimento), considerar USTV.
Recomendações:
Alto risco (≥ 2 fatores de alto risco): rastreamento básico e estendido no momento do diagnóstico e básico nos anos 1, 2 e 3;
Risco intermediário (≥ 2 fatores de risco moderados ou 1 fator de alto risco): rastreamento básico e estendido no diagnóstico;
Baixo risco (apenas fatores de baixo risco): rastreamento básico no diagnóstico.
Autor: Gustavo Balbi
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 06/12/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/acr-2022-artrite-reumatoide-espondiloartrites-lupus-esclerose-e-miopatias/
Lúpus eritematoso sistêmico
Adesão à hidroxicloroquina: é bastante conhecido que a hidroxicloroquina é um medicamento obrigatório no tratamento dos pacientes com LES sem contraindicação. Nguyen et al. conduziram um estudo interessante que avaliou a má adesão a essa medicação na coorte do SLICC, uma das mais importantes do mundo. Eles encontraram que a má adesão se associou com um risco aumentado de flare (RR 3,32, IC 95% 1,78-6,28), maior acúmulo de dano (RR 1,92 em 3 anos, IC 95% 1,05-3,50) e aumento de mortalidade (RR 5,41, IC 95% 1,43-20,39).
Voclosporina: foram apresentados diversos trabalhos relativos à eficácia da voclosporina, um inibidor da calcineurina ainda não disponível no Brasil. Os estudos vêm demonstrando sua eficácia em pacientes com nefrite lúpica e proteinúria nefrótica.
Síndrome antifosfolípide
Neste congresso, apresentamos dois trabalhos conduzidos em nossa população brasileira. No primeiro, demonstramos o potencial impacto negativo da presença de apneia do sono em pacientes com SAF.
No segundo, avaliamos prospectivamente 135 pacientes com SAF primária, com seguimento de 5,5 anos, e identificamos que a presença de diabetes mellitus no baseline aumentou o risco de recorrência trombótica em 3 vezes. Além disso, 60% das tromboses ocorreram com INR no alvo programado.
Esclerose sistêmica
Progressão de doença intersticial pulmonar: um estudo que avaliou a doença intersticial em pacientes com esclerose sistêmica identificou que sexo masculino, níveis de KL-6 elevados no baseline e gravidade da doença do refluxo se associaram com piora da pneumopatia intersticial. Eu trouxe esse estudo justamente para relembrar que a DRGE, extremamente frequente nesses pacientes, pode agravar o quadro pulmonar e deve ser lembrada sempre que o paciente apresentar uma piora dos sintomas respiratórios.
Miopatias inflamatórias sistêmicas
Guidelines para o rastreamento neoplásico nas miopatias inflamatórias idiopáticas (Oldroyd, et al.):
Nesse trabalho, foi seguida a metodologia de Delphi para definição de estratégias de rastreamento neoplásico nos pacientes com miopatias inflamatórias. O resultado final foi:
Fatores de risco
Alto risco: idade > 40 anos, dermatomiosite, positividade para anti-TIF1-gama e para anti-NXP2, atividade de doença persistente apesar do tratamento, disfagia moderada a grave e necrose cutânea;
Risco moderado: sexo masculino, polimiosite, miopatia clinicamente amiopática, polimiosite, miopatia necrosante imunomediada, positividade para anti-SAE-1, anti-HMGCR, anti-Mi, anti-MDA5;
Baixo risco: síndrome antissintetase, síndromes de overlap, anti-SRP, anti-Jo1, anticorpos miosite-associados (PM-Scl, Ku, RNP, Ro, La), fenômeno de Raynaud, artropatias inflamatórias, doença intersticial pulmonar.
Modalidades de rastreamento, conforme sexo e idade:
Básico: hemograma, VHS, PCR, hepatograma, eletroforese de proteínas, EAS, radiografia de tórax
Estendido: TC de tórax, abdome e pelve, mamografia, Papanicolau, PSA, colonoscopia (autores recomendaram sangue oculto, mas a colonoscopia tem melhor rendimento), considerar USTV.
Recomendações:
Alto risco (≥ 2 fatores de alto risco): rastreamento básico e estendido no momento do diagnóstico e básico nos anos 1, 2 e 3;
Risco intermediário (≥ 2 fatores de risco moderados ou 1 fator de alto risco): rastreamento básico e estendido no diagnóstico;
Baixo risco (apenas fatores de baixo risco): rastreamento básico no diagnóstico.
Autor: Gustavo Balbi
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 06/12/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/acr-2022-artrite-reumatoide-espondiloartrites-lupus-esclerose-e-miopatias/
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