sexta-feira, 11 de outubro de 2024

"Estamos no início de uma revolução": poderão os cérebros de laboratório vir a dominar a IA?


À medida que a investigação sobre a inteligência artificial (IA) generativa se espalha rapidamente, alguns cientistas de todo o mundo já estão a trabalhar na próxima grande novidade: um campo que imagina computadores com cérebros reais, conhecido como biocomputação.

Os modelos atuais de IA utilizam redes de algumas centenas de milhões de neurónios, com neurónios extremamente simplificados, e requerem uma quantidade significativa de energia.


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Entretanto, um cérebro humano utiliza muito menos energia para criar ligações entre cerca de 90 mil milhões de neurónios.

Se as atuais empresas de inteligência artificial quisessem reproduzir o número de ligações do cérebro humano, precisariam de uma central nuclear, segundo os especialistas.

Isto porque os modelos de IA generativa são sintéticos e precisam de ser alimentados por eletricidade para que os neurónios comuniquem entre si.

A biocomputação propõe uma mudança de paradigma fundamental ao utilizar neurónios reais e biológicos.

"Estamos no início de uma revolução", afirmou Fred Jordan, CEO e cofundador da Final Spark, ao Euronews Next.

Em 2014, ele e o seu colega Martin Kutter criaram uma das primeiras empresas de biocomputação do mundo. Atualmente, é uma das três empresas que trabalham neste domínio, juntamente com a Cortical Labs, na Austrália, e a Koniku, nos EUA.

'Construir um computador pensante'
Os biocomputadores são máquinas que utilizam neurónios vivos, capazes de raciocinar como os seres humanos e de criar ideias fora da sua própria experiência. São diferentes dos programas de IA como o ChatGPT, que só pode dar respostas a partir do conhecimento que tem na sua própria base de dados.

"Desde adolescente que o meu sonho era construir um computador pensante", disse Jordan, que decidiu há três anos que a combinação da inteligência artificial e da neurociência - "campos que normalmente não se encontram" - era a forma de atingir esse objetivo.

"O processamento de informação pelo cérebro é incrivelmente complexo e os computadores digitais atuais não estão à altura da tarefa", disse, "por isso pensámos que, uma vez que o hardware não é suficiente, vamos alterá-lo com neurónios vivos ou wetware".

Autor: Euronews 

Fonte: Euronews

Sítio Online da Publicação: Euronews

Data: 07/09/2024

Publicação Original: https://pt.euronews.com/next/2023/09/07/estamos-no-inicio-de-uma-revolucao-poderao-os-cerebros-de-laboratorio-vir-a-dominar-a-ia

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