Para testar um novo tratamento e produto para combater a doença, pesquisa está recrutando novos pacientes, entre 40 e 60 anos, com osteoartrite nos dois joelhos para um ensaio clínico no Hospital Universitário Antônio Pedro – Huap/UFF (Fotos: Divulgação)
Sabe aquela dor no joelho constante que incapacita o paciente a ter uma vida como antigamente? O nome é complicado, osteoartrite, mas são cerca de 250 milhões de pessoas que sofrem com a doença em todo o mundo.
A osteoartrite não tem cura e se caracteriza pela degradação da cartilagem, remodelamento ósseo, inflamação e perda da função articular normal. Até o momento, a recomendação para aliviar as dores de quem sofre com a doença é conservadora. Inicialmente, modificações do estilo de vida, fisioterapia, uso de anti-inflamatórios orais, joelheira, injeções intra-articulares de corticoides e a infiltração com ácido hialurônico. Estas recomendações são para controle da dor, melhoria da função e tentativa de modificar a história natural da doença.
No caso das infiltrações com ácido hialurônico, há muitos trabalhos científicos publicados sobre as diferentes formulações, mas os custos são elevados e, por isso, nem sempre acessíveis a todos os pacientes, principalmente, os do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para ampliar o acesso a um tratamento eficaz e barato, está em teste um novo produto contra a doença. A novidade vem do corpo do próprio paciente. Médico ortopedista e professor de Ortopedia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF), Eduardo Branco de Sousa – que recebe apoio da FAPERJ para a realização de suas pesquisas por meio do programa Jovem Cientista do Nosso Estado – explica que estuda a aplicação do plasma rico em plaquetas do próprio paciente para tratamento da doença.
Eduardo de Sousa: médico ortopedista e professor da Faculdade de Medicina da UFF, ele está à frente de projeto para ampliar o acesso a um tratamento eficaz e barato contra a osteoartrite
"Estamos recrutando novos pacientes, entre 40 e 60 anos, com osteoartrite nos dois joelhos para um ensaio clínico no Hospital Universitário Antônio Pedro (Huap), em Niterói. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da UFF, o projeto prevê a análise de 90 pacientes. Já foram recrutados 20 pacientes que receberam infiltração do plasma rico em plaquetas ou ácido hialurônico, usado como comparador, e que estão em acompanhamento por até um ano. Para ser incluído na pesquisa o paciente deve enviar email para projetoprphuapuff@gmail.com e a equipe entrará em contato para verificar a adequação aos demais critérios clínicos de inclusão e exclusão da pesquisa", disse o pesquisador.
O plasma rico em plaquetas é um produto do sangue do próprio paciente e que contém uma concentração elevada de plaquetas. A vantagem da terapia é que a preparação é simples e reprodutível e o fato de ser uma infusão com material do paciente reduz eventuais efeitos colaterais.
"Observamos na literatura científica um aumento no interesse pelo uso do plasma rico em plaquetas para o tratamento da osteoartrite do joelho, pois possui uma alta margem de segurança, além da facilidade no preparo e administração, sendo seu uso sugerido como uma opção de tratamento em todos os estágios da doença. Além de mais acessível para todos os pacientes, inclusive economicamente viável no SUS", acrescentou o médico ortopedista.
O plasma rico em plaquetas para tratamento da osteoartrite já é aplicado em diversos países, mas no Brasil o uso ainda é restrito a ensaio clínicos. Com este projeto, Eduardo espera ampliar o conhecimento científico e a liberação para uso rotineiro já que uma aplicação custa em torno de R$ 100, enquanto o ácido hialurônico pode custar cerca de R$ 1 mil cada aplicação, com efeito por seis a 12 meses.
Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 21/02/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=722.7.3
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