segunda-feira, 18 de abril de 2022

Suplementação de sulfato ferroso para bebês e crianças: do diagnóstico de enfermagem a intervenção

A suplementação de micronutrientes é uma decisão que deve ser compartilhada entre pais e profissionais de saúde, tendo em vista que, a carência de nutrientes pode levar a desfechos ruins, como morte infantil, resposta imunológica diminuída, cegueira, retardo mental e anemia. Essa última, relacionada à deficiência nutricional, é a mais comum e atinge metade das crianças a nível mundial.


Ferro

O ferro é um componente essencial para o funcionamento celular, pois, está envolvido na transferência de elétrons, produção de energia, síntese de DNA, crescimento e diferenciação celular, e transporte de oxigênio. A fonte desse nutriente é a reciclagem de hemácias e absorção exógena do nutriente. Os alimentos ricos em ferro se diferenciam por ter o ferro heme (presente na carne vermelha, vísceras, peixes) e o ferro não heme (hortaliças, folha verde escura). Esse último possui menor biodisponibilidade, sendo indicado o consumo com alimentos cítricos para aumentar a absorção.

Em bebês e crianças, devido ao crescimento acelerado, a disponibilidade de ferro é mais crítica e a indisponibilidade desse nutriente pode levar a alterações: imunológicas, alimentares/gastrointestinais (alteração do apetite, anorexia, redução da acidez gástrica, sangramento da mucosa intestinal), de crescimento (baixo ganho de peso e altura), neurológicas/comportamentais (irritabilidade, apatia, dor em membros), dentre outras.

Por isso, o enfermeiro, deve estar atento em sua consulta, durante o levantamento do histórico de enfermagem que os diagnósticos de enfermagem como fadiga (NANDA-I e CIPE), memória prejudicada (NANDA-I) e constipação (NANDA-I) consideram a anemia como condições associadas. E, nutrição desequilibrada: menor do que as necessidades corporais (NANDA-I), risco de desenvolvimento prejudicado (NANDA-I), desenvolvimento infantil prejudicado (NANDA-I), amamentação exclusiva prejudicada (CIPE), ingestão de alimentos insuficiente (CIPE), e desnutrição (CIPE) requerem intervenções que contemplam nas intervenções orientações alimentares, e suplementação de vitaminas, conforme protocolos nacionais e institucionais (Tabela 1).

Todavia, frente a diagnósticos de enfermagem positivos como crescimento nos limites normais (CIPE) a suplementação de vitaminas é pertinente para manter os resultados de enfermagem esperados conforme a meta estabelecida. Além disso, medidas preventivas como clampeamento tardio do cordão (após 3 minutos), aleitamento materno exclusivo até 6 meses, não utilizar leite de vaca antes de 12 meses, e a partir da introdução alimentar incluir alimentos ricos em ferro, são importantes.

Contudo, lembre-se que todo mineral em excesso pode ser prejudicial à saúde, e no caso do ferro pode ocorrer má absorção de minerais como o zinco, hemocromatose/talassemia, e supressão da atividade enzimática. Por isso, a dose da suplementação (Tabela 1) ou de tratamento (3-5 mg de ferro elementar/kg de peso/dia) deve seguir recomendações científicas e atuais.





Autor: Hérica Pinheiro Corrêa
Fonte: PEBMED
Sítio Online da Publicação: PEBMED
Data: 18/04/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/suplementacao-de-sulfato-ferroso-para-bebes-e-criancas-do-diagnostico-de-enfermagem-a-intervencao/

Nenhum comentário:

Postar um comentário