Interromper o tratamento com metotrexato por duas semanas após a vacinação contra a influenza resultou em maior imunidade à vacinação em pacientes com artrite reumatoide, sem efeito de interrupção tratamento até quatro semanas antes da vacinação em estudos prévios.
Métodos
O objetivo do estudo foi avaliar se uma interrupção de duas semanas do tratamento com metotrexato imediatamente após o reforço da vacina contra covid-19 melhorou respostas de anticorpos contra o domínio de ligação ao receptor S1 (S1-RBD) da proteína spike SARS-CoV-2, em comparação com tratamento ininterrupto em pacientes com doenças inflamatórias imunomediadas.
Foi um estudo aberto, prospectivo, de grupos paralelos, multicêntrico, randomizado, controlado, realizado em 26 hospitais no Reino Unido. Foram recrutados adultos de clínicas de reumatologia e dermatologia que foram diagnosticados com uma doença inflamatória imunomediada (por exemplo, artrite reumatoide, psoríase com ou sem artrite, espondiloartrite axial, dermatite atópica, polimialgia reumática e lúpus eritematoso sistêmico) e que estavam tomando metotrexato semanal de baixa dose (≤25 mg por semana) por pelo menos três meses. Os participantes também tinham que ter recebido duas doses primárias de vacina do programa de vacinação da covid-19 do Reino Unido.
O desfecho primário foi o título de anticorpos S1-RBD quatro semanas após receber a dose de reforço da vacina para covid-19, avaliada na população com intenção de tratar.
Resultados
Entre setembro de 2021 e março de 2022 foram recrutados 340 participantes. A média de idade foi de 59,1 anos, 155 (61%) eram do sexo feminino, 130 (51%) tinham artrite reumatoide e 86 (34%) tinham psoríase com ou sem artrite. Após 4 semanas, a média geométrica de título de anticorpo S1-RBD foi 22750 U/mL (95% IC 19314-26796) no grupo de suspensão do metotrexato e 10798 U/mL (8970–12 997) no grupo de metotrexato contínuo, com uma razão geométrica média de 2,19 (IC 95% 1,57–3,04; p<0,0001; modelo de efeitos mistos).
Discussão
O aumento da resposta de anticorpos no grupo de suspensão do metotrexato foi consistente através da dose de metotrexato, via de administração, tipo de doença inflamatória imunomediada, idade, plataforma de vacinação e histórico de infecção por SARS-CoV-2. Não houve eventos adversos graves relacionados à intervenção. Com isso, o estudo mostrou que uma interrupção de duas semanas do tratamento com metotrexato para pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas resultou em aumento aprimorado das respostas de anticorpos após a vacinação com covid-19. Essa intervenção é simples, de baixo custo, fácil de implementar e pode potencialmente se traduzir em maior eficácia da vacina e duração da proteção para grupos suscetíveis.
Mensagens práticas
Pacientes imunossuprimidos apresentam pior resposta imunológica às vacinas da covid-19;
Pacientes usuários crônicos de metotrexato e estáveis da doença de base, podem interromper o tratamento por cerca de duas semanas após a dose da vacina, apresentando melhores respostas ao booster vacinal;
A combinação de vacinas com diferentes plataformas não parece trazer riscos a essa população, com aparente melhor resposta vacinal.
Autor: pebmed
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 01/08/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/efeito-da-interrupcao-do-metotrexato-na-vacinacao-contra-covid-19/
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 01/08/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/efeito-da-interrupcao-do-metotrexato-na-vacinacao-contra-covid-19/
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