Por conta da idade e de uma doença prévia de média gravidade, o voluntário será acompanhado num leito semi-intensivo, onde ficará por 28 dias em observação.
Produzido pelo Instituto Butantan, o soro não substitui a vacina, mas é uma possibilidade de tratamento para pacientes diagnosticados com a enfermidade.
Os testes também serão feitos em 30 pacientes com câncer do Hospital das Clínicas. Na segunda fase, participarão 558 pessoas, entre transplantados de órgãos sólidos e pacientes oncológicos, todos fazendo terapia imunossupressora.
Os testes também serão feitos em 30 pacientes com câncer do Hospital das Clínicas. Na segunda fase, participarão 558 pessoas, entre transplantados de órgãos sólidos e pacientes oncológicos, todos fazendo terapia imunossupressora.
Plasma dos cavalos
O soro promete amenizar os sintomas nos indivíduos já infectados. O Butantan informou que possui três mil frascos prontos para os testes. O objetivo é descobrir qual a dose necessária para obter os efeitos desejados.
Para obter o soro, o novo coronavírus foi isolado de um paciente brasileiro e, na sequência, cultivado, inativado, submetido a diversos testes em camundongos e, por último, aplicado em cavalos. Os animais, após receberem o vírus inativado, produziram anticorpos. O plasma resultante foi coletado e processado nas instalações do Butantan.
Os técnicos do Instituto retiram o plasma do cavalo e levam para a sede, onde os anticorpos foram separados do plasma e se transformam em um soro anti-Covid.
Além de ajudarem a produzir o soro, os cavalos participaram dos testes. O vírus inativo não provoca danos aos animais nem se multiplica no organismo, mas estimula a produção de anticorpos.
Como funciona o soro anti-Covid
O soro é intravenoso, sendo parecido com os utilizados contra a raiva, que também é um vírus. Quando aplicado em pessoas que possivelmente tiveram contato com o novo coronavírus, impede que o agente viral se manifeste no corpo do infectado.
No início de março, o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que os testes realizados em animais apontaram que o soro é seguro e efetivo.
“Os animais que foram tratados tiveram seu pulmão protegido, ou seja, não desenvolveram a forma fatal da infecção pelo novo coronavírus, mostrando que os resultados de estudos em animais são extremamente promissores e esperamos que a mesma efetividade seja demonstrada agora nesses estudos clínicos que poderão ser autorizados”.
Na Argentina
A Argentina aprovou o uso de um novo soro anti-Covid no início de novembro. O país já tem mais de 1.500 pacientes tratados com método semelhante ao Brasil, registrando bons resultados até o momento.
Chamado por lá de “CoviFab”, o líquido produzido por um grupo de cientistas argentinos do laboratório da Universidade Nacional de San Martín (Unsam), demonstrou reduzir em até 45% a mortalidade de pacientes com o novo coronavírus, em 24% necessidade de recurso à terapia intensiva e 36% necessidade de assistência respiratória mecânica em doentes com curso moderado a grave da enfermidade.
Países como Costa Rica e México também trabalham com soro equino para combater as complicações da Covid-19, mas nenhum em estágios tão avançados quanto na Argentina.
Autor: Úrsula Neves
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 06/12/2021
Publicação Original: https://pebmed.com.br/brasil-comeca-a-testar-soro-anti-covid-equino-em-pacientes-transplantados/
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