quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Novos conhecimentos podem otimizar a produção do pó de urucum


Pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV) mostraram pela primeira vez que o pigmento extraído da árvore de urucum (Bixa orellana) não é produzido apenas na semente, mas também em outros órgãos da planta, em um processo que se intensifica na fase adulta. O estudo, divulgado no Journal of Experimental Botany, descreve ainda modificações genéticas na espécie capazes de otimizar a produção do pó de urucum.


Conhecido como colorau na indústria alimentícia, o pó de urucum é amplamente utilizado para dar cor a alimentos e bebidas. Também entra na composição de medicamentos e cosméticos, como protetores solares. Sua demanda vem aumentando nos últimos anos, graças à maior procura por produtos que contenham ingredientes naturais. De acordo com dados publicados na Revista Brasileira de Gestão e Desenvolvimento Regional, o Brasil é o maior produtor mundial do pigmento – com destaque para o Estado de São Paulo.


“Conhecer melhor as características anatômicas e fisiológicas das espécies nativas do bioma brasileiro, especialmente as de importância econômica, como é o caso do urucum, e entender as vias genéticas envolvidas em seu desenvolvimento e nas substâncias que produzem permite aprimorar seu manejo – algo fundamental no contexto das mudanças climáticas”, diz à Agência FAPESP Fábio Tebaldi Silveira Nogueira, pesquisador do Laboratório de Genética Molecular do Desenvolvimento Vegetal do Departamento de Ciências Biológicas da Esalq-USP e um dos coordenadores do trabalho.


No estudo financiado em parte pela FAPESP, pesquisadores do grupo de Nogueira e do Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais/Bioagro da UFV, coordenado pelo professor Wagner Campos Otoni, analisaram a produção desse pigmento ao longo de todo o desenvolvimento da planta, dando atenção especial à transição da fase juvenil para a adulta. A explicação para esse enfoque é que o urucum utilizado na indústria é normalmente extraído da semente, indicando maior produção no período maduro da árvore.


“Por meio de testes de laboratório, avaliamos plantas em diferentes estágios de desenvolvimento e observamos que a produção do pó de urucum se acentua quando a planta muda do estágio juvenil para adulto, inclusive nas folhas”, conta Nogueira.

Autor: Julia Moióli

Fonte: FAPESP

Sítio Online da Publicação: FAPESP

Data: 18/01/2024

Publicação Original: https://agencia.fapesp.br/novos-conhecimentos-podem-otimizar-a-producao-do-po-de-urucum/50664

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