Qualquer atividade que o indivíduo mantenha e que consiga ter uma alternância produzirá o aumento de proteínas, que são protetoras para o cérebro – Fotomontagem a partir dos subsídios gráficos com licença Creative Commons de atribuição Wikimedia Commons
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Em recente estudo conduzido pela professora Tânia Viel, coordenadora do Grupo de Pesquisas em Neurofarmacologia do Envelhecimento (GPNFE) da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, foi constatado que o enriquecimento do ambiente pode proteger nosso cérebro do Alzheimer e melhorar a memória. A variação das atividades e estímulos inibe a formação de estruturas em nossos neurônios que prejudicam a comunicação entre essas células.
Por meio de testes em laboratório com camundongos, os pesquisadores observaram uma menor quantidade das chamadas “placas senis” em animais que conviviam em ambiente enriquecido, comparados aos que viviam em ambiente normal. Essas placas são aglomerados de peptídeos (conjuntos de aminoácidos) que agem de maneira danosa no cérebro, por meio da inflamação dos neurônios e, consequentemente, levam a sua destruição.
“Os benefícios foram constatados, inicialmente, pela melhora da memória espacial”, diz a professora Tânia. “Mas os melhores efeitos não foram evidenciados pelo comportamento, mas sim pela proteção do cérebro contra a agressão das placas senis.”
Foram usados nos testes dois conjuntos de camundongos, um controle, que habitava uma caixa apenas com comida e recebia como estímulo apenas a manipulação dos pesquisadores, e outra no chamado ambiente enriquecido. Esse segundo grupo recebia diferentes estímulos materiais e atividades, como novas decorações em seu ambiente e rodas de exercício.
A professora Tânia explica essa menor quantidade das placas senis como uma proteção do cérebro contra a doença de Alzheimer e que isso é de grande utilidade aos seres humanos. “O nosso ambiente enriquecido é justamente manter uma alternância entre trabalho e lazer.”
Segundo a pesquisadora, praticar atividade física, além de outras atividades do cotidiano como passear com o cachorro, manter uma vida cultural (teatro, cinema, shows, jogos), estudar ou sair para dançar, viajar, passear, fazem o ambiente ser mais enriquecido. “Qualquer atividade que o indivíduo mantenha e que consiga ter uma alternância produzirá o aumento de proteínas que são protetoras para o cérebro.”
Em estudo anterior, a professora já havia demonstrado que o enriquecimento ambiental traz benefícios à memória tanto no envelhecimento quanto já no estágio da velhice. A nova pesquisa comprovou que isso também procede em um modelo semelhante à doença de Alzheimer. “Qualquer pessoa, em qualquer fase da vida, pode começar a sua proteção cerebral; nunca é tarde.”
O artigo de autoria da professora Tânia foi publicado na revista Frontiers in Aging Neuroscience e pode ser lido no site da publicação.
Autor: Jornal da USP
Fonte: Jornal da USP
Sítio Online da Publicação: Jornal da USP
Data: 10/12/2018
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/variar-atividades-e-mudar-o-ambiente-protege-cerebro-do-alzheimer/
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Em recente estudo conduzido pela professora Tânia Viel, coordenadora do Grupo de Pesquisas em Neurofarmacologia do Envelhecimento (GPNFE) da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da USP, foi constatado que o enriquecimento do ambiente pode proteger nosso cérebro do Alzheimer e melhorar a memória. A variação das atividades e estímulos inibe a formação de estruturas em nossos neurônios que prejudicam a comunicação entre essas células.
Por meio de testes em laboratório com camundongos, os pesquisadores observaram uma menor quantidade das chamadas “placas senis” em animais que conviviam em ambiente enriquecido, comparados aos que viviam em ambiente normal. Essas placas são aglomerados de peptídeos (conjuntos de aminoácidos) que agem de maneira danosa no cérebro, por meio da inflamação dos neurônios e, consequentemente, levam a sua destruição.
“Os benefícios foram constatados, inicialmente, pela melhora da memória espacial”, diz a professora Tânia. “Mas os melhores efeitos não foram evidenciados pelo comportamento, mas sim pela proteção do cérebro contra a agressão das placas senis.”
Foram usados nos testes dois conjuntos de camundongos, um controle, que habitava uma caixa apenas com comida e recebia como estímulo apenas a manipulação dos pesquisadores, e outra no chamado ambiente enriquecido. Esse segundo grupo recebia diferentes estímulos materiais e atividades, como novas decorações em seu ambiente e rodas de exercício.
A professora Tânia explica essa menor quantidade das placas senis como uma proteção do cérebro contra a doença de Alzheimer e que isso é de grande utilidade aos seres humanos. “O nosso ambiente enriquecido é justamente manter uma alternância entre trabalho e lazer.”
Segundo a pesquisadora, praticar atividade física, além de outras atividades do cotidiano como passear com o cachorro, manter uma vida cultural (teatro, cinema, shows, jogos), estudar ou sair para dançar, viajar, passear, fazem o ambiente ser mais enriquecido. “Qualquer atividade que o indivíduo mantenha e que consiga ter uma alternância produzirá o aumento de proteínas que são protetoras para o cérebro.”
Em estudo anterior, a professora já havia demonstrado que o enriquecimento ambiental traz benefícios à memória tanto no envelhecimento quanto já no estágio da velhice. A nova pesquisa comprovou que isso também procede em um modelo semelhante à doença de Alzheimer. “Qualquer pessoa, em qualquer fase da vida, pode começar a sua proteção cerebral; nunca é tarde.”
O artigo de autoria da professora Tânia foi publicado na revista Frontiers in Aging Neuroscience e pode ser lido no site da publicação.
Autor: Jornal da USP
Fonte: Jornal da USP
Sítio Online da Publicação: Jornal da USP
Data: 10/12/2018
Publicação Original: https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-biologicas/variar-atividades-e-mudar-o-ambiente-protege-cerebro-do-alzheimer/
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