terça-feira, 6 de julho de 2021

Ciência na palma da mão: FFP desenvolve aplicativo para monitoramento de ecossistemas aquáticos

Diretoria de Comunicação da UERJ



A educação é fundamental para o pleno exercício da cidadania. Um grupo de docentes da Faculdade de Formação de Professores (FFP) da Uerj colocou em prática esse conceito e desenvolveu, por meio do projeto “A Inteligência Artificial te mostra um Rio de Possibilidades”, uma plataforma capaz de potencializar a relação da Universidade com a comunidade. É o aplicativo VigIA, que une Inteligência Artificial, interatividade e consciência cidadã para auxiliar o mapeamento e a preservação de ecossistemas aquáticos, com ênfase no estudo dos peixes.

Contemplado em 2020 em chamada pública do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o aplicativo foi desenvolvido como uma plataforma gamificada (que utiliza técnicas de jogos), onde os usuários compartilham fotos dos ambientes aquáticos de suas regiões e preenchem um questionário simples, com as informações colhidas empiricamente. Após o envio, os dados são avaliados pela comissão formada por professores e alunos da FFP, que validam a postagem no app.

A ciência na palma da mão e o trabalho coletivo representam a essência do VigIA. Assim, é possível integrar alunos e professores da educação básica na produção científica, conscientizando sobre a necessidade de preservação dos rios, riachos e lagos, principais fontes de água doce.

Ambiente de game

A plataforma foi construída com elementos de jogos para gerar interação e engajamento. Durante a utilização do app, o usuário é incentivado a explorar, fotografar e aprender com o processo. De forma bem intuitiva, o aplicativo permite registrar as ocorrências, com fotos e preenchimento das informações do ambiente em questão. Feito isso, os dados são avaliados, aprovados e ficam disponíveis para acesso, como em uma rede social.

Um dos elementos mais marcantes na plataforma é a obtenção de pontos pelo usuário ao registrar ocorrências, que caracteriza o formato gamificado. A pontuação gera um ranking e um saudável ambiente competitivo, em que o maior prêmio é mesmo a produção científica colaborativa. Para tornar a participação ainda mais interessante, futuramente serão adicionadas medalhas e conquistas.

Segundo a professora Hellen Beiral, que coordena o projeto, os dados coletados servirão de base para o desenvolvimento de pesquisas e possíveis parcerias com órgãos como o Ibama e o ICMBio, além de representantes das áreas de proteção ambiental. “Temos interesse em entrar em contato com prefeituras dessas regiões e outros órgãos competentes. A ideia principal é divulgar as nossas pesquisas, os dados que estamos colhendo e os relatórios elaborados, para que o usuário tenha isso em tempo real”.

O projeto conta com a parceria da GF Corp, empresa que desenvolve tecnologia de engajamento na educação e ficou responsável pelo banco de dados da plataforma. Futuramente, as informações reunidas ficarão disponíveis no aplicativo e no site.

Água, início de tudo

Os professores envolvidos na iniciativa identificaram que suas diferentes áreas de atuação possuíam algo em comum: a água. Esse recorte baseou a elaboração do projeto pela convergência das especialidades de cada pesquisador, como bioquímica, biologia marinha, microbiologia, zoologia, divulgação científica e estudos de peixes de água doce. Assim, surgiu a proposta de realizar duas contrapartidas, um evento na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2020 e o desenvolvimento do aplicativo VigIA, agora em 2021.

A princípio, a coleta de informações seria feita pelos pesquisadores, com a participação dos estudantes da educação básica na alimentação do banco de dados e no próprio desenvolvimento do aplicativo. Entretanto, o agravamento da pandemia e a necessidade de distanciamento social inviabilizaram esse formato. “A saída foi criar o aplicativo a partir de um sistema em que a pessoa fotografa o ecossistema aquático e responde algumas perguntas. E aí entra em cena o georreferenciamento, registrando precisamente onde a foto foi tirada”, explica a coordenadora.

Hellen Beiral destaca também os problemas ligados aos ecossistemas aquáticos que motivaram a criação do aplicativo VigIA. “Os rios estão extremamente ameaçados, não só no nosso estado, mas também em Minas Gerais e São Paulo, principalmente por conta da industrialização, da construção civil, entre outras questões socioeconômicas. O principal impacto que buscamos é conscientizar a população sobre a importância da preservação da água doce dos nossos rios”.

O aplicativo já está disponível para download em aparelhos Android pela Play Store ou pode ser acessado diretamente pelo navegador de internet. Para mais informações sobre o projeto, visite o site www.iariodepossibilidades.com.

Confira também a live de lançamento do VigIA no YouTube, com a presença dos biólogos da FFP que idealizaram o aplicativo. O trabalho em equipe contou com a colaboração de: Fábio Araújo, Rosana Souza-Lima, Ricardo Santori, Jean Miranda, Maíra Moraes Pereira, além de Hellen Beiral. O programador Márcio Filho foi responsável pelo desenvolvimento do sistema.





Autor: Diretoria de Comunicação da UERJ
Fonte: UERJ
Sítio Online da Publicação: UERJ
Data: 23/06/2021
Publicação Original: https://www.uerj.br/noticia/ciencia-na-palma-da-mao-ffp-desenvolve-aplicativo-para-monitoramento-de-ecossistemas-aquaticos/

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