segunda-feira, 12 de julho de 2021

Estudo Corona-Ômica-RJ identifica dois casos da variante Delta na Região Metropolitana




Sequenciamento de amostras permitiu identificar a cepa Delta, presente em pessoas testadas em dois municípios da Região Metropolitana (Foto: Hermann Kollinger/Pixabay)

A Secretaria Estadual de Saúde (SES), que realiza um dos mais amplos programas de monitoramento genômico do País para encontrar possíveis modificações sofridas pelo vírus SARS-CoV-2, identificou dois casos da variante Delta (B.1.617) em moradores da Região Metropolitana do Rio, nos municípios de Seropédica e São João de Meriti. Detectada na Índia em outubro de 2020, a variante Delta se espalhou rapidamente por quase uma centena de países e preocupa as autoridades.

A descoberta de sua presença em território fluminense foi possivel graças ao estudo Corona-Ômica-RJ, resultado de uma parceria entre SES, Laboratório Nacional de Computação Científica - LNCC (unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - MCTI), Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Laboratório Central Noel Nutels, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. São sequenciadas cerca de 800 amostras de todo o estado por mês, em ação coordenada pela Rede Corona-Ômica-RJ, integrada por uma equipe multidisciplinar de pesquisadores de laboratórios de diferentes instituições do estado do Rio de Janeiro.

Os sequenciamentos foram confirmados na segunda-feira (5/7) a partir de amostras de casos registrados nos dias 16 e 17 de junho, em um homem de 30 anos e uma mulher de 22 anos. Os municípios já foram comunicados e estão realizando a investigação epidemiológica para identificar se são casos importados ou autóctones, ou seja, adquiridos dentro do estado. Importante esclarecer que o sequenciamento do vírus não é um exame de rotina nem de diagnóstico, é feito para vigilância genômica.

Para Ana Tereza Vasconcelos, do LNCC, a vigilância genômica que está sendo realizada no estado do Rio de Janeiro, tem sido bastante eficiente, já tendo identificado anteriormenrte novas linhagens circulando pelo território fluminense, como a P1.2 e P1.5. "Agora, novamente num curto espaço de tempo, descobrimos que a Delta já está circulando e a Secretaria de Saúde foi avisada rapidamente e já está investigando esses pacientes e as pessoas com quem elas tiveram contato", conta a pesquisadora, coordenadora da equipe do LNCC que participa da Rede Corona-Ômica-RJ.

Ela destaca que o monitoramento municipal e em tempo real, realizado pelo Rio de Janeiro, é extraordinário para o Brasil, e está dentro das recomendações da Organização Mundial da Saúde que preconiza 18 dias como intervalo ideal entre a divulgação de novos dados. Dos 92 municípios fluminenses, 91 já estão sendo monitorados. De março até junho de 2021,mais de 2.300 amostras já foram sequenciadas e processadas no supercomputador Santos Dumont, do LNCC.

Os dados do monitoramento mostram ainda que a linhagem P.1 (Brasil) continua sendo a mais frequente no estado. Além disso, registrou uma baixa frequência da VOC B.1.1.7 (Reino Unido) e o declínio da P.2, desde novembro do ano passado.

Em suas redes sociais, a Prefeitura de Seropédica publicou nota para alertar a população, acrescentando que a moradora contaminada pela variante Delta já está curada da Covid-19: “O caso já foi investigado e está sendo monitorado pela Vigilância Epidemiológica Municipal”, informou o texto, chamando a atenção para o fato de que a variante Delta, originária da Índia, tem “maior potencial de dispersão e infecção”.

No mês de maio, um morador de Campos, no Norte Fluminense, testou positivo para Covid-19 ao retornar ao País de uma viagem a trabalho para a Índia. Na ocasião, o sequenciamento do vírus confirmou que o paciente havia sido contaminado pela Delta. Após desembarcar em Guarulhos (SP), ele seguiu para a capital fluminense, de onde foi de carro até Campos. O caso levou a uma alteração no protocolo para evitar a disseminação da cepa. E equipe da Vigilância Sanitária passou a controlar a entrada de pessoas vindo da Índia que chegam a aeroportos do Rio.

A Secretaria Estadual de Saúde ressalta que, independentemente da cepa do vírus ou linhagem, as medidas de prevenção e métodos de diagnóstico e tratamento da Covid-19 seguem os mesmos. Assim, não há alteração nas medidas sanitárias já adotadas, como uso de máscaras e álcool em gel, lavagem das mãos e distanciamento social. Além disso, é importante que os municípios continuem avançando no processo de vacinação contra a Covid-19 e que a população retorne para receber a segunda dose. Estudos mostram que todas as vacinas disponíveis no Brasil são eficazes contra as variantes identificadas até o momento.

* Com informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e do LNCC




Autor: Ascom Faperj
Fonte: Faperj
Sítio Online da Publicação: Faperj
Data: 08/07/2021
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=4257.2.7

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