sexta-feira, 30 de julho de 2021

Pesquisas investigam tratamento de doenças neurológicas com células tronco



Enquanto debates éticos e judiciais discutiam a possibilidade do uso de células-tronco embrionárias em pesquisas nas últimas décadas, algumas alternativas passaram a ser investigadas. Com a descoberta de que as células-tronco não estão apenas presentes no embrião, mas em diversos tecidos do corpo, inclusive na vida adulta, e com a tecnologia das células de pluripotência induzida que transforma qualquer célula adulta em uma célula semelhante às embrionárias, pesquisas sobre modos de tratamento de doenças neurodegenerativas ganharam um novo impulso. "Ainda é cedo para falarmos em prazos para que os tratamentos saiam das etapas de pesquisa pré-clínicas ou clínicas, mas há muitos experimentos e estudos clínicos promissores em andamento", conta Rosália Mendez Otero, professora titular no Instituto de Biofísica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IBCCF/UFRJ).

Rosália trabalha com células-tronco adultas (denominadas células tronco-estromais ou mesenquimais) presentes em cordões umbilicais que iriam para descarte, mas que foram doados para a pesquisa pelas mães. "Essas células também estão presentes em indivíduos adultos e são produzidas em vários tecidos como a medula óssea e o tecido adiposo (gordura corporal), mas quanto mais jovem o tecido, maior nossa facilidade em obter as células", explica a pesquisadora, coordenadora do Laboratório de Neurobiologia Celular e Molecular (LNCM). As células-tronco estromais ou mesenquimais são capazes de exercer uma variedade de funções para modular a resposta inflamatória do organismo e auxiliar na regeneração de tecidos lesionados por traumas ou doenças. No caso das pesquisas coordenadas por Rosália, que recebe apoio do programa Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, o objetivo é investigar a contribuição dessas células na contenção de lesões provocadas após um acidente vascular cerebral (AVC).

"Quando ocorre um AVC isquêmico o fluxo sanguíneo é interrompido em uma região do sistema nervoso e os neurônios morrem por falta de oxigênio e glicose. Como consequência, as funções neurais são afetadas e pode ocorrer perda de movimentos em uma parte do corpo", explica. "Mesmo que fluxo sanguíneo seja restabelecido esta área de lesão produz moléculas tóxicas e se inicia um processo inflamatório que pode levar a uma perda progressiva de mais neurônios e um aumento da perda funcional", acrescenta. Mas pesquisas coordenadas pela neurocientista em modelos animais têm mostrado que terapias com células tronco-estromais derivadas de cordão umbilical evitam esse processo de aumento de lesões. Outra vertente da pesquisa estuda a introdução, em animais, apenas das substâncias produzidas e encapsuladas em vesículas por estas células. No entanto, sem a presença da "fábrica" (as células), a capacidade de atuação da vesícula é limitada a um menor período de tempo.

Um obstáculo para o avanço das pesquisas foi a própria pandemia. Alguns equipamentos do laboratório foram emprestados para pesquisas em Covid-19 e o número de pesquisadores por sala também foi reduzido para atender as normas de segurança durante este período. Os estudos clínicos também foram adiados uma vez que os hospitais e equipes médicas estão quase todos direcionados para Covid-19. Alguns testes clínicos com células-tronco estromais já foram realizados ou estão para ser iniciados em doenças como Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), lesão espinal (paraplegia) e Covid-19 em diversas instituições no País.

Estudos com células-tronco de pluripotência induzida (iPS) também vem sendo realizados em diversos laboratórios, e no caso de Rosália Otero envolve uma parceria com os neurologistas do Instituto de Neurologia Deolindo Couto (INDC/UFRJ) e pesquisadores do Laboratório de Genética Humana do Instituto Osvaldo Cruz (LGH/Fiocruz). Estas células representam um excelente modelo de estudo para doenças para as quais não há modelos experimentais adequados, como a ELA, doença neurodegenerativa que pode ser investigada a partir de iPS derivadas de 4 ml de sangue de pacientes com esta patologia. As iPS podem ser diferenciadas em neurônios no laboratório, permitindo assim a investigação dos mecanismos de doença e de possíveis terapias que possam modificar o curso da degeneração destas células.

Avanços do tratamento de Parkinson

Rosália Otero: 'Pesquisas em doenças neurodegenerativas avançaram muito com o uso de células-tronco adultas' (Foto: Reprodução)


Ao traçar a evolução das pesquisas com células-tronco nos últimos anos, Rosália Otero dá exemplos sobre diferentes estágios das pesquisas pelo mundo. Ela lembra que o grande objetivo da Medicina Regenerativa e das pesquisas com células-tronco sempre foi o de poder gerar células específicas a partir de células pluripotentes (embrionárias ou induzidas) e utilizar estas células para repovoar órgãos como coração ou sistema nervoso com pequena ou nenhuma capacidade de regeneração endógena após lesões ou doenças. Na área de doenças neurológicas, as pesquisas têm avançado principalmente com doença de Parkinson, uma vez que, neste caso, um tipo específico de neurônio é afetado (neurônios dopaminérgicos) e a substituição destas células poderia atenuar ou reverter os sintomas da doença. Alguns grupos de pesquisa nos Estados Unidos já relataram métodos de obtenção de neurônios dopaminérgicos a partir de células-tronco embrionárias, e no Japão, o mesmo foi feito a partir de células-tronco de pluripotencia induzida(iPS). No país asiático, estas células já estão sendo utilizadas em estudos clínicos (fase 1 e 2) que avaliam a segurança e eficácia destas terapias. "Se os resultados mostrarem que as células são seguras (não há efeitos colaterais graves) e eficazes (melhoram os sintomas clínicos e/ou diminuem a progressão da doença), nestes pacientes com doença de Parkinson teríamos a possibilidade de uma terapia celular para uma doença neurológica em um futuro próximo e abriria a possibilidade de estudos semelhantes em outras doenças", avalia.




Autor: Juliana Passos
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 29/07/2021
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=4264.2.7

Um comentário:

  1. Finalmente, existe una cura para el herpes 1 y 2 y la medicina herbal del Dr. Osato es la cura para el herpes 1 y 2. Vi una publicación en un foro de salud de la señorita cherlyn solie sobre cómo se curó del herpes con el uso de las hierbas del Dr. Osato y también escribió que el Dr. Osato cura todo tipo de enfermedades y virus mortales, incluidos el herpes, el VIH, la ELA, el VPH, el VHS1 y 2. , MND, epilepsia, leucemia, asma, cáncer, diabetes. Al principio, dudé de que fuera real, pero decidí intentarlo porque estaba desesperado por curarme del herpes y me comuniqué con este doctor a base de hierbas en el correo electrónico que proporcionó en el comentario y le expliqué mi problema y él me dijo que sí. iba a prepararme un medicamento a base de hierbas, lo cual hizo y me lo envió a través del servicio de UPS, cuando recibí este medicamento a base de hierbas, me dio instrucciones sobre cómo usarlo, después de tomar el medicamento según las instrucciones, fui a hacerme un chequeo y el resultado fue Negativo y fui a otras dos clínicas para volver a hacerme la prueba y el resultado aún fue Negativo y todos los síntomas del herpes desaparecieron de mi cuerpo y mi médico confirmó conmigo que estoy libre de herpes, ahora estoy libre de Herpes. Puede ponerse en contacto con el Dr. Osato en su correo electrónico: OSATOHERBALCURE@GMAIL.COM o puede llamarlo y enviarle un Whatsapp al +2347051705853. Su sitio web es https://osatoherbalcure.wordpress.com. Todo gracias al Dr. Osato por lo que acaba de hacer por mí y continuaré compartiendo este gran testimonio en todas las plataformas para que podamos unirnos para erradicar estas enfermedades y virus de este mundo.

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