povos africanos, afrodescendentes e indígenas podem proporcionar à compreensão das práticas de saúde, fortalecendo e dando maior visibilidade aos conhecimentos sobre o cuidar da saúde, assim como avançando na efetivação da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) e na Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI). “O processo de formação dos profissionais da saúde nessa perspectiva é fundamental e estratégico para o avanço das propostas da Reforma Sanitária, dos princípios e diretrizes do SUS [Sistema Único de Saúde], para garantir a equidade no setor da saúde e a promoção da igualdade racial”, completou.
Programação
Na terça-feira, 4 de julho, o Sankofa acontece durante todo o dia com rodas de diálogo e oficinas. As rodas de conversa terão a participação de Ionara Magalhães de Souza, professora adjunta e coordenadora de políticas afirmativas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB); e Itaynara Rodrigues Silva, psicóloga e militante do povo Tuxá, da Articulação Brasileira de Indígenas Psicólogas(os) (Abipsi); que falarão da saúde da população negra e da população indígena, respectivamente.
Na parte da tarde, acontecem as oficinas com diversos temas. São eles: Ervas tradicionais, Bonecas Abayomis, Tranças africanas, Dança Charme, Dança Jongo, Promoção de Saúde Integral: cuidado coletivo, Rap, Contação de histórias negras, Pinturas indígenas, Dança Afro e Músicas Funk.
Na parte da noite, as convidadas Ionara Magalhães e Itaynara Rodrigues voltam para uma segunda edição da roda de diálogo.
Já na quinta-feira, 6 de julho, as atividades ocorrem na parte da tarde com um sarau. A DJ Bieta Edi é presença confirmada.
Durante todo o evento, que é aberto ao público, também haverá duas exposições e uma feira de artesanato indígena.
A “Negras Marés”, tem como curadora a gestora cultural Pâmela Carvalho. Promovida pela Casa Preta da Maré, a exibição é dividida em quatro núcleos, que poderão ser explorados pelos visitantes, e será guiada por dois educadores que irão mediar as visitas. Um dos núcleos mostra a conexão Brasil-África e o outro a Maré-Negra, com obras de artistas da Maré (região da cidade do Rio de Janeiro onde está localizada a Fiocruz) que destacam as relações raciais. A exposição também traz a relação da Maré com a água, em obras de arte destacando esse elemento. Os afetos, a sexualidade e a relação com o gênero e as vivências LGBTQIAP+ também serão abordados como fios condutores da mostra.
Outra exposição é “Semeando saberes e fazeres ancestrais”, da artista visual, ativista e educadora, que também é responsável pela arte do cartaz do evento, Rhaianny Silva Pinto, mais conhecida como Rusha. “A exposição busca nesse passado, nessa riqueza de tradição, simbologia, histórias, memórias, mitos, práticas, identidades, culturas, religiões e toda a ancestralidade presente no nosso povo, reimaginar, reconectar e ressignificar, criar caminhos e imagens de pertencimento e cura para nosso povo, manipulando conceitos, revendo significados, subvertendo e desconstruindo imaginários eurocêntricos, coloniais, patriarcais e racistas, para assim pintar um outro mundo para o nosso povo”, afirma Rusha.
Nas obras, a artista utiliza diversas técnicas, sobrepondo tinta acrílica, tinta relevo, tecido e miçanga sobre colagem. “Trazendo marcas, identidades e olhares que contam histórias que constroem memórias carregadas de muita sabedoria e observação da vida”, destaca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário