sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Estudantes de Ciência Política prestam consultoria a candidatos e empresas

Caminhar em lugares movimentados e distribuir santinhos e apertos de mão vêm deixando de ser a maneira mais simples e direta de os postulantes a cargos eletivos ganharem visibilidade perante seus eleitores. As mídias sociais conquistaram um lugar de destaque na estratégia dos candidatos e, ainda que a campanha por uma vaga no Legislativo não tenha começado oficialmente, a eleição de 2022 já chegou às redes.

Não é à toa que o gerenciamento de redes sociais é uma das principais ferramentas utilizadas pela Potentia Consultoria e Assessoria Política, empresa júnior formada pelos alunos do curso de Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). Após a definição do perfil do candidato, os estudantes produzem conteúdo e cuidam do monitoramento das mídias sociais do cliente.

“A proposta é avaliar qual o tamanho da influência de cada candidato nas redes sociais. A partir do monitoramento e da metrificação, procuramos determinar a melhor estratégia de divulgação nas redes. Nosso objetivo é tentar aumentar o alcance da voz dos clientes”, explica Marina Kuebler, 21 anos, atual presidente da Potentia, por onde já passaram mais de 80 estudantes, desde a sua criação, em 2015.




Segundo Marina Kuebler, o trabalho da empresa avalia o tamanho da influência do candidato nas redes sociais

De fato, o padrão das campanhas vem mudando nos últimos anos. A diminuição dos recursos disponíveis e do tempo de transmissão da propaganda eleitoral no rádio e na TV contribuíram para a utilização cada vez maior da internet. Se considerarmos que, nas eleições municipais e estaduais, apenas as capitais e cidades maiores contam com a propaganda eleitoral gratuita local, e que 98% dos municípios brasileiros não têm acesso a esse espaço, a importância das redes sociais é ainda maior.

“Houve uma transformação no jeito de se fazer política. A televisão deixou de reinar absoluta como canal de diálogo entre candidatos e eleitores e o fato é que hoje não se pensa mais em campanha sem as redes. Elas são peça fundamental”, explica o professor Felipe Borba, coordenador do Programa de Pós-graduação em Ciência Política, da UniRio, e orientador dos alunos da empresa júnior.

Uma das contempladas no Programa de Apoio às Empresas Juniores do Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ, em 2021, a Potentia vem permitindo aos alunos uma imersão no mundo das campanhas eleitorais. Os estudantes trabalham com pesquisas de opinião e grupos focais, para compreender melhor as motivações do eleitor, além de fazer o mapeamento do eleitorado e a definição da imagem dos candidatos. Escolhidos pelos colegas de curso, os integrantes da Potentia dividem todas as tarefas da empresa entre si.

Além dos interessados em uma vaga no Legislativo, a empresa júnior também atende empresas que atuam no segmento eleitoral. “Eles fazem pesquisas de opinião e definição de eleitorado com bastante excelência. Conseguem conciliar juventude e flexibilidade com seriedade e comprometimento”, atesta Eduardo Chuairi, sócio fundador da WeLab, agência de comunicação especializada em marketing político, e cliente da Potentia.

Mesmo em um ano sem eleições, como 2021, não faltou trabalho. Nesse período, a empresa júnior atendeu clientes interessados no acompanhamento das ações do Poder Legislativo. “Podemos observar como está o andamento de uma determinada lei ou mapear quais os parlamentares que atuam em defesa de uma área específica”, conclui Marina.



Autor: Marcos Patricio
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 10/02/2022
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=4399.2.0

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