O manejo requer considerações cuidadosa de vários fatores, incluindo sintomas e sinais do paciente, idade, estágio da doença, grau de incapacidade funcional e nível de atividade física e produtividade. O tratamento pode ser dividido em farmacológico, não farmacológico e cirúrgico.
A decisão de iniciar terapia farmacológica em pacientes com DP é determinada pelo grau em que os sintomas interferem no funcionamento ou prejudicam a qualidade de vida. O momento dessa decisão varia muito entre os pacientes, mas é influenciado por vários fatores, incluindo:
O efeito da doença na mão dominante.
O grau em que a doença interfere no trabalho, nas atividades da vida diária ou na função social e de lazer.
A presença de bradicinesia significativa ou distúrbio da marcha.
Valores e preferências do paciente em relação ao uso de medicamentos.
Em alguns pacientes, uma influência adicional é o medo de iniciar levodopa devido a relatos de sua associação com flutuações motoras e discinesias.
Assim como a decisão de quando iniciar a farmacoterapia em pacientes com DP, a escolha de qual utilizar inicialmente é individualizada com base nas características do paciente, da doença e dos medicamentos.
As quatro principais drogas ou classes de drogas que têm atividade antiparkinsoniana são:
Levodopa;
Levodopa;
Agonistas dopaminérgicos (DAs);
Os inibidores da monoaminoxidase tipo B (MAO B);
Amantadina.
As drogas anticolinérgicas também têm alguma atividade, principalmente para o tremor. Eles diferem em relação à potência, frequência de dosagem e efeitos colaterais. Todas são consideradas terapias sintomáticas, e nenhuma foi firmemente estabelecida como modificadora da doença ou neuroprotetora.
Os fatores mais importantes relacionados ao paciente são a idade, que tem implicações importantes para a tolerabilidade de certas classes de medicamentos e a gravidade dos sintomas, pois a potência antiparkinsoniana de diferentes classes de medicamentos varia.
A categorização da gravidade dos sintomas deve ser baseada na avaliação do paciente, incluindo os achados do exame neurológico e uma avaliação detalhada de como os sintomas afetam a função diária e a qualidade de vida.
Alguns princípios:
A levodopa é o agente mais eficaz para o controle dos sintomas motores da DP, mas também requer a dosagem mais frequente e está associada ao maior risco de complicações motoras dopaminérgicas (discinesias).
Os inibidores da MAO B e a amantadina têm efeitos antiparkinsonianos modestos e geralmente bem tolerados. Seu uso primário é indicado para pacientes com sintomas leves que ainda não começaram a ter um grande impacto na função diária e na qualidade de vida.
Os agonistas dopaminérgicos têm potência intermediária para melhorar os sintomas motores e apresentam menor risco de discinesias do que a levodopa; no entanto, eles carregam um risco maior de sonolência, alucinações e distúrbios do controle de impulsos, e não são bem tolerados em adultos mais velhos e naqueles com disfunção cognitiva.
A diretriz de prática clínica atualizada da Academia Americana de Neurologia (AAN) publicada na Neurology em 2021 define como DP precoce aqueles pacientes que se encontram no estágio 1 ou 2 de Hoehn e Yahr, ou dentro de dois anos do início da doença, e se eles precisarem de tratamento para sintomas motores, deve recomendar a levodopa como o tratamento inicial.
Muitos médicos hesitam em prescrever levodopa como tratamento inicial por causa das discinesias. Realmente elas são mais frequentes em pessoas que iniciam com esta droga, mas o risco de discinesias incapacitantes é relativamente baixo e os pacientes têm uma melhor resposta motora com levodopa em comparação com agonistas dopaminérgicos.
Um dos desafios é a “levodopafobia” entre os pacientes, como dito anteriormente. Eles lêem relatos na internet e ficam com medo de tomar a medicação. Os médicos devem desmistificar este fato e fazer com que os pacientes se sintam à vontade com o tratamento.
A levodopa é a medicação de escolha, porém é preciso atenção à dose. A diretriz fornece orientações específicas em termos de dosagem no início da doença. São observados evidências de que o benefício é com 300 mg por dia e que há um risco menor de discinesia com doses inferiores a 400 mg por dia. É recomendado que prescreva a menor dose eficaz.
Outra observação importante, no início da doença, deve ser prescrito levodopa de liberação imediata. Não há evidências que sugiram que o uso de liberação controlada, de liberação prolongada ou em combinação com entacapona proporcione algum benefício no início da doença.
Autor: Felipe Resende Nobrega
Fonte: PEBMED
Sítio Online da Publicação: PEBMED
Data: 03/02/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/o-tratamento-dos-sintomas-motores-no-inicio-da-doenca-de-parkinson/
Os inibidores da monoaminoxidase tipo B (MAO B);
Amantadina.
As drogas anticolinérgicas também têm alguma atividade, principalmente para o tremor. Eles diferem em relação à potência, frequência de dosagem e efeitos colaterais. Todas são consideradas terapias sintomáticas, e nenhuma foi firmemente estabelecida como modificadora da doença ou neuroprotetora.
Os fatores mais importantes relacionados ao paciente são a idade, que tem implicações importantes para a tolerabilidade de certas classes de medicamentos e a gravidade dos sintomas, pois a potência antiparkinsoniana de diferentes classes de medicamentos varia.
A categorização da gravidade dos sintomas deve ser baseada na avaliação do paciente, incluindo os achados do exame neurológico e uma avaliação detalhada de como os sintomas afetam a função diária e a qualidade de vida.
Alguns princípios:
A levodopa é o agente mais eficaz para o controle dos sintomas motores da DP, mas também requer a dosagem mais frequente e está associada ao maior risco de complicações motoras dopaminérgicas (discinesias).
Os inibidores da MAO B e a amantadina têm efeitos antiparkinsonianos modestos e geralmente bem tolerados. Seu uso primário é indicado para pacientes com sintomas leves que ainda não começaram a ter um grande impacto na função diária e na qualidade de vida.
Os agonistas dopaminérgicos têm potência intermediária para melhorar os sintomas motores e apresentam menor risco de discinesias do que a levodopa; no entanto, eles carregam um risco maior de sonolência, alucinações e distúrbios do controle de impulsos, e não são bem tolerados em adultos mais velhos e naqueles com disfunção cognitiva.
A diretriz de prática clínica atualizada da Academia Americana de Neurologia (AAN) publicada na Neurology em 2021 define como DP precoce aqueles pacientes que se encontram no estágio 1 ou 2 de Hoehn e Yahr, ou dentro de dois anos do início da doença, e se eles precisarem de tratamento para sintomas motores, deve recomendar a levodopa como o tratamento inicial.
Muitos médicos hesitam em prescrever levodopa como tratamento inicial por causa das discinesias. Realmente elas são mais frequentes em pessoas que iniciam com esta droga, mas o risco de discinesias incapacitantes é relativamente baixo e os pacientes têm uma melhor resposta motora com levodopa em comparação com agonistas dopaminérgicos.
Um dos desafios é a “levodopafobia” entre os pacientes, como dito anteriormente. Eles lêem relatos na internet e ficam com medo de tomar a medicação. Os médicos devem desmistificar este fato e fazer com que os pacientes se sintam à vontade com o tratamento.
A levodopa é a medicação de escolha, porém é preciso atenção à dose. A diretriz fornece orientações específicas em termos de dosagem no início da doença. São observados evidências de que o benefício é com 300 mg por dia e que há um risco menor de discinesia com doses inferiores a 400 mg por dia. É recomendado que prescreva a menor dose eficaz.
Outra observação importante, no início da doença, deve ser prescrito levodopa de liberação imediata. Não há evidências que sugiram que o uso de liberação controlada, de liberação prolongada ou em combinação com entacapona proporcione algum benefício no início da doença.
Autor: Felipe Resende Nobrega
Fonte: PEBMED
Sítio Online da Publicação: PEBMED
Data: 03/02/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/o-tratamento-dos-sintomas-motores-no-inicio-da-doenca-de-parkinson/
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