sexta-feira, 8 de março de 2024

Cinebiografia resgata a trajetória de Almerinda Gama, uma das precursoras do voto feminino no Brasil

 Presidiu o Sindicato dos Datilógrafos e Taquígrafos, integrou a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e tornou-se apoiadora da zoóloga e ativista Bertha Lutz, presidente da Federação e figura engajada na conquista do direito ao voto pelas mulheres. Como representante classista, acabou sendo indicada, em 1933, como delegada na votação que escolheu os integrantes da Assembleia Nacional que elaboraria uma nova Constituição para o Brasil. 

Cibele, que é alagoana, como Almerinda, teve a ideia de escrever o roteiro para o documentário quando participou da 2ª Oficina de Produção Audiovisual do CPDOC/FGV, em 2015, coordenada por Thais Blank, ao lado de Arbel Griner e Adelina Novaes e Cruz. “Examinando os arquivos do CPDOC, fui atrás das mulheres que têm ali suas memórias resguardadas. Me deparei com o acervo de Almerinda, que era completamente desconhecida do grande público, apesar de sua importância. Decidi pesquisar e gravei imagens da Marcha das Mulheres Negras, em Brasília, contrapondo no filme as falas das personagens de hoje com os depoimentos em áudio e fotos de Almerinda”, detalhou.

A diretora destaca que a vida de Almerinda foi regida por pautas que continuam muito atuais. “Ela lutou por igualdade salarial entre homens e mulheres, pela inserção das mulheres na política, pela educação como um direito de todos, pela igualdade de gênero e etnias. Essas questões ainda continuam em pauta depois de décadas da atuação pública dela. Entender a história dessa mulher é ter ferramentas para continuar lutando. Por isso o nome do filme é Almerinda: A luta continua!”, contou.

Thais Blank (à esq.) e Cibele Tenório: projeto resultou na produção do curta Almerinda: a luta continua! (Fotos: Divulgação)

Em 2016, a Prefeitura de São Paulo instituiu o Prêmio Almerinda Farias Gama, voltado a iniciativas em Comunicação Social ligadas à defesa da população negra. “Mesmo assim, a história de Almerinda merecia ganhar mais visibilidade. Então, decidi explorar esse tema na minha dissertação de mestrado e atualmente no doutorado em História na UnB, sob orientação de Teresa Marques, que é uma pesquisadora especialista em sufrágio feminino no Brasil”, recordou. O estudo – A trajetória de vida de Almerinda Farias Gama (1899-1999): feminismo, sindicalismo e identidade política – rendeu frutos e será também tema de livro, depois que Cibele venceu o prêmio literário promovido pela editora Todavia, na categoria Perfis Biográficos. A obra deve ser lançada ao longo de 2024.

Sobre o Acervo CPDOC/FGV

O acervo do CPDOC reúne duas centenas de arquivos de pessoas públicas, com atuação destacada no cenário nacional, além de alguns poucos arquivos de partidos políticos. Esse conjunto documental se constitui em preciosa fonte de consulta para pesquisadores nacionais e estrangeiros, interessados na história contemporânea do Brasil e áreas afins. Além dos arquivos pessoais também estão abertas à consulta cerca de mil entrevistas, realizadas pelo Programa de História Oral, sob diferentes temáticas.

Para assistir ao filme Almerinda, a luta continua!acesse o link.



Autor: Faperj 

Fonte: Faperj 

Sítio Online da Publicação: Faperj 

Data: 07/03/2024

Publicação Original: https://www.google.com/url?q=https://www.faperj.br/&source=gmail&ust=1710002619123000&usg=AOvVaw2KvqRdjunbPy3IMhh4SavZ

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