segunda-feira, 15 de abril de 2024

Pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Venâncio fez comentários sobre o espectro clínico da chikungunya, que segundo ele mata na mesma proporção da dengue


Pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Venâncio fez comentários sobre o espectro clínico da chikungunya, que segundo ele mata na mesma proporção da dengue (foto: Peter Ilicciev)


 

Cunha afirmou que a doença pode evoluir em três fases; aguda (até 14 dias), pós-aguda (até 90 dias) e crônica (mais de 90 dias). Ele também listou os sinais e sintomas mais frequentes, de acordo com as fases em pessoas adultas. Na fase adulta, febre, artralgias/artrites e manifestações cutâneas. Na fase pós-aguda, poliartrite, dores aticulares, tenossinovite hipertrófica em punhos e tornozelos e síndrome do túnel do carpo. E na fase crônica, dores recorrentes/intermitentes em mãos, pinhos, joelhos, tornozelos, edema, rigidez matinal e comprometimentos cervicais e em ombros.

O pesquisador Filipe Naveca, chefe do Laboratório de Arbovírus e Vírus Hemorrágicos do IOC/Fiocruz e coordenador do Núcleo de Vigilância de Vírus Emergentes, Reemergentes ou Negligenciados da Fiocruz Amazônia, abordou o vírus oropouche, que teve um grande aumento no número de casos na região em 2024. Ele disse que esta semana também foram confirmados casos de oropouche em Teresina. De acordo com a Secretaria de Saúde do Piauí, até esta quinta-feira (11/4), são oito casos, sendo três em Teresina e cinco em Amarante.

Naveca citou o protocolo de diagnóstico por PCR em tempo real para a detecção do oropouche, desenvolvido na Fiocruz Amazônia, e citou as capacitações em detecção de arbovírus que estão sendo feitas para profissionais da saúde em estados da região e também no Mato Grosso do Sul e no Suriname – neste caso, a partir de uma demanda da Opas. O pesquisador comentou também sobre o artigo O surgimento de um novo vírus oropouche recombinante impulsiona surtos persistentes na região amazônica brasileira de 2022 a 2024, publicado pela Virological.org.



O pesquisador da Fiocruz Filipe Naveca abordou o vírus oropouche, que teve um grande aumento no número de casos na região Norte em 2024 (foto: Peter Ilicciev)

 

Naveca disse que a vigilância genômica ajudou a responder outra pergunta: de onde veio o oropouche que está causando o aumento recente de casos? “O primeiro evento se deu na linhagem 1955-2003, que rearranjou com o vírus Perdões de 2012. Em paralelo, outro rearranjo ocorreu, com o Orov da década de 1990 e o Iquitos de 1999, ambos no Peru, gerando a linhagem que chamamos de Peru/Colômbia/Equador 2009-2021. E, finalmente, estes dois vírus rearranjam, levando ao surgimento da linhagem 2015-2024. Assim como os vírus da influenza, os vírus segmentados, como os do oropouche, dão saltos evolutivos”, explicou.

O seminário teve ainda a participação da médica Daniela Vidal, da Comissão de Óbitos de Interesse em Saúde Pública da subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária em Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro. Ela comentou sobre a atuação do setor na análise de mortes suspeitas por arboviroses.

Autor: Fiocruz 
Fonte: Fiocruz 
Sítio Online da Publicação: Fiocruz 
Data: 12/04/2024
Publicação Original: 

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