sexta-feira, 21 de abril de 2023

O paciente que se livrou do HIV após 31 anos com o vírus e agora decidiu contar sua história

Quando o caso de um americano que havia entrado em remissão do HIV foi anunciado, em julho de 2022, a notícia foi celebrada internacionalmente como mais um passo histórico na busca por uma cura para o vírus causador da Aids.

Esse paciente era uma das cinco pessoas no mundo a entrar em remissão total de HIV e leucemia mieloide aguda, graças a um transplante de células-tronco.

Aos 66 anos de idade e diagnosticado com Aids em 1988, era também o mais velho entre os cinco, e o que há mais tempo vivia com o vírus.

Na época do anúncio, no entanto, ele queria manter sua privacidade, e seu nome não foi divulgado.

Quase um ano depois, Paul Edmonds decidiu sair do anonimato e finalmente contar sua história. Em sua primeira entrevista a um veículo de imprensa da América Latina, ele conversou com a BBC News Brasil.


submeter a um transplante de células-tronco, um procedimento arriscado, mas que oferecia uma oportunidade: eles poderiam buscar um doador que tivesse uma mutação genética rara, chamada de CCR5 Delta 32, que torna o organismo resistente ao HIV.

Edmonds recebeu o transplante em 2019, no centro de tratamento de câncer City of Hope (Cidade da Esperança), na Califórnia.

Dois anos depois, em 2021, ele parou completamente com a medicação para controlar o HIV, e até hoje está em remissão de longo prazo, sem HIV ou leucemia detectáveis em seu organismo.

Paul Edmonds ao lado do marido, Arnie House
CRÉDITO,CORTESIA/CITY OF HOPE
Legenda da foto,
Edmonds e seu marido, Arnie House (à direita na foto), estão juntos há 31 anos e casaram oficialmente em 2014

Apesar de esse tipo de transplante ser raro para pacientes com HIV, o resultado de Edmonds e dos outros quatro pacientes submetidos ao mesmo procedimento com sucesso é considerado promissor por médicos e pesquisadores. Muitos esperam que o acompanhamento desses pacientes e o estudo desses casos possam levar a novos tratamentos e a uma possível cura.

"Um transplante de células-tronco é um procedimento complexo, com efeitos colaterais potenciais significativos", diz à BBC News Brasil a médica Jana Dickter, especialista em doenças infecciosas e parte da equipe que trata de Edmonds no City of Hope.

"Portanto, não é uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV. Mas é uma opção para pessoas com HIV que desenvolvem um câncer no sangue e que podem se beneficiar de um transplante para tratar da doença", ressalta Dickter.

Autor: FAPESP
Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 11/04/2023
Publicação Original: https://www.bbc.com/portuguese/articles/c19030ynw41o 



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