malária, transmitindo a doença ocasionalmente.
Criadouros e horários de picadas
A maior parte dos mosquitos foi capturada fora das habitações indígenas, chamadas de shabono. Para algumas espécies como An. oswaldoi s.l. e An. nuneztovari s.l., o maior volume de picadas ocorreu no período do crepúsculo, quando os indígenas ainda praticam atividades externas, como tomar banho, pescar e coletar água. Porém, isso não ocorreu para o An. darlingi, cujo maior pico de atividade foi verificado ao redor da meia noite.
Segundo Teresa, nos locais com presença do An. darlingi, a transmissão da malária pode ocorrer também dentro dos shabonos, durante a noite. “An. darlingi foi a espécie mais encontrada dentro dos shabonos, embora tenha predominado no peridomicílio, nas áreas de Parafuri e Marari. Observamos dois picos de atividade desse vetor: no crepúsculo vespertino e perto de meia-noite. Nesse horário, os indígenas já estão dormindo e podem ser picados”, aponta a entomologista.
Reforçando o papel do vetor na transmissão da malária, oito espécimes de An. darlingi foram identificados com infecção por Plasmodium, parasito causador da doença. Os cientistas também detectaram o parasito em quatro An. intermedius e em um An. nuneztovari.
A proliferação do An. darlingi foi verificada principalmente em lagos associadas a rios, com grande exposição ao sol. Outros vetores apresentaram maior diversidade de criadouros, incluindo lagos, áreas inundadas, córregos e igarapés. De acordo com Teresa, o controle da malária é feito principalmente através do diagnóstico e tratamento dos indivíduos infectados. Medidas que buscam reduzir o contato com vetores também podem contribuir para conter a doença.
“Mosquiteiros impregnados com inseticida podem ser usados para reduzir as picadas à noite, mas é importante ter monitoramento constante para verificar se a tela não está rasgada e se é fechada corretamente, ou seja, se o uso dessa ferramenta está sendo adequado. Além disso, os criadouros próximos às aldeias podem ser monitorados para avaliar a presença de larvas e do principal vetor. Embora o manejo das grandes coleções liquidas, como os rios, não seja viável, pequenos criadouros podem ser eliminados”, enumera a pesquisadora.
O estudo entomológico integrou um grande projeto de pesquisa, que investigou também a ocorrência da malária e coinfecções com parasitoses intestinais e hepatites virais entre os yanomamis. Coordenado por Joseli, o projeto teve uma publicação recente, que apontou alto índice de parasitoses intestinais em cinco aldeias.
A pesquisa contou com apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI Yanomami). Além do IOC, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) financiaram o estudo.
Fonte: (IOC/Fiocruz)
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 19/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-aponta-diversidade-de-vetores-da-malaria-no-territorio-yanomami
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 19/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-aponta-diversidade-de-vetores-da-malaria-no-territorio-yanomami
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