Desconhecidos também ainda são os efeitos clínicos das infecções pela variante ômicron. Alguns dados publicados até o momento esclarecem alguns aspectos relacionados aos aspectos clínicos observados na infecção pela nova variante de SARS-CoV-2. Descrevemos abaixo alguns dos principais achados divulgados até o momento.
Ômicron no Reino Unido
O governo do Reino Unido têm descrito inúmeros casos de infecção pela estirpe ômicron no território inglês. E os estudos baseados nas observações até o momento descrevem os sinais e sintomas abaixo como mais comuns na nova síndrome Covid-19 associada a essa nova variante (Iacobucci, 2021). Em sua maioria correspondem a um quadro influenza-like. São eles:
O governo do Reino Unido têm descrito inúmeros casos de infecção pela estirpe ômicron no território inglês. E os estudos baseados nas observações até o momento descrevem os sinais e sintomas abaixo como mais comuns na nova síndrome Covid-19 associada a essa nova variante (Iacobucci, 2021). Em sua maioria correspondem a um quadro influenza-like. São eles:
Coriza;
Cefaleia intensa holocraniana;
Fadiga (leve ou moderada);
Mialgia;
Congestão nasal;
Odinofagia.
O quadro de febre, tosse, anosmia/disgeusia, comumente descrito nas infecções pela variante alfa de SARS-CoV-2 não foi frequente, mas permanecem na lista de sinais e
sintomas que sugerem síndrome Covid-19 de forma geral. Por outro lado, não há distinção significativa no quadro clínico que permita diferenciar as infecções pela variante delta das infecções pela ômicron. Adicionalmente, o governo inglês ressalta que qualquer sintomático respiratório, frente ao cenário epidemiológico que enfrentamos atualmente, deve-se descartar infecção por SARS-CoV-2 até que se prove o contrário. É importante lembrar que outros sinais e sintomas adicionais também já foram descritos e podem ser verificados em conteúdo específico no Whitebook.
A África do Sul apresenta um histórico atual de quatro ondas de casos de Covid-19:
Junho a agosto de 2020: Variante ancestral;
Novembro de 2020 a janeiro de 2021: Variante beta;
Maio a setembro de 2021: Variante delta;
Novembro de 2021 até a data atual: Coincidente com a descrição da variante ômicron.
Estudo sobre síndrome Covid-19
Em estudo publicado recentemente, Maslo et al. (2021) avaliaram pacientes assistidos em 49 hospitais (> 10.000 leitos) na África do Sul rastreados por teste laboratorial (PCR ou rápido) à detecção de SARS-CoV-2 em nasofaringe e com resultado positivo (média de 26% de positividade dentre os avaliados) até 20 de dezembro de 2021. Tais casos positivos foram incluídos para a comparação de características clínicas apresentadas entre os indivíduos nas quatro ondas de Covid-19 descritas, baseado em dados obtidos dos prontuários. O resumo das características podem ser vistos na tabela abaixo:
Tabela 1. Resumo das características dos pacientes admitidos com Covid-19 confirmada por teste laboratorial nas quatro ondas na África do Sul.
No.(%) de pacientes | ||||
Pacientes Covid-19 tratados | Onda 1 3875 | Onda 2 4632 | Onda 3 6342 | Onda 4 2351 |
Pacientes Covid-19 admitidos | 2628 (67,8%) | 3198 (69,0%) | 4400 (69,3%) | 971 (41,3%) |
Idade em anos (mediana – IQR) | 53 (21,75) | 54 (21) | 59 (24) | 36 (32) |
Sexo F/M | 1337/1291 | 1657/1541 | 2035/2365 | 590/381 |
Pacientes com comorbidades | 1472 (56,0%) | 1868 (58,4%) | 2311 (52,5%) | 227 (23,3%) |
Síndrome respiratória aguda na admissão | 1909 (72,6%) | 2783 (87,0%) | 4013 (91,2%) | 307 (31,6%) |
Oxigenioterapia implementada | 2119 (80,3%) | 2624 (82,0%) | 3260 (74,0%) | 171 (17,6%) |
Ventilação mecânica necessária | 431 (16,4%) | 259 (8,0%) | 548 (12,4%) | 16 (1,6%) |
| ||||
| VND | VND | Sem registros | 91 (9,4%) |
Como pode-se observar nos dados apresentados, na onda 4 de infecções por SARS-CoV-2 os pacientes foram caracteristicamente mais jovens, com maior proporção de mulheres, com menor número de comorbidades e menor incidência de síndrome respiratória aguda na admissão. A maior proporção dos admitidos foi de pacientes não vacinados (66,4%).
Sugere-se que há um padrão clínico distinto entre os pacientes infectados nessa fase precoce da onda 4, quando comparado com aqueles assistidos em ondas anteriores. Estima-se que a variante ômicron corresponda a 81% das variantes isoladas em novembro de 2021 e 95% daquelas obtidas em dezembro do mesmo ano. Com base nesses achados, antes de concluir que a variante ômicron apresenta menor patogenicidade, deve-se considerar ressalvas quanto a existência atual de imunidade natural adquirida em ondas anteriores por grande parte dos expostos (> 50% da população) em nova infecção por SARS-CoV-2 e o status vacinal como favorável (44,3% da população estava vacinada na África do Sul.
Detalhes adicionais sobre esses resultados podem ser vistos nas referências abaixo.
Autor: Rafael Duarte
Fonte: PebMed
Sítio Online da Publicação: PebMed
Data: 07/01/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/novas-caracteristicas-clinicas-na-sindrome-covid-19-nas-infeccoes-pela-variante-omicron/
Sítio Online da Publicação: PebMed
Data: 07/01/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/novas-caracteristicas-clinicas-na-sindrome-covid-19-nas-infeccoes-pela-variante-omicron/
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