quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Infecção prévia por zika eleva risco de caso grave ou internação por dengue na sequência, conclui estudo


Agência FAPESP – Pesquisa liderada por brasileiros demonstra que a infecção prévia por zika aumenta o risco de casos graves e de internação por dengue contraída na sequência. O achado é uma peça importante para estudos que buscam uma vacina contra a zika.

Até agora, a literatura científica destaca que a segunda infecção por qualquer sorotipo de dengue (atualmente há quatro conhecidos) é predominantemente mais grave do que a primeira, sem fazer correlação com a outra doença.

Os cientistas detectaram outros marcadores, sugerindo que o aumento da gravidade se dá por ativação de células T (cuja função é auxiliar a produção de anticorpos). Esse é o chamado "pecado antigênico original", ou seja, quando células T produzidas durante uma infecção anterior estimulam a produção de mais linfócitos no momento em que uma nova infecção acontece. Como não são específicos para destruir o vírus, eles acabam induzindo uma produção descontrolada de citocinas inflamatórias que atacam as proteínas e provocam danos aos tecidos do organismo e até hemorragias.

O estudo analisou amostras de 1.043 pacientes com dengue, com confirmação laboratorial, no ano de 2019 na cidade de São José do Rio Preto (no interior de São Paulo). Foram investigadas infecções prévias por zika e dengue.

Autor: FAPESP 

Fonte: FAPESP

Sítio Online da Publicação: FAPESP

Data: 30/11/2023

Publicação Original: https://agencia.fapesp.br/infeccao-previa-por-zika-eleva-risco-de-caso-grave-ou-internacao-por-dengue-na-sequencia-conclui-estudo/50346

quarta-feira, 29 de novembro de 2023

Guterres alerta para efeitos do "caos climático" na Antártida



O secretário-geral da ONU, António Guterres, terminou este sábado uma visita à Antártida, onde viu com os próprios olhos o rápido degelo do Polo Sul. Na companhia do presidente chileno, Gabriel Boric, o líder das Nações Unidas pôde observar o impacto do aumento das temperaturas na paisagem local.

"A Antártida tem sido chamada "o gigante adormecido". E está a ser acordada pelo caos climático. O gelo marinho da Antártida atingiu nível mais baixo de sempre", alertou Guterres.

Dias antes, o Secretário-Geral da ONU apelava aos países presentes na COP28, no Dubai a mais esforços no combate às alterações climáticas. Guterres reiterou a importância de colocar o planeta de novo no caminho do aquecimento global limitado a 1,5° C até 2050, tal como previsto pelo Acordo de Paris.


Autor: euronews 
Fonte: euronews
Sítio Online da Publicação: euronews
Data: 25/11/2023

Zonas húmidas costeiras são ideais para captar carbono - veja como





Nesta edição de Ocean, vamos à Irlanda, aos Países Baixos e a Itália e vemos como as zonas húmidas costeiras são excelentes sumidouros de carbono, graças à fotossíntese das plantas marinhas.

"Quando se trata de combater as alterações climáticas, pensamos muitas vezes em plantar mais árvores. Mas as zonas húmidas costeiras, como estes pântanos salgados no sudoeste da Irlanda, capturam e armazenam carbono ainda melhor do que as florestas tropicais. Estaremos a ignorar uma solução para as alterações climáticas que está mesmo debaixo dos nossos pés?

Irlanda

Em cada maré alta, as ondas do Atlântico inundam os pântanos da ilha de Derrymore. É mais do que uma vista panorâmica; é um sumidouro natural de carbono. Uma equipa da Universidade de Dublin está aqui para estudar como estes pântanos ajudam a remover o carbono do ar.

Explica Grace Cott, especialista em ecologia de zonas húmidas costeiras: "Os pântanos salgados são um habitat inundado pela maré, por isso são baixos e as plantas que aqui vivem têm de ser capazes de tolerar as condições salgadas e também as condições de alagamento, o que faz com que os pântanos salgados sejam bons a armazenar carbono".

Todas as plantas captam CO2 para crescer, mas em terra firme libertam a maior parte desse carbono de volta para o ar quando se decompõem. As gramíneas dos pântanos são diferentes. Saturadas pela água salgada, têm menos probabilidades de se decomporem, mantendo o carbono capturado no solo.

Escavamos meio metro de profundidade para encontrar raízes e caules que têm mantido o seu carbono ao longo de um século.

"Estamos a tentar ter uma noção exata da quantidade de carbono que está a ser armazenada neste habitat, e depois podemos propor diferentes formas de gerir estes habitats para que possam continuar a armazenar carbono", diz Grace Cott.

A ferramenta-chave para esta investigação é a torre de covariância de Foucault - um instrumento sensível que regista a troca de gases entre o solo e a atmosfera, indicando a quantidade real de carbono que o pântano é capaz de armazenar.

Lisa Jessen é investigadora em ecologia de sapais na Universidade de Dublin: "O que calculamos aqui são os fluxos de dióxido de carbono e vapor de água. Estamos a ver a absorção de CO2 durante o dia devido à fotossíntese e depois as emissões de dióxido de carbono durante a noite devido à respiração das plantas", explica.

Esta zona húmida próspera está a capturar mais carbono do que aquele que está a libertar. Mas isto só acontece quando as condições são equilibradas, nem demasiado húmidas nem demasiado secas.

"Quando os ecossistemas são inundados, têm muita dificuldade em continuar a funcionar corretamente. No outro extremo, se drenarmos o ecossistema para uso agrícola, isso afeta-o de forma muito negativa e liberta muito carbono", diz Elke Eichelman, cientista ambiental na mesma universidade. 

Se as zonas húmidas costeiras se deteriorarem, podem passar de sumidouro de carbono a fonte de carbono, agravando as alterações climáticas.

Explica Grace Cott: "As zonas húmidas costeiras de todo o mundo estão ameaçadas pelo desenvolvimento, pela agricultura e também pela subida do nível do mar. Na Irlanda, em particular, perdemos muitos habitats de pântanos salgados nos últimos anos, mas isso também é verdade a nível global. É verdade para as florestas de mangue e para as ervas marinhas".

A drenagem de uma zona húmida desencadeia a decomposição da matéria orgânica armazenada ao longo dos séculos.


Autor: euronews 
Fonte: euronews
Sítio Online da Publicação: euronews
Data: 28/11/2023

terça-feira, 28 de novembro de 2023

Maior icebergue do mundo está em movimento



O maior icebergue do mundo "está em movimento". O aviso vem do British Antarctic Survey, o serviço britânico de Vigilância da Antártida. 

O gigantesco bloco de gelo, designado "A23a", separou-se do continente gelado em 1986, mas tinha permanecido "encalhado" durante mais de três décadas. 

Mas agora, provavelmente devido ao aquecimento global, o icebergue - três vezes maior do que a cidade de Nova Iorque - soltou-se e está a mover-se nas correntes oceânicas. 

A notícia surge poucos dias depois da visita do secretário-geral da ONU à Antártida, marcada por um novo aviso sobre a urgência climática.



Autor: euronews 

Fonte: euronews

Sítio Online da Publicação: euronews

Data: 27/11/2023

Publicação Original: https://pt.euronews.com/green/2023/11/27/maior-icebergue-do-mundo-esta-em-movimento

Aumento no número de casos de pneumonia na China não preocupa OMS



O aumento no número de infeções respiratórias e pneumonias na China não é motivo para alarme. A garantia foi dada pela Organização Mundial da Saúde, depois de ter pedido a Pequim esclarecimentos sobre as notícias que davam conta de uma epidemia de pneumonias não diagnosticadas no país, particularmente entre crianças.

Para a OMS, o fenómeno não é novo nem preocupante. Maria Van Kerkhove, diretora interina para a prevenção de epidemias e pandemias, explica que "a razão pela qual estão a assistir a este fenómeno é o levantamento das restrições à covid-19 há cerca de um ano. Esta é a sua primeira época de outono/inverno. O que a China está a viver neste momento é o que muitos países viveram há um ou dois anos. Portanto, não há relatos de doenças não diagnosticadas em crianças. (...) Não é maior do que o que se viu antes da pandemia, em 2018, 2019, por isso é o que se espera no início desses meses mais frios."

De acordo com as autoridades sanitárias chinesas, os três anos de medidas de restrição contra a covid-19 baixaram os níveis de imunidade contra os vírus sazonais e as instituições médicas precisam de estar preparadas para lidar com um aumento no número de casos.


Autor: euronews 

Fonte: euronews

Sítio Online da Publicação: euronews

Data: 24/11/2023

Publicação Original: https://pt.euronews.com/2023/11/24/aumento-no-numero-de-casos-de-pneumonia-na-china-nao-preocupa-oms

sábado, 25 de novembro de 2023

Conexão intestino-pele é fator central em casos de dermatite atópica, mostra revisão de estudos

Análise feita por pesquisadores da Unifesp e da USP lista descobertas recentes sobre essa doença inflamatória crônica da pele, que afeta cerca de 10% dos adultos e até 25% das crianças

23 de novembro de 2023

Cientistas acreditam que o aumento na incidência de dermatite atópica pode estar ligado a alterações na composição da microbiota intestinal, nos hábitos alimentares e no estilo de vida da população (foto: James Heilman/Wikimedia Commons)

 

Julia Moióli | Agência FAPESP – A dermatite atópica (DA) é uma doença inflamatória crônica da pele que leva ao surgimento de lesões e coceira em pessoas com predisposição genética. A manifestação dos sintomas depende de interações entre sistema imune, fatores ambientais e a microbiota intestinal. Apesar de ainda faltarem detalhes para elucidar totalmente esse quebra-cabeça, estudos recentes já identificaram peças relevantes: alterações na composição da microbiota podem contribuir para a gravidade do quadro (e fatores ambientais, como alérgenos e poluição pioram o problema); variações genéticas estão associadas à suscetibilidade ao problema; dieta e transplante fecal são estratégias de tratamento promissoras.

Entender como esses fatores se correlacionam é fundamental para compreender melhor a doença e abrir espaço para possíveis abordagens terapêuticas, aponta um artigo de revisão publicado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) no International Journal of Molecular Sciences.

Também conhecida como eczema atópico, a DA afeta entre 7% e 10% dos adultos e até 25% das crianças mais novas – ainda não há consenso sobre o gênero mais afetado – e vem apresentando um aumento considerável de casos no século 21. Cientistas atribuem essa mudança a uma série de fatores, como genética, autoimunidade, comprometimento da integridade da barreira cutânea, infecções virais e alterações na composição da microbiota intestinal, nos hábitos alimentares e no estilo de vida.

Outra hipótese levantada para explicar o aumento da DA nos países desenvolvidos tem sido a falta de exposição a bactérias benéficas, o que afeta a maturação imunológica (processo em que o sistema imune desenvolve uma resposta após o primeiro contato com microrganismos).

A importância da microbiota intestinal

Na revisão de estudos, apoiada pela FAPESP, os pesquisadores mostram que a microbiota intestinal está no centro das investigações mais recentes.

“Além de ser responsável por 70% de regularização do nosso sistema imunológico e pela manutenção da integridade da barreira dérmica e da estrutura do trato gastrointestinal, controlando a absorção de nutrientes e o equilíbrio de energia, está conectada diretamente com a pele”, explica Sabri Saeed Sanabani, pesquisador do Instituto de Medicina Tropical da USP (IMT-USP) e coordenador do trabalho. “É o chamado eixo intestino-pele.”

O trabalho traz evidências recentes de que a composição alterada da microbiota intestinal pode contribuir para a patogênese da dermatite atópica. Pacientes com DA apresentam aumento de Clostridium difficileEscherichia coli e S. aureus e diminuição na quantidade de bactérias produtoras de ácidos graxos de cadeia curta, como BifidobacteriumBacteroidetes e Bacteroides – tudo isso em comparação com pessoas não afetadas pela inflamação na pele. Sabe-se que a redução nos níveis de ácidos graxos de cadeia curta pode levar à inflamação intestinal em indivíduos saudáveis.

No que diz respeito aos genes, os estudos mais atuais sobre o tema envolvem associação genômica ampla (da sigla, em inglês, GWAS, investigação para traduzir características de um fenótipo em um genótipo) e já identificaram vários marcadores ligados à suscetibilidade e progressão da doença, incluindo mutações no gene da filagrina (proteína que se conecta às fibras de queratina nas células epiteliais), que são o fator de risco mais bem estabelecido para a dermatite atópica. Ainda não se sabe, no entanto, se as alterações na microbiota são determinadas geneticamente.

E, embora os fatores ambientais associados permaneçam em grande parte desconhecidos, é sabido que alérgenos, irritantes, poluição e exposição microbiana contribuem para a disfunção da barreira cutânea e para a disbiose microbiana.

A revisão analisou ainda abordagens terapêuticas com evidência científica para a dermatite atópica. Alterações epigenéticas têm sido exploradas como potenciais alvos terapêuticos e pesquisas mostram que mudanças na diversidade microbiana intestinal podem ser moduladas por dieta, prebióticos e probióticos e transplante de microbiota fecal.

“Como toda revisão de estudos, nossa ideia foi organizar os trabalhos científicos disponíveis e verificar lacunas de conhecimento para serem estudadas em pesquisas futuras”, ressalta Sanabani.

O artigo The Interaction between the Host Genome, Epigenome, and the Gut–Skin Axis Microbiome in Atopic Dermatitis pode ser lido em: www.mdpi.com/1422-0067/24/18/14322.


Autor: FAPESP 
Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 14/11/2023

Pessoas negras morrem mais de câncer na região de Barretos; na capital mortalidade é maior entre brancos

Em 18 municípios da região de Barretos, que tem menos negros, tumores matam mais essa parcela da população, enquanto na cidade de São Paulo morrem mais brancos. Estudo comparou taxas de mortalidade pela doença e aponta direções para reduzir desigualdades em diagnóstico e tratamento

17 de novembro de 2023

Estudo, que teve como recorte população da capital paulista e da região de Barretos, apontou disparidade nos números de mortos por câncer, dependendo da cor de pele declarada (foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

 

André Julião | Agência FAPESP – Os melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) e menor representatividade de negros na população do interior de São Paulo não impedem que esse grupo morra mais de câncer na região de Barretos do que na capital paulista, aponta estudo apoiado pela FAPESP publicado na revista Cancer Causes & Control.

Nas 18 cidades da regional de saúde de Barretos, os negros morrem 18% mais do que os brancos quando se consideram todos os tipos de câncer. O mesmo vale para os seis principais tumores. Ainda que os de estômago, colorretal e de pulmão não apresentem grandes diferenças, os de mama (18%) e do colo do útero (63%) representam uma mortalidade bem maior nesse grupo étnico. Para câncer de próstata, negros morrem 51% mais do que brancos naquela parte do Estado.

O período analisado vai do ano de 2001 a 2017, a partir de dados de mortalidade do Sistema Único de Saúde (SUS), que possui a autodeclaração de cor dos pacientes. Em ambas as localidades analisadas, tumores de pulmão foram a principal causa de morte por câncer entre brancos, negros e pardos. Entre descendentes de asiáticos, lideraram as mortes por câncer colorretal. Mulheres negras e pardas morreram mais por câncer do colo do útero do que brancas.

“Quando se considera a questão histórica do país, a escravidão e seus reflexos ainda hoje, como um maior acesso dos brancos à riqueza e aos serviços de saúde, esse resultado era esperado. Surpresa foi, no município de São Paulo, as pessoas brancas morrerem mais por todos os tipos de câncer reunidos”, afirma Adeylson Guimarães Ribeiro, diretor-adjunto de Informação e Epidemiologia da Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp), primeiro autor do estudo.

Os brancos da cidade de São Paulo morrem 19% a mais de câncer somando os vários tipos de tumor do que os negros, principalmente de colorretal (41%), pulmão (35%) e mama (19% a mais).

O trabalho foi desenvolvido durante estágio do pesquisador na Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc, na sigla em inglês), na França, sob supervisão de Freddie Bray, chefe do Setor de Vigilância do Câncer na instituição. O período no exterior foi parte do pós-doutorado de Ribeiro no Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital de Amor (antigamente conhecido como Hospital do Câncer de Barretos) com bolsa da FAPESP.

Em estudo anterior do mesmo grupo, sem informações de raça, foi identificada uma elevada incidência e mortalidade por câncer de mama, colorretal e de pulmão entre as pessoas mais ricas da capital paulista. O dado pode ser correlacionado com as taxas de mortalidade relativamente altas desses tipos de tumor entre brancos, comparando com os negros, encontradas no estudo atual.

Os trabalhos integram o projeto “Neoplasias malignas nas 18 cidades pertencentes à regional de saúde de Barretos, São Paulo: a importância de um Registro de Câncer de Base Populacional”, apoiado pela FAPESP e coordenado por José Humberto Tavares Guerreiro Fregnani, pesquisador do Hospital de Amor, que também assina os estudos.

Segundo os pesquisadores, um dos objetivos é entender por que as desigualdades ocorrem e poder apontar formas de garantir o acesso ao diagnóstico e tratamento a todos.

Resultados alinhados

A ancestralidade pode ter participação na maior incidência de certos tipos de câncer, o que reforça a necessidade de mais atenção às populações mais vulneráveis tanto por fatores genéticos quanto socioeconômicos (leia mais em: agencia.fapesp.br/44760/).

Os resultados publicados agora estão alinhados com outros levantamentos realizados no país, como um artigo, assinado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) apoiados pela FAPESP, que mostra a maior mortalidade por câncer de mama em mulheres brancas do que negras no Estado de São Paulo. Com um porém: a mortalidade estava caindo entre mulheres brancas e aumentando entre negras.

Outro estudo mostrou uma sobrevivência mais baixa entre mulheres negras e pardas ao câncer de mama, enquanto um trabalho revelou uma tendência de diagnóstico mais tardio desse mesmo tipo de tumor entre pretas e pardas. Os resultados estão alinhados com os de mulheres negras na região de Barretos divulgados agora.

Uma análise dos determinantes de diagnóstico tardio de câncer do colo do útero mostrou que mulheres negras têm um risco 20% maior de ter o tumor detectado em um estágio avançado do que em outros grupos étnicos.

Em relação ao câncer de próstata, estudo de 2013 havia mostrado um risco 300% maior de metástase no diagnóstico de homens negros.

“Ainda são poucos estudos no Brasil nesse sentido, mas temos a informação para poder pesquisar. Na Europa, dados pessoais que revelem a origem racial ou étnica são considerados sensíveis e não estão disponíveis. O que se tem mais na literatura são estudos a partir da população dos Estados Unidos, cujos resultados são coerentes com o que encontramos aqui”, contextualiza Ribeiro.

O artigo Ethnic disparities in cancer mortality in the capital and northeast of the State of São Paulo, Brazil 2001–17 pode ser acessado por assinantes em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10552-023-01812-w.


Autor: FAPESP 
Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 14/11/2023


sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Lançado o mais completo levantamento sobre a biodiversidade marinha-costeira brasileira

também um dos coordenadores do diagnóstico.

Ao chamar a atenção para a deterioração do oceano e da zona costeira e para o prejuízo resultante na qualidade de vida e também na economia, o estudo quer realçar a relação de interdependência com o ambiente marinho e costeiro de toda a população, seja ela moradora ou não do litoral. “Como sequestrador e estocador de carbono, o oceano desempenha papel fundamental na regulação climática”, enfatiza Beatrice Padovani, professora de oceanografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e uma das coordenadoras do diagnóstico. Se milhões de pessoas vivem e tiram seu sustento diretamente do oceano e da zona costeira, os habitantes do interior também estão conectados a uma complexa cadeia que responde pela segurança alimentar, hídrica e energética, pelo acesso a recursos minerais e biotecnológicos e pelo desfrute estético e espiritual das paisagens marinhas.

“Nos últimos anos, presenciamos a emergência de uma grande força de baixo para cima, com o protagonismo de povos indígenas e populações tradicionais em defesa do oceano e do meio ambiente costeiro. É importante que outros atores sociais, como os empresários do setor de turismo, por exemplo, também se conscientizem de que a qualidade do mar e a preservação da linha da costa são fundamentais para sua atividade econômica”, sublinha Turra. O documento apresenta propostas para a promoção de um “oceano próspero, efetivamente protegido e usado de forma mais justa, equitativa e ambientalmente sustentável”.

O STD aborda o tema da governança em uma perspectiva múltipla, capaz de considerar a diversidade de setores, etnias, gêneros e de gerações. Enaltece a complementaridade dos diferentes saberes. E busca promover o conceito da “cultura oceânica”, um movimento mundial que busca disseminar a influência do oceano na vida das pessoas e o impacto da ação humana sobre ele, incentivando a troca de conhecimentos e a reconexão com o mar.

Iniciativas multilaterais, como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030) e o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) n° 14, “Vida na Água”, ambas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), são referenciais que ajudam a pautar o tema e a direcionar ações nacionais.

A FAPESP contribuiu para a criação do 1º Diagnóstico Brasileiro Marinho-Costeiro sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos por meio de bolsas e auxílios à pesquisa concedidos a vários cientistas envolvidos na elaboração do documento no âmbito do Programa BIOTA.

O Sumário para Tomadores de Decisão pode ser acessado em: www.bpbes.net.br/produto/diagnostico-brasileiro-marinho-costeiro/.



Autor: FAPESP 

Fonte: FAPESP

Sítio Online da Publicação: FAPESP

Data: 24/11/2023

Publicação Original: https://agencia.fapesp.br/lancado-o-mais-completo-levantamento-sobre-a-biodiversidade-marinha-costeira-brasileira/50293