quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Seminário discute políticas municipais de cultura




Com o intuito de promover um debate sobre ações e perspectivas da gestão em arte, o GEPETO (Grupo de Pesquisa Topologias do espetáculo: arte e identidade contemporâneas), o CNPq e o Instituto de Artes da Unicamp promovem o seminário “Pensando políticas municipais de cultura” no dia 30 de novembro, a partir das 9h, no Ciclo Básico II.

O encontro terá mini-palestras, debates, mesas-redondas com depoimentos e apresentação de cases de gestão em arte. Com ênfase nas artes da cena, o foco do evento serão as políticas municipais de cultura.

O seminário contará com a presença de Isaíra de Oliveira (SP), Rosangela Camolese (Piracicaba), Valquíria Vieira (SP), André de Araújo (Campinas), Arnaldo Siqueira (Recife), Douglas Novais (SP), Henrique Rochelle (SP), João Manoel Costa Neto (São Caetano do Sul), José Luiz de França Penna (SP), Fernando Hashimoto (Pró-Reitor/UNICAMP, Campinas) e Ney Carrasco(Campinas), além da participação de Cássia Navas e Aldo Valentim, ambos na coordenação técnica do evento.

Confira a programação completa abaixo.

MANHÃ (9h-12h30) Compartilhar experiências: pensar cultura, artes da cena e municípios
9h - 9h15

Abertura - Cássia Navas e Aldo Valentim

9h45 - 10h45
Cássia Navas (IA/UNICAMP) - Por que observar o modelo francês?
Arnaldo Siqueira (UFPE+ GEPETO) - O modelo de festivais de dança e teatro no Nordeste, o caso do Cumplicidades (Olinda + Recife)

11h - 12h
Público: da formação à fruição, existe políticas públicas sem cidadão ou arte sem público? - Isaíra de Oliveira (SENAC SP e Centro Paula Souza SP)
Recepção em artes da cena - Henrique Rochelle (GEPETO e site CRITICATIVIDADE)

12 - 12h30
Modelos de financiamento à cultura com foco no município - Aldo Valentim (SEC, SP + SENAC SP+ GEPETO)

TARDE (14h -18h) Painéis de políticas públicas, inspiração para o gestor municipal
14h - 15h30
Tenho praça, coreto, teatro: o que fazer com os meus equipamentos culturais, o exercício da programação
João Manoel Costa Neto (Secretário de Cultura de São Caetano do Sul)
Rosangela Camolese (Secretária- SEMAC, Secretaria Municipal de Ação Cultural, Piracicaba)

15h45 – 17h
Políticas três em 1: formação, qualificação e circulação. O exemplo do Programa de Qualificação em Artes (Ademar Guerra e Qualificação Dança)
Valquíria Vieira (GEPETO + Programa de Qualificação em Artes/Dança), Douglas Novais e André de Araújo (Programa de Qualificação em Artes/Ademar Guerra)


17 – 18h

Encerramento + relatos de trabalho do seminário
Fernando Hashimoto, Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, UNICAMP
Ney Carrasco - Secretário Municipal de Cultura, Campinas
José Luiz de França Penna - Secretário de Estado da Cultura, São Paulo



Mais informações estão disponíveis na página do evento.




Autora: unicamp
Fonte: unicamp
Sítio Online da Publicação: unicamp
Data de Publicação: 30/11/2017
Publicação Original: http://www.unicamp.br/unicamp/eventos/2017/11/07/seminario-discute-politicas-municipais-de-cultura

VI edição do Seminário Inovações em Atividades Curriculares começa no dia 30



A VI edição do Seminário Inovações em Atividades Curriculares ocorrerá do dia 30 de novembro ao dia 2 de dezembro no Centro de Convenções da Unicamp, a partir das 8h30. O objetivo do evento é discutir as várias facetas da inovação curricular como atividade pedagógica articulada.

Os temas discutidos serão: desenvolvimento profissional docente no ensino superior, condições para desenvolvimento de propostas inovadoras de ensino-aprendizagem e trocas de experiências em inovações curriculares desenvolvidas nas diferentes áreas de conhecimento. O evento contará com diversas atividades, incluindo workshops, conferências (sendo uma internacional), mesas-redondas, sessões de pôsteres, sessões de comunicação oral, feira de livros e produtos inovadores ligados ao ensino, além de atividades culturais.

A programação do evento foi elaborada por pesquisadores da Unicamp e inclui convidados de reconhecida inserção acadêmica nas suas respectivas áreas de estudo e formação, destacando seu protagonismo em inovações curriculares e pedagogia universitária.

O seminário será oferecido de forma gratuita, com estimativa de 800 participantes, estando aberto a professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e de graduação, de dentro e fora da Unicamp. Espera-se que o evento promova um debate atualizado e ampliado visando ao fortalecimento do compromisso institucional e docente com a formação do estudante universitário em suas diversas dimensões e com o enfrentamento qualificado dos desafios atuais da educação superior por meio da implantação e avaliação de ações formativas inovadoras.

Os trabalhos dos participantes, que podem ser apresentados tanto como pôster como comunicação oral, deverão ser submetidos nos seguintes eixos temáticos de inovação: estratégias educacionais, projetos pedagógicos de curso, estágios curriculares, avaliação, relação professor-aluno, acesso e desenvolvimento acadêmico, formação do docente de ensino superior.

Mais informações sobre a submissão de trabalhos e a programação completa podem ser encontradas na página do evento.




Autora: unicamp
Fonte: unicamp
Sítio Online da Publicação: unicamp
Data de Publicação: 30/11/2017
Publicação Original: http://www.unicamp.br/unicamp/eventos/2017/11/29/vi-edicao-do-seminario-inovacoes-em-atividades-curriculares-comeca-no-dia-30

Editora da Unicamp realiza primeira Jornada sobre e-Book



             




A Editora da Unicamp realiza a primeira Jornada sobre e-Book, com palestras e debates sobre a produção e o mercado de livros digitais no Brasil, no dia 29 de novembro, a partir das 10 horas, no Auditório 1 do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). O evento é gratuito e aberto a todos os interessados. Para participar, é preciso se inscrever através de um formulário online.

A Jornada contará com a participação de profissionais da área que abordarão temas como os desafios e possibilidades de livros acadêmicos na era digital e experiências e práticas do mercado de livros digitais. Na abertura, a professora Marisa Lajolo, curadora do prêmio Jabuti, fará a palestra “Tem um e-Book no meio do caminho”.

Também haverá o lançamento do e-Book "Da senzala ao palco: canções escravas e racismo nas Américas, 1870-1930", de Martha Abreu, terceiro volume da coleção Históri@ Ilustrada. A coleção, publicada pela Editora da Unicamp e vinculada ao Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (Cecult) da Unicamp, divulga pesquisas na área de História Social e da Cultura com a união de documentos textuais, iconográficos e sonoros.

Confira a programação:

10h: “Tem um e-Book no meio do caminho”, por Marisa Lajolo
14h: “Livros acadêmicos na era digital: desafios e possibilidades”, por Silvia Lara e Maria Clementina Pereira Cunha
15h: “O mercado de e-Books: uma experiência prática”, por Jean-Frédéric Pluvinage
16h: “Senzala, palcos e músicas em e-Books”, por Martha Abreu
17h: Lançamento do e-Book "Da senzala ao palco", de Martha Abreu




Autora: unicamp
Fonte: unicamp
Sítio Online da Publicação: unicamp
Data de Publicação: 29/11/2017
Publicação Original: http://www.unicamp.br/unicamp/index.php/eventos/2017/11/29/editora-da-unicamp-realiza-primeira-jornada-sobre-e-book

Palestra aborda desempenho do MALDI-TOF na rotina do Laboratório de Microbiologia Clínica



No dia 29 de novembro, a partir das 10h30, no auditório do Hospital de Clínicas (HC), acontece a palestra "Desempenho do MALDI-TOF na rotina do Laboratório de Microbiologia Clínica". A palestrante é Marinês Dalla Valle Martino, professora adjunta da disciplina de Microbiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa-SP, coordenadora médica do setor de Microbiologia, Departamento de Patologia Clínica e Anatomia Patológica do Hospital Albert Einstein.



Com base na larga experiência como Microbiologista Clínica e com o equipamento de MALDI-TOF na rotina laboratorial, o objetivo é relatar as vantagens, recursos e limitações desta nova metodologia na identificação de microorganismos em isolados microbianos, diretamente em amostras clínicas, na investigação de mecanismos de resistência, etc. Para participar, basta preencher o formulário de inscrição online. Mais informações no site do evento.




Autora: unicamp
Fonte: unicamp
Sítio Online da Publicação: unicamp
Data de Publicação: 29/11/2017
Publicação Original: http://www.unicamp.br/unicamp/index.php/eventos/2017/11/23/palestra-aborda-desempenho-do-maldi-tof-na-rotina-do-laboratorio-de

Pesquisa Científica foi tema de debate no III Seminário de Boas Práticas de Gestão de UCs

No III Seminário de Boas Práticas de Gestão nas Unidades de Conservação, são apresentadas e debatidas as 46 boas práticas de gestão previamente selecionadas para o evento, pelo sucesso e inovação em sua aplicação. Até o dia 29 de novembro, gestores, comunidades e voluntários discutem, em Brasília, de que forma essas iniciativas podem melhorar, ganhar escala e serem replicadas.

A Pesquisa Científica nas Unidades de Conservação foi um dos temas debatidos e sobre como as UCs podem se desenvolver e serem beneficiadas com a atividade.

Um dos exemplos apresentados foi o "Projeto MAArE – Monitoramento Ambiental da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo e Entorno". Originada por uma condicionante do ICMBio, no âmbito do processo de licenciamento ambiental do IBAMA relacionado às atividades da PETROBRAS nos campos petrolíferos de Baúna e Piracaba (Sul do Brasil), a prática foi uma parceria entre a equipe técnica da Rebio e pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com o objetivo de levantar informações que pudessem subsidiar a construção de um programa de monitoramento ambiental sistemático e contínuo na reserva. Um dos pontos de grande importância para que o projeto tivesse sucesso, foi a sua elaboração em conjunto com todos os parceiros envolvidos. Os resultados de 48 meses de projeto, mais de 100 operações oceanográficas e 47 de mergulho, estão sendo usados para um melhor manejo da Rebio.

Contar com a parceria da comunidade também é outra forma de fortalecer a pesquisa científica no contexto da UC. Este é o caso da prática "Saúde silvestre e inclusão digital: a participação de comunidades no monitoramento e na aplicação de boas práticas para o controle e prevenção de zoonoses emergentes". Com o uso do aplicativo SISS-Geo, UCs como a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns/PA, o Parque Estadual Serra do Conduru/BA e o Parque Nacional Serra dos Órgãos/RJ identificam riscos e a percepção das comunidades com relação aos potenciais de emergência de zoonoses. Com o aplicativo, a população pode fotografar qualquer espécie da fauna e anotar características que indiquem alteração na saúde da mesma. O objetivo é que elas alertem para o agravo de saúde na fauna, que pode impactar os humanos. O aplicativo foi desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz e é um modelo que pode ser replicado em outras UCS.



De acordo com os participantes do Seminário, parcerias como estas trazem benefícios relevantes já que são capazes de aproximar o pesquisador do gestor da unidade, ampliar a participação social, envolvendo a comunidade, além de gerar produtos que fortaleçam a comunicação das ações e contribuam com a disseminação da prática em outras UCs.

Confira as Boas Práticas apresentadas no Seminário.



Autora: ipe
Fonte: ipe
Sítio Online da Publicação: ipe
Data de Publicação: 30/11/2017
Publicação Original: http://www.ipe.org.br/ultimas-noticias/1464-pesquisa-cientifica-foi-tema-de-debate-no-iii-seminario-de-boas-praticas-de-gestao-de-ucs

Aché e Ferring inauguram laboratório de pesquisa em Nanotecnologia




Salvador, 29/11/2017 - O Aché e a Ferring inauguram o NILE - Nanotechnology Innovation Laboratory Enterprise, laboratório exclusivo de pesquisa e desenvolvimento de novas plataformas tecnológicas baseadas em Nanotecnologia para aplicação no desenvolvimento de medicamentos, cosméticos e alimentos. Resultado da parceria firmada entre a farmacêutica brasileira Aché e a empresa global Ferring Pharmaceuticals, o NILE está alocado dentro no Innovatech Solutions, o ICT (Instituto de Ciências e Tecnologia) do Aché, em sua sede, em Guarulhos (SP).

Iniciativa pioneira no Brasil, o novo laboratório recebeu R$ 7 milhões em investimentos em equipamentos e infraestrutura e tem como objetivo o desenvolvimento de plataformas tecnológicas e transferência de tecnologia para aplicação em produtos. É a primeira iniciativa da Ferring em pesquisa no Hemisfério Sul e, apesar de a empresa possuir 10 centros de P&D em inovação ao redor mundo em países como Alemanha, EUA, Índia e China, o Brasil será o primeiro em nanotech.

A parceria ressalta o interesse e investimento das duas empresas na pesquisa e desenvolvimento de tecnologias disruptivas, que colocam as necessidades do paciente no centro de partida das pesquisas. "Estamos muito satisfeitos em ver este projeto sair do papel, pois ele está fincado nos pilares inovação, foco no cliente e crescimento de nosso planejamento estratégico, com objetivos claros que irão, em poucos anos, melhorar efetivamente a vida de milhares de pessoas no Brasil e no mundo", afirma Vânia Nogueira de Alcantara Machado, presidente do Aché Laboratórios Farmacêuticos.
Linhas de pesquisa

O NILE tem como foco a pesquisa em novas tecnologias farmacêuticas em diversas áreas, incluindo moléculas como hormônios, peptídeos, anti-inflamatórios, medicamentos para doenças cardiovasculares, inibidores de bombas de prótons (que diminuem a secreção de ácido gástrico e acidez estomacal) entre outras moléculas e áreas.

A parceria é destinada ao desenvolvimento de plataformas tecnológicas que buscam melhorar a disponibilidade dos medicamentos no organismo, transformando, por exemplo, princípios ativos que hoje são apresentados na forma de injetáveis em formulações que poderão ser administradas por via oral, de forma mais prática e indolor. "As pesquisas nesta área proporcionam a redução de efeitos adversos, o aumento da aderência do paciente ao tratamento e a comodidade na administração posológica", esclarece Stephani Saverio, diretor do Núcleo de Inovação do Aché.

Com a inauguração deste laboratório, começa a ser explorada a nanotecnologia para sistemas de liberação de fármaco, que é o mecanismo pelo qual o medicamento é disponibilizado no organismo. "Um exemplo é a insulina que, por meio de pesquisas em nanotecnologia, poderá se tornar um medicamento de administração via oral, poupando o paciente do desconforto diário das agulhadas", explica Edson Bernes, diretor de Inovação Incremental do Aché. "A via oral é a mais aceita e, na maioria dos casos, a mais confortável para os pacientes", conclui.
Hub com reconhecimento mundial em nanotecnologia

Um marco no modelo de parcerias entre a universidade e a indústria farmacêutica, o NILE tem como foco a pesquisa com iniciativas mútuas e colaborativas. O novo laboratório irá criar tecnologias exclusivas para o Aché e a Ferring Pharmaceuticals e contribuirá para desenvolver e fomentar a ciência no Brasil, bem como a projeção mundial das pesquisas realizadas aqui.

O laboratório conta com uma equipe de doutores especialistas em Nanotecnologia, que se dedicarão exclusivamente às pesquisas nesta área. Além dos projetos realizados na estrutura alocada na sede do Aché, o laboratório passa a atuar em colaboração com os melhores centros de pesquisa no Brasil e no mundo.

"Queremos ser um hub de pesquisa em novas plataformas tecnológicas, com o foco de aumentar a biodisponibilidade de moléculas, desenvolvendo novas tecnologias que poderão ser aplicadas a medicamentos, cosméticos e produtos nutricionais, trazendo comodidade ao paciente", resume Bernes sobre as expectativas em relação ao NILE.

Além disso, o modelo de "open innovation" será implementado para permitir que ideias e propostas vindas de pesquisadores externos ao projeto possam ser desenvolvidas. Estas plataformas serão transferidas para as empresas parceiras, que criarão os seus próprios produtos.

Para o Aché, a plataforma é estratégica para acelerar o desenvolvimento de novas entidades terapêuticas, com o objetivo de desenvolver melhores alternativas tecnológicas para produtos existentes. Para a Ferring, a plataforma poderá ser aplicada para formulações baseadas em peptídeos e proteínas de administradas por via oral, sendo aplicadas pela empresa em soluções para Medicina Reprodutiva, Gastroenterologia e Urologia.

"O desenvolvimento de novas formulações terapêuticas melhorará as características de liberação de drogas. Isso representa uma forte ferramenta estratégica para proporcionar mais vida às pessoas, onde quer que elas estejam", afirma Robert Woolley, líder de Inovação da Ferring. "Nossa colaboração está focada no desenvolvimento de novos tratamentos farmacêuticos baseados em Nanotecnologia para resolver desafios de biodisponibilidade e atender melhor às necessidades de nossos pacientes, além de ser um laboratório estratégico e de referência de P&D em Nanotecnologia", afirma Dr. Alan Harris, Sr. vice-presidente global de Pesquisa & Desenvolvimento da Ferring.
Sobre a Nanotecnologia

Nanotecnologia é a capacidade de compreender e controlar a matéria em escalas muito reduzidas, chegando a dimensões de átomos individuais. Nesta escala, as propriedades podem ser muito diferentes quando comparadas àquelas com as quais estamos familiarizados. Essas novas propriedades significam que a Nanotecnologia tem o potencial de revolucionar nossas atuais tecnologias de entrega de fármacos e oferecer muitas oportunidades para criar novos sistemas de liberação para substâncias.

Além das vantagens de aumentar o potencial para administração, os sistemas de liberação de fármaco em escala nano podem também ser utilizados para promover a entrega da droga ao alvo especifico, aliviando, assim, a toxicidade indesejada, o que melhora a adesão do paciente e proporciona resultados clínicos favoráveis.




Autora: tibahia
Fonte: tibahia
Sítio Online da Publicação: tibahia
Data de Publicação: 30/11/2017
Publicação Original: http://www.tibahia.com/tecnologia_informacao/conteudo_unico.aspxc=NOT_TECH&fb=B_FULL&hb=B_CENTRA&bl=LAT1&r=NOT_TECH&nid=48433

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Sistema reúne informações sobre usos e riscos dos agrotóxicos


Brasil, importante produtor agrícola, ocupa a primeira posição do ranking mundial em consumo de agrotóxicos – Foto: Pixabay-CC

Os agrotóxicos são, hoje, parte quase indissociável da agricultura, principalmente em se tratando de países destacadamente produtores agrícolas. O uso extensivo dessas substâncias garante maior produtividade dos insumos e diminui o risco de pestes e doenças nas plantações. Apesar dos benefícios proporcionados aos produtores, esses agentes trazem riscos ao meio ambiente e às pessoas que com eles têm contato. O Brasil, importante produtor agrícola, ocupa a primeira posição do ranking mundial em consumo de agrotóxicos.

Adelaide Nardocci, líder do Centro de Pesquisa em Avaliação de Riscos e integrante do Centro de Pesquisas de Desastres da USP, conta que, no cenário mundial, o Brasil é muito pouco restritivo em relação ao registro e regulamentação do uso de agrotóxicos, e que nos últimos meses muitos retrocessos têm sido anunciados. “Existem várias propostas em curso que visam a reduzir e flexibilizar ainda mais as regras para regulação de agrotóxicos”, completa.

É nesse cenário que a Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, em parceria com o Centro de Vigilância Sanitária (CVS) da Secretaria do Estado de São Paulo, desenvolveu, nos últimos anos, o Sistema de Busca de Informações Sobre Agrotóxicos, lançado em evento na FSP no dia 31 de outubro.

Ariadne, como é chamado o sistema, é um portal on-line que apresenta um conjunto de informações sobre o uso e a aplicação de agrotóxicos; os parâmetros principais do seu comportamento no ambiente; e as propriedades associadas à toxicidade crônica, considerando os riscos à saúde humana causados por exposições a baixas doses em longos períodos de tempo. O sistema apresenta, também, dados inéditos de pulverização aérea no Estado de São Paulo no período de 2013 a 2015. Ainda, o portal direciona o usuário para bases de dados nacionais e internacionais, caso este esteja em busca de informações mais detalhadas.

O sistema, resultado da pesquisa de mestrado de Rubens José Mário Júnior, tem por função facilitar o acesso de gestores de serviços públicos à informações já qualificadas sobre a toxicidade e o comportamento ambiental desses compostos, a fim de contribuir para uma ação mais efetiva na gestão da exposição humana a essas substâncias. É uma iniciativa tida como essencial quando se pensa na construção de modelos de produção mais sustentáveis.


Autora: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 07/11/2017


Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/sistema-reune-informacoes-sobre-usos-e-riscos-dos-agrotoxicos/.

Células modificadas podem beneficiar pacientes do SUS com leucemia


Células T modificadas têm maior capacidade de reconhecer e destruir as células cancerígenas – Foto: NIAID/NIH via Flickr

Pesquisadores do Hemocentro de Ribeirão Preto estão desenvolvendo uma plataforma de expansão de células T geneticamente modificadas para tratamento de pacientes com leucemias e linfomas. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que foram registrados mais de 23 mil novos casos dessas doenças em 2016.

Essa terapia poderá beneficiar pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). O Hemocentro de Ribeirão Preto sedia o Centro de Terapia Celular (CTC) da USP, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e o Instituto Nacional de Células-Tronco e Terapia Celular no Câncer (INCTC) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que têm aporte financeiro de R$ 7 milhões para pesquisas em terapias celulares e genéticas do câncer. A equipe também possui parceria com a GE Healthcare Life Sciences para o desenvolvimento do projeto.

Esse tipo de imunoterapia foi desenvolvida por pesquisadores pioneiros da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, e posteriormente licenciada à indústria farmacêutica Novartis. Conhecida como CAR-T cell therapy, a terapia é totalmente personalizada e associa a imunoterapia celular à engenharia genética e biotecnologia.


Apesar de promissora, terapia com células T ainda tem custos altos e pode ter efeitos colaterais – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O estudo americano, conduzido com essa terapia, mostrou que uma dose única de células T geneticamente modificadas fez desaparecer por completo as células cancerígenas em 83% dos pacientes com leucemia linfoide aguda tratados. Os resultados foram considerados impressionantes pelos oncologistas e um grande avanço para esses pacientes que não tinham mais opções terapêuticas.

As células T são coletadas do próprio paciente e modificadas em laboratório para atacar suas células cancerígenas. Uma vez modificadas, as células T tornam-se mais “potentes”, ou seja, mais capazes de reconhecer e destruir as células cancerígenas. Após a modificação e expansão em laboratório, as células T geneticamente modificadas são reintroduzidas na corrente sanguínea, onde se multiplicam e começam a combater as células cancerígenas.


Dimas Tadeu Covas – Foto: Divulgação/ Centro de Terapia Celular (CTC-USP)

Uma única célula T modificada é capaz de destruir até 100 mil células cancerígenas. Ao contrário dos medicamentos disponíveis atualmente, cada dose é customizada para o paciente e, para isso, há uma logística complexa e elevado custo. Apesar de promissora, a nova terapia pode ter efeitos colaterais graves. O mais frequente é a resposta exacerbada do sistema imunológico, que causa febre muito alta e queda súbita de pressão arterial.

Até o fim deste ano, está prevista a submissão de um estudo clínico experimental para apreciação pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa e aprovação das agências reguladoras brasileiras.


Rodrigo Calado – Foto: Divulgação / Centro de Terapia Celular (CTC-USP)


O projeto é liderado pelos professores Dimas Tadeu Covas e Rodrigo Calado, ambos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A equipe é formada pelas pesquisadoras Virginia Picanço e Castro, Kamilla Switch e Kelen Malmegrim de Farias, também do campus da USP em Ribeirão Preto.


Marcos de Assis / Assessoria de Imprensa do Hemocentro de Ribeirão Preto


Autora: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 08/11/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/celulas-modificadas-podem-beneficiar-pacientes-do-sus-com-leucemia/

Descoberta mostra potencial para tratar obesidade sem efeitos adversos


Peptídeo, que pode ser ingerido por via oral, será testado em seres humanos para permitir uso em medicamentos – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

Opeptídeo Pep19, derivado de um composto produzido no interior das células do corpo, apresenta potencial de uso como fármaco para o tratamento da obesidade, demonstra pesquisa com a participação do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP. Testes com animais indicam que o peptídeo reduz peso, gorduras localizadas e melhora os índices de glicemia, colesterol e pressão arterial, sem causar depressão ou outros efeitos adversos no sistema nervoso central. O peptídeo, que pode ser ingerido por via oral, irá passar por testes em seres humanos para permitir a utilização em medicamentos. O estudo é descrito em artigo publicado no Scientific Reports da revista Nature.

Peptídeos são substâncias derivadas de proteínas que formam redes de interação dentro das células, sendo responsáveis por regular diversas funções celulares. “O Pep19 foi produzido a partir de um peptídeo encontrado no interior da célula e o estudo descobriu que ele modula a atividade do receptor de canabinoides”, afirma a pesquisadora Andrea Heimann, da empresa Proteimax Biotecnologia Ltda., que participou da pesquisa. “A atividade desse receptor está ligada a diversas doenças e também à regulação do humor, da saciedade (relacionada com o controle de peso) e da dor. Sua inibição é a base do tratamento, por exemplo, da cirrose e da epilepsia.”


Experimentos verificaram que o peptídeo Pep19 promove a diminuição de peso e de gorduras localizadas – Foto: Cecília Bastos/USP Imagens

Ao constatar que o receptor de canabinoides pode ser um alvo terapêutico do peptídeo, os pesquisadores propuseram seu uso para tratar a obesidade e a síndrome metabólica, além de identificar possíveis efeitos adversos. “Medicamentos para obesidade com ação similar levavam a perda de peso e também melhoravam os parâmetros cardiovasculares dos pacientes”, explica Andrea. “No entanto, o fármaco também agia no sistema nervoso central, o que provocava depressão e, em alguns casos, suicídios.”

Os experimentos com ratos e camundongos verificaram que o Pep19 promove a diminuição de peso e de gorduras localizadas. “Ele também melhorou os parâmetros metabólicos associados à síndrome metabólica, como os níveis de glicemia (açúcar no sangue), insulina, colesterol e pressão arterial”, aponta a pesquisadora. “Ao mesmo tempo, constatou-se que não há ação sobre o sistema nervoso central, o que impede o aparecimento da depressão.”
Comprimidos

A pesquisa também descobriu que o Pep19 pode ser administrado ao paciente por via oral, ao contrário de substâncias similares, como a insulina, que não mantém sua atividade, por isso precisa ser injetada. “Assim, o medicamento com o Pep19 poderia ser colocado em comprimidos a serem ingeridos pelos pacientes”, aponta Andrea. A patente do peptídeo já está registrada nos Estados Unidos e a pesquisadora calcula que os testes clínicos (em seres humanos) devem ter início em seis meses, se houver investimento. “Conforme os resultados dos testes, estima-se que o medicamento possa estar no mercado dentro de cinco anos.”

A utilização do peptídeo como fármaco foi pesquisada pela Proteimax, empresa especializada na produção de anticorpos, peptídeos e proteínas, e em estudos de inovação em biotecnologia, como o desenvolvimento de fármacos. “O Pep19 é derivado de um peptídeo produzido no interior das células, que foi modificado computacionalmente para atuar fora delas, de modo a permitir o estudo de suas funções e a melhora de suas características”, conta a pesquisadora. “Ele foi colocado em contato com anticorpos que reconhecem quando há mudanças nos receptores das células, o que nessa pesquisa aconteceu com o receptor de canabinoides.”


Pesquisadores Rosângela Eichler, Andrea Heimann e Emer Ferro participaram do estudo – Foto: Cecília Bastos / USP Imagens

O funcionamento do peptídeo, seu mecanismo de interação com o receptor e seus efeitos foram estudados no Laboratório de Farmacologia de Peptídeos Intracelulares do ICB. “Há 15 anos o grupo de pesquisa vem estudando peptídeos, que têm importância biológica, fisiológica e potencialidade para utilização em medicamentos”, afirma o professor Emer Ferro, coordenador do laboratório. “O trabalho analisou peptídeos intracelulares que fazem parte da biblioteca existente no laboratório, além de outros pertencentes ao acervo da empresa.”

O artigo A novel peptide that improves metabolic parameters without adverse central nervous system effects foi publicado no Scientific Reports da revista científica Nature em 1º de novembro. A primeira autora do artigo, Patrícia Reckziegel, do ICB, atualmente realiza pós-doutorado na Suécia com Bolsa Estágio de Pesquisa no Exterior (Bepe) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A pesquisa também teve a colaboração de William Festuccia, Luiz Britto e Rosângela Eichler, do ICB; Karen Lopes Jang, Carolina Romão e Joel Heimann, da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP); Manoela Fogaça, Naielly Rodrigues, Nicole Silva e Francisco Guimarães, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP; e Achla Gupta, Ivone Gomes e Lakshmi Devi, da Icahn School of Medicine at Mount Sinai, nos Estados Unidos.

Mais informações: e-mails eferro@usp.br, com Emer Ferro, e andrea@proteimaxnet.com.br, com Andrea Heimann



Autora: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 22/11/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/descoberta-mostra-potencial-para-tratar-obesidade-sem-efeitos-adversos/

Grupo da USP identifica genes ligados à progressão do melanoma


Mapeamento foi feito usando um composto sintético similar à curcumina, que em testes preliminares apresentou ação antitumoral – Foto: Skincareaus/Wikimedia Commons

Ao tratar linhagens celulares de melanoma humano com um composto sintético semelhante à curcumina – pigmento que dá a cor amarelo-alaranjada ao pó extraído da raiz da cúrcuma (Curcuma longa) – pesquisadores da USP identificaram genes que estão com a expressão alterada em tumores com potencial invasivo e em células malignas refratárias à quimioterapia.

Segundo os cientistas, caso novos estudos confirmem a importância desses genes para a progressão da doença e o ganho de resistência aos medicamentos, eles poderão ser explorados no futuro como biomarcadores para auxílio do diagnóstico ou até mesmo como alvos terapêuticos. Resultados da pesquisa, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), foram publicados na revista Pharmacological Research.

“Estudos anteriores de colaboradores já haviam demonstrado que o DM-1, composto análogo à curcumina, tem atividade antitumoral em baixas concentrações. Nosso objetivo foi entender quais genes essa substância modula e por que ela é tóxica para o melanoma e não para uma célula normal”, disse Érica Aparecida de Oliveira, pós-doutoranda na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.

A pesquisa vem sendo desenvolvida sob a supervisão de Silvya Stuchi Maria-Engler, com a colaboração de Helder Nakaya e Gisele Monteiro – todos professores da FCF.

Como explicou Érica Oliveira, a literatura científica conta com algumas centenas de trabalhos atestando as propriedades antioxidantes, antitumorais, antimicrobianas e anti-inflamatórias da curcumina. No entanto, o uso terapêutico desse composto na forma natural é limitado devido à sua má absorção, metabolismo rápido e insolubilidade na água. Para resolver esse problema, cientistas têm desenvolvido análogos sintéticos com pequenas modificações estruturais que visam a tornar a molécula mais estável no organismo.

O DM-1 foi sintetizado há alguns anos pelo professor José Agustín Pablo Quincoces Suárez, da Universidade Bandeirantes (Uniban). “Experimentos com animais feitos por colaboradores mostraram que o tratamento com esse composto é capaz de promover uma redução no volume tumoral. O DM-1 também se mostrou tóxico para culturas de melanoma resistentes à quimioterapia”, conta Érica.
Mecanismo de ação

Para desvendar os mecanismos de ação do DM-1, Érica recorreu a uma plataforma desenvolvida pelo grupo de Monteiro. Trata-se de uma coleção de 6 mil leveduras congeladas, todas mutantes da espécie Saccharomyces cerevisiae, comumente usada na fermentação de pão e cerveja.

“O genoma dessa levedura tem 6 mil genes e, em cada um desses mutantes, um gene diferente foi silenciado. Com isso, pudemos estudar o efeito de um composto de forma muito específica, gene a gene”, explica Érica.

As 6 mil levaduras mutantes foram então descongeladas, distribuídas em placas contendo 96 pequenos poços e tratadas com DM-1. Ao isolar as leveduras que não cresceram na presença do análogo de curcumina, Érica obteve uma primeira lista com 211 genes afetados pelo tratamento.


Embora seja a forma mais rara de câncer de pele (cerca de 4% dos casos), o melanoma é a mais letal – Foto: Pixabay / CC0

O passo seguinte foi filtrar quais genes dessa lista apresentam homólogos no genoma humano, pois parte poderia estar relacionada a funções específicas de leveduras. Com auxílio de ferramentas de bioinformática e da expertise de Nakaya, o grupo chegou a uma segunda lista com 79 genes candidatos.

“Começamos então a olhar os bancos públicos que armazenam dados genômicos de pacientes com câncer, como o The Cancer Genome Atlas (TCGA) e o Gene Expression Omnibus (GEO), para entender de que forma esses genes conversavam entre si”, contou Érica.

A análise mostrou que a maioria estava relacionada a vias de sinalização celular que, quando ativas, favorecem a progressão tumoral. É o caso das vias mediadas pelas proteínas MAP quinase e EGFR.

A tarefa seguinte foi investigar quais genes eram importantes para o avanço do melanoma especificamente – focando as análises de bioinformática nas sequências genômicas de portadores da doença.

“Fizemos uma mineração nos dados para mapear genes cuja expressão se alterava durante a progressão do melanoma. Identificamos sete que pareciam ser importantes e, ao olhar os bancos de dados públicos, pudemos ver que de fato muitos pacientes tinham alteração na expressão desses genes”, conta Érica.
Novo foco

Em um segundo projeto de pós-doutorado atualmente em andamento, com apoio da Fapesp, Érica pretende investigar mais profundamente a participação do gene TOP-1 e também do ATP6V0B – um dos sete identificados no trabalho anterior – na progressão do melanoma.

“Estamos investigando como esses genes estão expressos em um amplo painel de melanomas: tumores primários, metastáticos, com e sem mutação no gene BRAF, resistentes ou não ao tratamento. E também pretendemos comparar com a expressão em um melanócito normal. O objetivo é entender como esses genes participam da progressão tumoral e o que acontece em cada caso quando eles são inibidos”, diz.

Embora seja a forma mais rara de câncer de pele (cerca de 4% dos casos), o melanoma é sem dúvida a mais letal. A doença se desenvolve a partir dos melanócitos, as células produtoras de melanina. Além do crescimento rápido e do alto potencial para se tornar invasivo e gerar metástase, esse tipo de tumor desenvolve frequentemente resistência às principais drogas usadas no tratamento.

“A existência de diferentes subpopulações celulares dentro de um mesmo tumor é hoje considerado o principal fator associado à resistência ao tratamento. Por isso, acredita-se que a melhor abordagem é a combinação de várias estratégias terapêuticas e, para isso, é importante a descoberta de novos alvos”, afirma Érica.

O artigo Toxicogenomic and bioinformatics platforms to identify key molecular mechanisms of a curcumin-analogue DM-1 toxicity in melanoma cells pode ser lido neste link.

Adaptado de Karina Toledo / Agência Fapesp, com edição do Jornal da USP (Leia aqui o texto original)

Autora: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 23/11/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/grupo-da-usp-identifica-genes-ligados-a-progressao-do-melanoma/

Anabolizantes comprometem funcionalidade do “colesterol bom”



Pesquisa traz novas informações sobre o impacto de anabolizantes no sistema cardiovascular – Foto: Domínio Público via Wikimedia Commons

Com a popularidade do estilo de vida fitness das academias, o uso de anabolizantes tem se tornado cada vez mais comum, apesar dos conhecidos malefícios para a saúde. Uma pesquisa do Instituto do Coração (Incor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) verificou mais um deles: o efeito desses esteroides na funcionalidade do HDL, a lipoproteína de alta densidade, mais conhecida como “colesterol bom”.

Ao final dos exames, foi revelado que um a cada quatro usuários de anabolizantes sofria de aterosclerose precoce, doença que não foi diagnosticada em nenhum dos outros grupos. A aterosclerose é uma doença caracterizada pelo acúmulo de placas de gordura em artérias coronárias. Segundo os pesquisadores, os anabolizantes estariam prejudicando a funcionalidade do HDL, que é o responsável por evitar que a LDL, a lipoproteína de baixa densidade ou “colesterol ruim”, se acumule nas artérias.

O estudo acompanhou três grupos distintos que passaram por exames de sangue e tomografias para a avaliação das artérias coronárias. Foram analisados 21 praticantes de musculação que faziam uso de anabolizantes, 20 praticantes não-usuários e dez pessoas sedentárias, que não praticavam musculação nem usavam anabolizantes. A mostra compreendia homens com uma média de idade de 29 anos.



Em longo prazo, o uso desenfreado de anabolizantes pode causar insuficiência cardíaca – Foto: Jeevanreddy007 Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0


Receptores com defeito

“É como se o HDL não conseguisse identificar e separar as partículas ruins de colesterol para retirá-las do sangue”, explica Maria Janieire Alves, cardiologista do InCor e líder do grupo de pesquisa sobre o impacto da autoadministração de esteroides androgênicos anabolizantes no sistema cardiovascular.

“Isto significa que os receptores do HDL em pessoas que usam anabolizantes estão apresentando defeitos. Além de estarem presentes em pouca quantidade, eles também não conseguem captar corretamente essas lipoproteínas presentes no sangue para jogá-las fora”, diz a cardiologista.

Além de filtrar as gorduras do sangue, o HDL também evita que o LDL se oxide nas artérias. Ele age como uma partícula protetora, pois, em caso de oxidação, o LDL tem um potencial ainda maior de inflamação.

“Outros estudos já mostraram o desenvolvimento precoce de aterosclerose neste grupo. O ponto chave do nosso trabalho, agora, é descobrir um dos fatores que podem estar associados a isso”, afirma Francis Ribeiro de Souza, doutorando do InCor e principal autor do artigo que traz novas informações sobre o impacto de anabolizantes no sistema cardiovascular. “Por isso estamos estudando o HDL, que tem uma importante função protetora no sistema cardiovascular e, como sabemos, é encontrado em baixas quantidades em usuários de anabolizantes.”
Malefícios dos anabolizantes

“Quando se fala sobre esses esteróides, há duas realidades diferentes”, analisa Souza. Uma é a da deficiência hormonal, quando alguém recorre aos anabolizantes porque precisa repor hormônios que estão em falta. Outra é a da busca pela força e pelo desempenho físico por parte de pessoas que não precisam dessa reposição hormonal.

Os anabolizantes são uma categoria de hormônios análogos a testosterona que têm a função de aumentar a síntese de proteínas responsáveis pelo crescimento da musculatura.

Uma vez que uma pessoa começa a autoadministrar anabolizantes sem necessidade, a produção natural dos hormônios começa a ser inibida e cai. Essa alteração, por sua vez, pode causar problemas de saúde.




Com o aumento de consumo por parte das mulheres, o grupo de pesquisa pretende também estudar os efeitos dos anabolizantes nelas – Foto: GutinBdn via Wikimedia Commons / CC BY-SA 4.0

“Pensando em estética, os anabolizantes cumprem com seu papel. As pessoas aumentam o porte muscular, ficam mais fortes, aumentam o desempenho físico. Mas em relação à saúde, eles não trazem nenhum benefício”, expõe Souza. “O uso indiscriminado de anabolizantes causa alterações no perfil lipídico; diminui o HDL, que é o ‘colesterol bom’; e aumenta o LDL. Além disso, já foram observados em outros estudos alterações hepáticas, algumas associações com câncer, morte súbita, hipertrofia cardíaca e arritmia”, lembra o doutorando. “Só há malefícios para a saúde, de maneira geral.”

Além dos casos de aterosclerose precoce, foram encontrados no grupo de usuários de anabolizantes da pesquisa do InCor alguns indícios de que a formação de placa de gordura estava se iniciando. “Se a placa ainda não foi formada, ela provavelmente se formará logo, e isso leva a um fator trombogênico (geração de coágulos) muito elevado nesta população”, alerta Maria Janieire.

Durante os exames, também foi diagnosticado um caso de úlcera em artérias coronárias e outro de embolia pulmonar, documentado em uma angiotomografia.

Em longo prazo, as pesquisas apontam que o uso desenfreado de anabolizantes pode causar insuficiência cardíaca. “Nós observamos que há um depósito maior de colágeno ruim no esqueleto fibroso do coração e isso pode levar a uma disfunção cardíaca no futuro”, diz a cardiologista.

Por enquanto, o estudo foi feito apenas com homens, que são os principais consumidores de anabolizantes, mas com o aumento de consumo por parte das mulheres, o grupo de pesquisa ainda pretende estudar os efeitos nelas.

Autora: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 28/11/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/ciencias-2811-anabolizantes-comprometem-funcionalidade-do-colesterol-bom/

Pesquisa inédita busca preservar a biodiversidade em centros urbanos



Projeto analisa desenho urbano de São Paulo, Berlim e Brasília buscando conciliar densidade populacional e biodiversidade

Estima-se que, em 2020, 90% da população brasileira viverá em cidades. Como o desenho urbano pode influenciar a vida das pessoas? Sabe-se que a forma como o ambiente é construído (ruas, edifícios, lojas, calçadas, áreas verdes) afeta diretamente o cotidiano e a qualidade de vida. Será que ocorre o mesmo com os animais que vivem nas cidades? Perguntas como essas nortearam pesquisa que relaciona, de forma inédita, dados de avifauna, áreas verdes, forma urbana e densidade. Os pesquisadores pretendem testar se diferentes arranjos de desenho urbano influenciam na quantidade de áreas verdes e, consequentemente, se as aves (um componente da biodiversidade) respondem de forma diferente conforme se altera o desenho das cidades.

Realizado por uma equipe interdisciplinar que inclui o Grupo de Silvicultura Urbana da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o estudo Biodiversidade e forma urbana no desenho de cidades mais sustentáveis está sendo feito nas cidades de São Paulo, Berlim e no Distrito Federal, uma vez que possuem soluções de desenho urbano e porcentagem de áreas verdes bem variadas. Os pesquisadores têm formação em Arquitetura e Urbanismo, Biologia, Agronomia, Engenharia Ambiental e Geografia, e são integrantes de quatro instituições: USP, com a Esalq; a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) – campus Sorocaba; a Universidade de Brasília (UnB); e a Universidade de Humboldt, na Alemanha. A coordenação do projeto, na Esalq, é do professor Demóstenes Ferreira da Silva Filho, do Departamento de Ciências Florestais.

Em um cenário que incita à reflexão sobre que tipo de hábitat estamos construindo para nós e as futuras gerações, o objetivo de estudos como esse é enfrentar o desafio de conciliar aumento de densidade habitacional e oferta de espaços verdes, buscando desenhos de cidades mais compactas que permitem manter a biodiversidade urbana e até, em alguns casos, aumentá-la. Já que as cidades recebem cada vez mais novos moradores e estão em constante crescimento demográfico, é urgente evitar o modelo de espraiamento urbano, ou seja, áreas urbanas que crescem horizontalmente sem limites, pois além de desmatar áreas naturais no entorno da cidade, os custos de infraestrutura para atender aos novos bairros e ao gasto energético tornam-se insustentáveis no longo prazo. O esforço é pela construção de cidades mais compactas, sem perda de áreas verdes e garantindo qualidade urbanística aos moradores.
Desenho urbano

Brasília, considerada como o plano piloto do arquiteto e urbanista Lúcio Costa, tem características muito peculiares e bem diferentes do seu entorno, onde estão as cidades-satélites. Foi planejada sob as diretrizes do Modernismo, tendo as superquadras como unidade mínima de desenho urbano e a preocupação constante com a qualidade urbana gerada. Apesar de todas as críticas em torno dos ideais modernistas, que não atendem por completo às necessidades atuais da sociedade, não se pode negar a diferença entre Brasília e as demais áreas urbanas do Distrito Federal em termos da qualidade dos espaços abertos e áreas verdes. As cidades-satélites são representantes do modelo de desenho urbano que estamos praticando em nossas cidades brasileiras desde o período colonial: baseada no lote individual sem um senso de um desenho urbano coletivo de maior qualidade, como em Brasília.




A contribuição dos pesquisadores virá com a recomendação de diretrizes de desenho urbano de alto desempenho em termos de áreas verdes e biodiversidade. Na imagem, o carcará – Foto: Andreas Trepte / photo-natur.net via Wikimedia Commons

O lote ou o terreno em que são construídas as edificações faz parte de uma lógica de parcelamento e uso do solo que ocorre na maioria das cidades brasileiras (com raras exceções, como Brasília). Junto com o plano diretor, o zoneamento e o código de obras municipal ditam o desenho e a forma das cidades.

Os resultados parciais obtidos até agora com relação ao Distrito Federal foram apresentados em um congresso internacional sobre biodiversidade e desenho urbano na cidade do Panamá. Eles revelaram que Brasília tem a mesma densidade de habitações que a cidade-satélite Taguatinga, porém esta última tem quase 18% a menos de cobertura arbórea que a primeira. Essa diferença se deve principalmente ao desenho urbano.

A morfologia de São Paulo é regrada a partir do lote e lembrada como um símbolo de verticalização, tendo bairros inteiramente preenchidos por altas torres residenciais, acima de 20 andares. Questiona-se se essa forma de ocupação muito mais verticalizada afeta positivamente ou negativamente as áreas verdes e, consequentemente, as aves.

Berlim é considerada uma das cidades que mais têm inovado em termos de experimentações e de novas propostas de desenho urbano desde o início do século 20, devido, em parte, à necessidade de se reinventar após duas guerras mundiais que destruíram seu território. É uma cidade construída, em geral, a partir de uma lógica de projeto urbano que considera a quadra como unidade mínima e não o lote, resultando assim, em maior qualidade dos espaços verdes e um desenho de quadras que fortalece essa ligação.



Brasília tem a mesma densidade de habitações que a cidade-satélite Taguatinga, porém esta última tem quase 18% a menos de cobertura arbórea que a primeira. Essa diferença se deve principalmente ao desenho urbano – Foto: Wikimedia Commons

Diante dessas diferenças, os pesquisadores querem testar o quanto as formas de projetar a cidade pode influenciar a biodiversidade através dos dados de ocorrência e diversidade de avifauna. A expectativa da equipe é de que os resultados possam surpreender e, acima de tudo, influenciar políticas públicas no planejamento de novas áreas urbanas em expansão, como cidades de pequeno e de médio porte e revitalização de áreas urbanas consolidadas. A grande contribuição dos pesquisadores virá a partir da recomendação de diretrizes de desenho urbano de alto desempenho em termos de áreas verdes e biodiversidade, considerando, ao mesmo tempo, a importância da promoção de cidades mais densas e melhor qualidade de vida.

A pesquisa tem o apoio da Digital Globe Foundation (fundação americana), da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e, recentemente, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Também foi selecionada em edital público realizado pela USP-Humboldt, que disponibilizou recursos financeiros para estabelecer a parceria entre as duas instituições nas atividades de campo e intercâmbio de conhecimento através de reuniões e workshops em Piracicaba e em Berlim.




Autora: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 28/11/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/pesquisa-inedita-busca-preservar-a-biodiversidade-em-centros-urbanos/

Presença de árvores reduz casos de câncer de pulmão em



Árvores diminuem a quantidade de material particulado no ar pois agem como filtros de captação e absorção – Foto: Marcos Santos/USP Imagens


Pesquisas feitas no exterior já têm mostrado como as árvores urbanas afetam a qualidade do ar. Um estudo da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, por exemplo, concluiu que prédios cobertos por plantas poderiam diminuir em até 30% a poluição de uma cidade.

Agora a bióloga Bruna Lara de Arantes mostra, em seu mestrado, defendido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, a relação entre arborização, material particulado e casos de câncer de pulmão em idosos na cidade de São Paulo.

O estudo aponta que a presença de árvores diminui a quantidade de material particulado no ar. Em consequência disso, foi observada também uma redução nos casos de doenças respiratórias.

Para chegar a esse resultado, a pesquisadora cruzou dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), através de um convênio firmado com a professora Thaís Mauad e a médica Tiana Lopes.




Regiões mais centrais da cidade são mais ocupadas por construções, enquanto que regiões mais afastadas têm mais árvores – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

“Basicamente nós escolhemos as estações de monitoramento do ar da Cetesb que estavam medindo material particulado em 2010”, explica Bruna. “O material particulado é um dos poluentes que mais afetam a respiração humana e também um dos mais absorvidos pelas plantas. Isso acontece porque ele tem um tamanho microscópico, de 10 microgramas por centímetro cúbico (µg/cm³), o que permite que ele passe pela nossa respiração sem ser filtrado.”

Além dos dados coletados pela Cetesb, Bruna passou a analisar como o entorno das estações de monitoramento é ocupado. Verificou se havia mais asfalto, construções, árvores ou gramado, identificando as espécies de plantas que habitam um raio de 100 metros da estação.

Em seguida, Bruna usou programas estatísticos para observar como as mortes por câncer de pulmão em idosos estavam distribuídas pela cidade e se tinham alguma relação com os dados atmosféricos encontrados pela Cetesb.
Mortes pela poluição

“Os dados apontam que a forma como você ocupa o solo na cidade influencia em 17% os casos de morte por câncer de pulmão em idosos”, afirma Bruna. Outros fatores de risco que devem ser considerados são a genética e o estilo de vida dos idosos.

O estudo também encontrou uma relação entre a ocupação da cidade por relvado ou asfalto e a região no município. Regiões mais centrais são mais ocupadas por construções, enquanto que regiões mais afastadas têm mais árvores. “Esse padrão já era observado na literatura da área, mas não havia dados quantitativos como os desta pesquisa”, ressalta.



O material particulado é um dos poluentes que mais afetam a respiração humana e também um dos mais absorvidos pelas plantas – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Com os dados, foi possível concluir também que quanto mais afastado do centro da cidade e quanto maior for a quantidade de plantas no local, menos casos de câncer de pulmão são encontrados. “A saúde dessa população é favorecida”, pontua Bruna.

Ainda sim, a pesquisadora lembra que, pelo caráter exploratório da pesquisa, são necessários novos estudos sobre o assunto para afirmações mais concretas.

Segundo uma pesquisa publicada pela revista The Lancet, a poluição do ar foi responsável por mais de 70 mil mortes no Brasil.
Soluções

Além da importância acadêmica, o estudo também é de interesse da gestão pública. “Esses dados nos trazem evidências que, ao aumentar as áreas urbanas de gramados e árvores, há uma diminuição significativa da poluição do ar por material particulado”, defende a pesquisadora.



O estudo encontrou uma relação entre a ocupação da cidade por relvado ou asfalto e a região no município – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Segundo o estudo, o aumento de 1% de gramado na cidade é capaz de diminuir 0.45 μg/cm³ de material particulado. Já o aumento de um metro quadrado de copa de árvore reduz 0.29 μg/cm³.

“A ação dos gramados está relacionada à possibilidade de maior circulação do ar, levando em conta que essas partículas são muito leves e facilmente dispersas”, explica. “Já as árvores agem como filtros de captação e absorção.”

A bióloga ainda destaca que regiões com muitas construções verticais ou bosques fechados podem ter pouca ventilação. Nesse caso, é interessante a substituição de prédios inutilizados pela construção de áreas de gramado, como parques, jardins e canteiros.




Autora: Jornal USP
Fonte: Jornal USP
Sítio Online da Publicação: Jornal USP
Data de Publicação: 27/11/2017
Publicação Original: http://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-ambientais/presenca-de-arvores-reduz-casos-de-cancer-de-pulmao-em-idosos/

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Saiba o que fazer em caso de intoxicação infantil, artigo de Carlo Crivellaro






A maioria das intoxicações em crianças pode ser tratada, se for dado atendimento imediato. Se achar que seu filho ingeriu algo tóxico, fique atento aos seguintes sinais e sintomas: manchas estranhas na roupa da criança, queimaduras nos lábios ou na boca, salivação excessiva ou hálito com odor forte, náuseas ou vômitos de início súbito e sem explicação, dor abdominal sem febre, dificuldade para respirar, alterações súbitas de comportamento (sono, irritabilidade ou excitação). Em casos mais sérios, pode haver até convulsões e perda de consciência.

Saiba como agir nas situações abaixo:

VENENOS INGERIDOS:

Tirar a substância de perto da criança. Se ainda tiver um pouco na boca, faça com que ela cuspa ou retire da boca com a sua mão. Guarde esse material, embalagens, rótulos, bulas, ou qualquer outra coisa que possa ajudar na identificação da substância. Checar os seguintes sinais: dor de garganta importante, salivação excessiva, dificuldade respiratória, convulsões, tontura ou sonolência excessiva. Se a criança tiver algum desses sintomas, leve imediatamente ao hospital mais próximo.

Na dúvida, nunca provoque vômito. Se a substância for muito ácida ou muito básica, provocar o vômito pode causar piora e nova queimadura das mucosas. Se a criança não tiver nenhum dos sintomas listados, você tem tempo para checar com o pediatra ou no Centro de Intoxicações de sua cidade sobre qual a melhor conduta a ser tomada. Dependendo da substância e da idade da criança, pode ser necessário levá-la ao pronto-socorro. A não ser que receba instruções, não dê água ou leite.

No pronto-socorro, o tratamento se baseia em quatro itens principais: diminuir a exposição do organismo ao tóxico, promover a eliminação do tóxico já absorvido, uso de antídotos e, por fim, medidas gerais e de suporte. Muitas vezes, é necessário realizar exames e permanecer em observação por 6 a 12 horas.

Em São Paulo, um dos Centros de Intoxicação é o CEATOX, ou Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Funciona 24hs por dia, o contato pode ser feito pelo telefone 0800-0148110 ou pelo site www.ceatox.org.br. Ao ligar, tenha em mãos os seguintes dados: o nome da criança, idade e peso, e eventuais doenças ou medicações que esteja em uso; o nome da substância ingerida, lido ou soletrado, e as informações contidas no rótulo; a hora que ingeriu e a quantidade engolida estimada.

CONTATO COM A PELE:

Se a criança derrubar alguma substância perigosa no corpo, tire toda a roupa e lave a criança com água tépida, não quente. Se houver sinais de queimadura, continue lavando por 15 minutos, no mínimo, mesmo que a criança reclame. Depois, ligue para o pediatra ou Centro de Intoxicações. Não passe pomadas ou óleos sem orientação.

CONTATO COM OS OLHOS:

Lave bem os olhos, abrindo as pálpebras, com água corrente no canto interno (do lado do nariz) do olho. Para crianças pequenas, pode ser necessário um outro adulto para segurá-la. Lave por 15 minutos e ligue para o Centro de Intoxicações para receber orientações. Não pingue colírios ou qualquer outra substância no olho.

INALAÇÃO DE VAPORES/GASES TÓXICOS:

Os gases que mais comumente provocam intoxicações são fumaça de escapamento em uma garagem fechada, fumaça de incêndios, vazamento de gás de cozinha, ou problemas em fogões à lenha ou carvão. Afaste a criança imediatamente, de preferência, indo a um local ao ar livre. Se estiver respirando, ligue para o Centro de Intoxicações para orientações ou para o SAMU (192). Se não estiver respirando, é necessário ter alguém com noções de reanimação. Se estiver em duas pessoas, uma inicia a reanimação enquanto outra liga para o SAMU. Só pare se a criança voltar a respirar ou quando chegar ajuda. Se estiver sozinho, reanime a criança por 1 minuto e só depois ligue para o SAMU.

PREVENÇÃO:

Crianças pequenas são intoxicadas, em geral, por produtos que temos na nossa própria casa. Pode ser medicamentos, produtos de limpeza, plantas, cosméticos, inseticidas, tintas, solventes, entre outros. Colocar coisas na boca e experimentar seu gosto é o modo como crianças pequenas exploram o ambiente. Isso ocorre em um rápido momento de distração dos adultos, principalmente quando estão doentes, estressados ou sobrecarregados.

O melhor meio de prevenção é manter medicamentos e produtos tóxicos trancados, onde a criança não consiga ter acesso. Redobre a atenção em visitas a amigos e parentes que não tenham crianças. Provavelmente, o local não terá os mesmos cuidados que sua casa.

Outras dicas incluem: não tomar medicamentos na frente de crianças, pois elas gostam de imitar os adultos. Não chamar medicamentos de “balinha” para que ela aceite tomar. Cheque o rótulo e a dosagem prescritos, principalmente na madrugada, e com uma luz acesa. Nunca mude a embalagem de um produto, colocando substâncias tóxicas em garrafas de refrigerante ou latas de alimentos. Não permaneça com o motor do carro ligado em uma garagem fechada. Ao sentir cheiro de gás, desligue imediatamente e chame a companhia de gás. Deixe o telefone do Centro de Intoxicações sempre em local de fácil acesso, inclusive para babás ou outros cuidadores da criança.

Por Dr. Carlo Crivellaro, Pediatra com Título de Especialista em Pediatria pela Sociedade Brasileira de Pediatria; Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria; e Membro da Highway to Health International Healthcare Community

Colaboração de Flávia Vargas Ghiurghi, in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 28/11/2017


Autora: Dr. Carlo Crivellaro
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data de Publicação: 28/11/2017
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2017/11/28/saiba-o-que-fazer-em-caso-de-intoxicacao-infantil-artigo-de-carlo-crivellaro/

Campo investe em tecnologia e já tem até rebanho em nuvem na internet

O agronegócio brasileiro aumenta a cada ano sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) graças, sobretudo, à pesquisa e aos investimentos em tecnologia. De uma participação de 21% no PIB de 2014, a fatia cresceu para 23% em 2015 e deve aumentar 2% este ano, com um Valor Bruto de Produção de R$ 548 bilhões.


O agronegócio já corresponde a 48% do total de exportações brasileiras. No cenário interno, tem produzido grandes safras, o que tem ajudado a derrubar os índices de inflação. Hoje, o campo utiliza pesquisas avançadas como o emprego da nanotecnologia no controle de alimentos, redes de satélites e drones para levantamento de dados de solo e clima e até o rastreamento de rebanhos já é feito em tempo real, com informações disponibilizadas na nuvem da internet.

Para falar sobre os avanços em tecnologia, a Sputnik Brasil conversou com exclusividade com o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Maurício Lopes, nesta segunda-feira, quando foi aberto, em São Paulo, o Agronegócio Brasil 2017, um dos maiores eventos do setor. Segundo Lopes, nas últimas quatro décadas, o Brasil teve um avanço extraordinário do agronegócio.

"Em quatro décadas fomos capazes de sair de uma situação de dependência e insegurança alimentar para conseguir alimentar nossa população e projetar o Brasil como um grande provedor de alimentos para o mundo. Vivemos agora o início de outra revolução: o avanço tecnológico em áreas como a transformação digital, em tecnologias novas como a internet de alta velocidade e drones. Daqui a pouco, virá a inteligência artificial e a era dos big daters com a possibilidade de acumularmos volumes extraordinários de dados e informações", exemplifica Lopes.

O presidente da Embrapa prevê que o uso de novas tecnologias vai impactar a produção, permitir a oferta de alimentos de forma cada vez mais segura a custos mais baixos de forma sustentável com atenção cada vez maior ao meio ambiente. Segundo ele, as novas tecnologias dos sensores estão mudando a capacidade de monitorar os sistemas de produção. Ele exemplifica com o trabalho dos tratores, que podem receber sensores avançados que permitem acompanhar em tempo real como as lavouras estão produzindo, ajudar a monitorar pragas e doenças, além de instalar chips em um drone com algoritmos muito sofisticados que podem capturar informações precisas nas plantações, reduzindo o emprego de defensivos.


© SPUTNIK/ A. SOLOMONOV
Projeto russo de nanotecnologia é considerado melhor na Europa



Outros aplicativos são capazes de reunir dados de até 1.600 estações meteorológicas no país, apontando a melhor época de plantio para cada espécie, aumentado a produtividade das colheitas. Outros programas preveem índices de secas e geadas, bem como a quantidade de água no solo e até outros que recomendam o volume de capim oferecido aos bois por hectare.

O presidente da Embrapa cita a nanotecnologia como outro aspecto importante no desenvolvimento de novos projetos. Em 2018, deve chegar ao mercado um desses produtos desenvolvidos pela Embrapa, os nanobiosnacks de frutas, uma espécie de chip de batata frita, embora sem fritura, e também filmes biodegradáveis feitos de alimentos. Nanosensores colocados em tintas de impressão podem ser colocados em etiquetas de frutas, medindo a concentração de gás etileno, permitindo assim o consumidor saber o ponto de maturação do produto.

"Esses novos materiais vão nos permitir produzir moléculas que podem ser usadas para proteger a superfície dos alimentos, aumentado a vida de prateleira. Com o surgimento de aplicativos que podem ser usados através dos celulares, hoje acessamos programas sofisticados de computadores na nuvem com informações sobre clima, mercado, acionamos equipamentos a distância, na chamada internet das coisa, que combina equipamentos e estratégias de monitoramento com a internet”, detalha o dirigente. O presidente da Embrapa diz que um dos desafios é fazer que as novas tecnologias gerem produtos a custos acessíveis. Segundo ele, o custo de equipamentos e sensores tende a cair. 


JONAS OLIVEIRA/AEPR/FOTOS PÚBLICAS
Campo fértil para o agronegócio brasileiro em 2017


"A Embrapa está desenvolvendo o conceito de sensores vestíveis. Por exemplo, um cabresto que você pode colocar na cabeça do animal. Ali existem sensores que permitem o monitoramento das condições fisiológicas do animal, batimentos cardíacos, movimentação, se ele está indo frequentemente beber água ou se alimentar.”

Lopes observa que a Embrapa, como empresa pública, tem feito nos últimos anos um grande esforço para reduzir sua dependência dos recursos do Tesouro Nacional e para isso vem procurando ampliar suas parcerias tanto com entidades do governo quanto da iniciativa privada, totalizando hoje cerca de 400 acordos nacionais e internacionais. Além disso, tramita no Congresso projeto de lei para a criação de um braço da Embrapa no mercado de inovações tecnológicas chamado Embrapa Tec. Essa empresa poderia receber o grande acervo de ativos e conhecimentos da Embrapa e se preparar para ir ao mercado buscar mais associações e parcerias no setor privado.


Autora: sputniknews
Fonte: sputniknews
Sítio Online da Publicação: sputniknews
Data de Publicação: 27/11/2017
Publicação Original: https://br.sputniknews.com/noticias/201711279941224-agronegocio-investimento-nanotecnologia-drones-alimentos-sociedade/

Como cientistas brasileiros colonizaram o YouTube


A pesquisadora Aline Ghilardi, 31, é uma paleontóloga "que segue o estereótipo" da profissão: busca entender como eram e como evoluíram os dinossauros, principalmente os que viviam no Brasil. Recentemente, recebeu ajuda de uma fonte incomum para localizar os restos de "arcossauros mesozoicos", como estas criaturas são chamadas no jargão da paleontologia. Fãs do canal que ela mantém no YouTube a alertaram para a presença de ossadas em algumas cacimbas (que é como são chamados os reservatórios naturais d'água) no interior pernambucano.


Ela e o marido, o também paleontólogo Tito Aureliano, são responsáveis pelo Colecionadores de Ossos, um de vários canais do YouTube surgidos nos últimos anos e que fazem sucesso explorando um filão da divulgação de conhecimentos científicos. Um tema contra-intuitivo no mundo virtual, supostamente dominado por conteúdo banal ou apelativo.


É possível encontrar uma boa lista dos principais canais de ciência do YouTube brasileiro no ScienceVlogs Brasil, uma página surgida em 2015 e que funciona como um "selo de qualidade" para os canais desta temática.


Há conteúdos para todos os gostos. Nos canais, é possível aprender sobre assuntos tão diversos e complexos quanto cladística (um sistema adotado na biologia para classificar os seres vivos); o paradoxo de Fermi (sobre o contato com civilizações alienígenas); e buracos negros, entre outros.


Os canais científicos, no entanto, estão longe de serem os mais populares do país (como o de Whindersson Nunes, com 24,7 milhões de inscritos).




Quem fala sobre o quê




Mas alguns atingem um público amplo. Entre os mais populares estão o Manual do Mundo (9,1 milhões de inscritos), o Nerdologia (1,8 milhão) e o Canal do Pirula (598 mil). Este último é batizado com o apelido do biólogo e doutor em zoologia pela USP Paulo Miranda Nascimento, que construiu sua audiência com vídeos longos sobre temas como evolução, meio ambiente, e religião.


Nos canais, é possível aprender sobre temas como astronomia e física (Space Today, Ciência Todo Dia, Primata Falante e o Ciência e Astronomia), biologia (Papo de Biólogo e Biologia Total) e até robótica (no canal Peixe Babel, da mineira Camila Laranjeira).


A divulgação científica é bem forte no YouTube fora do Brasil. Para quem tem um bom entendimento da língua inglesa, vale a pena olhar canais como o Veritasium, o SciShow e o SmarterEveryDay.




Nicho e super-nicho




"O YouTube tem canais de nicho, e tem os de super-nicho. O meu é de super-nicho. Tem mais de mil vídeos, e são todos de astronomia", diz o geofísico e doutor em geociências Sérgio Sacani, 42, do canal SpaceToday, dedicado à astronomia.




O engenheiro de petróleo e youtuber Sérgio Sacani (Foto: André Shalders)


Segundo ele, a maioria dos inscritos do canal é de jovens adultos, e não necessariamente crianças.


"Por exemplo, se eu postar um vídeo hoje às duas da tarde, ninguém assiste. O pessoal que acompanha o meu canal já sabe que eu posto geralmente à noite, e é um público mais velho. É um público que trabalha. Então, durante o dia, eles não estão em casa para assistir vídeo", diz. Antes de criar um canal de YouTube, Sérgio mantinha um blog com o mesmo nome. Uma parte dos seguidores "migrou" para a plataforma de vídeos, diz Sacani, cujo trabalho "oficial" é com engenharia de petróleo.


O público também é mais velho no canal da paleontóloga Aline Ghirardi. A maior faixa de espectadores tem de 24 a 35 anos de idade, segundo ela.


"O YouTube pede para postarmos no começo da tarde, que é quando as crianças estão acessando o site. E hoje o maior público do YouTube é de crianças. Mas não necessariamente isso funciona para a gente da divulgação científica", diz Pedro Loos, 21, responsável pelo canal Ciência Todo Dia, que tem 257 mil inscritos. Ele começou a gravar, editar e publicar os próprios materiais ainda muito jovem, com 14 anos de idade. Naquela época, os envios eram sobre jogos eletrônicos.



Loos está concluindo o curso de Física na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Hoje, ele vive da renda gerada pelo canal e pretende manter o projeto depois de formado. Um dos vídeos mais populares do canal é sobre o paradoxo de Fermi, visto mais de 300 mil vezes.


Se o universo é tão antigo e vasto, é provável que existam várias civilizações alienígenas. Mas se é assim, porque é que nenhuma delas nunca fez contato conosco? Essa é a contradição batizada em homenagem ao físico Enrico Fermi (1901-1954), e que Loos aborda no vídeo.




Tecnologia e exatas




O designer Estevão Pessota, 29, costuma deixar a TV ligada no YouTube. O próprio mecanismo de sugestões do site cria uma "playlist" para ele com os últimos envios dos canais de ciência e tecnologia nos quais está inscrito. Ele conta que um dos primeiros canais a chamar a atenção foi o PressTube (cujo clássico são os vídeos de objetos sendo destruídos em uma prensa hidráulica). Depois, migrou para sites com mais substância.




Estevão Pessota costuma assistir aos vídeos à noite, depois do trabalho (Foto: André Shalders)


Os canais "cabeçudos" não se resumem a páginas de ciências exatas, porém. O historiador e professor Davi Martins, por exemplo, usa o YouTube para acompanhar canais que tratam de psicologia (como o do psicanalista lacaniano e professor da USP Christian Dunker) e, claro, de história (como o Leitura ObrigaHistória).




"Há muita crítica na academia a alguns canais como o Nerdologia (que também trata de História). Mas os próprios acadêmicos da área raramente se propõem a fazer algo desse tipo", diz Martins.




"Sempre teve demanda, é só um novo meio"




Para o biólogo Paulo Jubilut, 37, não é correto dizer que o público brasileiro estava "carente" de conteúdos científicos. "Na realidade as pessoas já consumiam isto. Tinham acesso à divulgação científica por meio de jornais, revistas, TV. O que a internet fez foi criar uma nova forma de acesso. As pessoas são curiosas por natureza. Quem descobrir uma forma de atingir essa curiosidade vai fazer sucesso", diz ele.


Até 2011, Jubilut dava aulas de Biologia em um cursinho em Santa Catarina, onde mora. Acabou demitido depois de "brigar com uns alunos bagunceiros", segundo diz. Hoje, é responsável por uma página no Facebook que tem 3,3 milhões de curtidas. O canal no YouTube está com 1,1 milhão de inscritos.


"Me tornei um produtor de conteúdo de Biologia. Hoje são 25 pessoas trabalhando no escritório", conta ele, que oferece videoaulas da disciplina e também presta consultoria para empresas. Embora o canal não se restrinja ao conteúdo didático, Jubilut recebeu recentemente o selo do YouTube Educação (ou YouTubeEdu). Trata-se de uma espécie de "certificado" que o site fornece para alguns produtores de conteúdos educativos.




Da prensa de Gutenberg a Carl Sagan




Se você era criança na década de 1990, é possível que se lembre do programa O Mundo de Beakman, que foi exibido no Brasil pela primeira vez de 1994 a 2002, pela TV Cultura. Na geração anterior, o astrônomo Carl Sagan fez sucesso com a série Cosmos. Co-produzida pela BBC, a série foi exibida no Brasil pela Rede Globo, em 1982. O ator Sílvio Navas dublava a voz de Sagan na versão brasileira.



Mas a história da divulgação científica é muito mais antiga: foi ainda nos séculos 16 e 17 que os cientistas começaram a abandonar o latim (a língua "oficial" da ciência da época) e passaram a publicar livros em línguas vernáculas (como inglês, italiano ou espanhol), que alcançavam um público mais amplo.


Considerado um dos pais do método científico, o astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) foi também um dos primeiros a escrever um livro de ciência para leigos. A obra foi redigida em italiano e utilizava diálogos entre personagens para facilitar o entendimento.


Na década de 1740 o editor inglês John Newbery (1713-1767) já comercializava livros de divulgação científica voltados para crianças e adolescentes. Um deles chegou a vender 30 mil cópias, uma quantidade muito expressiva para a época.




Autora: BBC
Fonte: BBC
Sítio Online da Publicação: G1 Globo
Data de Publicação: 25/11/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/economia/tecnologia/noticia/como-cientistas-brasileiros-colonizaram-o-youtube.ghtml

Ovelha Dolly não teve envelhecimento precoce, diz estudo




Dolly está embalsamada e exposta no Museu Real da Escócia, em Edimburgo (Foto: Domínio público)



Quando a ovelha Dolly foi abatida antes do seu sétimo aniversário, em 2003, disseram que ela sofria de osteoartrite relacionada à idade, levantando preocupações de que os clones podem envelhecer mais rápido que o normal.


Mas cientistas afirmaram, nesta quinta-feira (23), que o medo do envelhecimento precoce relacionado à clonagem parece ter sido equivocado. A doença das articulações de Dolly era, na verdade, bastante normal.


Pesquisadores da Escócia e da Inglaterra basearam sua conclusão em raios X do esqueleto de Dolly, cujo corpo embalsamado está exposto no Museu Real da Escócia (NMS, sigla em inglês), em Edimburgo.


Dolly sofria de osteoartrite no joelho, mas o alcance de sua doença, revelado pelas radiografias, "não é incomum" para uma ovelha concebida naturalmente de entre sete e nove anos de idade.


"As preocupações originais de que a clonagem causou osteoartrite precoce na Dolly foram infundadas", concluíram os pesquisadores, cujo estudo foi publicado na revista Scientific Reports.


Dolly foi abatida aos seis anos e oito meses devido a uma doença pulmonar progressiva. Os exemplares da raça de Dolly, Finn-Dorset, normalmente vivem até os 10-12 anos.


Os pesquisadores disseram que suas descobertas foram apoiadas por raios X dos esqueletos de Bonnie, a filha de Dolly concebida naturalmente, e de Megan e Morag, ovelhas clonadas usando uma técnica diferente, cujos ossos também pertencem à coleção do NMS.


O único registro formal de osteoartrite em Dolly foi uma "breve menção" em um artigo submetido a uma conferência científica, disseram os pesquisadores. Nenhum dos registros de diagnóstico ou exames originais foi preservado.


A mesma equipe publicou um estudo no ano passado em que relatou que quatro cópias geneticamente idênticas de Dolly tinham envelhecido normalmente, sem sintomas de osteoartrite.


Debbie, Denise, Dianna e Daisy - irmãs idênticas de Dolly, nascidas 11 anos depois - foram feitas a partir da mesma linha celular de glândula mamária que produziu a ovelha mais famosa do mundo.





Irmãs saudáveis




Nenhuma delas tinha problemas no joelho nem apresentava osteoartrite incomum para sua idade.


A osteoartrite é uma condição dolorosa causada por um desgaste da cartilagem nas articulações. Pode ser de origem genética, mas os fatores de risco incluem idade avançada, trauma e obesidade.


Aos nove anos, nenhuma das quatro irmãs de Dolly era diabética, e todas tinham pressão arterial normal - pondo em dúvida as preocupações sobre o envelhecimento precoce em clones.


Ratos de laboratório clonados mostraram, anteriormente, uma propensão à obesidade, diabetes e morte prematura.


Os pesquisadores admitiram que havia algumas limitações para sua pesquisa, como o fato de que apenas os ossos das ovelhas estavam disponíveis, enquanto a osteoartrite é uma doença que atinge toda a articulação, incluindo os nervos e a cartilagem.


Além disso, a evidência de osteoartrite em raios X não reflete necessariamente a extensão da doença experimentada por um animal.


Dolly foi criada por transferência nuclear de células somáticas (SCNT), uma técnica que consiste em remover o núcleo contendo DNA de uma célula que não seja um óvulo ou esperma - uma célula da pele, por exemplo - e injetá-lo em um óvulo não fertilizado cujo núcleo foi removido.


Uma vez transferido, o óvulo reprograma o DNA maduro de volta a um estado embrionário, com a ajuda de um choque elétrico. O óvulo começa a se dividir para formar o embrião de um animal quase idêntico ao doador do DNA original.


A clonagem de animais é utilizada na agricultura, principalmente para criar animais reprodutores, e no negócio de "recriar" animais de estimação mortos.




Autora: France Presse
Fonte: G1 Globo
Sítio Online da Publicação: G1
Data de Publicação: 23/11/2017
Publicação Original: https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/ovelha-dolly-nao-teve-envelhecimento-precoce-diz-estudo.ghtml