terça-feira, 31 de outubro de 2023

Livro resgata expedições dos principais naturalistas que percorreram o Brasil nos séculos XVIII e XIX

Darwin (que passou pelo Brasil em 1832 e 1836); Peter Lund (que veio ao Brasil por duas vezes, a primeira em 1825 e a segunda em 1833, quando decidiu ficar definitivamente até sua morte em 1880); Alfred Russel Wallace (1848 - 1852); Carl Friedrich Philipp von Martius e Johann Von Spix (1817-1820). Bem como de naturalistas alemães, que faziam parte da realeza: o príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied (1815-1817) e a princesa Theresa da Baviera (1888), única mulher entre os cientistas abordados no livro já que, naquela época, era muito mais difícil para elas atingirem a condição de naturalista.

Carlos Rocha montou um minucioso perfil dos naturalistas, revelando aos leitores quem eles eram, de que país vieram, a formação e a principal área de atuação de cada um, seus interesses científicos, a trajetória de vida antes e depois das viagens, o que encontraram e as impressões em relação ao que viram.

 Um trabalho de fôlego, realizado ao longo de seis anos de intensa pesquisa, entre 2016 e 2022, e que, algumas vezes, levou o autor a trilhar o sentido contrário dos naturalistas, conduzindo-o a universidades e bibliotecas da Europa em busca de anotações, artigos e livros; e aos museus do Velho Continente, onde estão expostos os materiais coletados.

Logo nas primeiras páginas, Rocha apresenta uma evolução do conhecimento científico no Brasil, contextualiza a época áurea das expedições científicas e mostra o porquê do enorme interesse de naturalistas e de diferentes reinos da Europa em esmiuçar a fauna, a flora, a geografia, os recursos minerais e aspectos antropológicos do nosso território.

“Por conta, sobretudo, das invasões francesas e holandesas ocorridas nos séculos XVI e XVII, o Reino de Portugal proibiu, durante mais de 200 anos, o ingresso de estrangeiros no Brasil, incluindo expedições, além da edição de livros, da publicação de jornais, da abertura de estradas e de uma série de outras atividades que pudessem gerar um sentimento de nação entre aqueles que viviam na Colônia. Isso gerou uma grande curiosidade europeia em relação à nossa terra represada durante anos. A abertura do território às outras nações, a partir da vinda da Família Real, em 1808, acabou determinando um interesse, uma procura generalizada e a realização de dezenas de expedições ao longo de quase 100 anos de forma a revelar um Brasil até então proibido”, explica Rocha, que é apoiado pelo programa Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ.

O professor Carlos Frederico Rocha ao lado da estátua de Charles Darwin, no Museu de História Natural de Londres, onde esteve para apurar informações para o livro. O naturalista inglês esteve no Brasil em 1832 e 1836 (Foto: acervo do autor)


Autor: Faperj 

Fonte: Faperj

Sítio Online da Publicação: Faperj

Data: 27/10/2023

Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=430.7.3

segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Edital Comunicar Ciência engajará estudantes na difusão científica

Edital Comunicar Ciência engajará estudantes na difusão científica
Lançada pela FAPESP em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho, chamada concederá bolsas para treinamento em comunicação sobre ciência

A FAPESP lança hoje (26/10) o Edital Comunicar Ciência, em parceria com o Canal Futura da Fundação Roberto Marinho. O edital selecionará propostas e concederá bolsas na modalidade Jornalismo Científico I, no âmbito do Programa Mídia Ciência, para estudantes de graduação, em qualquer área do conhecimento, desenvolverem podcast, vídeos/reels para redes sociais, videorreportagem ou reportagem escrita sobre projetos científicos.

“O foco da ação é a comunicação sobre ciência. O objetivo é estimular e qualificar estudantes de graduação para atuar na difusão da informação científica e tecnológica, além de fomentar o engajamento desses jovens com a pesquisa e a divulgação da ciência”, diz o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago.

As propostas de trabalho e os nomes dos bolsistas devem ser submetidos por um pesquisador principal de Auxílio à Pesquisa de uma das seguintes modalidades: Projeto Temático, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), Centros de Pesquisa em Engenharia/Centros de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs), Centros de Ciências para o Desenvolvimento (CCDs), SPEC, Projeto Inicial (PI), Projeto Geração ou Jovem Pesquisador.

“Cada proposta de trabalho deverá prever a entrega de três produtos de difusão científica a serem desenvolvidos por uma dupla de bolsistas no período de seis meses de duração da bolsa”, explica Marcio de Castro, diretor científico da FAPESP. O período da bolsa poderá ser ampliado para um ano. O prazo de submissão encerra-se em 22 de janeiro de 2024.

Os bolsistas selecionados participarão de jornada formativa on-line sobre técnicas de produção de materiais multimídia oferecida pelo Canal Futura. Os produtos desenvolvidos integrarão o acervo da co.educa – midiateca de ciência e tecnologia para professores e alunos do Ensino Básico –, a ser lançada em breve pela FAPESP e Fundação Roberto Marinho –, além de serem veiculados nas multitelas do Canal Futura e nas plataformas de comunicação da FAPESP.

Os pesquisadores responsáveis de cada Auxílio à Pesquisa elegível neste edital procurarão identificar as duplas candidatas às bolsas entre os estudantes de graduação regularmente matriculados em instituições de ensino superior do Estado de São Paulo.

A FAPESP também oferece aos estudantes a oportunidade de identificar projetos de pesquisas e respectivos responsáveis, para que possam manifestar seu interesse em participar do Edital Comunicar Ciência. As informações que propiciarão este encontro estão disponíveis no endereço https://fapesp.br/comunicarciencia.

O Edital Comunicar Ciência está disponível em https://fapesp.br/comunicarciencia/edital.

Imagem de Freepik


Autor: FAPESP 
Fonte: FAPESP 
Sítio Online da Publicação: FAPESP 
Data: 30/10/2023


sexta-feira, 27 de outubro de 2023

El Niño, mudanças climáticas e desmatamento: cientistas explicam o que pode estar por trás da seca da Amazônia


A situação da Amazônia é crítica: os Estados do Acre, Amapá, Amazonas e Pará tiveram os menores índices de chuva desde 1980 entre os meses de julho e setembro. E o rio Negro registrou este mês o nível mais baixo de água desde 1902, quando teve início a medição. A mais intensa seca na região em cem anos é consequência da influência do fenômeno El Niño, mas também há indícios de estar associada às mudanças climáticas. A avaliação foi feita por especialistas que participaram do webinário “Eventos Climáticos Extremos em Ano de El Niño”, promovido pela FAPESP em 17 de outubro.

O El Niño é um fenômeno que envolve alterações na temperatura do oceano Pacífico Tropical e no comportamento da atmosfera e contribui para alterações nos ventos e na precipitação em várias áreas do planeta. De modo geral, modifica o comportamento dos sistemas frontais (sucessões de frentes), que se tornam mais frequentes e persistentes sobre a região Sul, provocando ali um aumento das precipitações e diminuição das chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

“Em anos de El Niño, portanto, o fenômeno costuma provocar chuvas abaixo da média na região da Amazônia, não apenas no Amazonas, mas também nos outros Estados da região Norte, bem como na região Nordeste”, explicou Regina Alvalá, diretora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). “Neste ano, observamos ainda que os impactos do El Niño podem estar combinados com a situação do oceano Atlântico Tropical Norte, que influencia no aumento das chuvas acima do Equador, mas diminui ainda mais as precipitações na Amazônia. Portanto, precisamos aprofundar os estudos para avaliar a associação com as mudanças climáticas. A situação da escassez de chuvas precisa ser acompanhada mês a mês, inclusive para subsidiar a adoção de ações adequadas para mitigar os seus impactos.”

Regina Rodrigues, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), destacou um estudo recente que estima perdas econômicas globais – considerando o Produto Interno Bruto (PIB) de diversos países – de aproximadamente US$ 5 trilhões ao ano relacionadas aos El Niños de 1982-1983 e 1997-1998, com efeitos que duram até cinco anos.

“Estamos caminhando para outro evento desse porte”, alertou. “É importantíssimo frisar que, embora seja um fenômeno natural do sistema climático, as mudanças climáticas decorrentes de atividades humanas alteram sua frequência e intensidade. Estudos trazem evidências de que haverá um aumento na magnitude dos El Niños”, disse Rodrigues.

Na avaliação de Gilvan Sampaio, coordenador-geral de Ciências da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), há uma tendência bastante clara de os eventos extremos se tornarem cada vez mais frequentes e intensos. “Estudos indicam que, até o fim do século, viveremos em um clima de El Niño semipermanente”, afirmou.

“Estudos mostram que o aquecimento da atmosfera se expande da região tropical para médias latitudes, impactando o regime de chuvas”, reforçou Tércio Ambrizzi, coordenador do Grupo de Estudos do Clima do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG-USP).

Autor: FAPESP 
Fonte: FAPESP 
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 26/10/2023

Ambulatório da Uerj completa sete anos de atendimento multidisciplinar para crianças com síndrome de Down



Criado há sete anos, o Ambulatório Multidisciplinar de Atendimento à Criança com Síndrome de Down (Ambdown) vem se destacando pelo serviço médico especializado e atendimento humanizado. Instalado no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o ambulatório é a única referência no estado com oferta gratuita de atenção multidisciplinar à saúde de crianças com essa condição.

Aldilene e o pequeno Carlos Daniel
“Nunca tive parentes ou amigos com síndrome de Down. Era algo bem distante da minha realidade. O Ambdown foi o meu chão”, relata a dona de casa Aldilene da Silva Santos Alves, 33, sobre a importância do ambulatório em sua vida, após o nascimento de Carlos Daniel, atualmente com dois anos. Ele apresenta a trissomia do cromossomo 21, característica responsável por essa condição sindrômica.

coordenadora da unidade, explica que é geralmente nesse intervalo que são identificadas as principais comorbidades associadas, como cardiopatias ou predisposição para a obesidade. Contudo, quando existe maior complexidade, a equipe prolonga o acompanhamento com ao menos uma consulta anual daquele paciente.

Referência multidisciplinar

Dentre as especialidades trabalhadas, além de pediatria e genética médica, estão nutrição e fisioterapia. A nutricionista Alice Valente explica que, além de orientar os pais sobre a alimentação mais adequada para as crianças, sua função é acompanhar possíveis dificuldades de ingestão dos alimentos e controle de peso.

“Às vezes, atendemos crianças com um ano que, por falta de orientação dos pais, recebem alimentação com açúcar. Eles também engrossam leite com suplementos, o que pode causar uma elevação no colesterol ou excesso de peso”, afirma. Por outro lado, Valente ressalta que a criança pode ficar abaixo do peso ou ter desnutrição ao apresentar disfagia – dificuldade de deglutir alimentos. Nesse caso, pode ser necessário um suporte adicional de outras especialidades, como a fonoaudiologia.

O Ambdown também avalia o desenvolvimento motor das crianças e orienta as famílias sobre os cuidados e estímulos necessários para os pacientes no domicílio, conforme explica a fisioterapeuta Edneusa Flor. Ela diz que um dos principais problemas de saúde que afligem os pacientes é a hipotonia – fraqueza muscular que afeta braços, pernas, tronco, cervical e cabeça. “Fazemos esse fortalecimento global de acordo com os marcos do desenvolvimento, que são individuais para cada criança, para que essa evolução ocorra de forma mais sucinta, efetiva, facilitando a inserção social”, destaca.

Autor: Uerj 
Fonte: Uerj 
Sítio Online da Publicação: Uerj
Data: 04/10/2023
Publicação Original: https://www.uerj.br/noticia/ambulatorio-da-uerj-completa-sete-anos-de-atendimento-multidisciplinar-para-criancas-com-sindrome-de-down/


quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Formação de psicoterapeutas na Uerj oferece oportunidades de atendimento para a comunidade



Diretoria de Comunicação da UERJ 
A saúde mental é um direito universal. Esta foi a temática do Dia Mundial da Saúde de 2023, celebrado em outubro. Mas, de acordo com a Organização das Nações Unidas, três de cada quatro pessoas afetadas recebem tratamento inadequado ou até nenhum cuidado. Na contramão dessa realidade avassaladora, iniciativas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) têm buscado ampliar a oferta de atendimento psicológico.  

O acolhimento como espaço de aprendizagem

De janeiro a agosto deste ano, o Serviço de Psicologia Aplicada (SPA) prestou 5.882 atendimentos individuais ou em grupo, para alunos, funcionários e sociedade em geral. Com a missão de proporcionar a prática profissional aos graduandos do Instituto de Psicologia (IP), uma equipe de professores orienta o trabalho de quase 400 estagiários, que atuam em clínica e outras modalidades. “Além disso, temos duas residências em serviços de saúde da Uerj, capacitando novos profissionais, por meio da oferta de serviços”, explica Ana Maria Jacó Vilela, diretora do IP.

Para os interessados em psicoterapia no SPA, o acolhimento remoto é a principal porta de entrada. Trata-se de uma modalidade breve e focal que visa identificar as principais demandas para os atendimentos sem, contudo, garantir vaga para o acompanhamento psicológico contínuo. São ofertadas até três sessões online, exclusivas para moradores do Rio de Janeiro. A última rodada de inscrições deste ano será aberta no dia 26 de outubro, pontualmente às 10h.

Já o Laboratório de Fenomenologia e Estudos em Psicologia Existencial, projeto de extensão ligado ao Programa Uerj pela Vida, é voltado à prevenção do suicídio, disponibilizando atendimentos mediante triagem dos formulários preenchidos online. Há também a possibilidade de acompanhamento psicoterápico pontual para pessoas enlutadas ou impactadas por uma situação de suicídio.

“Nossos programas de pós-graduação produzem e divulgam pesquisas que auxiliam na melhoria da prestação de serviços pelos psicólogos e por outros agentes de saúde à sociedade em geral. Também realizamos projetos de extensão tanto na Uerj quanto fora, como no Degase e na Favela da Maré”, completa a diretora.

Os desafios psicológicos das minorias

A psicoterapia oferece um espaço de escuta, autoconhecimento e crescimento para todos que se abrem a esse processo. No entanto, os desafios que alguns grupos minoritários enfrentam, como o preconceito, a discriminação e o racismo estrutural, causam impactos específicos em suas vidas. Para atender a esse público, diversas iniciativas da Uerj proveem assistência especializada.

Em 2019, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) registrou quase 7 milhões de brasileiros com deficiência visual. Considerando as barreiras enfrentadas no acesso à educação, ao emprego e à saúde, o Laboratório afeTAR criou um grupo terapêutico com reserva de metade das vagas para esse público. A unidade de desenvolvimento tecnológico vinculada ao Instituto de Psicologia realiza a ação com o apoio da Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior (Capes). Esse é um dos vários grupos da Universidade dedicado aos cuidados de saúde específicos para pessoas com deficiência.


Autor: Uerj 
Fonte: Uerj
 
Sítio Online da Publicação: Uerj
Data: 18/10/2023


quarta-feira, 25 de outubro de 2023

CSP destaca 17ª Conferência Nacional de Saúde e morbimortalidade materna


A edição de setembro de 2023 da revista Cadernos de Saúde Pública está disponível na íntegra no site da revista. O Editorial deste mês comenta a exuberante presença da pluralidade do povo brasileiro na 17ª Conferência Nacional de Saúde. O texto destaca também o protagonismo do movimento social no evento. “A pluralidade de corpos e vozes habitava os corredores, ocupava as salas, capilarizava as temáticas e adensava os debates”, concluem as autoras.

A Revisão publicada neste fascículo investiga e mensura a desordem física e social em vizinhanças da América Latina. Os autores afirmam que a padronização das variáveis utilizadas é fundamental para avaliar a desordem, considerando peculiaridades físicas e sociais separadamente.

A pesquisa Análise espacial da morbimortalidade materna em usuárias do Sistema Único de Saúde no Município do Rio de Janeiro, Brasil, 2014-2016 aponta que indicadores de morbimortalidade materna são elevados no município do Rio de Janeiro. Os resultados sugerem problemas na qualidade dos serviços e incapacidade da atenção obstétrica em atenuar desigualdades.

No artigo Capital estrangeiro e mudança estrutural no mercado privado de serviços de saúde brasileiro pesquisadores evidenciam como o capital estrangeiro e empresas financeiras tiveram destaque na capitalização de firmas que protagonizaram o processo de conglomeração no mercado privado de serviços de saúde. “Os desafios provocados pelas transformações econômicas, sociais e institucionais levaram à emergência de novos modelos de negócio no mercado privado de assistência à saúde brasileiro”, afirmam os autores.


Autor: Fiocruz 
Fonte: Fiocruz 
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 24/10/2023

Imagens da natureza e cultura do país, captadas por professor da Uerj, ilustram novo passaporte brasileiro


Diretoria de Comunicação da UERJ 
 
O que um jacaré, uma bromélia e uma boneca de palha têm em comum? Esses e outros elementos da fauna, flora e cultura do Brasil representam a diversidade do país e foram escolhidos para ilustrar as páginas internas do novo passaporte, que começou a ser emitido em outubro pela Polícia Federal e a Casa da Moeda. Entre os autores dessas imagens, está o professor Antonio Carlos de Freitas, do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes (Ibrag) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).

Coordenador do BioCenas – Núcleo de Fotografia Científica Ambiental, vinculado ao Departamento de Inovação da Uerj, ele cedeu ao documento de viagem fotos que pertencem a um acervo com cerca de 500 mil imagens de várias regiões do país, reunidas ao longo de mais de 15 anos de trabalho.

“Com o tema ‘Paisagens Naturais e Culturais do Brasil’, a intenção da nossa equipe de design é fazer com que cada brasileiro se sinta representado e homenageado, se reconheça nas páginas da caderneta e tenha orgulho da imensa diversidade natural e cultural do nosso país”, afirma.

Autor: UERJ
Fonte: UERJ 
Sítio Online da Publicação: UERJ
Data: 24/10/2023

terça-feira, 24 de outubro de 2023

Fiocruz inicia trabalho de inteligência pandêmica em parceria com OMS


“O papel do Hub aqui é identificar o que há de mais atual nessa área para que a OMS, por meio de seus diferentes parceiros, possa servir como uma espécie de provedor de métodos e sistemas para diferentes países. E isso se relaciona com a busca de uma maior equidade no mundo, para que a capacidade de ação na vigilância epidemiológica não fique restrita a apenas alguns países que já têm maior investimento no campo. A ideia é que justamente esse conjunto de informações e metodologias possa ser adaptado e implementado em diferentes locais, com diferentes realidades”, destaca o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes. Físico de formação e cientista de dados, com foco em epidemiologia, Marcelo Gomes foi responsável por dar início à condução técnica do trabalho em parceria com o Hub. O pesquisador chegou a Berlim no início do outubro e retorna à Fiocruz no dia 28 deste mês.

Para ele, a Fiocruz vem tendo um papel de destaque tanto no Brasil, como fora do país, na área de modelagem e desenvolvimento de métodos analíticos, especialmente com foco em sistemas de vigilância epidemiológica. “A ideia de trabalharmos com modelagens na vigilância é sermos capazes de identificar quando a coisa está saindo do normal e disparar alertas, de tal forma que as autoridades de saúde pública possam readequar, quando necessário, a sua estrutura de atendimento e disparar ações junto à população. As trocas de experiência aqui no Hub estão sendo extremamente frutíferas. Um exemplo é a situação preocupante de leishmaniose em Vanuatu. O Hub da OMS convidou a Fiocruz, por meio do ProCC, a participar desse esforço coletivo para apoiar as autoridades locais a se apropriarem dessas metodologias de vigilância e desenvolver sistemas adequados à realidade local para que possam fazer um monitoramento adequado e ter a melhor resposta possível”, explica o pesquisador.

Na interação com a Hub da OMS, algumas plataformas desenvolvidas pela Fiocruz têm sido consideradas estratégicas para contribuição no campo da vigilância global em saúde:

Sistema de Alerta Precoce para Surtos com Potencial Epi-Pandêmico (Aesop): desenvolvido pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs/Fiocruz) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Permite rastrear, em um único sistema, surtos em estágio inicial, integrando dados coletados da Atenção Primária com outras fontes de dados de saúde, ambientais e sociodemográficos, incluindo venda de medicamentos e rumores nas redes sociais. Utiliza inteligência artificial e técnicas de machine learning para identificar áreas de espalhamento da doença.

Cidacs Clima – Plataforma de Dados Climáticos, Ambientais e de Saúde: ainda em estágio inicial de desenvolvimento pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para a Saúde (Cidacs/Fiocruz). Trata-se de uma plataforma que busca integrar dados climáticos e de ecossistemas, socioeconômicos, geográficos e de modelagem para responder a questões científicas sobre a interação entre saúde e clima.

InfoDengue e InfoGripe: sistemas desenvolvidos pelo Programa de Computação Científica (ProCC) da Fiocruz e pela Escola de Matemática Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (EMAp/FGV) para o acompanhamento de arboviroses e de doenças respiratórias, respectivamente. Os sistemas trabalham a partir de suas abordagens: vigilância e modelo. A vigilância permite o acompanhamento de infecções respiratórias severas e de arborviroses, definindo um retrato do momento. Já a modelagem, se refere à produção de modelos estatísticos e computacionais para entender o comportamento dos vírus no passado e, a partir daí, poder estimar seu comportamento futuro no curto prazo.

Sistema de Informação em Saúde Silvestre (Siss-Geo): sistema de vigilância participativa de emergências de zoonoses desenvolvido pela Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (Pibss/Fiocruz) com apoio do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Permite estimar a favorabilidade de emergência de zoonoses. A partir do registro da fauna por colaboradores presentes em todo o território brasileiro, o sistema opera por georreferenciamento e gera alertas para os gestores em tempo real, sempre que observada alguma anormalidade. Os gestores então levam sua equipe a campo para coleta do animal e a de amostras biológicas que são levadas ao laboratório para análise. 


Autor: Fiocruz 
Fonte: Fiocruz 
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 24/10/2023

    segunda-feira, 23 de outubro de 2023

    Livro infantil sobre cientistas negras é recomendado pelas secretarias de Educação



    Ela era uma adolescente, cursando o terceiro ano do Ensino Médio, quando a sua escola promoveu uma visita dos alunos a uma reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Foi naquele dia que Ana Lúcia Nunes de Sousa decidiu seguir a carreira acadêmica, tornar-se cientista. Professora adjunta no Instituto Nutes de Educação em Ciências e Saúde, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Lúcia lançou durante a Bienal do Livro, em setembro, sua primeira obra, “Luanda no mundo da ciência”. 

    O livro, voltado para o público infantil, conta de forma lúdica as histórias de cientistas negras do Rio de Janeiro, a partir do olhar de uma menina de 10 anos, que precisa fazer uma redação sobre o que ela pretende ser quando crescer. É com a chegada de uma prima mais velha que ela vence o desafio, após ser apresentada ao diversificado mundo da Ciência. Entre as cientistas negras do Rio de Janeiro citadas na obra estão a filósofa e professora de história, Helena Theodoro; a engenheira química Michelle Mothé; e a dançarina e professora do curso de dança Tatiana Damasceno, por exemplo. Diante dessa diversidade de possibilidades e atuações, Luanda descobre que nos caminhos da ciência ela poderia ser o que quisesse.


    Autor: Paula Guatimosim 
    Fonte: Faperj 
    Sítio Online da Publicação: Faperj
    Data: 19/10/2023
    Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=428.7.7

    Lúpulo brasileiro ganha produção por startup em Seropédica


    A primeira biofábrica produtora de mudas de lúpulo brasileiro por cultivo in vitro em laboratório tem a proposta de utilizar uma das técnicas mais modernas de melhoramento genético para edição do genoma da planta e criação de novas variedades. As mudas de lúpulo usadas no País para a produção de cerveja são importadas, principalmente, dos Estados Unidos e da Europa, e não adaptadas ao clima brasileiro.

    Sediada na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), a BioHop é a startup de biotecnologia com foco em produção de mudas por cultivo in vitro com testes de sanidade por técnicas moleculares, uso de engenharia genética para o desenvolvimento de novas variedades de plantas e projetos de inovação para empresas. A startup recebeu investimentos da FAPERJ para a montagem de um laboratório e a implantação de uma biofábrica e viveiro de mudas de lúpulo, no município de Seropédica, no estado do Rio de Janeiro.

    A empresa também propõe o uso da tecnologia CRISPR para edição gênica de plantas, “ligando e desligando os genes”, de acordo com as características almejadas. No caso das plantas, permite o desenvolvimento de novas variedades no laboratório em curto prazo, diferente do melhoramento por cruzamento de plantas.

    O aroma e o sabor tropicais serão os aspectos almejados das mudas de lúpulo brasileiro. Além disso, os criadores querem superar desafios como adaptação ao clima, pragas e doenças que acometem a lavoura e contribuir, assim, com espécies mais produtividade para agricultores. E como produto final, um valor comercial mais baixo para os cervejeiros artesanais.

    "Queremos uma cerveja 100% brasileira. O lúpulo precisa de um impulsionamento do mercado para diminuir a importação do produto, que é um dos mais caros para indústria cervejeira. Queremos ser também exportadores de bebidas com características tropicais. O produto com aroma possui alto valor de mercado, podendo alcançar a cifra de R$ 600, o quilo", ressalta Cássia Coelho, doutora em Agronomia e fundadora da BioHop.


    Autor: Claudia Jurberg 
    Fonte: Faperj 
    Sítio Online da Publicação: Faperj
    Data: 19/10/2023
    Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=429.7.3

    sexta-feira, 20 de outubro de 2023

    Outubro Rosa: mitos e verdades sobre o câncer de mama


    O câncer de mama, é uma das doenças que mais afeta as mulheres, ocorre devido alterações genéticas nas células mamárias fazendo com que elas cresçam sem ordem ou controle e formem um tumor maligno. Em 19 de outubro, o mundo celebra o Dia do Combate ao Câncer de Mama, uma data que visa lembrar a importância da prevenção, detecção precoce e tratamento adequado dessa doença.

    No entanto, além da esperança e das iniciativas que envolvem esta data, circulam informações que nem sempre são precisas e que podem causar confusão e medo. Nesse contexto, para desmitificar as informações que cercam essa doença complexa, foi consultada a mastologista do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Viviane Esteves.

    O câncer de mama sempre gera bolas que podem ser sentidas e causam dor

    V.E.: Fake. O câncer de mama deve levantar suspeita em nódulos que aparecem em mulheres com mais de 50 anos, nódulos em mulheres com mais de 30 anos que persistem por mais de um ciclo de menstruação, nódulo que têm uma consistência mais endurecida, fixa, que vem aumentando de tamanho, saída de secreção sanguinolenta pelo mamilo, feridas, lesões na pele da mama que não respondem aos tratamentos, homens que tenham tumores ou nódulos palpáveis, caroços linfonodos aumentados na axila, alterações do tamanho da mama ou alterações da pele da mama, edemas com aspecto de casca de laranja, retrações na mama, mudança no formato do mamilo (se ele ficar para dentro, se ele retrair), são todas essas situações que devem ser suspeitas e diante delas é recomendável procurar atendimento médico porque pode ser câncer de mama e não só a bola que causa dor.

    O câncer de mama ocorre apenas em mulheres de meia-idade e idosas

    V.E.: Fake. A faixa etária de maior risco realmente é de mulheres de 50 a 69 anos, mas nós sabemos que existe uma parcela grande da população que apresenta câncer de mama com menos de 50 anos e uma parcela da população que também apresenta câncer de mama com mais de 69 anos. Então, qualquer alteração das mencionadas acima com relação a mama, a orientação para a paciente é procurar atendimento médico.

    A reposição hormonal durante a menopausa traz risco para o câncer de mama

    V.E.: Verdade. A reposição hormonal aumenta o risco, mas não aumenta a mortalidade. Então, mulheres com indicação para a realização de terapia de reposição hormonal, com supervisão médica, podem e devem fazer.

    Uso de anticoncepcional oral causa câncer de mama

    V.E.: Parcialmente verdade. Existem poucos artigos que correlacionam o uso do anticoncepcional com o aumento do risco de câncer, mas são poucos artigos e um risco muito discreto. Então, hoje não é para ninguém deixar de fazer o anticoncepcional por medo do risco de câncer. A mulher pode tomar, se tiver indicação com orientação médica.

    A amamentação protege contra o câncer de mama

    V.E.: Verdade. A amamentação é realmente um fator de proteção e deve ser incentivada pelo maior tempo possível.

    “Não terei câncer de mama se não tiver histórico familiar da doença”

    V.E.: Fake. A maior parte dos diagnósticos de câncer de mama são feitos em mulheres que não têm histórico familiar de câncer de mama. Apenas 5 a 10% das pacientes com câncer de mama têm um câncer que nós chamamos de caráter hereditário.

    Se tiver um nódulo no seio é muito provável que seja câncer

    V.E.: Fake. As causas mais prováveis de nódulos são benignas, principalmente em mulheres jovens. Mas sempre tenha atenção se o nódulo estiver endurecido, espiculado (que aparecem nos exames radiológicos), se ele crescer, e se for muito persistente. Nesses casos a paciente precisa procurar um especialista.

    “Meu nódulo mamário é muito doloroso, então certamente não é câncer, já que nódulos cancerígenos supostamente não são dolorosos”

    V.E.: Fake. A maior parte dos tumores de mama realmente não são dolorosos, mas se eles forem grandes, tiver comprometimento de pele ou dos gânglios axilares, esses nódulos podem sim ser dolorosos.

    “Se meu histórico familiar vier do lado paterno, não terei câncer de mama”

    V.E.: Fake. A predisposição hereditária que corresponde a menor percentual dos casos de câncer de mama não estão relacionados com o sexo, com o pai ou com a mãe. Sendo assim, o histórico familiar paterno também conta como risco para câncer de mama.

    Uma pancada no seio pode causar câncer

    V.E.: Fake. Normalmente, a paciente quando tem uma pancada, ela palpa e observa mais o local e acaba identificando às vezes que tem alguma alteração na mama, mas uma pancada ou queda não causa câncer de mama.

    Sutiã apertado pode causar câncer de mama

    V.E.: Fake. O sutiã apertado pode causar dor, incômodo, mas não existe nenhuma evidência na literatura científica que indique que o uso de sutiã apertado possa causar câncer de mama.

    Usar desodorante antitranspirante causa câncer de mama

    V.E.: Fake. Essa história do uso do desodorante com alumínio causando câncer de mama veio por conta da absorção do alumínio, mas também não tem estudo que correlaciona o antiperspirante com o alumínio com o câncer de mama.

    Colocar o celular no sutiã pode causar câncer de mama

    V.E.: Fake. Não existe comprovação científica de que colocar celular, dinheiro ou cartão no sutiã possa aumentar o risco de câncer de mama.

    Comer frango aumenta o risco de câncer de mama

    V.E.: Fake. Não existem ainda estudos mostrando que o consumo do frango aumenta ou diminui o risco de câncer de mama.

    Praticar exercícios físicos ajuda na prevenção do câncer de mama

    V.E.: Verdade. A prática de exercício físico é um fator de proteção e deve sempre ser estimulada.

    Ter seios pequenos torna você menos propensa ao câncer de mama

    V.E.: Fake. O tamanho dos seios não interfere no risco de desenvolver câncer de mama. Basta ter o tecido mamário que a mulher pode desenvolver a doença.

    Próteses de silicone aumentam o risco de câncer

    V.E.: Fake. A prótese de silicone está associada a um risco de câncer muito raro, que é o linfoma de grandes células da mama, e não tem a ver com o câncer de mama mais comum, que é o carcinoma. 

    Ter um seio maior que o outro é sinal de que pode gerar câncer de forma mais fácil

    V.E.: Fake. Um seio maior que o outro não aumenta risco de câncer de mama.

    Cremes reafirmantes de mama e cremes antiestrias são fatores de risco relacionados ao câncer de mama

    V.E.: Fake. Hoje em dia, existem estudos falando sobre os disruptores endócrinos, mas ainda não podemos afirmar que esses cremes estão associados ao aumento do risco de câncer.

    Consumir muito açúcar pode causar câncer de mama

    V.E.: Verdade. O consumo de doces pode causar câncer de mama parcialmente. O que está associado ao aumento do risco de câncer de mama é o excesso de gordura corporal, uma obesidade, sobrepeso, então pessoas que consomem muito doce, em demasia, elas têm uma maior predisposição a estarem acima do peso e o sobrepeso aumenta o risco de câncer de mama.

    A mamografia é dolorosa

    V.E.: Fake. Para termos uma boa mamografia, é preciso que a mama seja comprimida para uma boa visualização das estruturas do seio. A pessoa pode sentir um incômodo da compressão da mama, mas não é para ter dor fazendo a mamografia.

    “Estou grávida. Devo aguardar para fazer a mamografia”

    V.E.: Verdade. Se estiver grávida, a orientação é que não faça a mamografia. Mas se houver necessidade, a gestante pode fazer a mamografia, porque a radiação é muito pequena e elas usam uma proteção abdominal. Mas somente se tiver uma suspeita ela pode fazer a mamografia com proteção abdominal.

    A punção do seio para diagnósticos pode espalhar o câncer se a pessoa tiver a doença

    V.E.: Fake. Já existem muitos trabalhos mostrando que a punção não aumenta a disseminação no sangue ou na própria mama de células do câncer de mama. Então, a primeira opção, quando possível, diante de um nódulo de mama é realizar a punção antes da cirurgia.

    Fazer autoexame descarta a necessidade da mamografia

    V.E.: Fake. O autoexame não diagnostica tumores pequenos, a mamografia diagnostica tumores menores do que um centímetro e nós sabemos que no diagnóstico precoce, a detecção de tumores pequenos aumenta as taxas de cura. Então, o recomendável é a mulher fazer o autoexame para uma consciência corporal, para saber como são suas mamas, e caso encontre qualquer alteração procurar o especialista, mas isso não impede que ela faça mamografia.

    O consumo de álcool aumenta as chances de câncer de mama

    V.E.: Verdade. Atualmente, sabemos que o consumo de álcool aumenta o risco de câncer de mama. Nesse sentido, como prevenção, as pacientes devem ser estimuladas a diminuir o consumo do álcool, pois é um agente carcinogênico.

    Fumar pode causar câncer de mama

    V.E.: Parcialmente verdade. O tabagismo não deve ser estimulado independentemente do tipo de câncer, pois ele aumenta o risco de diversos tipos de câncer. No caso do câncer de mama, alguns estudos mostram que ele aumenta e alguns outros estudos falam que não aumenta. Mas, possivelmente, fumar aumenta o risco desse tipo de câncer.

    Todos os tipos de câncer de mama são tratados praticamente da mesma maneira

    V.E.: Fake. Hoje, não temos mais um tipo de carcinoma, existem pelo menos 4 grandes grupos de carcinomas que são tratados de maneiras diferentes. Os que respondem ao hormônio tratamos com o hormônio, os que respondem a um tipo de receptor, que é o HER-2, tratamos com o bloqueador de HER-2, às vezes eles respondem a esse bloqueador e respondem ao hormônio, então tratamos com os dois, e tem uns que não respondem nem ao hormônio, nem ao HER-2, sendo tratados de maneira diferente, pois na realidade têm comportamentos distintos. O tratamento vai ser totalmente diferente, depende de cada paciente.

    Se um câncer for exposto ao ar ele se espalhará

    V.E.: Fake. Cirurgias e biópsias não aumentam o risco do câncer se espalhar.

    A radioterapia é perigosa e pode comprometer outros órgãos, como coração, costelas e pulmões

    V.E.: Parcialmente verdade. A radioterapia atualmente já tem bastante melhoria, então, apesar de realmente ter um risco de poder ter algum escape para o pulmão ou para o coração, o benefício da radioterapia é enorme nas cirurgias conservadoras. Ela deve ser realizada e os aparelhos hoje já estão muito mais modernos, o que diminui muito o risco de comprometer os outros órgãos.

    Ter câncer de mama é uma sentença de morte

    V.E.: Fake. O câncer de mama tem cura. Quanto mais precoce o diagnóstico, mais chance de cura, então quanto menor a lesão, maior a chance de cura e muitos fatores têm que ser considerados, mas o câncer de mama pode ser curado. Hoje em dia, tumores mais avançados também têm tratamento, então tem muitos pacientes convivendo com tumores avançados, fazendo tratamento e vivendo bem.

    Nada pode ser feito para evitar a doença

    V.E.: Fake. Nós podemos reduzir o risco de desenvolver câncer de mama com a prática de atividade física, mantendo o peso adequado, com uma alimentação mais saudável, evitando o consumo de bebidas alcoólicas, praticando a amamentação, quando for o caso, e evitado o tabagismo. Com essas mudanças de hábitos de vida podemos prevenir em até 30% o risco de desenvolvimento do câncer de mama.

    Nesse Dia do Combate ao Câncer de Mama, a mensagem é clara: prestar sempre atenção aos seios, procurar um especialista caso alguma alteração, fazer a mamografia e buscar informações precisas são passos cruciais para a prevenção precoce. 

    A detecção prematura é uma aliada poderosa que pode salvar vidas na batalha contra essa doença. Para aprofundar seu entendimento sobre como a detecção precoce pode fazer a diferença, assista ao vídeo com orientações da mastologista do Instituto, disponível no instagram


    Autor: Fiocruz 
    Fonte: Fiocruz 
    Sítio Online da Publicação: Fiocruz 
    Data: 20/10/2023

    Estudo avalia se vacinação materna contra coqueluche é efetiva em lactentes.


    A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa e potencialmente grave. Apesar da redução da gravidade ter sido expressiva desde a introdução de vacinas infantis de células inteiras e acelulares, a morbilidade e a mortalidade permanecem elevadas em crianças pequenas, que representam 70 a 90% de todas as hospitalizações e óbitos atribuíveis à tosse coqueluchoide. Durante a gestação, a vacinação contra coqueluche protege contra a doença no bebê durante os primeiros seis meses de idade. No entanto, os possíveis efeitos dos anticorpos maternos na resposta dos bebês à imunização primária continuam a ser uma questão relevante.  

    Recentemente, pesquisadores na Austrália conduziram um estudo muito interessante cujos objetivos foram fornecer estimativas robustas da eficácia da vacina (EV) materna contra a coqueluche na prevenção da infecção em bebês (em geral, por idade infantil e por idade gestacional na vacinação), além de investigar possíveis efeitos de embotamento da resposta imune em nível populacional, usando dados reais mundiais.


    Autor: Por Roberta Esteves Vieira de Castro
    Fonte: pebmed 
    Sítio Online da Publicação: pebmed
    Data: 19/10/2023


    quarta-feira, 18 de outubro de 2023

    Anvisa autoriza pesquisa clínica com células CAR-T no tratamento contra o câncer


    agora é





    Oncologia

    Anvisa autoriza pesquisa clínica com células CAR-T no tratamento contra o câncer
    O ensaio clínico será realizado com medicamento especial à base de células geneticamente modificadas, as chamadas células CAR-T.

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    Por Augusto Coutinho — 28/09/2023
    A Anvisa autorizou a realização do estudo clínico da terapia genética conhecida como CAR-T Cell, fruto de uma parceria entre a Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP) e o Instituto Butantan. O tratamento envolve a utilização de células do próprio paciente, que são retiradas, modificadas e reinseridas no paciente para combaterem o tumor.

    Autor: pebmed 
    Fonte: pebmed 
    Sítio Online da Publicação: pebmed 
    Data: 28/09/2023

    Fiocruz Amazônia alerta para efeito devastador das queimadas


    A médica veterinária e pesquisadora em Saúde Pública do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia) Alessandra Nava faz um alerta para o efeito devastador das queimadas, cuja fumaça há dias encobre diversas cidades do Amazonas. Segundo ela, seres humanos e animais estão sendo “envenenados”, por conta da atitude criminosa de quem queima quilômetros de floresta para ocupação ilegal. “Os hospitais estão lotados de pessoas, principalmente crianças com problemas respiratórios. Porém, as queimadas criminosas que estão ocorrendo no Estado afetam diretamente a saúde humana e animal, causam perda de biodiversidade e da floresta – e dos preciosos serviços ecossistêmicos que a floresta e sua biodiversidade provêm”, destaca a veterinária.

    Alessandra considera a ocorrência um problema grave, complexo, de múltiplas consequências, o que demonstra como a abordagem em Saúde Única (One Health) é importante, na promoção, prevenção e resolução de problemas. “A Saúde Única tem como base a premissa de que estamos todos interligados: sufoca gente, queima bicho, sofre a floresta e perdemos todos com isso, mesmo quem está botando fogo pra lucrar”, salienta, alertando que as queimadas e os múltiplos problemas decorrentes desta afetarão mais duramente um  recorte da população, que já se encontra em situação de vulnerabilidade devido à dificuldade de acesso a serviços de saúde, água potável e insegurança alimentar, decorrentes da seca severa que afeta os rios.

    “Para essas pessoas, o acolhimento é emergencial e tem que ser abordado imediatamente. Para agravar essa situação, estamos sofrendo uma das maiores secas dos últimos anos no Amazonas, exacerbada pela crise climática e o El Niño (fenômeno que causa o aquecimento anormal das águas do Pacífico e altera temporariamente a distribuição de umidade e calor no Planeta, principalmente na zona tropical). Peixes e mamíferos marinhos morrendo no rio que seca e ferve e onde a temperatura aumentou 7 graus na mesma época de um ano a outro”, explica a veterinária, referindo às possíveis causas da morte de botos que ainda está em investigação.  “Em relação aos mamíferos marinhos, pelo menos a gripe aviária já foi descartada”, observa.

    Poluentes

    Para a médica veterinária, a inalação contínua de poluentes como o monóxido de Carbono, e material particulado podem causar problemas sérios de saúde para a população. “O material particulado PM 2.5, são partículas muito finas que podem ter o diâmetro de 2.5 mícrons ou até menos e tem capacidade de penetrar profundamente nos pulmões causando graves problemas respiratórios, podendo afetar outros órgãos e inclusive podendo causar acidentes vasculares cerebrais (AVC). É urgente que nossos gestores, a sociedade civil e seus atores estejam atentos a crimes ambientais, que privatizam os lucros e socializam enormemente os prejuízos. Devemos denunciar as queimadas ilegais pressionar ações de prevenção desses crimes”, frisa.



    Autor: Fiocruz Amazônia 

    Fonte: Fiocruz Amazônia

    Sítio Online da Publicação: Fiocruz Amazônia

    Data: 17/10/2023

    Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/fiocruz-amazonia-alerta-para-efeito-devastador-das-queimadas

    terça-feira, 17 de outubro de 2023

    Semana Nacional de Ciência e Tecnologia contará com diversas atividades na Fiocruz


    De 17 a 20 de outubro, as unidades e escritórios da Fiocruz em diversos estados promoverão atividades da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. A Semana terá início com a cerimônia de abertura Rios de conhecimentos: demarcando a ciência com as vozes indígenas, nesta terça-feira (17/10), às 9h, no Auditório do Museu da Vida Fiocruz, no Rio de Janeiro, com Diadiney Helena de Almeida. Historiadora, mulher indígena de origem pataxó e professora do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), Almeida abordará a potência da escrita na luta pela garantia dos direitos de todos os povos indígenas. Ela falará também sobre a defesa dos registros indígenas, as formas de comunicação, ensino e aprendizagem. A cerimônia de abertura será uma defesa dos modos tradicionais de expressão de cada povo, tão necessários para combater o racismo, o epistemicídio e para o fortalecimento dos rios de conhecimentos.

    A mediação fica por conta da pesquisadora Ana Lúcia Pontes (Ensp/Fiocruz), médica coordenadora do Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE), estruturado em janeiro de 2023 para reverter os impactos causados pela desassistência e pelo garimpo na saúde do povo yanomami. Ao final da mesa haverá a premiação do 1º Concurso Portinho Livre de Literatura Infantojuvenil, promovido pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), com apoio do Edital Ideias Inovadoras, do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação. É uma homenagem aos 50 anos do Programa Nacional de Imunizações do Brasil. Dentre 166 trabalhos recebidos, o júri do concurso elegeu como vencedor Luiz Felipe Lemos Amorim, de 14 anos, que virá de São Luis para receber a placa de primeiro lugar. Toda a cerimônia será transmitida on-line. Presencialmente haverá intérprete de Libras e profissionais de audiodescrição.

    Um dos destaques nacionais são as atividades de promoção da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente (Obsma), realizadas no âmbito da temática Ciências básicas para o desenvolvimento sustentável, para estimular os jovens a se inscreverem na Obsma. Essa atividade participará da Feira de Ciência e Tecnologia, no Campus Manguinhos da Fiocruz, entre os dias 17 e 20. Simultaneamente, a Fiocruz Pernambuco oferecerá a atividade Projeto de ciências: um instrumento para atividades transversais em saúde e meio ambiente nas escolas, oficina pedagógica de cunho formativo, vinculada à Obsma, para apoiar no desenvolvimento de um projeto de ciências junto a professores e alunos.

    Quem estiver pelo Rio de Janeiro poderá participar de muitas atividades na sede da Fiocruz Manguinhos. Entre 17 e 20 de outubro, a atividade Como está seu status vacinal?, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), é uma boa sugestão para quem deseja se informar sobre vacinas de um modo divertido. Será das 9h às 12h, no espaço da feira de ciência e tecnologia, ao lado da sede do Museu da Vida Fiocruz.

    Quem quiser se aprofundar ainda mais no assunto de vacinação, a atividade O básico da ciência: vacina! Não vacila!, promovida pelo Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) no dia 18, das 9h às 12h, apresentará dimensões biológicas, filosóficas, históricas e sociais da importância da vacinação. Para quem gosta de assuntos museológicos, este ano contaremos com algumas coleções de instituições repletas de história, como a coleção didática do setor educativo do Museu Nacional da UFRJ (dias 19 e 20/10, das 9h às 12h, na Feira de ciência e tecnologia), que trará a público uma variedade de espécies de animais para observação e interação. Outras coleções que marcarão presença são as do Museu da Patologia e do Museu da Vida Fiocruz, com exemplares de lâminas entomológicas (insetos) e histopatológicas (tecidos humanos).

    Na Fiocruz Mata Atlântica, no dia 18, às 13h, ocorrerá a atividade Visita técnica da Caravana Bem Viver às instalações pedagógicas das tecnologias sociais da Fiocruz Mata Atlântica. Será uma oportunidade única para mostrar aos visitantes da caravana como a Fiocruz Mata Atlântica vem desenvolvendo trabalhos de preservação ambiental e social no território.

    Entre os dias 17 e 19, o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) promoverá o bate-papo Ciência na neve, sobre a instalação que mostra a experiência de pesquisadores do IOC na Antártica. A atividade ocorrerá em diferentes lugares do Campus Manguinhos a cada dia, com diversas oportunidades de horários. O intuito é sempre dialogar com o público presente de forma lúdica.

    “É fundamental a gente dialogar sobre o que está sendo produzido pela academia e também pelo conhecimento científico tradicional, com outras formas de conhecimentos e outros saberes existentes na sociedade, porque isso também gera soluções de inovação mais potentes e mais socialmente sustentáveis a longo prazo”, ressalta o vice-diretor de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz) e um dos coordenadores da SNCT na Fiocruz, Diego Bevilaqua.

    No dia 19, no Salão do Icict, a Presidência da Fiocruz promoverá o bate-papo Nas lacunas e ausências: como garantir a sustentabilidade da interseccionalidade nos processos educativos, científicos e formativos?, no qual serão debatidas ações mais inclusivas, priorizando as interseccionalidades, para grupos da sociedade que ainda não recebem a devida atenção dentro de projetos de diversidade e inclusão. A atividade será oferecida das 10h às 11h e das 11h às 12h.

    A SNCT, que comemora 20 anos na Fiocruz, também vai ocupar outros espaços do Rio de Janeiro, como o Sesc São Gonçalo, com o Ciência Móvel: Arte e Ciência Sobre Rodas. Neste museu itinerante, o Museu da Vida Fiocruz busca alcançar um público amplo e diversificado, levando para as escolas exposições, mostra de filmes e um programa educativo, a fim de promover a cultura científica e democratizar o conhecimento.

    A programação completa pode ser consultada na aba Programação, disponível no site da SNCT na Fiocruz.


    Autor: Fiocruz 
    Fonte: Fiocruz 
    Sítio Online da Publicação: Fiocruz
    Data: 17/10/2023

    Estudo alerta para a presença de microplásticos em peixes de rio em Rondônia


    O biólogo Leonardo Lopes Costa, mestre e doutor em Ecologia e Recursos Naturais e colaborador do Programa de Ecologia e Recursos Naturais da Uenf, também conta com bolsa de Apoio ao Jovem Pesquisador Fluminense, da FAPERJ. Seu projeto alia pesquisa, educação ambiental, marketing de conservação e divulgação científica. A pesquisa tem o objetivo de otimizar ações de conservação das praias (especialmente as do Norte Fluminense) por meio de atalhos de conservação, incluindo espécies indicadoras de perturbação ecológica, usados para otimizar o alcance de objetivos mais amplos de conservação. Parte das ações de educação ambiental, marketing de conservação e divulgação científica é promovida nas redes sociais (@praiacomvida) e por meio de ações face a face integradas com o poder público e o privado, como a limpeza das praias, a coleta de lixo em corpos d’água, entre outras.

    O pesquisador conta que trabalha com microplásticos desde 2017, quando iniciou seu doutorado, mas com foco nas praias. Foi depois que conheceu Igor que ele passou a estudar os microplásticos em água doce e constatou que os padrões de contaminação são muito parecidos. “Quando falamos em contaminação por plástico, a maioria da população considera como vilões os de único uso (descartáveis), mas verificamos que as máquinas de lavar são provavelmente as principais geradoras de microplásticos, em forma de fibras que se soltam das roupas durante a lavagem”, esclarece Leonardo. Ele chama atenção para a quantidade de objetos de plástico que fazem parte do nosso cotidiano “Olhe a sua volta e veja tudo o que é feito de polímeros plásticos” e lembra que, por praticidade, os tecidos também agregam cada vez mais fibras sintéticas. Segundo o pesquisador, mais de 50% do material encontrado nos peixes contaminados por microplástico são fibras sintéticas. Assim, seria fundamental que as indústrias instalassem nas máquinas de lavar filtros capazes de coletar essas microfibras.

    “É um problema invisível que precisa com urgência se tornar visível”, alerta Leonardo Costa. Ele defende a elaboração de políticas públicas urgentes voltadas para sanar esse problema ambiental, talvez por meio de contrapartidas e estímulos econômicos, como o que já existe para a criação de unidades de conservação, por exemplo, por meio do ICMS Ecológico.

    Além do artigo, publicado na Elsevier, os pesquisadores disponibilizam dois perfis nas redes sociais sobre o assunto: @microplasticosemeioambiente e @praiacomvida.


    Autor: Paula Guatimosim 
    Fonte: Faperj 
    Sítio Online da Publicação: Faperj 
    Data: 17/11/2023
    Publicaçã0 Original: https://www.faperj.br/?id=419.7.6