A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) trouxe ao país cerca de 25 especialistas das Américas, incluindo Bolívia, Costa Rica, Guatemala, Haiti e República Dominicana, para um curso internacional sobre diagnóstico molecular do vírus influenza. A capacitação realizada em parceria com o Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), aconteceu entre os dias 6 e 10 de novembro. O Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo do IOC/Fiocruz foi anfitrião da iniciativa.
Por meio do diagnóstico laboratorial, os profissionais que integram o Sistema Global de Vigilância e Resposta à Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS) identificam tipos e subtipos de vírus influenza em circulação e estabelecem relações com os padrões regionais e mundiais. A ação faz parte da rotina de vigilância do vírus, que inclui o monitoramento de cepas com potencial pandêmico e serve de instrumento para a formulação anual da vacina que será disponibilizada para a população. “O curso promoveu uma atualização sobre o panorama da influenza no mundo, com destaque para a situação atual dos diferentes países das Américas. Além da troca de informações, discutimos os protocolos da metodologia de diagnóstico molecular e realizamos, na prática, todo esse processo em laboratório”, destacou Fernando Motta, pesquisador do Laboratório de Vírus Respiratório e do Sarampo, que integra a rede de vigilância da OMS e atua como referência nacional junto ao Ministério da Saúde.
As atividades práticas foram acompanhadas por especialistas do CDC e coordenadas por pesquisadores do IOC/Fiocruz, do Chile e do México. “O treinamento permite que esses três países possam ajudar outros no suporte técnico de influenza, tanto para a realização de testes de detecção e diagnóstico do vírus, como nas ações de vigilância. O que fizemos ao longo do curso foi ‘treinar os treinadores’ a partir dos protocolos preconizados pelo CDC”, explicou Stephen Lindstrom, chefe da equipe de Desenvolvimento de Diagnóstico do Departamento de Virologia, Vigilância e Diagnóstico do CDC. “Os profissionais dos centros nacionais de influenza saem do treinamento com maior proficiência para a realização dos procedimentos de rotina de diagnóstico. O monitoramento do vírus influenza acontece por meio de um trabalho conjunto, o que ressalta a importância de treinamentos que fortalecem a rede”, complementou Juliana Leite, consultora internacional especialista em laboratórios da Opas.
O microbiologista Hebleen Brenes Porras, do Instituto Costarricense de Pesquisa e Educação em Nutrição e Saúde (Inciensa), atua na realização de testes de laboratório do vírus influenza no país. “Durante um procedimento laboratorial podem surgir perguntas que ninguém consegue responder. Um curso como este permite esclarecer inúmeras dúvidas, além de estimular a troca de experiências com outros pesquisadores e promover o contato com especialistas de diferentes regiões”, ressaltou Hebleen. Para o pesquisador Ito Journel, do Laboratório Nacional de Saúde Pública do Haiti, o curso permitiu renovar os conhecimentos sobre o assunto. “É a primeira vez que participo de um curso como este. O conhecimento adquirido poderá ajudar a implementar novas tecnologias em vigilância no laboratório onde atuo”, ressaltou.
Autora: Lucas Rocha
Fonte: IOC/Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data de Publicação: 17/11/2017
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/capacitacao-para-o-diagnostico-molecular-do-virus-influenza
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