Aos 33 anos, ela é italiana e mora no Rio de Janeiro desde 2016, quando passou a trabalhar na Fiocruz, sob a orientação do doutor em Biologia Celular e Molecular Luiz Carlos Júnior Alcântara, que também tem o apoio da FAPERJ, por meio do programa Cientista do Nosso Estado. Marta trabalha no Laboratório de Referência Regional de Flavivírus (LABFLA/IOC/Fiocruz), chefiado pela Ana Maria Bispo de Filippis, doutora em Ciências na área de Virologia. Eles vêm se dedicando a atividades de vigilância genômica e ao desenvolvimento de protocolos para a descoberta e monitoramento de vírus emergentes e reemergentes, incluindo o novo coronavírus (SARS-CoV-2), que também está relacionado aos casos de doença febril aguda. “A vigilância genômica e o monitoramento de agentes patogênicos circulantes são fundamentais para prevermos futuros surtos e epidemias ainda em estágio inicial e, dessa forma, podem auxiliar também no controle de doenças infecciosas emergentes”, ressaltou Marta.
As sete pesquisadoras brasileiras laureadas na 16ª edição do Prêmio Para Mulheres na Ciência. Na fileira inferior, a 1ª à esq. é a virologista Marta Giovanetti, representando o Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
Ela contou que se inscreveu no Prêmio Para Mulheres na Ciência sem nenhuma expectativa de vencer. “Recebi a notícia com surpresa e felicidade por poder representar o estado do Rio de Janeiro e a Fiocruz, que é presidida, pela primeira vez na história da instituição, por uma mulher, a doutora Nísia Trindade Lima”, disse Marta. Ela destacou a importância da premiação para dar visibilidade à trajetória profissional das jovens pesquisadoras. “Ainda existe preconceito no mercado de trabalho pelo fato de ser mulher, e na academia essa questão ainda é complexa. A Ciência de fato é resistência e espero que esse Prêmio possa inspirar outras jovens pesquisadoras a continuarem lutando pelos seus sonhos, com trabalho, dedicação e disciplina”, completou.
Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, ela se destacou, em novembro de 2020, como aquela com o maior número de publicações (26) sobre Covid-19 entre os pesquisadores residentes no Brasil, e também como aquela com o maior número de citações sobre o tema até aquele momento. “Eu trabalho no monitoramento de patógenos virais emergentes e reemergentes, incluindo os arbovírus que circulam na América Latina, como o SARS-CoV-2. Acompanhamos a evolução do patógeno a nível nacional, na Itália e a situação na África do Sul. Juntos com o virologista Tulio de Oliveira, nós isolamos a variante Beta, a grande preocupação nesse país africano. Estamos também acompanhando a variante Delta, no Rio. Com o início da campanha de vacinação no Brasil, em 17 de janeiro de 2021, se abre uma janela de esperança para que a pandemia seja controlada no País. Por enquanto, todas as medidas farmacológicas e não farmacológicas, como o uso de máscara, higiene e distanciamento, continuam fundamentais para reduzirmos a transmissão do novo coronavírus”, ponderou.
As outras vencedoras do Prêmio Para Mulheres na Ciência são: Na categoria Ciências da Vida, a bióloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) Letícia Couto; a professora da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Lilian Catenacci; e a ecóloga e professora da Universidade Federal do Pará (UFPA) Thaísa Michelan; Na categoria Química, a professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Ana Cecília Albergaria-Barbosa; na área de Física, Ingrid Barcelos, física do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), localizado em Campinas-SP; e na área de Matemática, a professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernanda De Bastiani.
Autor: Débora Motta
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 07/10/2021
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=4340.2.0
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=4340.2.0
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