No entanto, os fatores que podem aumentar ainda mais o risco de óbitos nesses pacientes ainda são desconhecidos.
O estudo foi publicado neste mês na revista científica “IJC Heart & Vasculature”, com o professor e cardiologista Roberto Kalil Filho, presidente do InCor, como responsável.
Método realizado
Para chegar a essa conclusão foram avaliados os prontuários médicos de 2.546 pacientes, com idade média de 65 anos, com Covid-19 e características de alto risco de acordo com critérios clínicos e/ou laboratoriais em 21 centros no Brasil de 10 de junho a 23 de outubro de 2020, até que tivessem alta hospitalar ou viessem a óbito.
Kalil Filho ressaltou que a Covid-19 é uma doença predominantemente pulmonar, mas que afeta diversos órgãos, como o coração. “A síndrome pós-Covid pode trazer consequências para o coração após a alta hospitalar. Por conta desses fatores, é fundamental o acompanhamento clínico, mesmo que o paciente tenha se recuperado da doença”.
Resultados
No geral, 70,8% foram internados em unidades de terapia intensiva e 54,2% apresentavam níveis elevados de troponina. Com mortalidade hospitalar de 41,7%. Foi encontrada interação entre sexo, idade e mortalidade (p = 0,007). As mulheres mais jovens apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas (30,0% vs 22,9%), enquanto os pacientes masculinos mais velhos apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas (57,6% vs 49,2%).
Os fatores mais fortes associados à mortalidade hospitalar foram a necessidade de ventilação mecânica, proteína C reativa elevada, câncer e níveis elevados de troponina.
Segundo o estudo, a elevação nos níveis de troponina (proteína liberada quando ocorrem lesões no coração) é um dos principais fatores de alerta para a elevação do risco de mortalidade. No total, 70,8% dos participantes foram internados em unidades de terapia intensiva e 54,2% apresentavam níveis elevados de troponina.
Em menor percentual, outros fatores de risco também foram identificados, como a insuficiência cardíaca prévia (12,6%), alterações no ecocardiograma (6%), síndromes coronárias agudas (5,7%) e arritmias (4,5%).
Nesses casos, a mortalidade está associada à idade avançada, a necessidade de ventilação mecânica, aos altos índices de inflamação, alterações no músculo cardíaco e no sistema de coagulação do sangue.
Corona Heart Risk Score
A equipe do InCor desenvolveu um score de risco, o Corona Heart Risk Score, para auxiliar médicos na avaliação precoce e na orientação dos cuidados e dos potenciais tratamentos em pacientes infectados com Covid-19.
“Primeiro na América do Sul, esse estudo passa agora a compor o conjunto mundial de informações sobre intercorrências cardíacas em pacientes com Covid-19, ao lado de pesquisas da Itália, Estados Unidos e Inglaterra. Como cada população tem sua especificidade, é importante que tenhamos esse estudo como um recorte brasileiro”, reforçou o cardiologista Kalil Filho.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED
Autor: Úrsula Neves
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 25/10/2021
Publicação Original: https://pebmed.com.br/mortalidade-de-pacientes-com-problemas-cardiacos-pos-covid-e-de-42-aponta-estudo-do-incor/
Para chegar a essa conclusão foram avaliados os prontuários médicos de 2.546 pacientes, com idade média de 65 anos, com Covid-19 e características de alto risco de acordo com critérios clínicos e/ou laboratoriais em 21 centros no Brasil de 10 de junho a 23 de outubro de 2020, até que tivessem alta hospitalar ou viessem a óbito.
Kalil Filho ressaltou que a Covid-19 é uma doença predominantemente pulmonar, mas que afeta diversos órgãos, como o coração. “A síndrome pós-Covid pode trazer consequências para o coração após a alta hospitalar. Por conta desses fatores, é fundamental o acompanhamento clínico, mesmo que o paciente tenha se recuperado da doença”.
Resultados
No geral, 70,8% foram internados em unidades de terapia intensiva e 54,2% apresentavam níveis elevados de troponina. Com mortalidade hospitalar de 41,7%. Foi encontrada interação entre sexo, idade e mortalidade (p = 0,007). As mulheres mais jovens apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas (30,0% vs 22,9%), enquanto os pacientes masculinos mais velhos apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas (57,6% vs 49,2%).
Os fatores mais fortes associados à mortalidade hospitalar foram a necessidade de ventilação mecânica, proteína C reativa elevada, câncer e níveis elevados de troponina.
Segundo o estudo, a elevação nos níveis de troponina (proteína liberada quando ocorrem lesões no coração) é um dos principais fatores de alerta para a elevação do risco de mortalidade. No total, 70,8% dos participantes foram internados em unidades de terapia intensiva e 54,2% apresentavam níveis elevados de troponina.
Em menor percentual, outros fatores de risco também foram identificados, como a insuficiência cardíaca prévia (12,6%), alterações no ecocardiograma (6%), síndromes coronárias agudas (5,7%) e arritmias (4,5%).
Nesses casos, a mortalidade está associada à idade avançada, a necessidade de ventilação mecânica, aos altos índices de inflamação, alterações no músculo cardíaco e no sistema de coagulação do sangue.
Corona Heart Risk Score
A equipe do InCor desenvolveu um score de risco, o Corona Heart Risk Score, para auxiliar médicos na avaliação precoce e na orientação dos cuidados e dos potenciais tratamentos em pacientes infectados com Covid-19.
“Primeiro na América do Sul, esse estudo passa agora a compor o conjunto mundial de informações sobre intercorrências cardíacas em pacientes com Covid-19, ao lado de pesquisas da Itália, Estados Unidos e Inglaterra. Como cada população tem sua especificidade, é importante que tenhamos esse estudo como um recorte brasileiro”, reforçou o cardiologista Kalil Filho.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED
Autor: Úrsula Neves
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 25/10/2021
Publicação Original: https://pebmed.com.br/mortalidade-de-pacientes-com-problemas-cardiacos-pos-covid-e-de-42-aponta-estudo-do-incor/
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