Durante muitos anos as práticas de saúde no Brasil estiveram centradas no atendimento da demanda espontânea, com enfoque individual e abordagem técnica. Essas práticas pouco se relacionavam a um planejamento integrado das ações para o cuidado, estando voltadas apenas para a lógica de mercado. Com a criação do Sistema Único de Saúde (SUS), foram definidos princípios e diretrizes com o objetivo de garantir a população o direito de acesso e a cobertura universal à saúde como dever do Estado (“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.
Constituição Federal de 1988, art. 196). Além disso, houve ampliação e qualificação das estruturas e processos de trabalho dos serviços de saúde, pautadas na lógica da atenção descentralizada, hierarquizada e regionalizada. Dessa forma, um crescente movimento passou a exigir novas tecnologias, habilidades e competências na formação de profissionais da saúde.
Neste contexto, em que a formação de profissionais da saúde constitui-se em um dos principais desafios para a efetivação e cumprimento dos princípios e diretrizes do SUS, o modelo das Residências Multiprofissionais em Saúde (RMS) surge com o intuito de formar um novo perfil de atuação para serviços e saúde e um “novo” olhar (ampliado) para o cuidado. As RMS encontram-se relacionadas à modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, estão destinadas à educação em serviço de profissionais que integram a área de saúde e, em sua grande maioria, são desenvolvidas em parcerias entre as Instituições de Ensino Superior (IES) e os serviços de saúde.
Autor: Pablo Guilherme Caldarelli
Fonte: Sustinere
Sítio Online da Publicação: e-publicacoes UERJ
Data de Publicação: Janeiro a Junho de 2018
Publicação Original: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/sustinere/article/view/33410/25727
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