terça-feira, 13 de outubro de 2020

O calor tem um efeito mais forte na saúde em cidades menos desenvolvidas

O calor tem um efeito mais forte na saúde em cidades menos desenvolvidas
Em comparação com as cidades de alta renda, as cidades menos desenvolvidas do Brasil têm uma taxa de hospitalização mais alta associada ao aumento da exposição ao calor, de acordo com um novo estudo publicado esta semana na PLOS Medicine por Yuming Guo da Monash University, Austrália, e colegas.

A exposição ao calor, que aumentará com o aquecimento global, está associada a aumentos na mortalidade e morbidade, mas pouco se sabe sobre as disparidades socioeconômicas na vulnerabilidade ao calor. No novo estudo, os pesquisadores coletaram dados diários de hospitalização e clima na estação quente de 2000 a 2015 de 1.814 cidades brasileiras, cobrindo 78,4% da população brasileira. 49 milhões de hospitalizações foram estudadas.

Para cidades de renda média baixa, conforme classificadas pelo Banco Mundial, a cada 5 ° C de aumento na temperatura média diária durante a estação quente foi associado a 5,1% (IC 95% 4,4-5,7, p <0,001) aumento em todas as causas de hospitalização . Para cidades de renda média, cada aumento de 5 ° C na temperatura foi associado a um aumento de 3,7% (IC 95% 3,3-4,0, p <0,001) na hospitalização. Já para cidades de alta renda, o aumento da temperatura foi associado apenas a um aumento de 2,6% (IC95% 1,7-3,4, p <0,001) na internação. As disparidades entre cidades na associação eram mais fortes para crianças e adolescentes, e as disparidades eram particularmente evidentes para certas doenças, incluindo doenças cardíacas, asma, pneumonia, doenças renais, condições de saúde mental e neoplasias.

“O aumento da exposição ao calor junto com o aquecimento global pode ser um fator potencial para exacerbar as desigualdades de saúde entre as cidades”, dizem os autores. “Mais atenção deve ser dada às cidades menos desenvolvidas no Brasil para lidar com a carga de morbidade da exposição ao calor, a fim de promover a equidade na saúde em uma tendência de aquecimento global”.



Mapeamento das características socioeconômicas médias no período 2000-2015 em 1.814 cidades brasileiras. Taxa de alfabetização (A), taxa de urbanização (B), renda familiar (C) e PIB per capita (D). Tanto o PIB per capita quanto a renda familiar foram ajustados para USD 2015 de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor. A taxa de alfabetização, a taxa de urbanização e o PIB per capita foram os valores médios de 16 anos durante 2000-2015. A renda familiar foi obtida do censo de 2010 do Brasil. Q1 – Q4 foram os 4 quartis do menor ao maior. O mapa base desta figura foi baixado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( https://www.ibge.gov.br/ ); o mapa básico era gratuito e de acesso aberto. PIB, produto interno bruto; USD, dólares dos Estados Unidos. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1003369.g001

Referência:

Xu R, Zhao Q, Coelho MSZS, Saldiva PHN, Abramson MJ, Li S, et al. (2020) Socioeconomic level and associations between heat exposure and all-cause and cause-specific hospitalization in 1,814 Brazilian cities: A nationwide case-crossover study. PLoS Med 17(10): e1003369. https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1003369

in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 13/10/2020





Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 13/10/2020
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2020/10/13/o-calor-tem-um-efeito-mais-forte-na-saude-em-cidades-menos-desenvolvidas/

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