segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022

Lenvatinibe e pembrolizumabe para pacientes com câncer de endométrio avançado

A incidência de câncer de endométrio está aumentando em todo o mundo, principalmente nos países mais desenvolvidos. Aproximadamente 10 a 15% das pacientes com câncer de endométrio apresentam o estágio avançado da doença, com uma sobrevida em cinco anos de 17%, entre as pacientes com metástases à distância. Nenhum tratamento foi globalmente aceito como padrão ouro para o tratamento do câncer de endométrio. Sendo assim, trago um artigo para discussão que teve o objetivo de avaliar a eficácia do levantinibe e pembrolizumabe para pacientes com câncer de endométrio avançado.
 

GLOUCESTER, UNITED KINGDOM - Jan 06, 2020: Medication in the form of capsules/pills/tablets against a white background

O estudo

Os pesquisadores desenvolveram um estudo de fase 3, no qual designaram aleatoriamente, em uma proporção de 1:1, pacientes com câncer de endométrio que havia recebido anteriormente pelo menos um regime de quimioterapia à base de platina para receber lenvatinibe (20 mg, administrado por via oral uma vez diariamente) mais pembrolizumabe (200 mg, administrado por via intravenosa a cada três semanas) ou quimioterapia de escolha do médico assistente (doxorrubicina a 60 mg por metro quadrado de superfície corporal, administrado por via intravenosa a cada três semanas, ou paclitaxel a 80 mg por metro quadrado, administrado por via intravenosa semanalmente [com um ciclo de três semanas e uma semana de folga]).
Método

Um total de 827 pacientes foram aleatoriamente designadas para receber lenvatinib mais pembrolizumab (411 pacientes) ou quimioterapia (416 pacientes). A mediana sem progressão da sobrevida foi maior com lenvatinib mais pembrolizumab do que com quimioterapia (6,6 vs. 3,8 meses; taxa de risco para progressão ou morte, 0,60; intervalo de confiança de 95% [IC], 0,50 a 0,72; P<0,001; global: 7,2 vs. 3,8 meses; razão de risco, 0,56; 95% CI, 0,47 a 0,66; P<0,001). A sobrevida global mediana foi maior com lenvatinib mais pembrolizumab do que com quimioterapia (17,4 vs. 12,0 meses; razão de risco para óbito, 0,68; 95% CI, 0,56 a 0,84; P<0,001; geral: 18,3 vs. 11,4 meses; razão de risco, 0,62; 95% CI, 0,51 a 0,75; P<0,001).

Eventos adversos ocorreram em 88,9% das pacientes que receberam lenvatinib mais pembrolizumab e em 72,7% dos que receberam quimioterapia. Os eventos adversos mais comuns foram: hipertensão, hipotireoidismo, diarreia e náusea. A maioria das pacientes manteve o tratamento, porém com dose reduzida.




Considerações

O lenvatinibe mais pembrolizumabe levou a uma sobrevida livre de progressão da doença e sobrevida global significativamente mais longa do que a quimioterapia entre pacientes com câncer de endométrio avançado. Mesmo com maior número de eventos adversos, essa combinação se mostrou mais eficaz e segura para o tratamento de câncer de endométrio avançado.




Autor: Letícia Suzano Lelis Bellusci
Fonte: PEBMED
Sítio Online da Publicação: PEBMED
Data: 14/02/2022
Publicação Original: https://pebmed.com.br/lenvatinibe-e-pembrolizumabe-para-pacientes-com-cancer-de-endometrio-avancado/

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