domingo, 30 de novembro de 2025

Imagem de salvamento de baleia “horrível e bela” ganha prémio de fotografia

A baleia “parou e olhou para nós, como que a agradecer”, disse Miesa Grobbelgar, que registou o momento.

Segundo o New Scientist, a fotografia, tirada perto da costa de Ha’apai, em Tonga, aconteceu devido a Grobbelgar e a sua equipa de resgate terem respondido a um pedido de socorro sobre uma baleia-jubarte enredada.

Quando chegaram ao local encontraram uma “corrente pesada e enferrujada a cortar profundamente a sua cauda“, disse Grobbelgar. Trabalharam “com cuidado e silêncio” para a libertar, até que a corrente finalmente se partiu, explicou.


Embora as baleias-jubarte como espécie já não sejam consideradas em vias de extinção, com os números globais a recuperarem dos níveis baixos observados em meados do século XX devido à caça excessiva, ainda existem algumas populações em risco, incluindo as encontradas na costa de Tonga. Estas ainda se contam em poucas milhares, cerca de 30% menos do que antes da caça generalizada.

“É horrível e belo, é a relação da humanidade com a natureza no seu pior e o cuidado da humanidade com a natureza no seu melhor, tudo ao mesmo tempo”, disse Jarrod Boord, um dos juízes do concurso, em comunicado.



Autor: zap
Fonte: zap
Sítio Online da Publicação: zap
Data: 29/11/2025

Continentes estão a ser lentamente ‘arrancados’ por baixo pelo manto terrestre, revela novo estudo

Geocientistas acreditam ter finalmente resolvido um dos maiores enigmas da geologia moderna: a razão pela qual regiões afastadas de qualquer massa continental apresentam vestígios químicos de continentes antigos. A solução, apresentada por uma equipa liderada pela Universidade de Southampton e publicada na revista Nature Geoscience, descreve um processo quase impercetível em que os continentes são “descascados” por baixo, arrastados por movimentos lentos e contínuos do manto superior.


Segundo as simulações e análises químicas conduzidas pelos investigadores, o fenómeno ocorre quando os continentes se fragmentam e começam a afastar-se. Nesse momento, o manto quente e de fluxo extremamente lento desloca-se ao longo das suas bases, removendo pequenas porções das “raízes” continentais. Esse material arrancado é depois transportado a longas distâncias, enriquecendo o manto oceânico e alimentando vulcanismo durante milhões de anos.

Teorias antigas não explicavam a variedade de enriquecimento
Antes deste trabalho, os geocientistas tinham proposto duas hipóteses principais: a reciclagem de sedimentos através de subducção e a subida de plumas do manto carregadas de material profundo. Embora ambos os processos possam contribuir, falhavam em explicar a ausência de sinais de reciclagem em várias regiões enriquecidas, bem como a grande diversidade de idades e composições desse material.

Autor: executivedigest
Fonte: executivedigest
Sítio Online da Publicação: executivedigest
Data: 30/11/2025

quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Fiocruz une ciência e cultura em homenagem a Martinho da Vila

A outorga do título de Doutor Honoris Causa da Fiocruz ao músico Martinho da Vila será marcada por uma programação à altura de sua trajetória como um dos maiores nomes do samba e da Música Popular Brasileira (MPB). Na próxima quinta-feira (27/11), como parte da agenda cultural das celebrações dos 125 anos da Fundação, a cerimônia de concessão da honraria máxima da instituição ao cantor, compositor e ritmista será somada à inauguração da nova iluminação monumental do Castelo da Fiocruz (Pavilhão Mourisco). A noite será marcada também por uma atração musical e uma experiência inédita de videomapping na fachada do símbolo máximo da Fiocruz.  

Escalador no Castelo Mourisco.

Alpinista industrial durante as obras de instalação da nova iluminação monumental (foto: Vitor Vogel)

 

O evento, que reforça a ligação entre ciência e cultura, também integra o calendário das comemorações do Mês da Consciência Negra. O palco da celebração será montado em frente ao Pavilhão Mourisco no campus Manguinhos da Fiocruz, no Rio de Janeiro (RJ), cenário de momentos marcantes da história da saúde.  

Homenagem pela contribuição à cultura brasileira

O título acadêmico honorífico ao artista foi concedido em função da discografia do poeta de Vila Isabel, que combina excelência estética, compromisso político e valorização da identidade cultural brasileira, especialmente da herança negra. A proposta foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Deliberativo (CD) da Fiocruz.

Martinho da Vila.

O título acadêmico honorífico ao artista foi concedido em função da discografia do poeta de Vila Isabel (foto: Divulgação)

 

Nascido em Duas Barras (RJ) em 1938, Martinho José Ferreira iniciou sua carreira musical nos anos 1960 e firmou-se como um dos sambistas mais importantes do Brasil. Com mais de 50 álbuns lançados, sua arte promove consciência social, identidade negra e resistência cultural. Ele também utiliza a escrita para reforçar a luta contínua pela igualdade racial e é Membro da Academia Carioca de Letras.

A conexão de Martinho da Vila com o universo científico se manifestou em diferentes momentos de sua vida. Durante a adolescência, formou-se auxiliar de química industrial e os conhecimentos de fenômenos químicos, físicos e bioquímicos adquiridos na ocasião foram resgatados para batizar o disco Mistura Homogênea, de 2022. Em seu álbum autointitulado lançado em 1992, ele lançou o samba Benzedeiras Guardiãs, composto com Rosinha de Valença, que destaca a sabedoria ancestral e popular no campo da saúde.  

Ao longo da carreira, a voz de clássicos do samba como Canta Canta, Minha Gente e Disritmia também conquistou títulos de Cidadão Carioca, Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, Comendador da República (Grau de Oficial) e a Ordem do Mérito Cultural (pela contribuição à cultura brasileira).  

Nova iluminação monumental e experiência inédita de videomapping  

Além da homenagem a Martinho da Vila, duas novidades prometem realçar ainda mais a riqueza arquitetônica do Castelo: a inauguração de sua nova iluminação monumental; e uma experiência inédita de videomapping.

Com um sistema inovador no Brasil, o novo projeto luminotécnico vai destacar a riqueza e a singularidade da arquitetura eclética e de influência neomourisca. Mais de 900 luminárias vão realçar todas as janelas, varandas e as duas cúpulas, valorizando o volume e dando ainda mais visibilidade ao edifício símbolo da Fiocruz.  

Escalador no Castelo Mourisco.

A tecnologia que fará a fachada e as cúpulas trocarem de cor em datas especiais é inovadora no Brasil (foto: Peter Ilicciev)

 

A tecnologia que fará a fachada e as cúpulas trocarem de cor em datas especiais é inovadora no Brasil. Será adotado o sistema RGBWCLA (sigla em inglês para vermelho, verde, azul, branco, ciano, amarelo-limão e âmbar), que amplia as possibilidades de tons comparado ao sistema RGBW, habitualmente utilizado em projetos de iluminação.

A autoria do projeto é do designer de iluminação Milton Giglio, responsável por projetos como o Carreau du Temple, em Paris, o Palácio Guanabara e o Palácio Laranjeiras, no Rio de Janeiro.

A nova iluminação também vai proporcionar eficiência energética e sustentabilidade, com a adoção da tecnologia de LED, lâmpadas mais compactas e com fluxo luminoso maior, o que vai proporcionar uma economia de 65% no gasto anual com energia. O sistema também tem baixa emissão de CO₂, alinhando a iluminação ao compromisso institucional com sustentabilidade e inovação. Durante o evento, o público ainda poderá acompanhar a experiência inédita de videomapping através de 1700 m² de projeção e 274 mil lumens no Pavilhão Mourisco. A projeção mapeada vai transformar o edifício em uma grande tela para contar os 125 anos da Fiocruz.  

Iluminação.

Nova iluminação também vai proporcionar eficiência energética e sustentabilidade, com a adoção da tecnologia de LED (foto: Benoni da Gama Oliveira, COC/Fiocruz)

 

Com narração da atriz Dira Paes, a iniciativa combina animações, grafismos e fotos históricas que dialogam com os detalhes da arquitetura do Castelo. Entre os temas da projeção, estão o papel da Fiocruz na história da ciência brasileira e sua contribuição para a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) até se tornar um patrimônio nacional e referência internacional da pesquisa em saúde.  

A nova iluminação monumental é uma realização da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), do Ministério da Cultura e do Governo Federal, com gestão cultural da Sociedade de Promoção Sociocultural da Fiocruz (SOCULTFio). A iniciativa conta com o patrocínio master da Shell, além do patrocínio do Itaú Unibanco, MRS e EDF, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Itens proibidos

A segurança de todos os participantes é prioridade para a Fiocruz durante a celebração. Por esse motivo, a entrada de certos itens não será permitida no evento, tais como: armas de qualquer tipo; objetos pontiagudos ou perfurocortantes; explosivos, fogos de artifício e sinalizadores. Cigarros eletrônicos e dispositivos similares; substâncias tóxicas, venenosas ou ilícitas; bebidas alcoólicas; garrafas (exceto, em alguns casos, garrafas plásticas flexíveis de água sem tampa); desodorantes, cosméticos ou perfumes em recipientes com volume superior a 90ml também não podem entrar no evento.

O acesso com outros artigos é barrado, a exemplo de mochilas ou bolsas de grande porte; guarda-chuvas e guarda-sóis (recomenda-se o uso de capas de chuva); capacetes de motos ou similares; máquinas fotográficas ou filmadoras profissionais com lente intercambiável, gravadores, tablets e notebooks; bastões de selfiedroneslasers e walkie-talkies; cadeiras ou bancos; bandeiras e cartazes com mastros ou para fins comerciais; alimentos que não sejam industrializados e lacrados; bichos de pelúcia de qualquer tipo ou tamanho; infláveis de qualquer tipo ou tamanho; e caixas de som ou qualquer outro dispositivo ou instrumento que produza som em volume alto.


Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 24/11/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/fiocruz-une-ciencia-e-cultura-em-homenagem-martinho-da-vila

Fiocruz amplia cooperação com Moçambique e assina parceria em Educação

Durante visita oficial do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Moçambique, a Fiocruz assinou, nesta segunda-feira (24/11), um Memorando de Entendimento (MdE) com o Instituto Nacional de Saúde (INS) do país e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O documento estabelece as bases para cooperação estruturante no âmbito da implementação da Escola Nacional de Saúde Pública de Moçambique, compreendendo atividades nas áreas de ensino, pesquisa, desenvolvimento tecnológico e institucional, além de comunicação, informação e formulação de políticas. Com mais esta parceria, a Fiocruz amplia sua relação com o país africano, o exemplo mais bem sucedido de cooperação estruturante no continente. 

Marly Cruz em assinatura.

MdE estabelece as bases para cooperação estruturante no âmbito da implementação da Escola Nacional de Saúde Pública de Moçambique (foto: Ricardo Stuckert / PR)

Em seu discurso durante a sessão de encerramento do Fórum, Lula citou exemplos de cooperação entre os países, como as parcerias lideradas pela Fiocruz no ensino à distância e na implantação de uma fábrica para produção de antiretrovirais e outros medicamentos em Moçambique.

Ao citar as instituições brasileiras presentes no Fórum e engajadas nessa cooperação que marca a retomada das relações entre os países, Lula ressaltou: "Está aqui hoje a Fiocruz, que já prestou, presta serviços a Moçambique e pode prestar muito mais", disse o presidente. "Queremos que o Governo Brasileiro atualize a sua pauta e política comercial com vocês".

O MdE foi assinado pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Marly Marques da Cruz, no Palácio Presidencial, na capital Maputo. Na ocasião, foram assinados ainda outros oito acordos de cooperação entre os países em áreas como aviação, agricultura, diplomacia, educação, cultura e comércio exterior.

As atividades que compuseram a visita oficial incluem também o Fórum Empresarial Brasil-Moçambique organizado pela Agência Brasileira de Comércio Exterior (Apex Brasil), que destacou os 50 anos de relações diplomáticas entre os países. Marly Cruz participou de um painel sobre Inovação e Saúde. “A Fiocruz é uma instituição pública de ciência, tecnologia e inovação que visa o fortalecimento do Sistema Único de Saúde do Brasil e de outros sistemas, como Moçambique”, disse. Ela ressaltou ainda que a cooperação com Moçambique tem sido muito exitosa e uma das áreas que mais tem avançado é a da Educação, afirmando que há, atualmente, 122 alunos matriculados em cursos de mestrado e doutorado no âmbito desta colaboração, o que indica um caminho de ampliação das atividades.

Marly Cruz em assinatura.

O MdE foi assinado pela vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz, Marly Marques da Cruz (foto: Ricardo Stuckert / PR)

Cruz explicou que o MdE se dá no contexto de apoio técnico e assessoria especializada para a implementação da Escola Nacional de Saúde Pública de Moçambique, assim como na criação de um Grupo de Trabalho para discussão da viabilidade e estruturação de uma Escola de Saúde Pública da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). “Isso mostra o protagonismo e a contribuição de Moçambique na área de formação no âmbito da CPLP”, destacou ela. “A parceria oficializada hoje diz respeito a um trabalho que temos realizado nos últimos anos, sobretudo de fortalecimento do sistema de saúde de Moçambique”. 

Entre os eixos de cooperação estabelecidos no MdE, que tem vigência de cinco anos, estão: planejamento estratégico e desenvolvimento institucional; projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico; intercâmbio de pesquisadores, estudantes e funcionários; intercâmbio de informação e documentação técnico-científica; organização de cursos, seminários ou conferências científicas; formação de pessoas em diferentes modalidades, entre outros.

Cooperação com Moçambique

A relação da Fiocruz com Moçambique é pautada na cooperação estruturante para o fortalecimento do sistema público de saúde local. Dessa forma, espera-se que o país, assim como os países da região, esteja melhor preparado para enfrentar crises sanitárias com respostas mais efetivas.

A área de educação tem sido uma das mais ativas nessa cooperação, com cursos de nível técnico à pós-graduação voltados para a formação de profissionais da saúde conforme necessidade do lado moçambicano. Apenas o Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde, fruto de parceria entre a Fiocruz e o Instituto Nacional de Saúde (INS) moçambicano, já formou mais de 60 mestres.

No campo da diplomacia comercial, destaca-se o apoio da Fiocruz, através do Instituto de Tecnologia em Fármaco (Farmanguinhos), para a criação e a operação da primeira indústria farmacêutica 100% pública de Moçambique com parceria com a Sociedade Moçambicana de Medicamentos (SMM). Essa cooperação, iniciada em 2003 tinha como principal objetivo estruturar uma indústria local para produção de medicamentos essenciais, como os antirretrovirais, reduzindo a dependência de importações.

A Fiocruz foi responsável pela coordenação e execução do projeto, que culminou na instalação da estrutura física da fábrica, inaugurada em 2012 e plenamente operacional sob gestão do governo moçambicano a partir de 2021. A Fundação apoiou com a transferência de tecnologia de medicamentos antirretrovirais, capacitação de recursos humanos, e apoio à obtenção de registros de medicamentos junto à autoridade regulatória local. 




Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 24/11/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/fiocruz-amplia-cooperacao-com-mocambique-e-assina-parceria-em-educacao

MS e Fiocruz anunciam retomada do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde

O Ministério da Saúde e a Fiocruz anunciam nova etapa no processo de estruturação do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS). Localizado no Distrito Industrial de Santa Cruz, no município do Rio de Janeiro, o CIBS é um passo estratégico para o fortalecimento do Complexo Econômico e Industrial da Saúde (Ceis). 

O projeto, inserido no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal, é central para a incorporação tecnológica e a soberania nacional na produção de vacinas e biofármacos, além de potencializar o atendimento às demandas de saúde pública globais, em especial no âmbito Sul-Sul. Com capacidade de produzir cerca de até 120 milhões de frascos por ano, o CIBS será o maior centro de processamento de produtos biológicos da América Latina. 

A nova etapa, anunciada durante reunião do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis) do Governo Federal, nesta segunda-feira (24/11), em São Paulo, está focada na estruturação de um novo processo para retomada da construção do CIBS. Para isso, a qualificação do projeto foi proposta no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), ligado à Secretaria Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (SEPPI) da Casa Civil (CC/PR). O MS anunciou a manutenção do investimento de R$ 6 bilhões — somando recursos públicos e privados — para garantir a plena operacionalização da nova planta de vacinas e biofármacos do CIBS. Desse total, mais de R$ 2 bilhões serão investidos por meio do Novo PAC para fortalecer e estruturar o complexo. 

Também foi firmada uma parceria entre a Fiocruz e a International Finance Corporation (IFC), uma das cinco organizações que integram o Banco Mundial, e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A partir da assinatura, o IFC e o BNDES, além da SEPPI, tornam-se parceiros da Fiocruz no desenvolvimento de estudos de estruturação, modelagem e implementação do processo licitatório, na modalidade de Parceria Público-Privada. Prevista para o segundo semestre de 2026, a licitação tem como objetivo abrir concorrência para seleção de uma empresa parceira para construção e operação do empreendimento. 

A assinatura do contrato para estruturação do novo processo que assumirá a continuidade da construção e operação do CIBS ocorre após a aprovação, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), de uma solução consensual para encerramento do contrato com o consórcio vencedor da licitação anterior, que não havia conseguido iniciar a construção do empreendimento. Neste processo, que envolveu instâncias do TCU, do Ministério da Saúde, da Fiocruz e da Advocacia Geral da União (AGU), além do encerramento do contrato, ficou garantida à Fiocruz a titularidade dos estudos técnicos preparatórios desenvolvidos pelo consórcio e seus parceiros, que poderão ser utilizados na continuidade do projeto. 

“Estamos diante de um momento em que a sustentabilidade e a soberania nacional na produção de vacinas e biofármacos assumem novo impulso. O CIBS é uma contribuição decisiva da Fiocruz e do Ministério da Saúde para reduzir as desigualdades no nosso país. Além disso, num contexto em que todo o mundo está mobilizado para a preparação e resposta a emergências, a Fiocruz assume papel estratégico na região”, afirma o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.  

“A retomada deste projeto é um pilar estratégico para o Complexo Econômico e Industrial da Saúde. O Cibs permitirá que Bio-Manguinhos possa não apenas internalizar com celeridade todas as PDPs já assumidas junto ao Ministério, mas também responder com a mesma eficiência e qualidade às crescentes demandas nacionais e internacionais, incluindo a oferta de vacinas essenciais, como febre amarela e tríplice viral para países do Sul Global”, destaca a diretora do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Rosane Cuber. 

Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS)

O projeto da Fiocruz para construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (CIBS), em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, integra uma política de Estado que, a partir da produção de vacinas e medicamentos biológicos, vincula a diminuição da dependência externa para garantia do acesso à saúde ao desenvolvimento tecnológico e industrial do país. Essa capacidade interna viabiliza uma nova inserção no contexto de cooperação global, para garantir o abastecimento da região das Américas e dos países no âmbito da cooperação Sul-Sul, diminuindo a dependência externa dos países em desenvolvimento de insumos estratégicos de saúde, sobretudo em emergências sanitárias.

Com 343 mil m² de área construída, o CIBS será operado por Bio-Manguinhos/Fiocruz. O empreendimento também permitirá a absorção de novas tecnologias, assim como oferecerá maior segurança na execução dos processos e na entrega de produtos. No projeto, estão contempladas estruturas para linha de produção, embalagem, controle de qualidade, estocagem de matéria-prima, depósito de produtos prontos, abastecimento de caminhões para distribuição, além de aparato para tratamento de resíduos e efluentes. 

A produção prevista do CIBS inclui insumos estratégicos, capazes de mudar a vida de pessoas atendidas no SUS e reduzir iniquidades. Para além de vacinas fundamentais, como os imunizantes contra meningite, poliomielite, febre amarela, a vacina hexavalente e a tríplice viral, serão produzidos biomedicamentos que respondem a uma ampla gama de necessidades em saúde pública, desde câncer de mama metastásico até deficiência de produção do hormônio do crescimento (GH), passando por artrite reumatóide, psoríase, insuficiência renal, câncer de pulmão, entre outras.



Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 24/11/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/ms-e-fiocruz-anunciam-retomada-do-complexo-industrial-de-biotecnologia-em-saude

Fiocruz reforça estratégia para ampliar produção nacional de tecnologias

A Fiocruz está à frente de quatro iniciativas anunciadas nesta segunda-feira (24/11) durante a reunião do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Geceis), em São Paulo. Em meio ao conjunto de medidas com o objetivo de ampliar a produção nacional de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde (SUS), o Governo Federal anunciou que a Fiocruz recebeu aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para desenvolver um estudo clínico nacional pioneiro sobre atrofia muscular espinhal; a retomada da construção do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), operado pela Fundação; a parceria da instituição com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para a aquisição de vacinas por meio dos Fundos Rotatórios Regionais, com finalidade de garantir maior oferta e acesso a medicamentos e vacinas para a população; e a portaria que visa a criação de comitês regulatórios binacionais de saúde entre o Brasil, o Reino Unido, a China, a Índia, o México, a África do Sul, a França, o Canadá e a Argentina, com participação da Fiocruz e da Anvisa. 

Padilha na reunião do Geceis.

Governo Federal anuncia conjunto de medidas para ampliar produção e oferta de tecnologias para o SUS (foto: Divulgação)

Na ocasião, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ainda anunciou novas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) no Brasil envolvendo instituições públicas e privadas para a transferência de tecnologia ao país, totalizando 31 parcerias para produção nacional de 28 produtos. "Hoje anunciamos R$ 15 bilhões de investimentos diretos na economia brasileira, um compromisso integral no desenvolvimento da indústria e na autonomia de produção nacional. Esse esforço muda a vida dos usuários do SUS, ampliando cada vez mais o acesso a tratamentos de diversas doenças e consolidando a oferta de medicamentos, vacinas e demais tecnologias fabricadas em nosso país”, destacou Padilha.

Presidente da Fiocruz, Mario Moreira esteve presente no evento e destacou a participação da Fundação no pacote de medidas. De acordo com Moreira, a autorização para os testes clínicos voltados ao desenvolvimento de uma terapia gênica inovadora representa mais um avanço no âmbito da Estratégia Fiocruz para Terapias Avançadas, que busca garantir ao país bases científico-tecnológicas sólidas para o desenvolvimento de produtos inovadores destinados ao SUS, contribuindo também para a ampliação da Política de Atenção às Pessoas com Doenças Raras. A iniciativa posiciona o Brasil na liderança do tema na América Latina.

Mario Moreira na reunião do Geceis.

Presidente da Fiocruz, Mario Moreira esteve presente no evento e destacou a participação da Fundação no pacote de medidas (foto: Divulgação)

“Essa parceria nos coloca na vanguarda do conhecimento, não apenas no campo das doenças raras, mas também no dos cânceres. A Fiocruz atua para estabelecer cooperações que permitam ao sistema de saúde dispor de produtos de alta relevância epidemiológica e sanitária, sem depender de importações. O grande mérito dessa política é justamente o fortalecimento da indústria nacional — a mesma que hoje celebramos aqui”, destacou o presidente da Fiocruz, Mário Moreira.

Ainda durante o evento, o Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz, anunciou a manutenção do investimento de R$ 6 bilhões — somando recursos públicos e privados — para garantir a plena operacionalização da nova planta de vacinas e biofármacos do Complexo Industrial de Biotecnologia em Saúde (Cibs), localizado no Rio de Janeiro. Desse total, mais de R$ 2 bilhões serão investidos por meio do Novo PAC para fortalecer e estruturar o complexo. 

Com capacidade de produzir até 120 milhões de frascos por ano, o CIBS será o maior centro de processamento de produtos biológicos da América Latina. Para o local, está prevista a produção de vacinas contra a meningite, poliomielite, febre amarela, a vacina hexavalente e a tríplice viral, bem como a produção de biomedicamentos que respondem a uma ampla gama de necessidades em saúde pública.  

Para Moreira, o Cibs é um projeto de Estado capaz de transformar o cenário nacional de produção de vacinas e biofármacos, promovendo soberania tecnológica e contribuindo para a redução de desigualdades. “Hoje temos uma proposta concreta para lançar, no primeiro semestre do ano que vem, um novo edital que garantirá a continuidade dessas obras. Trata-se de um projeto grandioso — um verdadeiro sonho de Brasil. Ele se articula com todas as políticas industriais em curso e integra uma ação estratégica do governo federal para que o país assuma protagonismo no equilíbrio entre Norte e Sul no acesso às novas tecnologias de produção, superando os desafios revelados durante a Covid-19”, ressaltou. 

Também representaram a Fiocruz no evento a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz; a diretora do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), Silvia Santos; o vice-diretor de Gestão Institucional, Jonnathan Pereira; e a vice-diretora de Gestão e Desenvolvimento Institucional do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), Cintia Nunes Lopes.

Aquisição de vacinas e Comitês Regulatórios

Entre os anúncios desta segunda-feira está a assinatura do termo de cooperação com a Opas/OMS para a aquisição de medicamentos e vacinas por meio dos Fundos Estratégicos Rotatórios Regionais da instituição. A iniciativa se junta a outras mobilizações do governo em prol da produção local e da ampliação do acesso a produtos de saúde para a população do Brasil e da Ammérica Latina. A Fiocruz é parte desses esforços e integra mais essa parceria. 

Com essa medida o Brasil ampliará o acesso a vacinas, ao mesmo tempo em que fortalece a Fiocruz e o Instituto Butantan para produzir e ofertar imunizantes à região. A Opas trabalha com instituições brasileiras e regionais articulando um modelo que prevê ainda a criação de uma plataforma colaborativa permanente para atualização das vacinas utilizadas na América Latina, tendo a Fiocruz como secretaria executiva de modo a integrar as ações com a Coalizão Global do G20.

Segundo o diretor geral da Opas, Jarbas Barbosa, o Fundo é um “instrumento de ampliação do acesso” a bens como vacinas e medicamentos. Na pandemia, ele ressalta, os países da América Latna e Caribe lutaram para ter acesso aos equipamentos de proteção individual, equipamentos, vacinas e medicamentos. Este problema gerou o aprendizado de que “devemos diminuir a vulnerabilidade da região”. De acordo com Barbosa, a Opas tem trabalhado fortemente com três frentes para a redução da dependência externa neste aspecto: na frente regulatória, na de produção local - lembrando o apoio a projetos de desenvolvimento de vacina de mRNA - um na Fiocruz -, e consolidação da demanda.

Durante o evento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também assinou a portaria que institui grupos de trabalho para desenvolverem ações necessárias para a criação de comitês regulatórios binacionais de saúde. Participam da iniciativa o Brasil, o Reino Unido, a China, a Índia, o México, a África do Sul, a França, o Canadá e a Argentina. A Fiocruz e a Anvisa são as duas instituições brasileiras que trabalharão ativamente ao lado com o Ministério da Saúde nesses comitês. 

“A criação de oito comitês regulatórios binacionais envolve países de todos os continentes [...] Isso vai fortalecer o ambiente de cooperação para que a gente aposte cada vez mais na cooperação multilateral como forma do Brasil entrar com força nesse esforço de organização das suas cadeias globais de produção”, comentou o ministro.




Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 24/11/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/fiocruz-reforca-estrategia-para-ampliar-producao-nacional-de-tecnologias

terça-feira, 25 de novembro de 2025

Fundação lança Prêmio FAPERJ de Ciência, Inovação e Reconhecimento

Cristina Cruz

Prêmio lançado pela FAPERJ vai reconhecer quem impulsiona projetos de impacto social, econômico e ambiental, conectando universidades, institutos e empresas, fortalecendo o ecossistema de inovação fluminense (Foto: Pixabay)

A FAPERJ acaba de lançar um edital inédito para homenagear pesquisadores, que fazem a diferença na ciência, na inovação e no desenvolvimento tecnológico do estado.

O “Prêmio FAPERJ de Ciência, Inovação e Reconhecimento – Destaques do Rio de Janeiro (1ª Edição) – 2025” vai reconhecer quem impulsiona projetos de impacto social, econômico e ambiental, conectando universidades, institutos e empresas e fortalecendo o ecossistema de inovação fluminense.

Lançado na segunda-feira, dia 10 de novembro, o edital marca um novo ciclo de investimentos estratégicos da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI). A iniciativa reforça o compromisso da Fundação em valorizar a produção científica fluminense e estimular a cultura da inovação.

De acordo com a presidente da FAPERJ, Caroline Alves, o prêmio representa um marco no reconhecimento do talento e do esforço dos pesquisadores do estado. “Trata-se de um edital inédito, que reafirma o papel da FAPERJ como agente estratégico na promoção do conhecimento e da inovação. Nosso objetivo é criar condições para que a ciência fluminense se desenvolva de forma sustentável e contribua diretamente para o bem-estar da população e o crescimento econômico do estado”, destacou Caroline.

Com foco em resultados de impacto, o edital incentiva a integração entre pesquisadores, estudantes e empreendedores, estimulando novas parcerias entre instituições públicas, privadas e startups. A expectativa é ampliar as oportunidades de pesquisa aplicada e fortalecer o protagonismo científico do Rio de Janeiro.

Segundo Caroline Alves, a iniciativa também reforça o compromisso da Fundação com a inclusão e a democratização do acesso ao fomento. “Estamos ampliando os investimentos e diversificando as áreas de apoio para garantir que nenhum talento fique de fora. É fundamental que jovens pesquisadores e grupos emergentes também tenham espaço para desenvolver suas ideias e contribuir com soluções inovadoras para o estado”, afirmou.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, destacou que o lançamento do edital simboliza uma nova fase de fortalecimento do setor científico e tecnológico fluminense. “A ciência é o alicerce do desenvolvimento econômico e social. Com iniciativas como esta, o Governo do Estado reafirma seu compromisso em investir no conhecimento como ferramenta de transformação e geração de oportunidades para os fluminenses”, afirmou o secretário.

O lançamento faz parte de um conjunto de ações da FAPERJ voltadas à modernização e à transparência do sistema de fomento. A Fundação tem adotado novas plataformas digitais para inscrição e acompanhamento de projetos, garantindo mais agilidade e eficiência na gestão dos recursos públicos.

“A ciência é uma ferramenta essencial para o desenvolvimento humano e social. Por isso, trabalhamos para que os editais da FAPERJ estejam cada vez mais próximos das necessidades reais da sociedade fluminense – seja na saúde, na educação, na sustentabilidade ou na inovação tecnológica”, concluiu Caroline Alves.

Além da concessão da Medalha Mérito Científico Carlos Chagas Filho, o Prêmio FAPERJ será concedido em dois eixos complementares: EIXO 1 – Sociedade Científica e Inovadora; e EIXO 2 – Reconhecimento Profissional FAPERJ (servidores e colaboradores).

No Eixo 1– Sociedade Científica e Inovadora, estão as categorias: Pesquisador Destaque (Ciências da Vida; Ciências Exatas da Terra e Engenharias; Ciências Humanas, Sociais e Artes); Pesquisador Inovador (Inovação para o setor produtivo; Inovação para o setor público); Projeto Inovador; Empresa ou Startup Inovadora; Jovem Pesquisador (Mestrado/Doutorado); Jovem Talento (Pré-iniciação Científica); Pesquisa de Impacto – 2025; e Comunicação Científica.

No Eixo 2– Reconhecimento Profissional FAPERJ (servidores e colaboradores), serão considerados: Desempenho Funcional; Ideias Inovadoras; Trajetória / Tempo de Serviço; Colaboração e Espírito de Equipe.

O edital completo com categorias, critérios de elegibilidade, valores das premiações e prazos de inscrição já está disponível no site da Fundação: www.faperj.br. Pesquisadores, grupos de pesquisa e instituições de todo o estado podem submeter propostas conforme as orientações descritas no regulamento.

O período de submissão de propostas online foi prorrogado até o dia 23 de novembro de 2025.

Confira a íntegra do edital no endereço abaixo:

Edital FAPERJ Nº 35/2025 – Prêmio FAPERJ de Ciência, Inovação e Reconhecimento – Destaques do Rio de Janeiro (1ª Edição) 



Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 21/11/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=908.7.3

Entrega de certificados marca a conclusão da 1ª fase do Programa HUB RJ Startup 2025


Dando mais um passo para consolidar o apoio à inovação e ao empreendedorismo no estado do Rio de Janeiro, a FAPERJ e a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) realizaram na tarde desta terça-feira, 18 de novembro, no Teatro da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a cerimônia de entrega de certificados aos participantes do Programa Avançado de Formação de Empreendedores (PAFE), do HUB RJ Startup 2025. Ao todo, 246 projetos foram selecionados pelo programa, que ganhou recentemente, em outubro, uma sede no Catete. O evento marca o encerramento da primeira fase do programa, focada no empreendedor, que foi realizada durante 12 semanas.

Na segunda fase, focada nas ideias e com duração de 20 semanas, serão contemplados até 150 projetos e investidos até R$ 30 mil em cada um deles. Na terceira e última fase, focada no desenvolvimento e validação do produto ou serviço e com duração de 32 semanas, serão apoiados até 150 projetos, com fomento de até R$ 50 mil cada um.

A presidente da FAPERJ, Caroline Alves, reconheceu a importância da articulação entre FAPERJ, SECTI e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Rio de Janeiro (Sebrae/RJ) para o desenvolvimento das atividades do HUB RJ Startup 2025. “Este evento é um reconhecimento público do esforço de todos os participantes e dos agentes de inovação, da banca avaliadora e das instituições que constroem esse programa. O Programa HUB RJ Startup 2025 segue com a missão de conectar pessoas, universidades, empresas e governo, para transformar boas ideias em soluções, que melhorem a vida da população, para quem a gente trabalha, junto com a SECTI”, disse Caroline.

O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, destacou o papel do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico fluminense. “Eu acredito no poder público para a transformação do nosso estado. Temos aqui hoje 246 ideias e mais de 600 pessoas envolvidas dentro desses projetos, que podem se transformar em grandes negócios. Desse grupo, dentro das ideias apresentadas e do que foi investido, tenho absoluta certeza que grandes empresas vão nascer daqui e devolver todo esse investimento para o governo e gerar empregos e desenvolvimento para o estado, e mudar de fato a vida das pessoas, com ideias transformadoras dentro da sociedade”, refletiu Moraes.

A diretora de Tecnologia da FAPERJ, Elaine Souza, fez um balanço da experiência compartilhada com os empreendedores no Programa Avançado de Formação de Empreendedores, do HUB RJ Startup 2025. “Espero que vocês, participantes do programa, tenham saído desta primeira fase mais amadurecidos. A expertise do Sebrae foi essencial nesse processo, e o comprometimento de toda a equipe do HUB também. Agradeço especialmente aos empreendedores que tiveram essa ideação, se inscreveram no edital e hoje estão participando desta cerimônia. Que esse seja um caminho, um pontapé inicial, para vocês seguirem em frente na fase 2 e continuarem movimento o ecossistema de inovação do estado”, desejou Elaine.


Sinergia entre equipes: avaliadores externos do Programa HUB RJ Startup 2025, com representantes da FAPERJ, SECTI e Sebrae/RJ, durante cerimônia de entrega de certificados no Teatro da Uerj










A coordenadora de Negócios Tecnológicos e Inovadores do Sebrae/RJ, Marilia Sant’Anna, representando o diretor-superintendente Antonio Alvarenga, destacou o esforço das 246 startups que participaram da primeira fase do programa. “Esses empreendedores passaram por uma trilha oferecida pelo Sebrae, com mais de 100 workshops, para mais de 650 pessoas, potenciais empreendedores capacitados nas temáticas de modelagem de negócios, validação, precificação, pitching, entre outros. Cada encontro, cada workshop foi uma oportunidade de crescimento para transformar ideias em soluções e construir negócios com propósito, para transformar o nosso estado. Hoje, na plataforma nacional do ‘Sebrae Startups’ existem mais de 18 mil startups, sendo que mais de mil são startups do Rio de Janeiro. Muitos estão aqui hoje. O futuro do Rio depende de vocês, que são potenciais empreendedores”, afirmou Marilia.

O coordenador-geral do Programa HUB RJ Startup, Rogério Pires, destacou a importância da iniciativa para o processo de inovação do estado. “A cerimônia de certificação que estamos realizando hoje marca muito, muito mais do que apenas a conclusão de uma etapa. É o reconhecimento do esforço conjunto de centenas de pessoas comprometidas com a inovação no estado do Rio de Janeiro. Os resultados mostram que o trabalho que está sendo feito tem impacto e pode ser um transformador na vida das pessoas. Junto com o Sebrae, conseguimos fazer um treinamento de alto nível. Hoje, mais do que certificar os empreendedores, a gente está fazendo uma celebração à inovação. Que essa seja apenas a primeira etapa de muitas outras que virão”, afirmou Pires.   

De acordo com o coordenador-executivo do Programa HUB RJ Startup 2025, José Wilson Coura, o PAFE contou com um conjunto de capacitações e mentorias. A capacitação dos empreendedores foi resultado de um acordo de cooperação firmado entre a FAPERJ, a SECTI e o Sebrae/RJ. “As aulas, ministradas remotamente pelo Sebrae/RJ, abordaram temas como modelagem de negócios, técnicas de apresentação de pitches, monetização e precificação, gestão financeira e operacional, cultura organizacional e liderança, entre outros. Já as mentorias foram realizadas de forma híbrida, com encontros remotos e presenciais. Elas ficaram a cargo dos agentes de inovação, que integram as equipes dos nove polos do Programa HUB RJ Startup distribuídos pelas diferentes regiões do estado do Rio de Janeiro. Os empreendedores foram divididos em 13 turmas, que participaram de nove módulos diferentes, totalizando 117 workshops”, detalhou.

Entre os dias 10 e 14 de novembro, os representantes de cada uma das 246 startups participantes apresentaram seus projetos a uma banca formada por avaliadores internos e externos. A equipe interna foi composta pelos agentes de inovação do Programa. Já a externa reuniu professores, consultores, profissionais do mercado e investidores. A banca fará as avaliações de mérito e de conformidade de cada projeto, quando será verificada toda a documentação solicitada. Serão analisadas, ainda, informações relacionadas ao orçamento e cronograma de cada proposta.

A partir desse processo de avaliação será feito um ranqueamento e selecionados até 150 projetos para participar da segunda etapa do Programa HUB RJ Startup 2025. A FAPERJ deverá anunciar em breve a relação preliminar dos classificados.



Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 19/11/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=914.7.5

Secti e FAPERJ promovem campanha 'Doe Vida' e mobilizam servidores para doação de sangue

 A Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), realiza no próximo dia 25 de novembro, quando se celebra o Dia Nacional do Doador de Órgãos, a campanha “Doe Vida”, que incentiva servidores, alunos, colaboradores e a sociedade a participarem de uma ação solidária de doação de sangue. A mobilização acontecerá das 8h às 15h, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, referência no atendimento à população do Rio de Janeiro.


A iniciativa busca reforçar os estoques de sangue e conscientizar sobre a importância do ato voluntário, cada doação pode salvar até quatro vidas. A ação conta ainda com o apoio da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e das demais instituições vinculadas à SECTI.

Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação, Anderson Moraes, a campanha reforça que a inovação também está atrelada à responsabilidade social. “A ciência transforma, mas antes de tudo, ela preserva vidas. Convidamos todos a se unirem nesta corrente do bem. Doar sangue é um gesto simples, rápido e essencial. Vamos com atitude e empatia fazer a diferença para quem mais precisa.”

A presidente da FAPERJ, Caroline Alves, destaca que o compromisso com a ciência também envolve promover ações que contribuam diretamente para o bem-estar da população. “A FAPERJ se orgulha de apoiar uma campanha que salva vidas e reforça a importância da solidariedade. Quando fortalecemos iniciativas como a doação de sangue, estamos, ao mesmo tempo, fortalecendo a rede de saúde e o espírito coletivo que move a ciência e a sociedade.”

Critérios para doação de sangue

Para participar da campanha, o doador deve:
* Estar em boas condições de saúde;
* Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 com autorização);
* Pesar mais de 50 kg;
* Estar alimentado, evitando alimentos gordurosos nas 4 horas anteriores;
* Apresentar documento oficial com foto (original ou cópia autenticada);
* Não ter ingerido bebida alcoólica nas últimas 12 horas;
* Não estar com sintomas de gripe, febre ou infecção;
* Ter dormido ao menos 6 horas na noite anterior;
* Respeitar os intervalos entre doações (homens: 60 dias / mulheres: 90 dias).


Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 19/11/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=915.7.1

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Fiocruz e Colômbia unem esforços para fortalecer a Atenção Primária à Saúde

A Fiocruz e instituições colombianas irão unir esforços em busca do fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS). Entre 12 e 26 de novembro, representantes da Fundação irão até a Colômbia para o intercâmbio de experiências na área.

A missão é fruto da proposta Tecendo saberes: cooperação sul-sul para a saúde comunitária e intercultural entre Brasil e Colômbia para o fortalecimento da APS, contemplada pelo edital para missões internacionais lançado pela Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), por meio de sua Vice-Direção de Escola de Governo em Saúde (VDEGS). Em parceria com a Sinergias ONG, a Universidade Nacional da Colômbia e a Secretaria de Saúde Departamental de Vaupés, a iniciativa visa reconhecer e valorizar experiências comunitárias na Atenção Primária à Saúde (APS) que priorizem o cuidado coletivo, as práticas emancipatórias e a agência das comunidades e populações.

“A missão foi pensada principalmente no sentido de mapear estratégias não clínicas existentes nos dois países para lidar com o sofrimento psíquico a partir dos saberes locais e da educação popular em saúde. E mapear atores e partes interessadas para fornecer subsídios que apoiem a construção de diretrizes para a saúde pública com abordagem intercultural e comunitária na APS”, sintetiza a pesquisadora do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria *CSEGSF) da Ensp/Fiocruz, Vera Vera Frossard, que coordenada a iniciativa. Junto à pesquisadora Eliane Vianna, também do Centro de Saúde Escola e vice-coordenadora da iniciativa, Vera integrará a missão à Colômbia.

Parte da missão acontecerá em Mitu, capital de Vaupés, região da Amazônia colombiana com predomínio indígena. Estão previstos encontros com vários coletivos dessa população. A pesquisadora destaca que a troca de experiências e conhecimento sobre saúde intercultural baseada na APS é relevante para o Sistema Único de Saúde (SUS) em função da diversidade da população brasileira, com comunidades quilombolas, indígenas e de favela, que reúnem saberes populares de matriz africana e dos povos originários.

“Se pensarmos que a interculturalidade diz respeito à relação entre grupos e pessoas com diversas visões de mundo e culturas, incluímos também grupos estigmatizados e com acesso dificultado na APS, como populações LGBTQIAPN+, alcoolistas, pessoas com transtorno mental grave, entre outras”, comenta Vera.

A pesquisadora explica que existem semelhanças na determinação social da saúde entre Colômbia e Brasil, principalmente voltadas para povos historicamente excluídos e invisibilizados, com problemas como violência de gênero e racial, insegurança alimentar, sofrimento psíquico e doenças crônicas associadas e intensificadas pelas condições da pobreza.

“Temos o interesse comum de ampliar nossa capacidade de engajamento comunitário para que a APS e as populações possam fortalecer espaços de diálogo e colaboração para decisões compartilhadas. No Brasil, temos os Conselhos Gestores associados às Unidades Básicas de Saúde, com representação comunitária e das instituições. Esta importante política pública enfrenta desafios, entre eles, fragilidades na representatividade da população e falta de aderência das instituições sobre as deliberações dos Conselhos. Por isso, pretendemos refletir e colaborar na ampliação de mecanismos e metodologias de participação popular e incorporação de saberes locais em ações de saúde para ampliar o acesso nos serviços. O momento é propício, pois o CSEGSF está investindo na retomada do seu Conselho Gestor", explica Vera.

Vice-coordenadora da iniciativa, Eliane Vianna complementa que a base comunitária deve estar presente na APS com articulação de visões e reconhecimento dos sistemas de saberes locais para o cuidado. “No CSEGSF, iniciamos algumas atividades sobre raízes e plantas medicinais a partir das Rodas de TCI, por demanda dos participantes, potencializando o autocuidado, reavivando e fazendo circular memórias locais. Já a Sinergias ONG apoia projetos comunitários de transmissão do conhecimento botânico para o cuidado, trocas de sementes e plantas medicinais, além do plantio de hortas para recuperação de espécies medicinais. A troca entre o CSEGSF e a Sinergias ONG reforça a ideia sobre a importância dos saberes ancestrais na promoção e cuidado em saúde para a APS”, enfatiza a pesquisadora.

Outro interesse na colaboração é a Terapia Comunitária Integrativa (TCI). Oferecida no CSEGSF, a TCI é uma prática de cuidado e acolhimento ao sofrimento psíquico por meio do fortalecimento de vínculos, ampliação da rede de apoio e valorização da comunidade e dos recursos culturais locais para o enfrentamento das violências e vulnerabilidades.

Segundo as pesquisadoras, este recurso terapêutico pode ser também de grande valia para a superação de desafios urgentes em saúde mental na Colômbia. “A região amazônica colombiana apresenta as maiores taxas de suicídio, violência de gênero, abuso de álcool e substâncias psicoativas do país, problemas recorrentes também em algumas comunidades indígenas no Brasil. Será uma oportunidade de apresentarmos a TCI como uma ferramenta de cuidado para este contexto. O momento é oportuno, pois está sendo formada, na América Latina e Caribe, uma rede de suporte e apoio a rodas de TCI, inclusive com comunidades indígenas na Bolívia, Peru, República Dominicana, Equador”, destacam as pesquisadoras. "A missão deve render, para a Ensp/Fiocruz, colaborações com enfoque em projetos que incorporem metodologias participativas, interculturais e territorializadas para a APS".



Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 12/11/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/fiocruz-e-colombia-unem-esforcos-para-fortalecer-atencao-primaria-saude

Rede de Defensores de Direitos Humanos lança cartografia sobre violações em territórios populares do RJ

Mapear dados e narrativas das periferias é uma estratégia encontrada por diversos grupos sociais para construção de diagnósticos, produção de memória e para valorização de culturas. Com o objetivo de denunciar violações de direitos e fortalecer espaços de resistência, o projeto Rede de Defensores de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, coordenado pela Cooperação Social da Fiocruz, lançou a cartografia “Saúde e Defesa de Direitos”, dos territórios populares do Rio de Janeiro. A cartografia está agora disponível ao público on-line gratuitamente e pode ser acessada aqui.


O lançamento da publicação ocorreu no dia 26 de outubro, durante um final de semana de imersão em Paty do Alferes (RJ) envolvendo as turmas de defensoras e defensores populares, coordenadores do projeto e representantes da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro. O material apresenta as agendas de moradia, relações de gênero e populações LGBTQIA+, relações étnico-raciais, violência, saúde, educação e trabalho digno. Além disso, fortalece as ações de defensores populares de Direitos Humanos, identificando as iniquidades sociais em saúde relacionadas às violações de direitos nas favelas e periferias do estado.


“Esse encontro é uma oportunidade de ampliação das trocas e articulações realizada por cada defensor e defensora, aproximando as turmas. Ao longo do projeto, realizamos uma construção coletiva buscando as intersecções entre essas militâncias. Isso potencializa o trabalho em rede”, afirmou Gabriel Simões, coordenador do projeto e coordenador da área de Gestão Estratégica da Cooperação Social da Fiocruz.


A publicação é fruto de um percurso metodológico com base nos princípios da educação popular, realizado entre os meses de abril e junho de 2025, sob a coordenação da organização não governamental FASE RJ e da equipe da Cooperação Social da Fiocruz. A construção do conhecimento coletivo foi feita a partir das diversas vivências de cada participante, seus territórios e atuações em defesa dos direitos humanos. A cartografia Social utiliza instrumentos que dialogam com a comunicação popular, com a valorização de saberes populares, com ações coletivas e análise das realidades locais enfrentadas pelos territórios.


Em seu terceiro ano de atuação, o projeto vem formando lideranças comunitárias e fortalecendo o trabalho coletivo no intuito de ampliar a Rede de Defensores de Direitos Humanos e Promoção da Saúde no Estado do Rio de Janeiro (Rede DH) que, atualmente, é composta por 60 defensores que atuam em várias localidades do estado. O encontro realizado no final de outubro reuniu, pela primeira vez, toda rede que foi construída pela formação. Leia aqui a matéria completa sobre a imersão.


Sobre o projeto

O projeto visa à criação e ao desenvolvimento de uma rede autônoma de defensores de direitos humanos, ampliando e fortalecendo os movimentos já integrados por elas e eles, além da produção e publicização de um mapeamento das violações em saúde e direitos humanos. A seleção ocorre anualmente, por chamada pública, em ciclos com turmas de 20 lideranças comunitárias e defensores de direitos humanos com experiência de atuação em grupos, movimentos, organizações, coletivos ou instituições em territórios periféricos de áreas urbanas ou rurais do Rio de Janeiro.

Fotos presentes na matéria: Mariana Moebus e Nathalia Mendonça


Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 10/10/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/rede-de-defensores-de-direitos-humanos-lanca-cartografia-sobre-violacoes-em

Iniciativas monitoram efeitos das mudanças climáticas para a saúde

A Fiocruz instalou, em Belém (Pará), uma estação de referência para acompanhar, em tempo real, a qualidade do ar e as condições meteorológicas até o final de novembro, período em que ocorre a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). A estação é uma demonstração do projeto Fioares, uma plataforma que produzirá dados a partir do que é coletado nas instalações de estações, auxiliando a vigilância em saúde na Amazônia. O Fioares está sendo desenvolvido em parceria com o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Somado à instalação, a Fiocruz também apresenta, durante a Conferência, três protótipos de novas ferramentas que podem auxiliar no enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas na saúde. Trata-se das ferramentas MonitorAr Saúde e FluxSUS, e de um sistema que faz parte do projeto Harmonize, criado em conjunto com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que gerou a elaboração colaborativa do chamado Índice de Quentura.

Conduzido por pesquisadores do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz), o projeto Fioares foi criado devido à intensificação das queimadas na Amazônia, associada às mudanças climáticas, ao aumento de eventos extremos e à falta de dados qualificados para a vigilância. “Vamos gerar dados inéditos de monitoramento na Amazônia, com medições em tempo real que permitirão avaliar com mais precisão a poluição atmosférica na região”, explica a pesquisadora da Fiocruz Piauí e integrante do Observatório, Beatriz Oliveira.

O projeto prevê a criação de cinco estações de referência permanentes na região, dedicadas ao monitoramento do material particulado — um dos principais riscos ambientais à saúde pública. Atualmente, a região amazônica conta apenas com estações indicativas, que não oferecem dados de referência.

Com relação às novas ferramentas, os pesquisadores do Observatório apontam que as análises geradas podem servir como suporte para a tomada de decisão de gestores e profissionais de saúde durante o planejamento de ações preventivas para o território nacional. Ainda em fase de protótipo e aguardando financiamento para validação, as ferramentas já estão disponíveis para acesso e serem utilizadas.

“Nosso objetivo é que essas ferramentas se tornem parte do cotidiano da gestão nos municípios e estados, fortalecendo a capacidade do [Sistema Único de Saúde] SUS de responder aos desafios climáticos que já fazem parte da nossa realidade”, afirma uma das coordenadoras do Observatório de Clima e Saúde, Renata Gracie. “Essas ferramentas refletem o compromisso da Fiocruz e do Observatório em oferecer respostas concretas aos desafios que as mudanças climáticas impõem à saúde. Elas mostram como a integração entre ciência, tecnologia, gestão e sociedade civil pode fortalecer as ações de enfrentamento aos eventos que já afetam o cotidiano da população, além de dialogar diretamente com os temas em discussão na COP30”.

A expectativa é que, nos próximos meses, novas contribuições aprimorem os dados e funcionalidades. O MonitorAR Saúde, por exemplo, deve passar a integrar dados de saúde e validar suas previsões a partir de dados de estações meteorológicas em diferentes regiões do país, oferecendo alertas mais precisos e aumentando a confiabilidade dos resultados.

As novas aplicações também serão oferecidas aos países com os quais o Observatório mantém colaboração, como o Chile, o Uruguai e a Argentina, fortalecendo a cooperação científica entre os países sul-americanos. Recentemente, o Observatório foi reconhecido como modelo pela Rede Pasteur para o desenvolvimento de geotecnologias e outros produtos digitais.

MonitorAR Saúde

Uma das novidades é o MonitorAR Saúde, ferramenta que apresenta previsões para a poluição atmosférica pelo país. O sistema permite estimar, com até 120 horas de antecedência, a situação atual e o deslocamento dos poluentes atmosféricos entre diferentes localidades. Com informações de municípios de todo o Brasil, o painel oferece mapas, gráficos e análises da dinâmica da qualidade do ar, permitindo que gestores monitorem a situação para tomada de decisão. O sistema é atualizado diariamente pela Fiocruz e os dados utilizados nas previsões são abertos.

“O gestor pode acessar o município e observar também o entorno, já que o vento pode deslocar partículas de regiões distantes, às vezes até de outros estados ou países, o que tem sido comum com as queimadas na Amazônia. Essa informação antecipada pode orientar medidas preventivas e reduzir impactos na saúde da população”, explica um dos desenvolvedores do sistema, Raphael Saldanha.

Ainda em versão protótipo, o painel deve ganhar novas funcionalidades, como uma aba de alertas e previsões dos impactos da qualidade do ar na saúde da população. Uma das propostas é criar rankings que indiquem os municípios em situação mais crítica em relação à qualidade do ar. Para isso, os desenvolvedores querem contar com a participação dos próprios usuários. “A gente quer, dialogando com as secretarias e com os gestores, melhorar essa aba para que esse começo seja mais útil para eles, servindo como um sistema de alerta precoce da poluição atmosférica”, destaca Saldanha.

FluxSUS

Outro destaque é o FluxSUS, desenvolvido para analisar como a rede de saúde se comporta durante e após desastres climáticos. A ferramenta mapeia fluxos de atendimento, deslocamento de pacientes e mudanças na capacidade dos serviços, permitindo identificar dificuldades, além de propor estratégias de fortalecimento da infraestrutura existente.

Com base em metodologias de mineração de dados, o sistema consegue identificar padrões e anomalias, possibilitando minimizar os impactos que podem acontecer na rede. A expectativa é que o sistema ajude no fortalecimento da vigilância e resposta no SUS, reduzindo desigualdades regionais e populacionais, além de otimizar a logística e recursos durante emergências.

“O FluxSUS ajuda a visualizar como o sistema reage em momentos críticos e o que precisa ser reforçado para garantir assistência e continuidade do cuidado”, explica o coordenador do projeto e integrante da coordenação do Observatório, Diego Xavier.

Aplicação do projeto Harmonize

O terceiro sistema é voltado para a vigilância dos impactos do calor na Amazônia e no Semiárido paraibano onde acontece o projeto Harmonize, um consórcio internacional que inclui a Fiocruz, o Inpe, o Supercomputador de Barcelona e outras instituições parceiras do Peru, Colômbia e República Dominicana. A iniciativa busca desenvolver uma infraestrutura digital de baixo custo para o monitoramento climático e sanitário em regiões vulneráveis, integrando dados de drones, sensores e imagens de satélite a indicadores socioeconômicos e de saúde. Isso permite mapear riscos, orientar ações preventivas e fortalecer a resiliência das comunidades expostas aos efeitos das mudanças climáticas.

Um dos resultados dessa aplicação é o Índice de Quentura, indicador construído de forma colaborativa com a população das cidades participantes do projeto, que combina temperatura e umidade para estimar o desconforto térmico e riscos à saúde. O termo “quentura”, adotado no nome da aplicação, é uma das expressões utilizadas pela população desses municípios para expressar a sensação térmica percebida além da temperatura.

Com uma interface interativa e simples, que permite explorar a relação entre fatores climáticos e padrões de saúde, a aplicação oferece mapas e gráficos que facilitam a análise, as previsões e a tomada de decisão dos gestores de saúde.

“O objetivo é transformar dados complexos em conhecimento acessível, apoiando ações de vigilância e fortalecimento da resiliência em comunidades ribeirinhas e urbanas vulneráveis”, explica o desenvolvedor do Observatório de Clima e Saúde, Vanderlei Matos, que participa do projeto.

No Brasil, as ações do projeto se concentram em cidades do Semiárido paraibano, como Patos e Mãe d’Água, e em municípios amazônicos do Pará, como Cametá e Mocajuba. O sistema integra dados de saúde hospitalar desses municípios a informações climáticas detalhadas, como temperatura, umidade, precipitação, níveis dos rios, radiação UV e dados de drones.




Autor: fiocruz
Fonte: fiocruz
Sítio Online da Publicação: fiocruz
Data: 12/10/2025
Publicação Original: https://fiocruz.br/noticia/2025/11/iniciativas-monitoram-efeitos-das-mudancas-climaticas-para-saude