O objetivo do Prêmio, que também possui uma categoria destinada a jovens pesquisadoras, é reconhecer o trabalho de cientistas brasileiras no Campo das Ciências Marinhas. O nome da premiação é uma homenagem à bióloga Marta Vannucci, uma das pioneiras da Oceanografia no Brasil, que faleceu em janeiro de 2021, aos 99 anos.
Bióloga e oceanógrafa, Yocie Valentin, 85 anos, foi premiada pelo conjunto dos trabalhos que vem realizando ao longo dos anos. A cientista desenvolveu estudos relacionados à Taxonomia e Ecofisiologia das macroalgas marinhas, que podem ser utilizadas para vários fins, entre eles a produção de fármacos. As pesquisas envolveram, principalmente, o cultivo e o ciclo de vida completo de uma alga parda endêmica do Brasil, a Laminaria abbyssalis. Essas pesquisas foram realizadas pela primeira vez, no contexto da ciência, com uma aplicação no tratamento de enfermidades como herpes. Este estudo foi realizado na década de 1990 junto com a equipe da professora Maria Helena Lagrota, do Instituto de Microbiologia da UFRJ. Mais recentemente, Yocie Valentin tem se dedicado a projetos que associam comunidades macroalgáceas como indicadoras da qualidade ambiental.
Aos 85 anos, Yocie investiga, entre outros temas, a influência das mudanças climáticas e da ação humana no aparecimento de algas na região de Cabo Frio
“Este prêmio é um coroamento dos trabalhos que desenvolvi ao longo da minha carreira. Um reconhecimento a tudo aquilo que foi feito. Mas, como em ciência ninguém faz nada sozinho, dedico a premiação a todos os meus colegas e alunos. O prêmio é, também, uma forma de valorizar a atuação das mulheres na ciência”, destaca a professora aposentada da UFRJ, onde ingressou em 1992.
Atuando na área de Biologia Marinha desde 1966, Yocie iniciou a carreira trabalhando no Instituto de Pesquisas da Marinha (IPqM), onde realizou pela primeira vez, de maneira mais contínua, o estudo das macroalgas da Baia de Guanabara. Passou pelo Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM) até chegar à UFRJ. Foi presidente da Rede Algas, implementada pelo atual Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), de 2005 a 2009, e coordenou o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Antártico de Pesquisas Ambientais (INCT-APA), de 2009, ano de sua implantação, até 2017.
Nos últimos anos, a pesquisadora foi contemplada em diferentes editais lançados pela FAPERJ. Os recursos recebidos por meio do edital de Apoio às Instituições de Ensino e Pesquisa Sediadas no Estado do Rio de Janeiro contribuíram para a implantação do Laboratório Integrado de Ficologia (LIFIC) da UFRJ, onde Yocie atua como professora colaboradora, e cuja inauguração oficial deverá ocorrer até o fim de 2021.
Mesmo depois de todos esses anos dedicados à ciência, a pesquisadora não pensa em parar. Atualmente, está trabalhando em um projeto que visa investigar a influência ou não das mudanças climáticas e de fatores antropogênicos no aparecimento ou no desaparecimento de determinadas espécies de algas na região de ressurgência de Cabo Frio.
Autor: Marcos Patricio
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 05/11/2021
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=4363.2.9
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 05/11/2021
Publicação Original: http://www.faperj.br/?id=4363.2.9
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