O estudo
Um ensaio clínico randomizado duplo-cego foi desenvolvido em um Hospital Universitário sueco e publicado no último mês no “Journal of American Medical Association (JAMA)” com o objetivo de comparar com um grupo placebo os resultados das infiltrações do túnel do carpo a longo prazo, além de demonstrar a influência em cirurgias subsequentes. Cento e onze participantes, entre 2008 e 2012, foram divididos aleatoriamente em três grupos de acordo com a solução de metilprednisolona (40 mg/ml) : 80 mg metilprednisolona (2 ml), 40 mg metilprednisolona (1 ml + 1 ml de salina) e placebo ( 2 ml de salina). Cada um dos grupos sofreu um acréscimo de 1 ml de lidocaína, totalizando 3 ml injetados.
Os pacientes foram avaliados por uma escala de gravidade de sintomas e pelos questionários “Short Form 36 (SF-36) bodily pain” e “disabilities of the arm, shoulder, and hand (QuickDASH)” com cinco e dez semanas, seis meses e um ano após a infiltração. Em 2016, os pacientes receberam novamente os questionários por correio eletrônico e foram perguntados sobre realização de procedimento cirúrgico para síndrome do túnel do carpo.
A média de idade dos pacientes foi de 46,6 anos e a média de follow-up foi de 7,2 anos. Não houve diferença significativa entre os resultados nos três grupos quanto a escala de gravidade de sintomas, SF-36 ou QuickDash, com todos apresentando melhora considerável.
Após cinco anos da infiltração, 101 dos 111 pacientes (31 no grupo 80mg, 34 no grupo 40mg e 36 no grupo placebo) haviam sido operados e houve diferença estatística demonstrando vantagem dos grupos metilprednisolona sobre o placebo na taxa de cirurgia e tempo até o procedimento pela curva de Kaplan-Meier (log-rank test: 80 mg metilprednisolona vs placebo, P = .002; 40 mg metiprednisolona vs placebo, P = .02; 80 mg metilprednisolona vs 40 mg metilprednisolona, P = .37). Não foram observados efeitos adversos a longo prazo ou complicações cirúrgicas relacionadas à infiltração a longo prazo.
Conclusão
Os resultados do estudo devem ser observados com cautela visto que, apesar de estatisticamente significativos, a diferença média de dois meses para realização das cirurgias entre os grupos tratados com corticosteroides e placebo não são importantes para alterar o curso da doença.
Dessa forma, a infiltração é importante na nossa realidade em casos de pacientes muito sintomáticos que necessitam postergar o procedimento cirúrgico por um período de tempo, melhorando a qualidade de vida até o momento da cirurgia.
Autor: Filipe Amado
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 08/11/2021
Publicação Original: https://pebmed.com.br/qual-o-efeito-das-infiltracoes-com-corticoesteroides-em-pacientes-com-sindrome-do-tunel-do-carpo-a-longo-prazo/
Um ensaio clínico randomizado duplo-cego foi desenvolvido em um Hospital Universitário sueco e publicado no último mês no “Journal of American Medical Association (JAMA)” com o objetivo de comparar com um grupo placebo os resultados das infiltrações do túnel do carpo a longo prazo, além de demonstrar a influência em cirurgias subsequentes. Cento e onze participantes, entre 2008 e 2012, foram divididos aleatoriamente em três grupos de acordo com a solução de metilprednisolona (40 mg/ml) : 80 mg metilprednisolona (2 ml), 40 mg metilprednisolona (1 ml + 1 ml de salina) e placebo ( 2 ml de salina). Cada um dos grupos sofreu um acréscimo de 1 ml de lidocaína, totalizando 3 ml injetados.
Os pacientes foram avaliados por uma escala de gravidade de sintomas e pelos questionários “Short Form 36 (SF-36) bodily pain” e “disabilities of the arm, shoulder, and hand (QuickDASH)” com cinco e dez semanas, seis meses e um ano após a infiltração. Em 2016, os pacientes receberam novamente os questionários por correio eletrônico e foram perguntados sobre realização de procedimento cirúrgico para síndrome do túnel do carpo.
A média de idade dos pacientes foi de 46,6 anos e a média de follow-up foi de 7,2 anos. Não houve diferença significativa entre os resultados nos três grupos quanto a escala de gravidade de sintomas, SF-36 ou QuickDash, com todos apresentando melhora considerável.
Após cinco anos da infiltração, 101 dos 111 pacientes (31 no grupo 80mg, 34 no grupo 40mg e 36 no grupo placebo) haviam sido operados e houve diferença estatística demonstrando vantagem dos grupos metilprednisolona sobre o placebo na taxa de cirurgia e tempo até o procedimento pela curva de Kaplan-Meier (log-rank test: 80 mg metilprednisolona vs placebo, P = .002; 40 mg metiprednisolona vs placebo, P = .02; 80 mg metilprednisolona vs 40 mg metilprednisolona, P = .37). Não foram observados efeitos adversos a longo prazo ou complicações cirúrgicas relacionadas à infiltração a longo prazo.
Conclusão
Os resultados do estudo devem ser observados com cautela visto que, apesar de estatisticamente significativos, a diferença média de dois meses para realização das cirurgias entre os grupos tratados com corticosteroides e placebo não são importantes para alterar o curso da doença.
Dessa forma, a infiltração é importante na nossa realidade em casos de pacientes muito sintomáticos que necessitam postergar o procedimento cirúrgico por um período de tempo, melhorando a qualidade de vida até o momento da cirurgia.
Autor: Filipe Amado
Fonte: pebmed
Sítio Online da Publicação: pebmed
Data: 08/11/2021
Publicação Original: https://pebmed.com.br/qual-o-efeito-das-infiltracoes-com-corticoesteroides-em-pacientes-com-sindrome-do-tunel-do-carpo-a-longo-prazo/
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