Rio do ouro. Foto: Gervásio Lima
Cantado em versos e prosas, o rio que melhor caracteriza a história de Jacobina e seu codinome ‘Cidade do Ouro’ agoniza, apesar de insistir por existir. O lendário e importante Rio do Ouro, outrora responsável em fornecer energia elétrica e água para consumo para a população que teima em subestimá-lo, timidamente e ferido segue combalido, mas perene.
Local utilizado para passeios, piqueniques, banhos e até utilizado como ‘lavanderia comunitária’, o leito do Rio do Ouro foi fonte também de riqueza de garimpeiros que buscavam o metal precioso que empresta o seu nome. O sofrimento vem de longe, da época quando não se discutia sustentabilidade, preservação, condutas éticas, consciência ambiental e outros temas relacionados. Passaram-se os intendentes, os coronéis e inúmeros mandatos de prefeitos, e o Rio do Ouro sendo o mesmo, desprezado.
Vez ou outra o ‘rei do Parque da Macaqueira’ tenta avisar que não está satisfeito com o tratamento que tem recebido. Em curtos espaços de tempo, considerando o número de acontecimentos, vários transbordamentos aconteceram, provocando destruições e danos materiais.
A falta de cuidado com os principais rios que cortam a cidade (do Ouro e Itapicuru) é um problema visivelmente percebido pela população e tem contribuído para o aumento dos estragos após os temporais. Impedida de percorrer seu curso natural a água tende a procurar outros atalhos e, consequentemente, enchentes provocam os prejuízos já conhecidos.
Há sempre água fluindo no Rio do Ouro, com colorações diferentes em diversos trechos por conta dos inúmeros despejos de esgotos sem tratamento em seu leito. As grandes e bonitas moradias construídas ao longo de sua margem contrastam com a sua realidade e demonstram que poder aquisitivo não é necessariamente sinônimo de consciência e cidadania.
Em meio a um cenário de poluição e degradação cada vez mais preocupante do rio mais querido da população jacobinense, torna-se mais do que necessário evidenciar o alerta e o pedido de engajamento da população para o cuidado com um dos principais patrimônios do município. É incompreensível que um bem natural com o legado histórico que possui o Rio do Ouro não seja respeitado e preservado.
Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 31/10/2019
Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 31/10/2019
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2019/10/31/rio-do-ouro-um-patrimonio-que-insiste-em-nao-ser-moribundo-artigo-de-gervasio-lima/
Cantado em versos e prosas, o rio que melhor caracteriza a história de Jacobina e seu codinome ‘Cidade do Ouro’ agoniza, apesar de insistir por existir. O lendário e importante Rio do Ouro, outrora responsável em fornecer energia elétrica e água para consumo para a população que teima em subestimá-lo, timidamente e ferido segue combalido, mas perene.
Local utilizado para passeios, piqueniques, banhos e até utilizado como ‘lavanderia comunitária’, o leito do Rio do Ouro foi fonte também de riqueza de garimpeiros que buscavam o metal precioso que empresta o seu nome. O sofrimento vem de longe, da época quando não se discutia sustentabilidade, preservação, condutas éticas, consciência ambiental e outros temas relacionados. Passaram-se os intendentes, os coronéis e inúmeros mandatos de prefeitos, e o Rio do Ouro sendo o mesmo, desprezado.
Vez ou outra o ‘rei do Parque da Macaqueira’ tenta avisar que não está satisfeito com o tratamento que tem recebido. Em curtos espaços de tempo, considerando o número de acontecimentos, vários transbordamentos aconteceram, provocando destruições e danos materiais.
A falta de cuidado com os principais rios que cortam a cidade (do Ouro e Itapicuru) é um problema visivelmente percebido pela população e tem contribuído para o aumento dos estragos após os temporais. Impedida de percorrer seu curso natural a água tende a procurar outros atalhos e, consequentemente, enchentes provocam os prejuízos já conhecidos.
Há sempre água fluindo no Rio do Ouro, com colorações diferentes em diversos trechos por conta dos inúmeros despejos de esgotos sem tratamento em seu leito. As grandes e bonitas moradias construídas ao longo de sua margem contrastam com a sua realidade e demonstram que poder aquisitivo não é necessariamente sinônimo de consciência e cidadania.
Em meio a um cenário de poluição e degradação cada vez mais preocupante do rio mais querido da população jacobinense, torna-se mais do que necessário evidenciar o alerta e o pedido de engajamento da população para o cuidado com um dos principais patrimônios do município. É incompreensível que um bem natural com o legado histórico que possui o Rio do Ouro não seja respeitado e preservado.
Por Gervásio Lima
Jornalista e historiador
in EcoDebate, ISSN 2446-9394, 31/10/2019
Autor: EcoDebate
Fonte: EcoDebate
Sítio Online da Publicação: EcoDebate
Data: 31/10/2019
Publicação Original: https://www.ecodebate.com.br/2019/10/31/rio-do-ouro-um-patrimonio-que-insiste-em-nao-ser-moribundo-artigo-de-gervasio-lima/