segunda-feira, 28 de julho de 2025

Encontro internacional na USP incentiva a criação de boas práticas de saúde mental


Encontro internacional será on-line e já está com inscrições abertas – Foto: Freepik
A USP realizará, entre os dias 4 e 8 de agosto, o II EIS:N – II Encontro de Informação e Saúde: Neurodiversidade. O evento é organizado pela Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e faz parte da programação oficial do “XI Congresso Internacional em Tecnologia e Organização da Informação (TOI2025)”. A conferência ocorrerá de forma virtual e serão emitidos certificados de participação. As inscrições estão abertas e podem ser feitas no site do evento.

O encontro tem como objetivo aprofundar o diálogo sobre inclusão, inovação tecnológica e práticas de cuidados em saúde mental voltadas à população neurodivergente, incluindo pessoas autistas, com TDAH, dislexia e outras condições.

Com uma proposta interdisciplinar, o evento contará com a participação de renomados pesquisadores, profissionais da saúde, educadores, desenvolvedores, ativistas e, especialmente, pessoas neurodivergentes do Brasil e de diversas partes do mundo.

Homem branco, com barba cerrada e usando óculos arredondados
Gabriel Cirino, responsável por desenvolver a startup Braine – Foto: FEA/USP
Segundo Gabriel Cirino, idealizador do EIS:N, neuropsicanalista computacional e doutorando em Ciência da Informação na ECA, o congresso é um chamado coletivo para transformar dor em dado, silêncio em sistema e exclusão em cuidado. “Reunimos ciência, tecnologia e humanidade para redesenhar o futuro da saúde mental a partir da escuta ativa das pessoas neurodivergentes. A Universidade precisa ser território de travessia, onde informação vira inclusão, e inovação nasce do encontro”, declara Cirino.

A iniciativa é liderada pela startup Braine – Brazilian Al for Neurodiversity, incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec), que auxilia no diagnóstico e acompanhamento de autismo por inteligência artificial, em parceria com o Observatório do Mercado de Trabalho do Profissional da Informação na Era Digital (CNPq/ECA), com colaborações científicas internacionais do Citcem (Universidade do Porto, Portugal), Laboratório de Tecnologias Intelectuais (LTI), da Universidade Federal da Paraíba, e outras instituições parceiras.

Segundo Bruna Scheffelmeier, organizadora do evento, a missão do congresso é reforçar o compromisso social da USP com inovação e inclusão. “Nossa missão é ampliar o acesso ao conhecimento e acelerar soluções baseadas em evidências para o cuidado neurodiverso, reforçando o compromisso social da Universidade com inovação responsável e inclusiva”, destaca Bruna. As inscrições estão abertas.

Confira os destaques da programação

4/8 (segunda-feira)
Arquiteturas Cognitivas: Design, Inclusão e Fluxos de Informação
Alex Soares, prof. Lucelmo Lacerda, dra. Lizzie Shephard e Gabriel Cirino

5/8 (terça-feira)
Cartografias do Sentir: Práticas Lúdicas, Narrativas Subjetivas e Curadoria do Cuidado
Angelita Fülle, Israel Soares, Victória Pereira, Matheus Carvalho e Milene da Silva Franco

6/8 (quarta-feira)
Ecossistemas Informacionais: Pesquisa, Autogestão e Inteligência Coletiva
Daniele Pendeza & Lucas Pontes, Letícia Fornaciari, Leiliane Furtado, Bruna Scheffelmeier e Maria Santana

7/8 (quinta-feira)
Linguagens do Cuidado: Comunicação, Estética e Mediação de Diversidades
Sandra Fantin, Rodrigo Guimarães, Tatiane André e Robson Rebechi

8/8 (sexta-feira)
Algoritmos da Ética: Compliance, Inteligência Artificial e Governança do Cuidado Mental
Gabriel Brigato Ramos, dra. Cristiana Rocca, dr. André Fujita e Fernanda Praxedes

Mais informações: https://neurodiversidade.braine.digital/ 



Autor: jornal.usp 
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data: 22/07/2025

Prêmio Jovem Cientista recebe inscrições até dia 31



As inscrições para o Prêmio Jovem Cientista podem ser feitas até as 18h do dia 31 de julho. A 31ª edição do prêmio tem como tema "Resposta às Mudanças Climáticas: Ciência, Tecnologia e Inovação como Aliadas”.

Podem submeter seus projetos de pesquisa alunos do ensino médio, do ensino superior, e pessoas que estejam cursando ou já tenham concluído mestrado ou doutorado. Entre as premiações previstas estão laptops, bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e valores em dinheiro que vão de R$ 12 mil a R$ 40 mil. As inscrições podem ser feitas no site do prêmio.

De acordo com as regras do concurso, estudantes de graduação ou pós-graduação podem apresentar projetos em 11 linhas de pesquisa. Já os alunos do ensino médio devem propor trabalhos científicos dentro de um dos seis eixos previstos no edital. Mais informações estão disponíveis neste link.

O Jovem Cientista ainda reconhece um pesquisador de destaque na área temática da edição (categoria Mérito Científico) e também instituições de ensino e pesquisa cujos alunos matriculados e egressos se destacaram na premiação (categoria Mérito Institucional).

O prêmio é iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do CNPq, em parceria com a Fundação Roberto Marinho e copatrocínio da Shell Brasil Petróleo Ltda.


Autor: agenciabrasil 
Fonte: agenciabrasil
Sítio Online da Publicação: agenciabrasil
Data: 22/07/2025

Uema leva ciência e biodiversidade do Maranhão à 77ª Reunião Anual da SBPC no Recife

A Universidade Estadual do Maranhão (Uema) marcou presença na 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), iniciada no domingo, 13 de julho, no Teatro do Parque, no Recife (PE). O evento segue até o sábado, 19 de julho, no campus Dois Irmãos da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com mais de 200 atividades gratuitas e abertas ao público, promovendo a divulgação científica em diferentes áreas do conhecimento.

A participação da Uema se destacou pelas ações educativas e científicas promovidas por professores e estudantes dos cursos de graduação e pós-graduação, com foco na biodiversidade, educação ambiental e preservação da fauna do Maranhão. A universidade levou ao evento materiais produzidos pela Coleção Zoológica do Maranhão (CZMA) e pelo Laboratório de Estudo da Fauna de Solo, além da exposição de resultados de pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa Ecológico de Longa Duração (PELD).
                                     
A CZMA, sediada no Campus Caxias da Uema e considerada o maior acervo de insetos do Nordeste, apresentou uma série de materiais didáticos utilizados em atividades de extensão e educação ambiental. Entre eles, estavam:

Gaveta didática com insetos representantes de diferentes ordens da entomofauna.
Histórias em quadrinhos sobre borboletas, ilustrando seu ciclo de vida, importância ecológica e o trabalho dos pesquisadores.
Trilha ecológica, um jogo de tabuleiro que aborda temas como resíduos sólidos, sustentabilidade e conservação da biodiversidade.
Jogo da memória das borboletas do Maranhão, destacando a diversidade e nomenclatura científica e popular das espécies.
Todas as atividades visaram promover a conscientização ambiental e o conhecimento da fauna regional entre o público visitante.                      
Além das atividades interativas, a Uema também esteve representada em sessões de apresentação de trabalhos científicos. Vinte e seis alunos da graduação e pós-graduação, oriundos dos cursos de Ciências Biológicas e Ciências Naturais (Campus Caxias), do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ambiente e Saúde (PPGBAS), do Mestrado em Agroecologia (Campus São Luís) e até do curso de Relações Internacionais, participaram com apresentações em formato de banner.

Outra atividade realizada, foi referente ao Programa Ecológico de Longa Duração – PELD, único sítio do programa no estado do Maranhão. A Uema expôs dados e materiais coletados no projeto, como plantas, minhocas e insetos, além de apresentar vídeos e material gráfico voltado à divulgação científica. A etapa inicial do PELD foi coordenada pelo professor Francisco Limeira de Oliveira, também do Campus Caxias e atualmente é coordenado pelo professor Guillaume Xavier Rousseau. 


Autor: uema 
Fonte: uema
Sítio Online da Publicação: uema
Data: 18/07/2025

terça-feira, 22 de julho de 2025

Passeio de observação de baleias vê pilha flutuante de lixo — com alguém preso dentro


Durante um passeio organizado pela empresa Insider Divers, especializada em turismo de mergulho e observação de animais marinhos, uma cena curiosa chamou a atenção do grupo liderado por Simon Lorenz.

Enquanto os participantes procuravam por baleias, o guia notou algo peculiar boiando ao longe. Tratava-se de uma grande pilha de lixo flutuante.

O animal estava preso em uma rede. (Foto: Instagram / thedodo e insiderdivers)
“Havia uma concha enorme lá dentro”, contou o guia em um vídeo para o site The Dodo.

Apesar da aparência comum no atual cenário de poluição oceânica, havia algo diferente naquela massa de detritos.

Como de costume, Lorenz pediu que o barco parasse para investigar, já que estruturas como essas frequentemente atraem peixes e até grandes predadores.

O guia decidiu agir. (Foto: Instagram / thedodo e insiderdivers)
Mas dessa vez, algo se mexia entre os restos de plástico e cordas velhas. Inicialmente, o grupo pensou se tratar de uma carcaça ou algum objeto grande, mas ao se aproximarem, perceberam que se tratava de um ser vivo, preso e aparentemente exausto.

Foi aí que o mistério se revelou.
Uma concha arredondada emergia parcialmente da água, e pequenas nadadeiras agitavam a superfície em desespero silencioso.

Lorenz logo identificou o animal como uma tartaruga-oliva, uma espécie ameaçada que habita águas tropicais.

Ela estava completamente enredada em uma rede de pesca descartada.

Esse tipo de resíduo, conhecido como rede fantasma, é um dos grandes vilões dos mares, colocando milhares de animais em risco todos os anos.

A rede estava com lixo acumulado. (Foto: Instagram / thedodo e insiderdivers)
Comovidos pela cena, o grupo decidiu agir.

Um dos guias pulou imediatamente na água com uma faca em mãos, tentando cortar os fios que se enrolavam em torno do casco e das nadadeiras da tartaruga.

Mesmo presa, ela se manteve incrivelmente calma, como se compreendesse que aqueles humanos estavam ali para salvá-la.

O trabalho foi mais difícil do que parecia.
As cordas estavam firmemente entrelaçadas e exigiram quase 40 minutos de esforço coletivo. Alguns turistas decidiram entrar na água para ajudar a segurar o animal enquanto o guia trabalhava.

Quando finalmente o último fio foi cortado, a tartaruga mergulhou com força rumo à liberdade.



Autor: amomeupet 
Fonte: amomeupet
Sítio Online da Publicação: amomeupet
Data: 20/07/2025

O dia de hoje vai ter menos de 24 horas, a 5 de agosto vai ser igual: e isso afeta computadores, telefones, telecomunicações


A Terra está a girar mais depressa este verão, tornando os dias ligeiramente mais curtos e atraindo a atenção de cientistas e de quem cronometra o tempo.

O dia 10 de julho foi o dia mais curto do ano até agora, com uma duração de 1,36 milissegundos inferior a 24 horas, de acordo com dados do Serviço Internacional de Rotação da Terra e Sistemas de Referência e do Observatório Naval dos EUA, compilados pelo site timeanddate.com. Mais dias excecionalmente curtos vão acontecer esta terça-feira e depois a 5 de agosto, atualmente previstos para serem 1,34 e 1,25 milissegundos mais curtos do que 24 horas, respetivamente.

A duração de um dia é o tempo que o planeta demora a completar uma rotação completa sobre o seu eixo - 24 horas ou 86 400 segundos, em média. Mas, na realidade, cada rotação é ligeiramente irregular devido a uma série de fatores, como a força gravitacional da lua, as mudanças sazonais na atmosfera e a influência do núcleo líquido da Terra. Como resultado, uma rotação completa demora normalmente um pouco menos ou um pouco mais de 86.400 segundos - uma discrepância de apenas milissegundos que não tem qualquer efeito óbvio na vida quotidiana.

No entanto, estas discrepâncias podem, a longo prazo, afetar os computadores, os satélites e as telecomunicações, razão pela qual até os mais pequenos desvios de tempo são controlados através de relógios atómicos, que foram introduzidos em 1955. Alguns especialistas acreditam que isto pode levar a um cenário semelhante ao problema do Y2K, que ameaçava parar a civilização moderna.

Os relógios atómicos contam as oscilações dos átomos mantidos numa câmara de vácuo dentro do próprio relógio para calcular 24 horas com o máximo grau de precisão. Chamamos à hora resultante UTC, ou Tempo Universal Coordenado, que se baseia em cerca de 450 relógios atómicos e é a norma mundial para a contagem do tempo, bem como a hora para a qual todos os nossos telefones e computadores estão configurados.

Um relógio atómico no laboratório de tempo do Physikalisch-Technische Bundesanstalt (PTB), na Alemanha. Estes aparelhos utilizam lasers e átomos para calcular o tempo com extrema precisão foto Julian Stratenschulte/picture alliance/dpa/Getty Images
Os astrónomos também acompanham a rotação da Terra - utilizando satélites que verificam a posição do planeta em relação às estrelas fixas, por exemplo - e podem detetar diferenças mínimas entre o tempo dos relógios atómicos e o tempo que a Terra leva realmente a completar uma rotação completa. No ano passado, a 5 de julho de 2024, a Terra viveu o dia mais curto alguma vez registado desde o advento do relógio atómico, há 65 anos, com menos 1,66 milissegundos do que 24 horas.

“Desde 1972 que se regista uma tendência para dias ligeiramente mais rápidos”, afirma Duncan Agnew, professor emérito de geofísica no Scripps Institution of Oceanography e geofísico investigador na Universidade da Califórnia, em San Diego, EUA. "Mas há flutuações. É como observar o mercado de acções. Há tendências a longo prazo e depois há picos e quedas."


Autor: cnnportugal 
Fonte: cnnportugal
Sítio Online da Publicação: cnnportugal
Data: 22/07/2025

quinta-feira, 17 de julho de 2025

Planeta está girando mais rápido, e os dias ficando mais curtos


Na última semana, registraram-se os dias mais curtos do ano até agora. Segundo dados divulgados na sexta-feira pelo Observatório Naval dos EUA e pelo Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS), a rotação da Terra na quarta-feira durou cerca de 1,34 milissegundos a menos que as habituais 24 horas.

Segundo previsões do site Time and Date, mais rotações aceleradas são esperadas para o final de julho e o início de agosto. Isso não é totalmente fora do comum: nos últimos tempos, a Terra tem girado mais rápido do que o normal. Em média, os dias vêm encurtando ao longo da última década e, nos últimos cinco anos, a rotação completa frequentemente tem durado um pouco menos que 24 horas.

Entre os fatores que impulsionam essa mudança estão os movimentos do núcleo da Terra, alterações atmosféricas e a posição da Lua.

No entanto, as tendências de longo prazo não indicam que os dias continuarão encurtando indefinidamente. Na verdade, o oposto é o esperado. Por milênios, os dias vêm se alongando. Estudos indicam que um Tiranossauro rex que viveu há 70 milhões de anos vivia dias com cerca de 23 horas e meia de duração.

Essa tendência de aumento deve continuar, afirma Clark R. Wilson, professor pesquisador do Centro de Pesquisa Espacial da Universidade do Texas em Austin, embora o processo seja tão lento que está “muito além das escalas de tempo humanas”.

A principal razão está na energia perdida pelas marés. A força gravitacional da Lua é responsável pelas marés na Terra. As correntes de maré aquecem levemente os oceanos, dissipando energia, o que desacelera a rotação da Terra e permite que a Lua se afaste progressivamente. (Atualmente, a Lua se afasta cerca de 4 centímetros por ano.)

Em termos físicos, Lua e Terra formam um sistema com momento angular total constante. À medida que a órbita da Lua se expande, e seu momento angular aumenta, o momento angular da Terra precisa diminuir. Por isso, os dias se tornam mais longos. Mas esse é um processo que leva bilhões de anos e que é influenciado por flutuações de curto prazo.

Dados de séculos mostram que a velocidade da rotação da Terra nunca foi constante. Houve períodos de desaceleração, como nos anos 1970 e no início dos anos 1990, em que o dia superava 24 horas por mais de 2 milissegundos. E houve períodos de aceleração, como agora.

Muitos fatores internos e externos à Terra provocam essas variações, e eles podem mudar diariamente ou ao longo de décadas. O movimento de materiais dentro da Terra, do núcleo ao manto e à crosta, afeta a velocidade da rotação. O clima e alterações atmosféricas de longo prazo também influenciam.


Autor: oglobo 
Fonte: oglobo
Sítio Online da Publicação: oglobo
Data: 13/07/2025

Duas novas espécies de lesmas-do-mar descobertas na Indonésia com ajuda de cientistas cidadãs


Cinco investigadoras oriundas da Alemanha, Indonésia e País de Gales descobriram recentemente duas novas espécies de lesmas-do-mar da família Phyllidiidae, conhecidas como lesmas-do-mar verrugosas, nas águas do Norte de Sulawesi, na Indonésia.

As espécies, agora formalmente descritas como Phyllidia ovata e Phyllidia fontjei, destacam-se não só pela sua raridade e coloração vibrante, mas também pelo papel essencial desempenhado por entusiastas não-científicos na sua identificação.

As lesmas-do-mar da família Phyllidiidae são comuns no Oceano Indo-Pacífico, onde se alimentam de esponjas, das quais extraem toxinas para a sua própria defesa. São amplamente conhecidas tanto por cientistas como por amantes da natureza, devido às suas cores de advertência e mecanismos químicos de proteção.

Na região de Sulawesi do Norte, estima-se que existam cerca de 350 espécies diferentes de lesmas-do-mar, das quais cerca de 100 ainda aguardam identificação formal. Com estas duas novas descobertas, a biodiversidade marinha da zona ganha ainda mais destaque a nível científico.

Phyllidia ovata: a lesma “ovo”

A primeira nova espécie, Phyllidia ovata, deve o seu nome à sua forma e padrão corporal, que lembram um ovo. Com cerca de 5 cm de comprimento, esta lesma-do-mar de tamanho médio tem sido fotografada ao longo dos últimos 23 anos em países como Indonésia, Japão, Taiwan, Filipinas e Austrália, mas só agora foi reconhecida como uma espécie nova para a ciência. A descrição formal baseia-se num exemplar recolhido por um mergulhador em Sulawesi do Norte.

Phyllidia fontjei: um tributo a um cientista indonésio
Já a segunda espécie, Phyllidia fontjei, recebeu o nome em homenagem ao falecido Dr. Fontje Kaligis, um investigador indonésio que se destacou pela promoção da cooperação internacional para o estudo da biodiversidade – por vezes escondida – da região. Esta pequena lesma, que atinge apenas 16 mm de comprimento, é difícil de encontrar e foi descrita a partir de um único exemplar de referência, o chamado holótipo. Este exemplar foi examinado histologicamente, permitindo uma análise anatómica detalhada.

Apesar da sua raridade, a Phyllidia fontjei já tinha sido fotografada nos últimos 15 anos em locais como a Indonésia, Malásia e, com maior frequência, no Mar de Andamão, no Oceano Índico.

O papel da ciência cidadã
Estas descobertas só foram possíveis graças, em grande parte, ao contributo de cidadãos apaixonados pela vida marinha, muitos dos quais não têm formação científica formal. Plataformas de ciência cidadã como o iNaturalist, redes sociais como o Facebook, e comunidades especializadas como o NudiPixel e o extinto Sea Slug Forum, forneceram imagens e dados cruciais que permitiram identificar estas espécies e compreender melhor a sua distribuição geográfica.

“Utilizamos estas plataformas em muitos campos da taxonomia, especialmente quando as espécies são visualmente distintas, e já o fazemos há mais de duas décadas”, afirmou Nathalie Yonow, da Universidade de Swansea, uma das autoras do estudo.

O trabalho de identificação e descrição das novas espécies foi publicado na revista científica de acesso aberto ZooKeys.


Autor: sustentix 
Fonte: sustentix
Sítio Online da Publicação: sustentix
Data: 16/07/2025

Descoberto novo tipo sanguíneo, mas até agora só se conhece uma pessoa que o tem


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Amaioria de nós conhece o seu grupo sanguíneo – A, B, AB ou O – e se são Rh positivo ou negativo. Mas estas categorias assim representadas (letras e sinal positivo ou negativo) correspondem a apenas dois de dezenas de sistemas de grupos sanguíneos que determinam a compatibilidade para as transfusões. Eram 47, agora passaram a 48, com a descoberta, em Guadalupe, de um tipo classificado como Gwada negativo.

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A única portadora conhecida é uma mulher que se submeteu a análises como parte da rotina de preparação para uma cirurgia: o seu plasma sanguíneo reagiu contra todas as amostras de potenciais dadores testadas, incluindo as dos seus próprios irmãos. Para perceber o porquê, os especialistas tiveram de recorrer à análise genética de ponta e foi assim que descobriram uma mutação num gene chamado PIGZ.,

Esta alteração cria um novo antigénio – uma caraterística chave que define um grupo sanguíneo – resultando numa classificação totalmente nova: Gwada positivo (com o antigénio) ou negativo (sem o antigénio).


Autor: visao 
Fonte: visao
Sítio Online da Publicação: visao
Data: 15/07/2025

segunda-feira, 14 de julho de 2025

Rigor científico com boa linguagem narrativa

Episódio 3
Outra postura que resultou dessa raiz cultural influente?
A produção de trabalhos acadêmicos – dissertações, teses, artigos – em linguagem compatível com o padrão exigido no universo universitário, mas facilmente adaptável para a veiculação para o grande público – especializado ou não – em formato de livro. O rigor científico pode caminhar em sintonia com a boa linguagem narrativa.

Daí, talvez, um dos fatores de explicação da obra Páginas Ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura – Jornalismo literário, derivada da tese de doutorado de Ed, ter se tornado um livro seminal sobre o tema. Daí também sua dissertação de mestrado ter se transformado num livro didático, originalmente publicado no México – por um tempo adotado em cursos de graduação de pelo menos uma universidade espanhola – e mais recentemente no Brasil: Jornalismo para um novo tempo: o legado da Teoria Geral dos Sistemas.

Autor: jornal.usp 
Fonte: jornal.usp
Sítio Online da Publicação: jornal.usp
Data: 08/07/2025

Arqueometria: laboratório do Instituto de Física da Uerj põe a tecnologia a serviço da história e da arte


08/07/202513:04

Diretoria de Comunicação da Uerj 
Professor Marcelino dos Anjos (à direita) e Hamilton Gama Filho, pesquisador do Inovuerj, analisam composição de pintura
 

No sexto andar do Complexo Fonseca Teles, em São Cristóvão, funciona um dos polos mais especializados da Uerj: o Laboratório de Instrumentação Eletrônica e Técnicas Analíticas (Lieta), vinculado ao Instituto de Física Armando Dias Tavares (FIS). Entre outras atividades, a equipe se dedica a uma área ainda pouco conhecida do grande público: a Arqueometria. Por meio de técnicas analíticas não destrutivas, como a espectrometria de raios-x, são investigadas a composição química e a estrutura de objetos históricos e artísticos — de pinturas e esculturas a tecidos, cerâmicas, moedas e metais.

Entre os casos estudados, estão a berlinda de aparato – uma carruagem cerimonial –, do imperador D. Pedro II, considerada o veículo oficial mais importante da corte, e o Traje Imperial, usado pelo monarca em ocasiões cerimoniais e solenes, como em sua coroação e nas aberturas e encerramentos das sessões do Parlamento Brasileiro.

Segundo o coordenador do Lieta, professor Marcelino José dos Anjos, a natureza do trabalho é investigativa. “Somos como detetives da ciência a serviço do patrimônio e dos bens culturais”, explica. “Nossa proposta é reconstruir histórias perdidas de materiais e objetos, determinando origens, técnicas de manufatura, processos de degradação e até a autenticidade das peças”, acrescenta o professor.

Equipe do Lieta com a carruagem cerimonial de D. Pedro II
De acordo com a restauradora Eliane Zanatta, do Instituto Histórico de Petrópolis, as peças possuem forte simbolismo histórico e cultural. “São verdadeiras insígnias do Segundo Império brasileiro e passaram por restauração na história recente do Museu Imperial/Ibram”, destaca. “Com a participação de uma equipe interdisciplinar, buscou-se cumprir o que se preconiza sobre a importância de tais articulações para o conhecimento dos bens culturais, bens simbólicos que suscitam uma multiplicidade de informações, porque constituem parte importante da herança cultural de uma comunidade e até mesmo da humanidade”, complementa a profissional, que é colaboradora do projeto.

Da tecnologia de ponta à cultura originária

O Lieta é uma Unidade de Desenvolvimento Tecnológico (UDT) cadastrada no Departamento de Inovação da Uerj (InovUerj). Ambiente multidisciplinar, que se destaca por integrar ensino, pesquisa, extensão e inovação, possui uma equipe formada por pesquisadores docentes, discentes, bolsistas e profissionais de diversas instituições. A infraestrutura do laboratório – que está instalada em uma área com 250m2 –, conta com equipamentos sofisticados, cujas denominações, para os leigos, parecem saídos de obras de ficção científica, como o sistema de microfluorescência de raios-x M4 Tornado (Bruker), o microtomógrafo SkyScan 1272 e o espectrômetro Raman DXR2. Além disso, o laboratório desenvolve seus próprios sistemas portáteis, como o Uirapuru-X e o Araucária-X, batizados em tupi-guarani, reafirmando o compromisso com uma ciência nacional e plural.

Desafios atuais e futuros

Além da excelência científica, o Lieta se destaca também pelo compromisso social. “Formamos profissionais de alto nível, promovemos a inclusão e a redução das desigualdades, utilizando a pesquisa científica como agente de transformação e de democratização do acesso ao conhecimento científico”, destaca Marcelino dos Anjos.

Olhando para o futuro, os pesquisadores do laboratório vislumbram novas fronteiras: o uso de inteligência artificial e bancos de dados globais na identificação de falsificações, o desenvolvimento de novas técnicas analíticas e a aplicação de reconstruções digitais 3D de objetos danificados. Com uma equipe multidisciplinar e parcerias com instituições como o Museu Imperial, o Lieta mostra que preservar o passado é também uma forma de projetar um futuro mais consciente e inclusivo.

No site do Lieta é possível conhecer mais sobre o trabalho desenvolvido pelos profissionais do laboratório.

Autor: uerj 
Fonte: uerj
Sítio Online da Publicação: uerj
Data: 08/07/2025

Distúrbios geomagnéticos causados pelo Sol influenciam a ocorrência de infarto, sobretudo entre mulheres



Karina Toledo | Agência FAPESP – Artigo publicado em 01/07 na revista Communications Medicine aponta uma correlação entre perturbações no campo magnético da Terra decorrentes de tempestades solares e aumento na frequência de ataques cardíacos – sobretudo entre mulheres.

Para chegar a essa conclusão, os autores analisaram dados da rede pública de saúde de São José dos Campos (SP) registrados entre 1998 e 2005, período considerado de intensa atividade solar. Com foco nas admissões hospitalares por infarto do miocárdio, foram incluídas informações de 871 homens e 469 mulheres. Também foram incorporados na análise estatística dados do Índice Planetário (Kp-Index), um indicador de variações no campo geomagnético da Terra.

“Classificamos os dias analisados como calmos, moderados ou perturbados. E os dados de saúde foram divididos por sexo e faixa etária [até 30 anos; entre 31 e 60; acima de 60 anos]. Vale destacar que o número de infartos entre os homens é quase duas vezes maior – independentemente da condição geomagnética. Mas quando olhamos para a taxa de frequência relativa de casos, constatamos que, para mulheres, ela é nitidamente mais alta durante condições geomagnéticas perturbadas em comparação com as condições calmas. Na faixa entre 31 e 60 anos chega a ser três vezes maior. Portanto, nossos resultados sugerem que as mulheres têm maior suscetibilidade à condição geomagnética”, conta à Agência FAPESP Luiz Felipe Campos de Rezende, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e autor correspondente do artigo.

Como explica Rezende, as perturbações geomagnéticas são causadas pelo impacto do vento solar na magnetosfera (região mais externa da atmosfera, onde o vento solar encontra o campo magnético da Terra) e seus efeitos sobre a comunicação via satélite e os sistemas de posicionamento global (GPS) são bastante conhecidos.

Desde o fim da década de 1970, estudos conduzidos no hemisfério Norte têm sugerido que as partículas magnéticas expelidas pelo Sol podem também ter impacto sobre a saúde humana, particularmente o sistema cardiovascular. Dados da literatura apontam como possíveis explicações mudanças na pressão arterial, no ritmo cardíaco e até mesmo no ritmo circadiano, que regula o ciclo sono-vigília e todas as funções biológicas do organismo. Mas esta é ainda uma questão científica em aberto.

“Este é o primeiro estudo sobre o tema feito para nossas latitudes, mas ele também não é conclusivo. Portanto, a intenção não é incitar alarme na população, particularmente entre as mulheres. Existem algumas limitações a serem consideradas: trata-se de uma investigação observacional realizada em uma única cidade, utilizando um tamanho amostral ainda não ideal para as questões médicas. Contudo, achamos que essas descobertas representam um resultado empírico de significância hipotética e relevância que não devem ser desconsideradas no contexto científico”, afirma o cientista.

Este também parece ser o primeiro, ou ao menos um dos poucos estudos, a apontar a maior suscetibilidade feminina às perturbações geomagnéticas. As causas para esse fenômeno não foram exploradas no artigo. “Não encontramos na literatura uma publicação significativa a respeito. É uma questão para estudos futuros”, pontua Rezende.

Predição e prevenção

O Sol passa por períodos de maior e menor atividade magnética, em um ciclo que dura em média 11 anos. Estima-se que entre o fim de 2024 e o início de 2025 tenha ocorrido a fase conhecida como “máximo solar”, ou seja, o período do ciclo de maior atividade magnética. Segundo especialistas, 2025 será um ano de alta atividade solar. Contudo, vale ressaltar que as perturbações no campo magnético da Terra ocorrem de forma esporádica. O Inpe mantém um site que monitora essas variações.

“Cientistas de todo o mundo têm tentado predizer a ocorrência de perturbações geomagnéticas, mas a acurácia, por enquanto, não é boa. Quando esse tipo de serviço estiver mais avançado – e caso se confirme o impacto dos distúrbios magnéticos no coração –, poderemos pensar em estratégias de prevenção do ponto de vista da saúde pública, considerando principalmente indivíduos que já sofrem de problemas cardíacos”, avalia Rezende.

O artigo Influence of geomagnetic disturbances on myocardial infarctions in women and men from Brazil pode ser lido em: www.nature.com/articles/s43856-025-00887-7.


Autor: FAPERJ 
Fonte: FAPERJ
Sítio Online da Publicação: FAPERJ
Data: 05/07/2025
Publicação Original: 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Cientistas reconstroem rosto de mulher com 10.500 anos a partir de amostra de ADN



Mulher pertencia ao mesmo grupo populacional do Homem de Cheddar, que viveu no atual Reino Unido por volta da mesma altura
Uma equipa de investigadores que estudam os restos mortais de uma mulher pré-histórica que viveu há cerca de 10.500 anos na atual Bélgica fez uma reconstrução do seu rosto utilizando ADN antigo.

A equipa, liderada por investigadores da Universidade de Ghent, descobriu que a mulher teria olhos azuis e pele ligeiramente mais clara do que a maioria das outras pessoas do período Mesolítico na Europa Ocidental que foram analisadas até à data, de acordo com um comunicado daquela universidade.

Segundo Isabelle De Groote, arqueóloga da Universidade de Ghent que lidera o projeto de investigação sobre o Mesolítico belga, a mulher pertencia ao mesmo grupo populacional do Homem de Cheddar, que viveu no atual Reino Unido por volta da mesma altura, mas tinha a pele mais clara.

Reconstrução de uma possível cena da vida quotidiana da comunidade feminina. (Ulco Glimmerveen/Departamento de Arqueologia)

As descobertas desafiam os pressupostos anteriores de que os caçadores recolectores europeus partilhavam a mesma composição genética e demonstram que já havia uma variação considerável na cor da pele entre as diferentes populações, aponta Isabelle De Groote.

“A avaliar pelo crânio, também podemos dizer que ela tinha entre 35 e 60 anos de idade”, assume a investigadora, em declarações à CNN.


Autor: cnnportugal
Fonte: cnnportugal
Sítio Online da Publicação: cnnportugal
Data: 05/07/2025

sexta-feira, 4 de julho de 2025

O novo mapa genético da cannabis e os caminhos para o futuro


Nos fios do DNA da cannabis: uma planta, mil histórias para contar | Reprodução IA

Antes de ser remédio, resistência ou polêmica, a cannabis é vida. É uma planta que pulsa história em suas fibras e segredos em seu DNA.

Agora, pela primeira vez, cientistas conseguiram decifrar seu genoma como quem lê uma carta antiga, ou seja, cheia de revelações. E o que se descobre ao abrir esse envelope genético vai muito além de tetrahidrocanabinol (THC), canabidiol (CBD) ou dos rótulos “sativa” e “indica”, estamos diante de uma chave para o passado, o presente e, principalmente, o futuro da planta que está transformando a medicina e a agricultura.


Um mapa feito de mil caminhos

Publicado na revista Nature, o estudo revela o pangenoma mais completo da cannabis até agora. Foram analisados 193 genomas, entre machos e fêmeas, plantas selvagens e cultivares industriais, vindas de quatro continentes. O resultado é um retrato genético de tirar o fôlego: mosaico, mutável, híbrido.

Essa plasticidade explica por que duas plantas que parecem gêmeas podem, na verdade, ser mundos diferentes em aroma, efeito e composição química. É como se a cannabis carregasse dentro de si inúmeras identidades, moldadas por séculos de cultivo humano e evolução natural.


Sexo, mutações e os mistérios da floração

Um dos grandes achados do estudo está nos cromossomos sexuais da cannabis. A espécie tem "X" e "Y" altamente complexos, com versões diferentes do cromossomo "Y". Essa diversidade pode explicar variações no tempo de floração e em características específicas entre machos e fêmeas, um detalhe crucial para quem cultiva com precisão ou pesquisa a planta em seus mínimos detalhes.

A instabilidade do genoma também chama atenção: mais de 68% dele é formado por "genes saltadores", elementos que se movem e criam mutações. Para cientistas e criadores, isso representa uma mina de ouro evolutiva, cheia de potencial para novas cepas mais resistentes, aromáticas e terapêuticas.

THC e CBD: velhos conhecidos, genes fixos

Curiosamente, enquanto boa parte do genoma é fluido, os genes que produzem THC e CBD são bastante estáveis. Isso se deve à seleção humana. Ao longo do tempo, agricultores fixaram essas características para garantir rendimentos mais altos. Mas essa fixação vem com um custo, o da diversidade genética.

Por isso, entender outras rotas genéticas, como as dos canabinoides raros, é essencial. Esses compostos promissores seguem caminhos mais complexos no DNA e podem abrir portas terapêuticas ainda pouco exploradas.


Uma planta, infinitas possibilidades

Compreender o genoma da cannabis é mais do que um feito acadêmico. É uma ferramenta de transformação. Ao mergulhar fundo nessa matriz biológica, cientistas poderão desenvolver variedades adaptadas a diferentes climas, com maior resistência, produtividade ou perfis terapêuticos específicos.

Mais do que isso, esse conhecimento ajuda a preservar a diversidade da planta em tempos de industrialização acelerada, garantindo que, no processo de domesticação, não se perca o que há de mais valioso: sua multiplicidade.
 

Com informações de El Planteo. 


Autor: sechat
Fonte: sechat
Sítio Online da Publicação: sechat
Data: 01/07/2025

Bactérias transformam plástico em paracetamol


CiênciaGlobal
Bactérias transformam plástico em paracetamol
24/06/202524 de junho de 2025
Pesquisadores desenvolvem técnica pioneira que pode revolucionar a gestão de resíduos e produção sustentável de medicamentos.

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Caixas do medicamento paracetamol dispostas em uma estante 
Bactéria E. coli, comumente usada em biotecnologia, pode transformar o ácido tereftálico no ingrediente ativo do paracetamolFoto: Jeff J Mitchell/Getty Images
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Uma equipe de cientistas da Universidade de Edimburgo, na Escócia, desenvolveu uma técnica pioneira para transformar resíduos plásticos em paracetamol usando bactérias geneticamente modificadas. A descoberta, publicada nesta segunda-feira (23/06) na revista científica Nature Chemistry, pode revolucionar tanto a gestão de resíduos quanto a produção sustentável de medicamentos.

A pesquisa mostra que a bactéria Escherichia coli (E. coli), comumente usada em biotecnologia, pode transformar o ácido tereftálico – uma molécula presente em garrafas e recipientes plásticos de politereftatalato de etileno (pet) – no ingrediente ativo do popular analgésico e antitérmico.

"Utilizando micróbios vivos, realizamos transformações químicas sofisticadas que podem abrir novas formas mais ecológicos e sustentáveis para produzir materiais valiosos, como medicamentos, a partir de resíduos", afirmou Stephen Wallace, autor do estudo, citado pelo jornal espanhol El País.

Através de um processo de fermentação semelhante ao da cerveja, os pesquisadores conseguiram concluir o processo de transformação do plástico em paracetamol em menos de 24 horas, com eficiência de 90%, ou de até 92% em condições otimizadas.

O procedimento é realizado em temperatura ambiente e gera emissões mínimas de carbono, ao contrário do método industrial comum, que depende do petróleo e contribui significativamente para as mudanças climáticas.

"Este trabalho demonstra que o plástico pet não é apenas um resíduo ou um material destinado a se tornar mais plástico. Microrganismos podem transformá-lo em produtos valiosos, incluindo medicamentos", explicou Wallace, que também é professor de biotecnologia química na Universidade de Edimburgo.

Autor: dw
Fonte: dw
Sítio Online da Publicação: dw
Data: 24/06/2025

Dia Nacional da Ciência e do Pesquisador Científico


No dia 8 de julho, celebra-se o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador Científico, instituídos pelas Leis nº 10.221/2001 e nº 11.807/2008. Essas datas homenageiam a criação da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em 1948, e têm como objetivo destacar a importância da produção científica no país e estimular o interesse dos jovens pela ciência.

Este dia é especialmente relevante para os(as) Biólogos(as), pois a Biologia é uma ciência fundamental que contribui significativamente para a compreensão e solução de problemas ambientais, de saúde, de biodiversidade e de educação. Os(as) Biólogos(as), como pesquisadores científicos, desempenham um papel crucial na investigação de ecossistemas, no desenvolvimento de novas tecnologias biológicas e na promoção da conservação ambiental.

A pesquisa científica no Brasil é vital para o desenvolvimento de soluções para problemas sociais e ambientais. Os pesquisadores desempenham um papel crucial, como demonstrado no combate à pandemia de Covid-19. Em reconhecimento a esses profissionais, o CFBio reafirma seu compromisso de apoiar a pesquisa científica e contribuir para o progresso do conhecimento no Brasil.

Autor: cfbio
Fonte: cfbio
Sítio Online da Publicação: cfbio
Data: 08/07/2025

terça-feira, 1 de julho de 2025

Dinossauros eram mais lentos do que se imaginava, diz estudo com galinhas d'angola


Algumas espécies de galinhas-d'angola possuem um tipo de capacete ósseo no topo da cabeça e destacado numa região sem penas Frans Vandewalle/Flickr
O cinema retrata os dinossauros como seres velozes e predadores implacáveis, que não davam chance para suas presas. Mas quão rápido eles realmente eram? Um estudo publicado na revista científica Biology Letters indicou que cálculos tradicionais para determinar a velocidade dos dinossauros podem estar equivocados. E a pesquisa colocou isso à prova de maneira criativa: usando galinhas-d’angola para estimar a velocidade de deslocamento de seus ancestrais répteis extintos.

Para determinar a velocidade que um dinossauro corria, os paleontólogos normalmente utilizam equações matemáticas que partem da distância entre pegadas dos animais deixadas em trilhas, por exemplo. Porém, novos estudos mostram como esse método pode ser inconsistente. Um deles, feito por pesquisadores de universidades no Reino Unido, EUA e Brasil, trabalharam com membros da única linhagem de dinossauros ainda existente: as aves.

Recorrendo às simpáticas galinhas-d’angola (Numida meleagris), a pesquisa fez com que essas aves corressem em percursos de lama com diferentes consistências. O resultado você pode ver nas imagens abaixo, que indicam pegadas deixadas pelos galináceos em diferentes tipos de solos:

Na imagem acima, podem ser vistas as marcações das pegadas de galinhas-d’angola em consistências de lama, sendo elas firme, macia e ultra macia — Foto: Tash L. Prescott/Biology Letters
Na imagem acima, podem ser vistas as marcações das pegadas de galinhas-d’angola em consistências de lama, sendo elas firme, macia e ultra macia — Foto: Tash L. Prescott/Biology Letters

Corrida pré-histórica
Os experimentos foram gravados e cronometrados para que fosse possível determinar a velocidade real dos movimentos das galinhas. Após isso, os cientistas usaram equações e procedimentos de fotogrametria – técnica para medir objetos e ambientes a partir de fotos – para calcular a velocidade das aves com base nas pegadas marcadas da trilha.

Comparando os resultados obtidos pelas gravações e pelas pegadas, os pesquisadores notaram que o método que avalia somente as trilhas de lama indicava que as galinhas estavam correndo até quatro vezes mais rápido do que realmente corriam em todos os experimentos.

Isso fortaleceu a teoria de que os cálculos utilizados em trilhas de dinossauros não necessariamente representam a realidade dos movimentos desses animais no passado.

A noção de que os cálculos historicamente feitos para os dinossauros assumem que eles andassem por superfícies mais sólidas que a lama também colabora para a ideia de que, nesse tipo de superfície, a velocidade de deslocamento deles seria menor.

Outra conclusão obtida no estudo foi a de que o comprimento do passo das galinhas (e provavelmente dos dinossauros) não é um bom indicador de aceleração e desaceleração. As equações anteriormente usadas assumem que um passo mais longo equivale a uma velocidade maior, porém as gravações mostraram aves se movendo em diferentes velocidades, mesmo deixando pegadas com distâncias semelhantes entre elas.

Moral da história? Dinos que deixaram suas pegadas em solos mais firmes não necessariamente eram mais rápidos do que aqueles que circulavam áreas de solo mais macio.


Autor: revistagalileu
Fonte: revistagalileu
Sítio Online da Publicação: revistagalileu
Data: 30/06/2025

Cartilhas da Uerj esclarecem dúvidas sobre Transtorno do Espectro Autista


Equipe do Lavimpi/Uerj: pesquisadores lançaram cartilha para esclarecer as principais dúvidas sobre o Transtorno do Espectro Autista - TEA (Fotos: Divulgação)

Muito se fala sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e muitas ainda são as dúvidas relacionadas ao autismo, como o seu diagnóstico e possíveis causas. Para esclarecer as principais questões acerca do assunto, pesquisadores do Laboratório de Vibrações Mecânicas e Práticas Integrativas (Lavimpi), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), lançaram uma coleção de cinco cartilhas, editada com apoio da FAPERJ, que trata de aspectos como sintomas, terapias, níveis de suporte, direitos e aprendizagem de pessoas com TEA.

O primeiro livro da série dedica-se a questões centrais, começando pela definição de TEA, que não é considerado uma doença, mas sim um transtorno global do desenvolvimento, que, dependendo do nível, afeta as funções e habilidades da comunicação, da aprendizagem e da interação social. Aborda, também, uma das principais dúvidas sobre o tema: as causas do transtorno. Segundo a professora Danúbia de Sá-Caputo, pesquisadora responsável pelo Lavimpi/Uerj, uma das autoras e coordenadora dos textos da cartilha, há fatores genéticos, hereditários e ambientais relacionados ao TEA. Mas ainda não há uma resposta definitiva para essa pergunta.

“Há muitas teorias a respeito. Particularmente, acredito que não seja um fator isolado, mas sim, um conjunto de aspectos que se somam e têm aumentado o número de casos. É lógico que hoje há um esclarecimento maior. Há muitos adultos se identificando, buscando ajuda, fazendo os testes e avaliações neuropsicológicas necessárias e obtendo o diagnóstico tardio. Há uma conscientização maior. Mas não podemos achar que seja só isso. Tem algo acontecendo que tem proporcionado esse aumento de casos. É um conjunto. Mas não há ainda na literatura algo que determine uma causa principal”, esclarece Danúbia, apoiada pelo programa Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ e bolsista de produtividade do CNPq.

A publicação mostra que alguns sinais do TEA já podem ser notados logo após o nascimento. Para a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), na maioria dos casos os sintomas são percebidos de forma mais clara entre o 12º e o 24º mês de idade. Entretanto, o diagnóstico é feito, geralmente, apenas aos 4 ou 5 anos de idade. O que acaba trazendo prejuízos. Por isso, a cartilha destaca a importância do diagnóstico precoce.

“Quando o diagnóstico é feito de forma precoce, é possível iniciar as intervenções mais cedo e isso é ótimo porque é possível reduzir as comorbidades e os sintomas do indivíduo com TEA. À medida que a pessoa está com o cérebro mais pronto, com um comportamento que permita o aprendizado, ela vai desenvolvendo habilidades, que vão melhorar sua qualidade de vida, a comunicação, a funcionalidade e ela consegue ser mais independente”, afirma Danúbia, doutora em Fisiopatologia Clínica e Experimental pela Uerj. As intervenções são o conjunto de atividades multidisciplinares, como sessões de fisioterapia, de terapia ocupacional, fonoaudiologia e psicoterapia, entre outras, que vão dar suporte ao indivíduo.

Coordenadora do Lavimpi, Danúbia de Sá-Caputo destaca que o diagnóstico precoce permite iniciar mais cedo as terapias. Intervenções contribuem para reduzir comorbidades e ajudam o indivíduo a ser mais independente

As outras quatro cartilhas abordam tópicos como a evolução do diagnóstico, as possibilidades terapêuticas, os direitos das pessoas com TEA e cuidados e estímulos para pessoas portadoras. Todos eles, temas de interesse para pais, familiares e aqueles que convivem com pessoas com TEA, bem como para os que lidam profissionalmente com a questão, como pesquisadores, professores, alunos e terapeutas de diferentes áreas. As cartilhas podem ser baixadas gratuitamente por todos os interessados neste link. 

Editadas pela Atena Editora, as cartilhas têm como coautores os pesquisadores Juliana Vasques de Almeida, Moizeis Sobreira de Sousa, Ariane da Silva Pires, Damara Guedes Gardel, Mario Bernardo-Filho e Flávio Antonio de Sá Ribeiro. A coleção foi lançada oficialmente durante o “II Fórum de Discussão sobre autismo: Desafios, Oportunidades e Conscientização”, realizado na Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC) da Uerj, em abril, mês em que é comemorado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo (2 de abril).


A Terapia Vibratória Sistêmica faz parte do projeto de pesquisa que deu origem às cartilhas

A elaboração das cartilhas foi uma atividade de extensão vinculada ao projeto de pesquisa “Terapia Vibratória Sistêmica e Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua na Sintomatologia do Autismo”, coordenado por Danúbia e que conta com auxílios dos editais Jovem Cientista Mulher e Iniciação Científica da FAPERJ. Principal projeto desenvolvido no Lavimpi atualmente, o estudo propõe a utilização, em crianças de seis a 12 anos com autismo, da Terapia de Vibração Sistêmica e da Estimulação Transcraniana, consideradas duas inovações tecnológicas.

“A Terapia Vibratória Sistêmica envolve a utilização de uma plataforma vibratória que gera vibração mecânica, que acaba modulando alguns efeitos no organismo. Dessa forma é possível melhorar a liberação de substâncias que estimulam o sono, melhorar o comportamento e a partir disso, o aprendizado. Tudo isso em cadeia. Já a Estimulação Transcraniana faz uma espécie de reorganização das sinapses cerebrais, deixando o cérebro mais pronto e receptivo. Com isso, pretendemos melhorar os sintomas nessas crianças”, destaca Danúbia. Este projeto de pesquisa ocorre em parceria com o professor Egas Caparelli Dáquer, pesquisador na área de Neuromodulação.


A Estimulação Transcraniana por Corrente Contínua é outra prática que está sendo estudada pela equipe do Lavimpi

A pesquisadora explica porque o projeto é destinado a crianças de seis a 12 anos com TEA. “Essa faixa etária corresponde à terceira infância, que é a última grande janela de oportunidade do desenvolvimento humano. Muito provavelmente, essas crianças, quando chegarem aos 13 ou 14 anos, vão carregar para a vida adulta tudo o que tiverem de comorbidades, de problemas em relação à funcionalidade e à qualidade de vida. Então, a escolha desse perfil foi por considerar a urgência. Porque essa é, de fato, a última oportunidade dessas crianças”, explica Danúbia, também diretora do Departamento de Ensino e Pesquisa (Depenpes), da PPC/Uerj.

Vinculado à PPC e ao Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (Ibrag) da Uerj, o Lavimpi dedica-se também a outros temas. Os pesquisadores do laboratório desenvolvem estudos relacionados à obesidade, doença pulmonar obstrutiva crônica, síndrome metabólica, narcolepsia, osteoartrite de joelho e avaliação de risco de quedas em idosos, entre outros.


Autor: faperj
Fonte: faperj
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 29/05/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=763.7.9