sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Embora banido do país, DDT ainda é encontrado em sangue materno e cordão umbilical



Armando Meyer: estudo realizado pelo pesquisador constatou que gestantes e seus recém-nascidos estão expostos a vários poluentes orgânicos persistentes, mesmo após décadas de seu banimento no Brasil (Foto: Divulgação)
Mais de 20% das amostras de sangue materno e 15% das amostras de sangue de cordão umbilical, coletadas em uma maternidade da cidade do Rio de Janeiro, apresentaram níveis detectáveis de DDE, um subproduto do famoso inseticida "DDT" – criado na primeira metade do século XX na Europa e que inicialmente foi usado para combater mosquitos transmissores de malária. 

O DDT não é mais utilizado no Brasil há cerca de 30 anos. Seu impacto sobre o desenvolvimento fetal e infantil até os quatro anos de vida é foco do Projeto Infância e Poluentes Ambientais (PIPA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenado pela professora Carmen Froes Asmus. A pesquisa conduzida por Armando Meyer, professor do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ, analisou 139 amostras de plasma sanguíneo materno e 116 amostras de sangue do cordão umbilical, além de 40, 47 e 45 amostras de leite materno nos 1º, 3º e 6º meses após o parto.

Os níveis de DDT foram mais altos entre mulheres com IMC pré-gestacional ≥ 30, que eram não brancas e mais velhas (idade > 40). Recém-nascidos com pontuação de Apgar ≤ 8 no quinto minuto de vida apresentaram níveis significativamente mais altos de DDT no sangue do cordão.

“Nossos resultados mostraram que gestantes e seus recém-nascidos estão expostos a vários poluentes orgânicos persistentes, mesmo após décadas de seu banimento no Brasil. Embora as taxas de detecção e concentrações da maioria tenham sido baixas, é possível afirmar que as gestantes e seus recém-nascidos que vivem em uma área metropolitana da cidade do Rio de Janeiro estão expostos a essas substâncias, e o conhecimento sobre seu impacto no desenvolvimento infantil ainda é uma questão a ser resolvida”, afirma Meyer.

No Brasil, poucos estudos já examinaram a concentração de poluentes orgânicos persistentes em grávidas e cordão umbilical. A pesquisa recebeu financiamento da FAPERJ e os resultados deste estudo foram publicados no periódico International Journal of Enviroment Research Public Health.

Devido aos potenciais efeitos prejudiciais dessas substâncias na reprodução e no desenvolvimento humano, a exposição a esses produtos, especialmente em grupos vulneráveis, como gestantes, mulheres que pretendem conceber e recém-nascidos, precisa ser investigada em uma amostra populacional maior, alerta Meyer.


Autor: faperj
Fonte: faperj 
Sítio Online da Publicação: faperj
Data: 27/02/2025
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=704.7.1

Os benefícios e os desafios de caminhar para trás


A prática não é nova: alguns registos sugerem que caminhar para trás faz parte de rotinas de exercício tradicionais na China há séculos. Atletas e treinadores adoptaram-na mais tarde para melhorar o desempenho desportivo. Agora, os investigadores estão a descobrir quão poderosa pode ser esta pequena alteração no movimento.

As vantagens de caminhar para trás
Ao contrário de caminhar para a frente, um movimento que activa principalmente os tornozelos, caminhar para trás transfere a carga para as ancas e os joelhos. Esta alteração subtil no movimento activa grupos musculares diferentes, proporcionando benefícios únicos para a força e a mobilidade.

“Acho, sinceramente, que as maiores vantagens de caminhar para trás numa passadeira rolante são a capacidade de alterar a carga mecânica no corpo e desafiar o cérebro e o sistema do equilíbrio com uma nova tarefa”, diz Nicole Haas, especialista em ortopedia clínica em Boulder, no estado americano de Colorado. “Quando caminhamos para trás na passadeira rolante, a nossa passada é diferente. Por isso, recrutamos e utilizamos músculos, tendões, fáscias e articulações de uma forma diferente”, acrescenta.

Janet Dufek, professora de cinesiologia e ciências da nutrição da Universidade de Nevada, em Las Vegas, investiga exaustivamente a locomoção para trás há mais de 20 anos. Ela descobriu que a marcha para trás aumenta a flexibilidade dos isquiotibiais, diminui as dores lombares e melhora o equilíbrio e a estabilidade – razões fundamentais para ser frequentemente incorporada em programas de fisioterapia e reabilitação.

No entanto, as vantagens estendem-se para além da flexibilidade. Segundo a American College of Sports Medicine, caminhar para trás queima 40 por cento mais calorias do que caminhar depressa para a frente. Um estudo publicado em 2014 na revista International Journal of Scientific and Research Publications concluiu que mulheres pré-obesas com idades compreendidas entre os 20 e os 40 anos que seguiram um programa de caminhada para trás perderam gordura corporal e melhoraram a sua forma física geral.

A prática não é nova: alguns registos sugerem que caminhar para trás faz parte de rotinas de exercício tradicionais na China há séculos. Atletas e treinadores adoptaram-na mais tarde para melhorar o desempenho desportivo. Agora, os investigadores estão a descobrir quão poderosa pode ser esta pequena alteração no movimento.

As vantagens de caminhar para trás
Ao contrário de caminhar para a frente, um movimento que activa principalmente os tornozelos, caminhar para trás transfere a carga para as ancas e os joelhos. Esta alteração subtil no movimento activa grupos musculares diferentes, proporcionando benefícios únicos para a força e a mobilidade.

“Acho, sinceramente, que as maiores vantagens de caminhar para trás numa passadeira rolante são a capacidade de alterar a carga mecânica no corpo e desafiar o cérebro e o sistema do equilíbrio com uma nova tarefa”, diz Nicole Haas, especialista em ortopedia clínica em Boulder, no estado americano de Colorado. “Quando caminhamos para trás na passadeira rolante, a nossa passada é diferente. Por isso, recrutamos e utilizamos músculos, tendões, fáscias e articulações de uma forma diferente”, acrescenta.

Janet Dufek, professora de cinesiologia e ciências da nutrição da Universidade de Nevada, em Las Vegas, investiga exaustivamente a locomoção para trás há mais de 20 anos. Ela descobriu que a marcha para trás aumenta a flexibilidade dos isquiotibiais, diminui as dores lombares e melhora o equilíbrio e a estabilidade – razões fundamentais para ser frequentemente incorporada em programas de fisioterapia e reabilitação.

No entanto, as vantagens estendem-se para além da flexibilidade. Segundo a American College of Sports Medicine, caminhar para trás queima 40 por cento mais calorias do que caminhar depressa para a frente. Um estudo publicado em 2014 na revista International Journal of Scientific and Research Publications concluiu que mulheres pré-obesas com idades compreendidas entre os 20 e os 40 anos que seguiram um programa de caminhada para trás perderam gordura corporal e melhoraram a sua forma física geral.

“Para manter as coisas simples: se quiser um treino fabuloso para os glúteos e os isquiotibiais que tenha outras vantagens, experimente puxar um trenó e caminhar 10 ou 15 metros para trás. Garanto-lhe que não desilude”, diz Daine McKibben Rice, directora da clínica Validus Sports Injury, em Londres.

Um novo treino para o cérebro
Novos estudos sugerem que caminhar para trás faz mais do que fortalecer os músculos – também melhora a função cognitiva. Um estudo realizado em 2019 descobriu que os participantes que caminhavam para trás durante 10 a 15 minutos, três a quatro vezes por semana, apresentavam melhorias no equilíbrio e na estabilidade do que aqueles que caminharam em frente ou permaneceram inactivos.

“Caminhar para trás melhora a função cognitiva ao melhorar a consciência espacial e a coordenação. Como é uma actividade que requer maior atenção e foco, também pode melhorar a função executiva”, diz Ashwini Nadkarni, professor assistente de psiquiatria na Faculdade de Medicina de Harvard. Alguns estudos até associaram a prática a tempos de reacção mais rápidos e melhorias na memória de curto prazo.

Caminhar para trás também pode ser benéfico para quem sofre de artrite ou dores nas articulações. Ao contrário da marcha para a frente, exerce menos pressão nas rótulas e fortalece os quadríceps, contribuindo para a estabilidade dos joelhos. Um estudo publicado no North American Journal of Medical Sciences concluiu que incorporar a marcha para trás em rotinas de fisioterapia reduzia significativamente a incapacidade em pacientes com osteoartrite no joelho.

“As vantagens de caminhar para trás, tal como qualquer outro exercício, dependem da forma física de cada pessoa”, diz Dufek. “Também podemos variar a velocidade e a inclinação para tornar a marcha mais ou menos intensa.”


Autor: nationalgeographic
Fonte: nationalgeographic 
Sítio Online da Publicação: nationalgeographic
Data: 26/02/2025