quarta-feira, 31 de maio de 2023

Agências de fomento de 63 países ratificam compromisso por pesquisas mais amplas e inclusivas

Carta de princípios foi ratificada durante encontro anual do Global Research Council, que tem a FAPESP como co-organizadora e ocorre em Haia, nos Países Baixos. Objetivo é estabelecer práticas comuns para avaliar qualidade da ciência produzida e facilitar colaborações internacionais



André Julião Agência FAPESP – Pesquisa, instituições e pesquisadores precisam ser avaliados de forma ampla e holística, levando em conta o contexto em que a pesquisa é feito, como o campo de estudo ou o estágio da carreira do pesquisador. Além disso, é preciso reconhecer a diversidade das atividades de pesquisa, inovação e resultados que demandam habilidades e competências diversas. Práticas e abordagens responsáveis de pesquisa devem ser guiadas pela promoção da equidade, diversidade e inclusão.

Esses são alguns dos princípios ratificados pelas agências participantes do encontro anual do Global Research Council (GRC), que ocorre até sexta-feira (2/5) no Palácio da Paz, em Haia, nos Países Baixos. O encontro tem como organizadores a Organização Neerlandesa para a Pesquisa Científica (NWO) e a FAPESP.

“Temos muita influência na cultura e no comportamento de pesquisadores e instituições de pesquisa. Portanto, chegar a um conjunto de princípios sobre como pensamos sobre recompensar e reconhecer pesquisadores é absolutamente crítico e fundamental para fazer o que fazemos”, disse Prue Williams, ministra de Negócios, Inovação e Emprego da Nova Zelândia, que conduziu a sessão “Reconhecendo e Recompensando Pesquisadores”, ocorrida nesta quarta-feira (31/5).

Membro do conselho executivo da NWO e professor do Centro Médico da Universidade Erasmus, em Roterdã, Arfan Ikram lembrou sua própria trajetória como professor e pesquisador para ressaltar a importância de recompensar e reconhecer os pesquisadores nos diferentes estágios da carreira.

“Esse movimento de reconhecimento e recompensa tem pelo menos uma década e hoje busco contribuir no papel de financiador de pesquisa. Mas quando olho para trás, vejo que reconhecimento e recompensa beneficiaram enormemente minha carreira como pesquisador e professor, de forma que sem isso eu não estaria aqui”, contou.

Novos desafios

A palestra principal foi proferida por Laura Rovelli, membro do Consellho Executivo da DORA (Declaração de Avaliação de Pesquisa, na sigla em inglês) e coordenadora do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO), com sede em Buenos Aires.

Segundo Rovelli, há alguns desafios atualmente à avaliação de pesquisas devido a diferentes transformações que ocorrem na sociedade, algumas relacionadas a problemas urgentes e críticos. Um deles é a busca por sustentabilidade enquanto se enfrenta mudanças climáticas globais e outras questões sociais.

“É preciso reforçar o papel da ciência como um bem comum, de forma a obter engajamento dos cidadãos na atividade científica. Por outro lado, para proteger o acesso aos benefícios da ciência, que podem trazer o bem-estar de indivíduos e sociedades, é também um desafio alinhar a qualidade da pesquisa com integridade e impacto social”, ressaltou.

Nesse sentido, a pesquisadora lembrou que algumas medidas estão sendo tomadas para melhorar a qualidade da avaliação de pesquisas na América do Sul, como a rede de 10 universidades brasileiras que trabalham em reformas alinhadas aos princípios da DORA, grupo internacional que desde 2012 formula e propõe melhorias nesse tipo de avaliação.

Em seguida à palestra, os participantes se dividiram em cinco grupos e levantaram questões a serem incorporadas às futuras discussões sobre o tema no GRC. Por fim, ratificaram a carta de princípios, com nove itens elaborados para avançar em novas formas de avaliar pesquisas e pesquisadores.



Autor: André Julião Agência FAPESP

Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 31/05/2023
Publicação Original: https://fapesp.br/16128/agencias-de-fomento-de-63-paises-ratificam-compromisso-por-pesquisas-mais-amplas-e-inclusivas

Enfrentamento de problemas globais requer colaboração internacional e evidencia papel estratégico do GRC



‘les mesurables’ [trocadilho com a palavra mesure, que em inglês significa medir]. Muitas vezes reduzimos a complexidade da vida a um único número. As métricas têm seu valor, mas é importante permanecer crítico.”

Na avaliação de Dijkgraaf, serão dados durante a Reunião Anual do GRC importantes passos em direção a novos princípios para o reconhecimento e a recompensa de pesquisadores, em um esforço para capturar todas as dimensões do trabalho acadêmico.

“Ver esse tema na agenda me enche de orgulho, uma vez que os Países Baixos foram um dos primeiros a abordar a questão. O fato de que este movimento agora está ganhando aceitação internacional é claro pela distinta companhia reunida aqui hoje. Não há nada mais poderoso do que uma ideia cuja hora já chegou.”

A agenda da 11a reunião reúne uma série de temas estratégicos, incluindo questões transversais sobre igualdade, diversidade e inclusão, bem como a avaliação responsável da pesquisa científica, além das questões relativas à colaboração internacional e às atividades futuras do GRC. “Vamos nos concentrar em inovar as formas de reconhecer e recompensar cientistas, bem como em discutir as responsabilidades e oportunidades dos financiadores na abordagem da mudança climática. Acredito firmemente que as declarações de princípios sobre ambos os tópicos, que serão apresentadas nas sessões subsequentes, vão inspirar cada um de nós, nossas organizações e o GRC como um todo, enquanto nos esforçamos para possibilitar que a pesquisa científica seja feita da melhor maneira possível”, afirmou a presidente do Conselho Administrativo (Governing Board) do GRC.

“A ciência nos fornece conhecimento, ferramentas inovadoras e soluções criativas para combater as mudanças climáticas e a perda da diversidade biológica, para erradicar a pobreza, reduzir a desigualdade, promover a justiça e trazer à tona a lógica da paz global. Que nosso trabalho conjunto contribua para um espírito global de cooperação pacífica”, acrescentou.



Autor: Karina Toledo, de Haia | Agência FAPESP

Fonte: FAPESP
Sítio Online da Publicação: FAPESP
Data: 31/04/2023
Publicação Original: https://fapesp.br/16125/enfrentamento-de-problemas-globais-requer-colaboracao-internacional-e-evidencia-papel-estrategico-do-grc

Apoiada por empresa farmacêutica, terapia poderá regenerar lesões medulares


restante do corpo, e também é por essa via que os sinais sensoriais vindos de todas as partes do corpo chegam até o cérebro. Lesões medulares podem ser traumáticas ou não e provocar desde perda de sensibilidade até paraplegias (impossibilidade de movimentar os membros inferiores) ou tetraplegias (impossibilidade de movimentar do pescoço para baixo), dependendo da região da medula afetada.


A pesquisa desenvolvida por Tatiana contou com apoio da FAPERJ durante a fase do estudo clínico, realizado em meados dos anos 2000, cujo seguro – exigido pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) - consumiu praticamente a totalidade dos cerca de R$ 100 mil do auxílio. Os testes foram restritos a um número reduzido de pacientes recém-lesionados (de 24 horas a três dias do acidente) dos hospitais Azevedo Lima, em Niterói, e Souza Aguiar, no Rio, que receberam uma única dose do medicamento. A recuperação da mobilidade pode ser parcial ou total, dependendo do grau da lesão. “Acredito que a farmacêutica tenha se interessado pela cooperação porque um estudo clínico piloto – o maior gargalo nestes casos - já havia sido feito”, explica a pesquisadora.

Tatiana conta que iniciou a carreira trilhando o caminho acadêmico tradicional, com foco na pesquisa básica e publicação de artigos científicos. Ao longo do caminho, cheio de percalços, a bióloga firmou seu propósito de tornar a pesquisa aplicável. “Não foi fácil. Mudei de área várias vezes para manter minha meta. Trilhei um caminho raro na pesquisa – o translacional -, no qual os acontecimentos, às vezes inesperados, foram me levando para diferentes caminhos e me obrigando a lidar com públicos diversos”, explica a pesquisadora que iniciou suas pesquisas estudando proteínas, depois células cultivadas, passando pelos estudos pré-clínicos em animais, os testes clínicos em humanos até despertar o interesse de empresas. “A entrada da Cristália é muito importante porque eles têm acesso a insumos que no ambiente acadêmico não temos”, esclarece Tatiana.


A pesquisadora explica que a polilaminina é uma alternativa ao uso das células-tronco, principalmente pela sua facilidade de manipulação em relação à retirada de células-tronco. “Estamos apenas imitando a natureza, pois a proteína é produzida pelo organismo naturalmente no processo de desenvolvimento do sistema nervoso”, explica Tatiana. Segundo ela, o tratamento com a laminina é uma opção mais barata, fácil e segura e está mais avançado do que a terapia com células-tronco, que possuem maior complexidade pela dificuldade de se prever seu comportamento após a injeção. “No Brasil existem pouquíssimos laboratórios autorizados a produzir células-tronco para uso humano, e eles dificilmente conseguiriam atender à demanda”, avalia a bióloga.





Autor: Paula Guatimosim
Fonte: Faperj 
Sítio Online da Publicação: Faperj 
Data: 25/05/2023
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=314.7.6

terça-feira, 30 de maio de 2023

Evento debate Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos



A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF) será revisitada em webinário promovido pelo Centro de Inovação em Biodiversidade e Saúde (Cibs) do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz). O evento ocorrerá, de forma remota, nos dias 29, 30 e 31 de maio, por meio das Redes de Inovação em Medicamentos da Biodiversidade (RedesFito). Interessados deverão acessar o webinário pelo YouTube, a partir das 9h. Como resultado do encontro será gerado um relatório a ser entregue ao Ministério da Saúde (MS) e a outras 12 pastas, que fizeram parte da formulação e do programa de implantação da Política. Confira a programação completa.

Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos

De acordo com os organizadores do webinário, após 17 anos de sua publicação, a PNPMF não cumpriu seu objetivo principal de garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Por isso, o evento trará ao debate temas que possam agregar a reformulação da PNPMF. “Não tivemos ações de implantação da Política necessárias e que fossem, de fato, eficazes para a promoção do uso sustentável da biodiversidade e do desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. Por isso, é necessário rediscuti-la”, explica o coordenador do Cibs e responsável pela implantação do Sistema Nacional de Redes do Conhecimento voltado para a Inovação em Medicamentos da Biodiversidade, Glauco Villas Bôas.

A mesa de abertura contará com a presença de representantes da Fiocruz e dos ministérios da Saúde, da Integração e Desenvolvimento Regional, do Desenvolvimento Agrário, do Meio Ambiente e Mudança do Clima, da Inovação, da Educação, da Cultura e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Dado início ao evento, o webinário passará para discussões como a distinção entre PNPMF e Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) e, posteriormente, o foco na inovação e biodiversidade. No segundo dia estarão em pauta o conhecimento tradicional e científico na inovação em fitoterápicos; a transversalidade das diretrizes da PNPMF; e a implantação e financiamento do programa da PNPMF.

No dia 31 o debate estará em torno das novas perspectivas para o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do programa da PNPMF. Para finalizar a agenda será apresentado o resultado das discussões, um esboço do relatório que será entregue ao Ministério da Saúde, principal responsável pela Política e sua implementação. Farão parte integrante de todo o evento, também, a Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina) e a Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abifiqui). 

A PNPMF

A Política (Decreto Nº 5.813/2006) foi aprovada, ainda em 2006, para garantir o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional. Outros benefícios seriam a ampliação das opções terapêuticas aos usuários do SUS; a construção do marco regulatório para produção, a distribuição e uso o de plantas medicinais e fitoterápicos, a partir dos modelos e experiências existentes no Brasil e em outros países; e a promoção de pesquisa, desenvolvimento de tecnologias e inovações em plantas medicinais e fitoterápicos, nas diversas fases da cadeia produtiva.

Farmanguinhos

Fundado em 1976, o Instituto é uma unidade técnico-científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que atua multidisciplinarmente nas áreas de educação, pesquisa, inovação, desenvolvimento tecnológico e produção de medicamentos. Considerado o maior laboratório farmacêutico oficial vinculado ao MS, Farmanguinhos promove a saúde pública por meio da oferta de soluções integradas e sustentáveis.

De acordo com diretrizes propostas pelo PNPMF, a unidade possui um banco de dados sobre plantas medicinais, pensado para gestores públicos que busquem ampliar listas oficiais de plantas medicinais no âmbito do SUS. A plataforma é resultado do estudo Coleção Botânica de Plantas Medicinais, realizado pelo herbário do Cibs, com o apoio da Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB/Fiocruz). Acesse o acervo.

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Mais Notícias

Fiocruz defende o fortalecimento das áreas de saúde, ambiente e sustentabilidade
OMS concede prêmio ao Cetab/Fiocruz pelo combate à epidemia de tabagismo



Autor: Arielle Curti (Farmanguinhos/Fiocruz)
Fonte: Fiocruz 
Sítio Online da Publicação: Fiocruz 
Data: 26/05/2023

Projeto indica como reverter queda na cobertura vacinal




A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde demonstrou preocupação com essa realidade, durante sua fala no ISI. “Pela primeira vez temos pais vacinados que não querem vacinar seus filhos. Uma das ações para mudar esse quadro foi o lançamento do Movimento Nacional pela Vacinação, realizado no dia 27 de fevereiro deste ano. Daremos enfoque à vacinação nas escolas, busca ativa por pessoas não vacinadas, priorização de áreas indígenas, ações em cidades com pior cobertura vacinal e ações com o Zé Gotinha pelo Brasil”, diz.

José Cassio de Morais, assessor temporário da OPAS, disse, durante o ISI, que a cobertura adequada depende principalmente da confiança da população nas vacinas distribuídas. “É importante lembrar que a vacinação, além de uma proteção individual, é uma proteção coletiva. Temos uma avalanche de fake news que trazem muito dano para a população. Mas não temos quase notícias positivas a respeito da vacina. Tem tido muito pouca divulgação da campanha de vacinação contra influenza, por exemplo. Temos que melhorar isso, divulgar melhor os fatos positivos em relação, assim como administrar o medo da reação vacinal”, afirmou o assessor.

Outros fatores apontados pela pesquisa da UFMG foram mudanças recentes nos sistemas de informação do PNI (registros incompatíveis com doses aplicadas, falta de pessoal para realizar o registro, dificuldade de monitoramento dos dados de cobertura e de acompanhamento de faltosos, falta de computadores e/ou acesso à internet estável, manutenção insuficiente); enfraquecimento do SUS (subfinanciamento, redução e inadequação das campanhas de vacinação).

“Precisamos também estar atentos à dificuldade de acesso aos postos, ao nível de renda familiar e à escolaridade da população, além de mais investimento em campanhas e na informação de qualidade”, apontou Morais.

Para o coordenador de apoio à imunização e monitoramento das coberturas vacinais da Secretaria de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Ricardo Gadelha de Abreu, é necessário ter estratégias bem definidas frente a esses desafios.

Ele aponta soluções como salas de vacinação abertas em horário alternativo, motivação dos profissionais, parcerias, treinamento de equipes e a necessidade de intensificar as ações de vacinação. “A população tem que voltar a acreditar que vacina é segura, salva vidas e não deixa sequelas”, defendeu ele durante o ISI.

Reconquista das altas coberturas vacinais

Frente a este grave problema, a Fundação Oswaldo Cruz, por meio do seu Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos), propôs o Projeto Pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais (PRCV), executado em conjunto com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o Programa Nacional de Imunização (PNI).

O PRCV tem como objetivo obter, até 2025, elevação da cobertura vacinal em todo país. A forma de trabalho do Projeto preconiza a elaboração de planos e projetos, em parceria com estados e municípios, analisando as causas das baixas coberturas vacinais, buscando fortalecer o protagonismo local, fortalecendo a comunicação das coordenações de imunizações nos três níveis de governo.

O PRCV busca fomentar o planejamento conjunto entre gestores de Imunizações e Atenção Primária de Saúde, de forma que as vacinações sejam estruturadas e sustentáveis. Além disso, visa sensibilizar a população para importância de vacinação e criar uma grande rede de solidariedade, com ampla participação social.

Maria de Lourdes de Sousa Maia, coordenadora da Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos e líder do Projeto pela Reconquista das Altas Coberturas Vacinais, destacou no ISI que “o pacto social pela vacinação tem que envolver diversas instâncias. É um compromisso de todos nós”.

Como exemplo da efetividade do Projeto, a coordenadora contou que foram escolhidos os estados da Paraíba e do Amapá, locais com baixos índices nacionais de imunização. Em 2021, a cobertura vacinal da poliomielite (VIP) em crianças menores que um ano de idade no Brasil foi 69,9%, sendo o Amapá em último lugar, com 44,2%, e a Paraíba na 18ª posição entre as 27 unidades da federativas, com 68,4%. Em 2020, quando a cobertura do país foi de 76,2%, o Amapá também ocupava o último lugar, com 42%, e a Paraíba, a 16ª posição, com 72,7%.

A partir da implantação do PRCV, houve uma mobilização com ações importantes em prol da vacinação com mobilização unindo a sociedade e o governo, mostrando bons resultados. Em dezembro de 2022, após a Campanha de Vacinação, a cobertura vacinal contra poliomielite em crianças menores de 5 anos de idade no Brasil atingiu 72,57%; e apenas dois estados superaram a meta de 95%: a Paraíba, com 100% de cobertura, e o Amapá, com 98%.

Para o coordenador do PRCV, Akira Homma, os resultados já alcançados permitem afirmar que é possível conseguir a reversão das baixas coberturas vacinais no Brasil. “Não será uma reversão instantânea, mas, sim, a partir da articulação e fortalecimento de ações estruturais, operacionais e interinstitucionais, com participação dos profissionais da ponta do sistema. Divulgação das informações sobre a importância da prevenção de doenças vacinando a população e com altas coberturas vacinais. Evitaremos doenças, sequelas, mortes, sofrimento pelas doenças que podem ser evitadas pela vacinação. É também muito importante, o fortalecimento das políticas públicas, com desenvolvimento de medidas estruturantes e operacionais de curto, médio e longo prazo”, ressalta.





    Autor: 
    Maria Amélia Saad (Bio-Manguinhos/Fiocruz)
    Fonte: Fiocruz 
    Sítio Online da Publicação: Fiocruz 
    Data: 30/05/2023

    Fiocruz realiza primeiro estudo de coorte de nascimentos indígenas no Brasil

    Publicado na revista The Lancet Regional Health – Americas, artigo aborda a construção de padrões de domicílio, água e saneamento, além da posição socioeconômica da população Guarani. Trata-se da primeira investigação em coorte de nascimentos indígenas realizada no Brasil. Coordenado pelo pesquisador do Departamento de Endemias da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz) Andrey Moreira Cardoso, o estudo foi desenvolvido em parceria com outros pesquisadores da Fiocruz e de outras instituições nacionais e internacionais. Os resultados do artigo apontam que mais de 60% das crianças observadas estão nos padrões socioeconômicos abaixo da linha de pobreza.


    Resultados apontam que mais de 60% das crianças observadas estão nos padrões socioeconômicos abaixo da linha de pobreza (foto: Andrey Moreira Cardoso, Ensp/Fiocruz)

    Segundo Andrey, apesar da importância dos determinantes sociais da saúde, estudos a respeito dos efeitos das condições socioeconômicas, sanitárias e habitacionais sobre a saúde infantil indígena são escassos em todo o mundo. "Por isso, o objetivo desse estudo foi identificar padrões de habitação, água e saneamento, além da posição socioeconômica, a partir da linha de base da primeira coorte de nascimentos indígenas no Brasil – a Coorte de Nascimentos Guarani. Os dados foram coletados por meio da implantação de um sistema de vigilância local em 63 aldeias da etnia, em cinco estados do Sul e Sudeste do Brasil, entre os anos de 2014 e 2017", explicou o pesquisador.

    Os estudos de coorte partem do pressuposto que uma população será acompanhada ao longo de determinado tempo para analisar a incidência de agravos e doenças a fim de buscar uma possível associação causal entre diferentes condições de exposição de risco à saúde e os desfechos de interesse na população estudada.

    O estudo transversal na linha de base da coorte de nascimentos de indígenas Guarani usou métodos estatísticos multivariados para reduzir um grande número de variáveis socioeconômicas habituais em estudos epidemiológicos, bem como identificar padrões distintos de acesso a políticas públicas de habitação e saneamento e posição socioeconômica, tendo em vista explorar a associação entre esses padrões e desfechos de saúde.

    Resultados

    Os resultados do estudo identificaram: três padrões para habitação e para água e saneamento; quatro padrões para posição socioeconômica, resultando em 36 combinações de padrões. “Mais de 62% das crianças investigadas situavam-se nos padrões socioeconômicos abaixo da linha de pobreza. Foram encontradas associações estatisticamente significativas entre domicílios precários e extrema pobreza e hospitalização no primeiro ano de vida”, alertou Cardoso.

    Em sua fala, o pesquisador enfatizou que o estudo detectou a distribuição heterogênea das crianças nas 36 combinações de padrões identificados. “Esses achados destacam que, caso as dimensões de habitação, água e saneamento e posição socioeconômica se confirmem como determinantes independentes dos desfechos de saúde em crianças Guarani - conforme observado na questão da hospitalização -, elas devem ser consideradas separadamente em modelos múltiplos, buscando melhorar a estimativa de seus efeitos independentes sobre a saúde infantil. Além disso, o método empregado nesse estudo poderia orientar a investigação a respeito desses determinantes em estudos em outras populações indígenas”, analisou Andrey.

    Artigo está disponível em acesso aberto

    O artigo How, what, and why: housing, water & sanitation and wealth patterns in a cross-sectional study of the Guarani Birth Cohort, the first Indigenous birth cohort in Brazil, publicado no volume 21, de maio de 2023 da The Lancet Regional Health – Americas, está disponível em acesso aberto e traz um debate sobre as limitações dos indicadores socioeconômicos tradicionalmente utilizados para captar a diversidade socioeconômica em comunidades indígenas e rurais. O estudo é de autoria da pós-doutoranda da Ensp/Fiocruz, Aline Diniz Rodrigues Caldas – supervisionada por Andrey Moreira Cardoso no Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia em Saúde Pública - com participação de pesquisadores do Programa de Computação Científica da Fiocruz (Procc); da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj); e da London School of Hygiene and Tropical Medicine.



    Autor: Tatiane Vargas (Informe Ensp)
    Fonte: Ensp 
    Sítio Online da Publicação: Ensp 
    Data: 29/05/2023

    quinta-feira, 25 de maio de 2023

    Com prioridade para brasileiros, Ministério da Saúde lança edital com 5.970 vagas para o Mais Médicos


    e os de maior idade.

    Estudos apontam melhoria na assistência à população

    Desde a implantação do Mais Médicos, o Brasil apresentou melhorias no atendimento prestado na atenção primária nas regiões de difícil acesso, extrema pobreza e de alta vulnerabilidade. Um estudo elaborado pela Rede Observatório do Programa Mais Médicos revela que entre 2013 e 2015, o número de consultas em regiões com médicos do programa aumentou 33%, enquanto o número de internações ficou 4% menor.

    Levantamento realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) também reforça a importância do programa, que reduziu as internações por complicações de diabetes e hipertensão em todo o país, nos anos de 2014 e 2015. Antes do Mais Médicos, por exemplo, cerca de 1,2 mil municípios enfrentavam escassez de profissionais (equivalente a 21,6% do total de municípios brasileiros). No entanto, após dois anos da criação do programa o número de regiões com essa dificuldade caiu para 777 (cerca de 14%).


    Autor: gov br saúde 
    Fonte: gov br saúde 
    Sítio Online da Publicação: gov br saúde 
    Data: 23/05/2023

    O que é upcycling e como aplicá-lo em sua decoração



    O que é upcycling?

    Muitas coisas foram reinventadas e inovadas ao longo do tempo. Na área da tecnologia, presenciamos a transformação de telefones fixos em smartphones, na indústria automobilística com carros elétricos e híbridos, no entretenimento hoje temos inúmeras plataformas de streaming e jogos caça níqueis como jogos de cassino Platincasino disponiveis online. Em todos esses campos, a reinvenção e a inovação têm como objetivo melhor atender as necessidades das pessoas, impulsionar o progresso e encontrar soluções mais eficientes e sustentáveis, característica essenciais do upcycling.

    Ao contrário da reciclagem convencional, que envolve a quebra e transformação dos materiais em novos produtos, o upcycling busca reutilizar os itens existentes de maneira criativa, preservando sua forma original ou dando-lhes uma nova função e promovendo a redução de resíduos e o reaproveitamento de forma mais eficiente, transformando-os em algo útil e esteticamente atrativo.

    Como aplicar o upcycling na decoração

    Ao reutilizar materiais existentes, o upcycling pode ser uma opção mais econômica do que adquirir novos produtos. Isso é especialmente relevante para decoração e design de interiores, em que peças customizadas podem ser criadas com orçamento reduzido. E é uma forma de expressão artística que resulta em peças únicas e personalizadas, trazendo originalidade para a decoração e para outros aspectos do reaproveitamento de materiais.


    As garrafas de vidro por exemplo, podem ser transformadas em luminárias, vasos, porta-velas ou mesmo em peças de arte ao serem pintadas ou decoradas com outros materiais, como cordas ou tecidos. Já os pallets de madeira são versáteis e podem ser reutilizados na criação de estantes, mesas de centro, cabeceiras de cama, prateleiras e até mesmo camas. Basta usar criatividade. 

    Dicas para praticar o upcycling

    Para começar a praticar o upcycling, escolha materiais que sejam fáceis de trabalhar e que estejam disponíveis em sua casa. Garrafas de vidro, latas, potes de vidro, tecidos, papelão, entre outros. Certifique-se de que os materiais que você está reutilizando estejam em bom estado, isso garantirá que suas criações sejam seguras e duráveis. Tenha algumas ferramentas básicas em mãos, como tesoura, alicate, lixa, cola quente e pincéis. Não se esqueça de buscar por tutoriais na internet e usar a criatividade.



    Autor:
    ecodebate
    Fonte: ecodebate 
    Sítio Online da Publicação: ecodebate 
    Data: 25/05/2023

    Instituto Oswaldo Cruz completa 123 anos a serviço da saúde



    O Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) completa, neste 25 de maio, 123 anos de existência. De 1900 para cá, diversificou suas atividades e hoje constitui uma das principais instituições geradoras de conhecimento, produtos e serviços na área biomédica, sempre com foco em atender as necessidades da saúde da população brasileira. 

    As comemorações pelo aniversário do IOC – celebrado em data compartilhada com a Fiocruz – continuam nesta quinta-feira, 25 de maio. A programação conta com o evento Pavilhão Lauro Travassos: memória, reconstrução e solidariedade e a sessão de homenagem aos servidores aposentados.

    Na parte da manhã, as atividades vão homenagear as memórias das pessoas e das práticas desenvolvidas no Pavilhão Lauro Travassos. A escolha do tema tem como objetivo reafirmar o compromisso de retomada das atividades desenvolvidas no prédio, atingido por incêndio no dia 30 de abril.

    A partir das 9h, a programação terá mesa de abertura, lançamento do projeto ‘Lauro Travassos, caderno de memórias’ e falas de cientistas, incluindo relato sobre o regaste das coleções históricas abrigadas no edifício. 

    Na parte da tarde, a partir das 14h, os servidores aposentados receberão o reconhecimento e o carinho da comunidade do Instituto durante cerimônia que reunirá amigos e familiares destes profissionais, que dedicaram suas carreiras à ciência e ao serviço público.

    Ambas as atividades acontecerão no Auditório Emmanuel Dias, localizado no Pavilhão Arthur Neiva, no campus da Fiocruz, em Manguinhos, no Rio de Janeiro (Av. Brasil, 4.365).

    As celebrações pelos 123 anos do IOC começaram na quarta-feira, 24 de maio, com a realização da Conferência Livre Nacional Ciência e Cidadania no Sistema Único de Saúde (SUS). A atividade preparatória para a 17ª Conferência Nacional em Saúde foi organizada pelo IOC em parceria com a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e outras entidades. Assista à íntegra do evento no canal do IOC no Youtube.

    Confira a programação completa do aniversário.





    Autor: IOC/Fiocruz
    Fonte: Fiocruz 
    Sítio Online da Publicação: Fiocruz 
    Data: 25/05/2023

    quarta-feira, 24 de maio de 2023

    Urgências e Emergências Clínicas para Enfermeiros

    Introdução

    Objetivo

    Público-Alvo

    Pré-Requisito

    Metodologia

    Horário e Investimento

    21/08/2023 a 27/01/2024 (1º Período)Segundas-feiras, das 18h às 22h e um sábado a cada 2 meses, das 8h às 17h. 
     
    LocalRua Marquês de São Vicente, 225 - Gávea - Rio de Janeiro
    AdmissãoVeja o procedimento de admissão no curso.
    InscriçãoAté 31/07/2023
    Taxa: R$ 100,00
    Seleção

    A seleção será realizada por comprovação de documentos e entrevista realizada pelo Zoom nos dias 01/08 a 08/08 em horário a definir pela coordenação do curso.

    Resultado a partir de: 09/08/2023
    Matrícula09/08/2023 a 11/08/2023
    Investimento

    18 parcelas de R$ 606,00.

    Aceita-se pagamento com cartões de crédito American Express, Elo, Diners, Mastercard e Visa; boleto bancário¹ cartões de débito².

    ¹o boleto poderá ser pago em qualquer agência bancária após o registro no banco, realizado, no máximo, uma hora após o atendimento

    ²somente presencial, em um de nossos balcões de atendimento.

    Observações

    Sábados que terão aula no 1º semestre: 23/09/23; 18/11/2023 e 27/01/2024.

    Haverá uma aula na terça-feira, 21/11/2023, das 18h às 22h.

    Ficou com dúvida?Entre em Contato

    Coordenação

    Jorge Calmon de Almeida Biolchini

    Rodrigo Francisco de Jesus

    Valeria Zadra de Mattos

    Corpo Docente

    Veja o corpo docente do curso (sujeito a alteração).

    Disciplinas

    Veja a ementa das disciplinas.

    Certificado

    Observações