sexta-feira, 28 de abril de 2023

Médicos fazem alerta sobre Ozempic usado para emagrecer

Médicos de vários países tem alertado contra o uso indevido do Ozempic para emagrecer depois que o remédio começou a ser comercializado ilegalmente no Facebook.

Além do Ozempic, o Wegovy e Saxenda estão sendo vendidos sem receita médica na plataforma de mídia social.

Essa canetas são medicamentos antidiabéticos usados ​​para o tratamento do diabetes tipo 2.

As drogas ajudam as pessoas a perderem peso enganando o corpo fazendo-o pensar que um hormônio chamado peptídeo semelhante ao glucagon – produzido após a ingestão de alimentos – está sendo liberado, resultando em perda de apetite.

A Meta, empresa controladora do Facebook, declara em sua política regulamentada que os usuários estão proibidos de postar conteúdo sobre perda de peso que contenha uma alegação milagrosa e tente comercializar produtos para perda de peso na plataforma.

A empresa pede às pessoas que denunciem qualquer publicação nesse sentido.

Perigo do uso do remédio para emagrecer sem orientação
Os médicos alertam que comprar medicamentos sem receita médica é ilegal e pode ser perigoso. Sem a supervisão de um profissional, é difícil garantir a segurança, a eficácia e o uso adequado do medicamento.

Além disso, o remédio pode interagir negativamente com outros medicamentos ou condições de saúde, levando a efeitos colaterais prejudiciais ou complicações.

A Doctors’ Association UK, do Reino Unido, também destaca que é possível que alguém tenha outra condição subjacente que leve ao ganho de peso que precise de investigação.


Autor: catracalivre
Fonte: catracalivre
Sítio Online da Publicação: catracalivre
Data: 27/04/2023

Esta bebida anti-inflamatória pode reduzir risco de câncer

Evitar condições crônicas como câncer e doenças cardíacas é uma maneira de alcançar a longevidade. Felizmente, estudos apontam que uma bebida anti-inflamatória popular é capaz de fazer isso, reduzindo o risco de câncer.

Os efeitos potentes desta bebida foram mapeados em diversos estudos. Um deles, publicado no Journal of Clinical Oncology, sugere que pacientes com câncer de cólon que consomem bastante café têm um risco muito menor de retorno do câncer que aqueles que não têm o costume de ingerir a bebida.

Detalhes do estudo
Para esta investigação, os pesquisadores acompanharam 953 pacientes com câncer de cólon em estágio III durante seis meses. Eles relataram a ingestão dietética de café com cafeína, café descafeinado e chá sem ervas, bem como 128 outros itens.

Os pesquisadores analisaram a influência do café, chá e cafeína na recorrência e mortalidade do câncer.

Os resultados mostraram que os benefícios começam a partir de duas a três xícaras de café por dia (risco 31% menor de recorrência ou morte), e aumentam no grupo que bebe quatro xícaras ou mais por dia (risco 52% menor de recorrência ou morte pela doença).

Os cientistas observaram que o café descafeinado, no entanto, não produziu os mesmos benefícios.

Outras evidências
Há ainda vários outros estudos que evidenciam que tomar café está associado a um menor risco de outros tipos de câncer – como de mama, endométrio e próstata. A redução de risco varia entre 2% a 20% dependendo do tipo de câncer.

Além disso, seus efeitos efeitos anti-inflamatório e antioxidante que demonstraram reduzir as chances de doenças cardíacas, renais e insuficiência cardíaca.

Também já foi observado que a bebida melhora o metabolismo do açúcar, reduzindo a chance de diabetes.


Autor: catracalivre
Fonte: catracalivre
Sítio Online da Publicação: catracalivre
Data: 28/04/2023

EUA aprovam primeira pílula à base bactérias de fezes humanas

A Food and Drug Administration dos EUA aprovou nesta semana a primeira pílula de microbiota fecal, feita de bactérias de fezes humanas – semelhante ao que é conhecido como terapia de transplante fecal.

O medicamento serve para tratar a infecção bacteriana Clostridioides difficile, uma das infecções mais comuns e mortais encontradas em ambientes de saúde.

De acordo com a agência reguladora americana, a C. difficile está associada a entre 15.000 e 30.000 mortes nos Estados Unidos a cada ano.

O risco de infecção é maior em pessoas com mais de 65 anos ou com sistema imunológico fraco, hospitalizadas ou em asilos e com histórico de infecção por C. difficile.

EUA aprovam primeiro medicamento de bactérias de fezes humanasCréditos: valiantsin suprunovich/istock
EUA aprovam primeiro medicamento de bactérias de fezes humanas
Quem pode tomar o novo medicamento?
O remédio recebeu o nome de Vowst e é administrado por via oral. A ideia é que ele possa substituir a necessidade de transplante de fezes.

O remédio pode ser usado por qualquer pessoa com mais de 18 anos e deve ser tomado uma vez ao dia durante três dias consecutivos.



Autor: catracalivre
Fonte: catracalivre
Sítio Online da Publicação: catracalivre
Data: 28/04/2023
Publicação Original: https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/eua-aprovam-primeira-pilula-a-base-bacterias-de-fezes-humanas/ 

quarta-feira, 26 de abril de 2023

Estes são os 3 principais fatores que causam diabetes tipo 2

Uma pesquisa da Friedman School of Nutrition Science and Policy da Tufts University, nos EUA, conduziu uma investigação sobre escolhas alimentares para entender quais os principais desencadeadores da diabetes tipo 2.

Levando em consideração 184 países, a equipe estimou que a má alimentação contribuiu para mais de 14,1 milhões de casos da doença em 2018.

Segundo a pesquisa, três fatores aparentemente contribuíram para o aumento da incidência de diabetes tipo 2. Estes foram:

Ingestão insuficiente de grãos integrais;
Excesso de arroz refinado e trigo;
Consumo excessivo de carne processada.
Já fatores como beber muito suco de frutas, não comer vegetais, nozes ou sementes sem amido em quantidade suficiente demonstraram ter menos impacto no aparecimento do diabetes.

Todos os países incluídos na pesquisa experimentaram um aumento nos casos de diabetes tipo 2 no período avaliado.

Diabetes tipo 2
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, o Tipo 2 aparece quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controla a taxa de glicemia.

Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Durante os primeiros estágios da doença, os sintomas podem aparecer tão sutilmente que pode ser difícil perceber os sinais de alerta. Os sintomas incluem:

fome frequente;
sede constante;
formigamento nos pés e mãos;
vontade de urinar diversas vezes;
infecções frequentes na bexiga, rins e pele;
feridas que demoram para cicatrizar;
visão embaçada.


Autor: catraca livre 
Fonte: catraca livre 
Sítio Online da Publicação: catraca livre 
Data: 26/04/2023
Publicação Original: https://catracalivre.com.br/saude-bem-estar/estes-sao-os-3-principais-fatores-que-causam-diabetes-tipo-2/

terça-feira, 25 de abril de 2023

Embrapa disponibiliza mais de 70 cursos online gratuitos

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) oferece 73 cursos gratuitos através da plataforma e-Campo. As aulas são 100% online, com vagas ilimitadas e têm carga horária que varia de quatro a 80 horas.

Os cursos gratuitos da Embrapa abrangem temas relacionados à Sustentabilidade, Meio Ambiente e Produção Agrícola.

As capacitações são direcionadas a profissionais de assistência técnica e extensão rural, agricultores e agentes do agronegócio, bem como a comunidade rural no geral.

Embrapa disponibiliza mais de 70 cursos online gratuitos na plataforma e-CampoCréditos: Divulgação/MAPA
Embrapa disponibiliza mais de 70 cursos online gratuitos na plataforma e-Campo
No entanto, cada curso exige um nível de escolaridade, que deve ser verificado no momento da inscrição.

O que é a plataforma e-Campo
O e-Campo é um espaço de divulgação de treinamentos online desenvolvidos pela Embrapa em linguagem didática e de fácil compreensão.

Os treinamentos são elaborados por equipes multidisciplinares da Embrapa e parceiros, incluindo pesquisadores, designers instrucionais e profissionais de diversas áreas.

Todos os cursos oferecem certificação. Entretanto, é necessário cumprir alguns requisitados.

Os cursos gratuitos da Embrapa
Compostagem
Sisteminha Gerenciamento de Projetos
Saneamento Básico Rural
Manejo da cultura do açaí em Terra Firme: da semente à pós-colheita e processamento (2ª edição)
Cafeicultura no Cerrado
Bioeconomia para o Bioma Caatinga
Pesquisa em Base de Patentes
Bioeconomia: uma visão geral sobre a economia de base biológica
Fazendo Certo: como organizar a estação de monta em propriedades de gado de corte
Construção de Secador Solar
Irrigação do Coqueiro Anão
Diagnóstico e manejo do oídio do cajueiro-anão
Introdução à produção orgânica de maracujá
Aproveitamento de Resíduos no Preparo de Bioinsumos
Minicurso Fruticultura Tropical – Pitayas: melhoramento genético e sistemas de produção
Preparo e manejo do solo para produção orgânica de fruteiras
Produção e edição de vídeo pelo celular
Batata-doce: da produção de mudas à pós-colheita
Meliponicultura urbana: abelhas sem ferrão
Gestão de Hortas Pedagógicas
Meliponicultura: criação de espécies de abelhas sem ferrão
Minicurso Fruticultura Tropical – Maracujás: cultivares, sistemas de produção e mercado
Cultivo do algodoeiro em sistemas orgânicos no semiárido
Boas práticas de manejo da cama de aviário
Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos – PNSE
Controle de ácaros e piolhos em granjas produtoras de ovos
Criação de suínos em família sem o uso coletivo de antimicrobianos
Cromatografia: conceitos básicos
Custos de produção de frangos de corte e suínos para produtores integrados
Potencial agronômico dos dejetos de suínos
Tratamento de digestato para remoção ou recuperação de nutrientes
Formação de Facilitadores de aprendizagem
Criação sustentável de Pirarucu: reprodução e alevinagem
Criação sustentável de Pirarucu: da recria ao mercado
Produção e tecnologia de sementes e mudas


Autor: 
catracalivre
Fonte: catracalivre
Sítio Online da Publicação: catracalivre
Data: 23/04/2023
Publicação Original: https://catracalivre.com.br/educacao/embrapa-disponibiliza-mais-de-70-cursos-online-gratuitos/

Desafio do resgate e salvamento das pessoas vulneráveis é tema do programa Ecoar

A importância de se pensar em estratégias de resgate e salvamento para as pessoas em situação de vulnerabilidade, em especial, as pessoas com deficiência (PCD), será a pauta do próximo Ecoar – Diálogos de Cidadania, produzido pelo Núcleo de Informação, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS), uma iniciativa conjunta do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e do Centro Universitário Arthur de Sá Earp Neto (Unifase). O tema será amplamente discutido no episódio nº 14, que vai ao ar em 26 de abril (quarta-feira), às 14h, pelos canais da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz e da Unifase no YouTube. 

O projeto cultural-informativo conta com autodescrição, feita pelos participantes do programa, intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e estenotipia (legendagem ao vivo).  

A relevância do tema Situações de Emergência: o desafio do resgate e salvamento das pessoas mais vulneráveis se confirma por números expressivos: de janeiro de 2013 a fevereiro de 2023 foram 59.311 decretações de situação de emergência e calamidade pública em todo o País, segundo o levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), divulgado em março deste ano. Essa análise revelou ainda que, nos últimos dez anos, 3,4 milhões de pessoas foram desalojadas, 808 mil ficaram desabrigadas e 1.997 faleceram; e que 2022 foi o ano em que se registrou o maior número de mortes, correspondendo a mais de 26% do total.

Participam deste importante debate Thiago Viana, geógrafo, professor na rede municipal de ensino de São Paulo e atleta de tênis paralímpico; Rodrigo Machado, arquiteto e urbanista, da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNDPD), atualmente vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC); e Nenem Peixoto, fundador do Comando da Paz do Grupo Especializado em Desastres Naturais (Geden/Petrópolis). A apresentação é de Tuca Munhoz, comunicador, ativista pelos direitos humanos e homem com deficiência.

Sobre o Ecoar - Diálogos de Cidadania

O Ecoar - Diálogos de Cidadania é um projeto cultural-informativo do Núcleo de Informações, Políticas Públicas e Inclusão Social (NIPPIS), produzido por Cristina Rabelais, Tuca Munhoz e Daniele Novaes, que busca reverberar informações sobre direitos humanos e cidadania. Apoiado pelo Sistema Nacional de Informação sobre Deficiência (SISDEF), o Ecoar faz parte da estratégia de divulgação de informações e tradução do conhecimento para a implementação de políticas públicas e empoderamento da população, com foco no segmento de pessoas com deficiência e em temáticas de inclusão social.

Serviço

14º episódio do Programa Ecoar - Diálogos de Cidadania

Tema: Situações de Emergência: o desafio do resgate e salvamento das pessoas mais vulneráveis
Data: 26 de abril (quarta-feira), às 14h
Como assistir: transmissão ao vivo pelos canais da VideoSaúde Distribuidora da Fiocruz e da Unifase no YouTube
Sugestões de pauta, críticas, elogios e demais comentários podem ser encaminhado s pelo e-mail ecoar.nippis@gmail.com




Autor: 
Icict/Fiocruz
Fonte: Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 25/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/desafio-do-resgate-e-salvamento-das-pessoas-vulneraveis-e-tema-do-programa-ecoar 

Fiocruz realiza estudos clínicos para compreender os impactos da Covid longa

O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos/Fiocruz), realizará a partir de maio deste ano no Rio de Janeiro, dois estudos clínicos relacionados aos aspectos epidemiológicos e de prevalência da síndrome pós-Covid-19 (popularmente conhecida como Covid longa) e seus impactos socioeconômicos. Estas informações permitirão um melhor diagnóstico das necessidades em saúde e ajudará os gestores públicos em qualificar as ações de cuidado e planejar de forma mais efetiva a expansão de serviços de reabilitação no âmbito do Sistema Único de Saúde.

Os estudos Condição pós-Covid-19/síndrome pós-Covid-19 e outros aspectos epidemiológicos da Covid-19: estudo de caso-controle e Análise da prevalência e fatores associados à síndrome pós-covid-19 e seus impactos econômicos em egressos de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19, ambos propostos e realizados pela Assessoria Clínica de Bio-Manguinhos (Asclin), em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), têm como pesquisador principal o médico professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Alexandre Medeiros de Figueiredo. 

A literatura existente já demonstra a presença de dezenas de sintomas persistentes após a fase aguda da infecção, como problemas respiratórios, cognitivos, cardiológicos e gastrointestinais. “Precisamos entender mais a fundo esses sintomas e como eles afetam a vida das pessoas. Saber como fica o sistema imunológico das pessoas que desenvolvem essa síndrome, se existe alguma diferença na resposta imune das pessoas que tiveram a forma mais branda da doença ou mais grave. Quem tem uma maior probabilidade de ter a síndrome? Será que idosos apresentam maior risco? Existe alguma associação familiar? Essas são algumas das questões que nós vamos responder”, pontua o pesquisador.  

Ele afirmou que, nos dados coletados na Paraíba, foi possível observar que 40% dos participantes apresentaram um ou mais sintomas mesmo três meses depois da infecção por Covid-19. Será possível, com os dados obtidos neste estudo, saber mais sobre a relação da covid longa e o estado vacinal, pois, os participantes dos estudos possuem situações vacinais distintas (tomaram quantidades diferentes de doses). “Já sabemos que a vacina protege para formas graves. Sabemos que boa parte das pessoas deixam de contrair Covid-19 porque estão vacinadas. Queremos saber agora se o imunizante também protege para o desenvolvimento da síndrome pós-Covid-19. Isso ainda não tem na literatura”, explicou o pesquisador. 

Alexandre continuou relatando que, além dos aspectos clínicos, será possível compreender os impactos da infecção por Covid-19 na renda, empregabilidade das pessoas e sobre uso de serviços de saúde. Compreender melhor a doença, após a fase mais crítica da pandemia, tornou-se essencial para dimensionar a demanda de pacientes que precisam do SUS no tratamento desses sintomas persistentes, como a necessidade de sessões de fisioterapia respiratória ou motora, por exemplo. 

A coordenadora da Asclin, Maria de Lourdes Maia, analisou o quadro epidemiológico atual e a relação com a vacinação. “Nós estamos tendo dificuldade de conseguir pessoas que estão testando positivo para participar dos estudos, pois a doença está controlada devido ao avanço da vacinação no país. Muitas pessoas apresentam sintomas brandos e acabam não testando, ou seja, há muita subnotificação. Observamos que somente quem não se vacinou ou somente tomou uma dose apresenta os casos graves da covid-19. Portanto, a vacinação permanece como sendo prioritária no combate à doença”.

Os estudos

O estudo, Condição pós-Covid-19/síndrome pós-Covid-19 e outros aspectos epidemiológicos da covid-19: estudo de caso-controle, trata-se de um estudo de caso controle, retrospectivo e prospectivo, que visa avaliar as condições da doença e outros aspectos epidemiológicos da Covid-19 em adultos e crianças que serão acompanhados por quatro anos. Tem como pesquisadora responsável pela execução do projeto no Rio de Janeiro, no centro de Pesquisa Lincoln de Freitas Filho em Santa Cruz e na Unidade de Ensaios Clínicos para Imunobiológicos (UECI), a médica da Asclin, Celia Menezes Cruz Marques. 

O objetivo é incluir 2.000 participantes dos municípios de Alhandra, Conde e Caaporã e João Pessoa na Paraíba e Rio de Janeiro (RJ) que já tiveram Covid-19 (retrospectivo) ou casos novos (prospectivo). Este estudo começou no final de janeiro de 2023, na Paraíba e já conta com mais de 600 participantes. 

O estudo, Análise da prevalência e fatores associados à síndrome pós-Covid-19 e seus impactos econômicos em egressos de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19, pretende identificar a prevalência de síndrome pós-Covid-19 (persistência de sintomas por mais de 12 semanas) em egressos de internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid-19 e avaliar o impacto destas condições na qualidade de vida dos participantes e no aspecto socioeconômico. 

Também busca identificar fatores associados ao desenvolvimento de síndrome pós-Covid-19, identificar o perfil de utilização dos serviços de saúde pós-infecção e impactos econômicos nas famílias dos egressos de internações por SRAG. Este estudo tem como pesquisador responsável no Rio de Janeiro, no Centro de Pesquisa Lincoln de Freitas Filho em Santa Cruz, o médico especialista em doenças infecciosas da Fiocruz, Pedro Emmanuel Alvarenga Americano do Brasil. 

Os participantes dos estudos serão recrutados a partir de bancos de dados dos sistemas de informação nacionais (E-SUS Notifica / SI-PNI / SIVEP-Gripe) e a partir de casos novos identificados nos serviços de saúde, incluindo colaboradores de Bio-Manguinhos.


Autor: 
Gabriella Ponte  
Fonte: (Bio-Manguinhos/Fiocruz)
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 25/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/fiocruz-realiza-estudos-clinicos-para-compreender-os-impactos-da-covid-longa-0

Estudo aponta mudanças em alimentação tradicional do povo indígena Paiter Suruí

tecnologias às quais tiveram acesso em anos recentes. Como os invertebrados podem influenciar a reprodução de certas plantas, a remoção dos animais para alimentação pode contribuir para a abundância dessas espécies de vegetais na floresta, segundo os pesquisadores: “Conseqüentemente os Paiter Suruí aumentaram a eficácia de seu manejo da paisagem para estimular a produção de seus invertebrados favoritos e, nesse processo, possibilitaram que as espécies de plantas das quais eles dependem florescessem, chamando a atenção para as interações entre plantas, insetos e humanos”. 

Segundo o antropólogo e pesquisador da ENSP, Ricardo Ventura Santos, estudos como esse são muito importantes, pois resgatam memórias, práticas e conhecimentos. “Essa publicação na Human Ecology, em associação aos estudos de Coimbra, evidenciam a centralidade das pesquisas acadêmico-científicas em debates acerca de questões contemporâneas dos povos indígenas e dos  Paiter Suruí em particular, os quais valorizam muito os conhecimentos e práticas alimentares tradicionais. Pesquisas como as de Coimbra são muito raras na literatura, pela profundidade temporal e detalhado conteúdo científico, e se mostram fundamentais para investigações contemporâneas sobre mudanças em padrões de alimentação e utilização de recursos em territórios indígenas. Essa conjunção de investigações é um exemplo de que, efetivamente, se pode dar contribuições científicas com impacto social, cultural e político para os povos indígenas, sempre pensando na importância de relações mais simétricas”, afirma. 

Centralidade da segurança alimentar e nutricional 

A segurança alimentar e nutricional é pauta central do movimento indígena. Em manifesto lançado em novembro de 2020, durante a pandemia de Covid-19, organizações indígenas anunciaram a organização de diversas mobilizações on-line “para articular, através do plano Emergência Indígena, a entrega de mais de 100 toneladas de cestas básicas para garantir a segurança alimentar dos povos indígenas”. 

A alimentação e nutrição são temas que têm recebido acentuada atenção no campo dos estudos sobre saúde dos povos indígenas. No capítulo Sociodiversidade, alimentação e nutrição indígena, do livro Vigilância alimentar e nutricional para a saúde indígena, o professor da Universidade Federal de Santa Catarina, doutor em Saúde Pública pela ENSP, Mauricio Soares Leite, alerta que em muitas áreas indígenas não é mais possível caçar, pescar ou, até mesmo, fazer uso da agricultura, devido à escassez de território disponível. Além do esgotamento dos recursos naturais, existem outros fatores que ameaçam a segurança alimentar e nutricional dos povos indígenas, conforme narra o autor em trecho do capítulo: “Há desde a disputa pela posse propriamente dita da terra, como é o caso dos conflitos com posseiros e fazendeiros, até a luta pelos recursos localizados nos limites das terras indígenas, como é o caso da ação de garimpeiros, madeireiros, caçadores e pescadores. No caso dos garimpos e da extração de madeira, há o agravante do impacto ambiental dessas atividades, que comprometem a utilização posterior das áreas para a produção de alimentos por longos períodos”. 

A contaminação por mercúrio, especialmente na região amazônica, é mais um fator agravante destacado por Leite na publicação: “O metal pode provocar sérios distúrbios neurológicos, sendo capaz de afetar populações localizadas a quilômetros de distância dos garimpos. O mercúrio chega à alimentação das populações indígenas através do pescado, encontrado principalmente sob a forma de metil-mercúrio, extremamente tóxico para os seres humanos. O problema assume dimensões preocupantes diante da importância da pesca na dieta de diversas populações indígenas da região, como os Warí, os Mundurukú e os Kayabí, entre tantas outras”. A agricultura no entorno das terras indígenas, segundo o autor, também provoca impactos negativos, pois é causa de contaminação das fontes d’água por resíduos de pesticidas e fertilizantes. 

No entanto, apesar de sua importância, nem sempre o acesso e disponibilidade de terras e recursos naturais garante a segurança alimentar e nutricional dos povos indígenas. Conforme relatado no texto de Leite, existem comunidades indígenas que, embora tenham suas terras há um longo tempo demarcadas e não vivenciem conflitos com madeireiros, garimpeiros ou posseiros, ainda assim, sofrem de condições nutricionais insatisfatórias, com elevadas prevalências de desnutrição infantil. É o caso dos Warí, cuja economia tem como base a produção de farinha de mandioca, o que faz a população estar em nível desigual de competição no mercado regional: “Isso aponta para a relevância de fatores muitas vezes desconsiderados nas análises da situação alimentar e nutricional das comunidades indígenas e para os possíveis efeitos do sinergismo entre esses fatores”. 


Autor: 
Danielle Monteiro 
Fonte: (Ensp/Fiocruz)
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 25/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/estudo-aponta-mudancas-em-alimentacao-tradicional-do-povo-indigena-paiter-surui

segunda-feira, 24 de abril de 2023

Rede de pesquisa identifica novo coronavírus em porcos do mato

Rede de pesquisa reúne 40 laboratórios de centros de pesquisa, de primatologia e zoológicos do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso e Amazonas (Fotos: Divulgação)



Uma rede de pesquisa monitora possíveis infecções virais que provocam doenças em mamíferos da fauna nacional de diferentes biomas, como a floresta Amazônica, Mata Atlântica e o Cerrado, para avaliar o potencial risco à saúde humana. Fazem parte da rede 40 laboratórios brasileiros de centros de pesquisa, de primatologia e zoológicos do Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso e Amazonas. Graças a esse monitoramento, pesquisadores conseguiram identificar um novo coronavírus que matou porcos do mato também conhecido como cateto ou queixada.

O coronavírus encontrado é um betacoronavírus da linhagem A e foi nomeado de Ptajacu-CoV. A identificação aconteceu em três porcos do mato, no Rio de Janeiro, e que apresentaram sintomas como prostração, apatia e intensa desidratação, além de danos pulmonares e renais, que acabaram levando os animais ao óbito. Até o momento, nenhum outro caso desse tipo foi detectado no mundo e também se desconhece riscos para os seres humanos.

Liderados por André Felipe Andrade dos Santos, do Instituto de Biologia da UFRJ, a rede busca estabelecer protocolos de sequenciamento massivo para investigação e monitoramento de vírus circulantes. O pesquisador recebeu recursos para o desenvolvimento do estudo por meio de proposta submetida e aprovada no edital Apoio a Projetos Temáticos no Estado do Rio de Janeiro, lançado pela FAPERJ em agosto de 2021.

Andrade explica que a identificação de vírus, até então, era realizada, principalmente, por meio de cultura celular e da caracterização molecular, teste que depende de aparelhos como PCR e de profissionais capacitados em sequenciamento viral. Mas, segundo ele, muitos vírus não são propagados e nem identificados em cultura celular. Diante desse cenário, a descoberta de novos vírus era limitada.

André Felipe Andrade dos Santos: pesquisador lidera rede que busca estabelecer protocolos de sequenciamento massivo para investigação e monitoramento de vírus circulantes no País

Mas com o surgimento de técnicas de sequenciamento massivo, conhecidas pela sigla HTS (do inglês, High-Throughput Sequencing), tudo mudou. Os custos de sequenciamento de genoma foram reduzidos de forma impactante e a variedade de análises foi amplificada. Hoje, já é possível sequenciar toda a população viral presente em amostras biológicas como fezes, sangue e saliva de mamíferos.

Rapidez na caracterização da diversidade viral dos reservatórios animais e controle de possíveis surtos de doenças em primatas, roedores e morcegos mantidos em cativeiro ou de vida livre são os principais objetivos que podem, ainda, servir de alerta para a população sobre riscos de doenças em animais serem transmitidas para a sociedade.

Estima-se que entre 60 a 75% de todas as doenças infecciosas emergentes são de origem animal e que a rápida expansão das atividades humanas sobre o meio ambiente tem resultado em maior potencial de troca de agentes infecciosos, por isso a vigilância é necessária e imprescindível.




Autor: 
Claudia Jurberg 
Fonte: Faperj
Sítio Online da Publicação: Faperj
Data: 13/04/2023
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=296.7.9

Inovação social: Rocinha recebe I Encontro de Empreendedores

de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (SEDSODH).

Entre as iniciativas empreendedoras apoiados pelo programa, estão projetos que promovem dinamismo econômico do território da Rocinha com base em Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I) em segmentos que sejam vetores de geração de energia verde; de preservação dos recursos naturais; educação básica, inclusive educação profissional, e educação superior, incluindo atributos de empregabilidade; atenção primária em saúde, estratégias de saúde da família e de segurança e soberania alimentar; geração de trabalho, riqueza, emprego e renda; arte e cultura; esporte e lazer; inclusão digital e inovação tecnológica, incluindo a geração de empreendimentos inovadores locais e de qualidade de vida para população local; saneamento básico; prevenção a catástrofes; segurança pública e prevenção a todos os tipos de violência, inclusive combate à violência contra as mulheres e serviço de atendimento às mulheres em situação de violência; combate a todas as formas de discriminação; mobilidade e acessibilidade; assistência social e direitos humanos. Ao todo, são R$ 9 milhões de recursos financeiros alocados por meio da FAPERJ para o programa, sendo até R$ 500 mil por projeto.  

Durante o encontro, o artista plástico Soca Fagundes presenteou a FAPERJ com uma obra de arte. Estiveram presentes a secretária de Cultura e Economia Criativa do Estado do Rio de Janeiro (Secec), Danielle Barros; o subsecretário de Inclusão Socioprodutiva da Secretaria de Assistência Social do Município do Rio de Janeiro, Bob Calazans, representando o secretário Adilson Nogueira Pires; o secretário de Desenvolvimento Econômico Solidário do Rio, Diego Zeidan; o presidente do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (Cieds), Vandré Brilhante; o vice-reitor da PUC-Rio, padre André Luís de Araújo S. J.; o professor de Inovação na PUC-Rio, José Alberto Aranha, responsável pela governança do Parque de Inovação Social e Sustentável na Rocinha; e a coordenadora do Laboratório de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (Lares), do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Dalia Maimon Schiray.


Autor: Faperj
Fonte: Faperj
Sítio Online da Publicação: Faperj
Data: 20/04/2023
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=305.7.5

Diversidade brasileira ganha catálogo de todos os seres vivos do País

fundamental para as tomadas de decisão, principalmente acerca de áreas de conservação”, ressalta Boeger. Para o pesquisador, o correto nome científico garante a veracidade da informação. Em sua opinião, a FAPERJ foi muito "ousada" em apoiar um projeto dessa monta.

Durante os próximos anos, a microbiologista Marinella Silva Laport enfrentará o desafio de coordenar o levantamento da lista de micro-organismos. Sua equipe é composta de oito colaboradores, que criarão uma rede para cada grupo/chave microbiológica. “Esses organismos estão em todo lugar – água, terra, ar –, por isso sua importância não é mensurável”, alega Marinella. Segundo a pesquisadora, não existe um catálogo de micro-organismos – que incluem arqueas e bactérias - no Brasil, e as informações ficam mais restritas às listas de coleções de cultura e aos trabalhos acadêmicos publicados. “Uma vez isso tudo catalogado, poderá ser base de apoio para o desenvolvimento de substâncias com aplicações em diferentes áreas, como por exemplo, novos medicamentos”.


Ricardo Drechsler: para o biólogo, o catálogo irá apresentar dados mais realistas. Já a microbiologista Marinella Silva Laport irá estudar organismos que estão em todo lugar - água, terra, ar -, e que ela avalia de importância imensurável (Fotos: Arquivos pessoais)
Formada em Biomedicina, mestre e doutora em Microbiologia, Marinella dá o exemplo das pesquisas conduzidas no Laboratório de Bacteriologia Molecular e Marinha do Departamento de Microbiologia Médica, Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre o potencial biotecnológico decorrente das associações entre esponjas marinhas e bactérias. Os estudos demonstram a possibilidade de desenvolvimento de antibióticos, enzimas, entre outros produtos, a partir dessa interação. 

“O Reino Fungi é um grupo extremamente diverso, com estimativas de riqueza que chegam a 5 milhões de espécies”, esclarece o pesquisador e professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Ricardo Drechsler. Biólogo, mestre em Biologia Vegetal e doutor em Biologia de Fungos, ele garante que existe uma grande lacuna de conhecimento quanto a diversidade/riqueza de fungos que ocorrem no Brasil. “O Catálogo da Vida do Brasil chega para engajar especialistas no objetivo de apresentar dados mais reais sobre a diversidade e ocorrência de espécies da Funga do Brasil. Os fungos habitam os mais variados habitats, desempenhando um papel fundamental na manutenção da vida na Terra, tanto na degradação de matéria orgânica morta (sapróbios) e ciclagem de nutrientes, quanto associados simbioticamente a uma grande variedade de organismos, incluindo plantas, animais, outros fungos, algas e protistas. São também organismos de grande importância econômica, sendo amplamente utilizados nos setores alimentício, medicinal, industrial e agrícola.

“Eles participam desde processos de fermentação (como na produção de pães, queijos e bebidas alcoólicas) até na produção de metabólitos primários (como enzimas e ácidos orgânicos) e secundários (como antibióticos, pigmentos e aromas), biorremediação de solos, como fungicidas e biopesticidas, e como inóculos para micorrização de sementes de cultivos agrícolas, entre muitos outros usos”, explica Dreschsler. Segundo o pesquisador, apesar de sua grande importância, menos de 10% da riqueza estimada para o Reino Fungi é conhecida, o que faz com que esse grupo de seres vivos seja um dos com maior potencial para descoberta de novas espécies nas áreas de taxonomia e bioprospecção. Já o conhecimento dos fósseis, pode revelar formas de adaptação dos seres vivos às mudanças ambientais ao longo dos anos e suas estratégias para enfrentar as alterações climáticas cada vez mais severas.



Autor: Faperj
Fonte: Faperj
Sítio Online da Publicação: Faperj
Data: 20/04/2023
Publicação Original: https://www.faperj.br/?id=306.7.1

sábado, 22 de abril de 2023

Estudo aborda carga de doenças relacionadas à dependência em drogas

Um artigo publicado recentemente na revista The Lancet Psychiatry traz uma análise sistemática da carga de doenças causadas pela dependência em anfetaminas, maconha, cocaína e opioides na América do Sul, no período de 1990 a 2019. O grupo desse estudo, Global Burden of Diseases (GBD), estimou a incidência, prevalência, mortalidade, anos de vida perdidos (YLL), anos de vida com incapacidade (YLD) e os anos de vida saudável perdidos (DALYs) relacionados à dependência dessas substâncias em cada um dos 12 países da América do Sul (Argentina, Bolívia , Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela). As análises incluíram comparações por sexo e país, assim como em relação a estimativas regionais e globais. 



“O trabalho foi de analisar o grande banco de dados do Global Burden of Diseases para observar a tendência do uso dessas substâncias ao longo desse período na América do Sul e qual a carga de doenças relacionadas”, explicou o pesquisador da Fiocruz Pernambuco Rafael Moreira, que integra a equipe de cientistas de diversos países responsáveis pelo estudo. 

Entre os achados descritos na publicação, o Brasil teve a maior taxa de anos de vida saudáveis perdidos (DALYs), devido ao uso de cocaína em 2019, aproximadamente o dobro da verificada em 1990. Em relação aos opioides, houve crescimento de DALYs a cada 100 mil habitantes no Brasil (82) e no Peru (70), enquanto a taxa relacionada ao uso da maconha permaneceu estável em todo o período estudado. 

Acesse a íntegra do artigo.


Autor: Fiocruz Pernambuco
Fonte: Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 20/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/estudo-aborda-carga-de-doencas-relacionadas-dependencia-em-drogas

Pesquisa aponta diversidade de vetores da malária no território yanomami

malária, transmitindo a doença ocasionalmente.

Criadouros e horários de picadas

A maior parte dos mosquitos foi capturada fora das habitações indígenas, chamadas de shabono. Para algumas espécies como An. oswaldoi s.l. e An. nuneztovari s.l., o maior volume de picadas ocorreu no período do crepúsculo, quando os indígenas ainda praticam atividades externas, como tomar banho, pescar e coletar água. Porém, isso não ocorreu para o An. darlingi, cujo maior pico de atividade foi verificado ao redor da meia noite. 

Segundo Teresa, nos locais com presença do An. darlingi, a transmissão da malária pode ocorrer também dentro dos shabonos, durante a noite. “An. darlingi foi a espécie mais encontrada dentro dos shabonos, embora tenha predominado no peridomicílio, nas áreas de Parafuri e Marari. Observamos dois picos de atividade desse vetor: no crepúsculo vespertino e perto de meia-noite. Nesse horário, os indígenas já estão dormindo e podem ser picados”, aponta a entomologista.

Reforçando o papel do vetor na transmissão da malária, oito espécimes de An. darlingi foram identificados com infecção por Plasmodium, parasito causador da doença. Os cientistas também detectaram o parasito em quatro An. intermedius e em um An. nuneztovari.

A proliferação do An. darlingi foi verificada principalmente em lagos associadas a rios, com grande exposição ao sol. Outros vetores apresentaram maior diversidade de criadouros, incluindo lagos, áreas inundadas, córregos e igarapés. De acordo com Teresa, o controle da malária é feito principalmente através do diagnóstico e tratamento dos indivíduos infectados. Medidas que buscam reduzir o contato com vetores também podem contribuir para conter a doença.

“Mosquiteiros impregnados com inseticida podem ser usados para reduzir as picadas à noite, mas é importante ter monitoramento constante para verificar se a tela não está rasgada e se é fechada corretamente, ou seja, se o uso dessa ferramenta está sendo adequado. Além disso, os criadouros próximos às aldeias podem ser monitorados para avaliar a presença de larvas e do principal vetor. Embora o manejo das grandes coleções liquidas, como os rios, não seja viável, pequenos criadouros podem ser eliminados”, enumera a pesquisadora.

O estudo entomológico integrou um grande projeto de pesquisa, que investigou também a ocorrência da malária e coinfecções com parasitoses intestinais e hepatites virais entre os yanomamis. Coordenado por Joseli, o projeto teve uma publicação recente, que apontou alto índice de parasitoses intestinais em cinco aldeias.

A pesquisa contou com apoio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e do Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami (DSEI Yanomami). Além do IOC, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj) financiaram o estudo.


Autor: 
Maíra Menezes 
Fonte: (IOC/Fiocruz)
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 19/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-aponta-diversidade-de-vetores-da-malaria-no-territorio-yanomami

Infogripe: VSR continua sendo maior causa de internação de crianças de até 4 anos

Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (20/4), destaca que o sinal de crescimento de SRAG se mantém presente em 16 das 27 unidades federativas. Em relação às ocorrências associadas a outros vírus respiratórios, os dados referentes aos resultados laboratoriais por faixa etária apontam manutenção do predomínio dos casos positivos para Sars-CoV-2 (Covid-19) em todas as faixas da população adulta, embora indicando possível interrupção do crescimento ou início de queda em diversos estados. Em contrapartida, o estudo destaca sinal de aumento nos casos associados aos vírus influenza A e B em diversos estados. Entre as crianças se mantém o predomínio de casos associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) – a maior causa de internações em crianças pequenas, até 4 anos –, embora já iniciando queda nos estados da metade sul do país.

Referente à Semana Epidemiológica 14, período de 2 a 8 de abril, a análise mostra, nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 5,7% para influenza A, 5,5% para influenza B, 47,2% para vírus sincicial respiratório e 33,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 9,1% para influenza A, 9,1% para influenza B, 6,9% para vírus sincicial respiratório e 75,0% para Sars-CoV-2. 

O crescimento das ocorrências de SRAG é mais presente em Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. No Amapá, Maranhão, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins os indícios de aumento estão concentrados fundamentalmente nas crianças. Em Alagoas e Rio Grande do Norte o sinal ainda é compatível com oscilação em período de baixa atividade.

Na Bahia, Amapá, Mato Grosso do Sul, Paraná,  Rio Grande do Sul e Santa Catarina, embora ainda se observe crescimento no agregado populacional, já há indícios de redução da taxa de aumento  nas faixas etárias da população adulta, e início de queda entre as crianças. "No entanto, se verificam tendências distintas entre os vírus associados aos casos em adultos. Enquanto os casos associados à Covid-19 sugerem desaceleração, para os vírus influenza A e B há indício de aumento recente em diversos desses estados", informa o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe.

Mapa do Brasil

Diante do cenário de aumento de casos de SRAG associados à Covid-19, bem como o crescimento nas ocorrências a associadas ao vírus influenza A, Gomes reforça a importância de adesão às campanha de vacinação contra a Covid-19 e contra a gripe. "As vacinas contra a Covid-19 e contra a gripe são as principais ferramentas para evitar internações e mortes causadas por essas doenças. Portanto, é muito importante que a população esteja com sua vacinação em dia, seguindo as recomendações de doses para sua faixa etária e condição de saúde. Além disso, neste período de aumento é aconselhável evitar ir à creche, escola ou trabalho quando estiver com sintomas gripais. Não sendo possível a ausência, usar boas máscaras (KN95, N95 ou PFF2) no trajeto e local das atividades. Assim a gente diminui a circulação de vírus respiratórios”.

Capitais

Em relação às capitais, o InfoGripe aponta que 10 das 27  apresenta crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 1. São elas Aracaju (SE), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Macapá (AP), Maceió (AL), Natal (RN), Palmas (TO), Salvador (BA), São Luís (MA) e Vitória (ES). O pesquisador ressalta que a exemplo  da análise estadual, a avaliação  por faixa etária nessas capitais sugere cenário heterogêneo. 

"Enquanto em algumas dessas capitais o sinal é compatível com oscilação em período de baixa atividade, em outras se observa manutenção de crescimento expressivo apenas entre as crianças. No entanto, também é possível identificar capitais com aumento na população adulta, seja decorrente da Covid-19, seja pelo aumento recente nos casos associados aos vírus influenza A e B”.



Autor: Fiocruz 

Fonte: Fiocruz
Sítio Online da Publicação: Fiocruz
Data: 20/04/2023
Publicação Original: https://portal.fiocruz.br/noticia/infogripe-vsr-continua-sendo-maior-causa-de-internacao-de-criancas-de-ate-4-anos